Dwaraka, a Cidade dourada de Krishna foi encontrada
Dwaraka é uma das sete cidades sagradas da Índia Antiga. As outras são: Ayodhya (a capital do império de Rama, citada no Ramayana), Mathura, Haridwar, Benares, Kanchipuran e Ujjain.
A grandiosidade e beleza de Dwaraka têm sido descrita por muitos cronistas. A cidade é mencionada como ‘Cidade Dourada’ no Srimad Bhagavatam, no Skanda Purana, no Vishnu Purana e também no Mahabarata. Dwaraka, conhecida por ser a capital do Reino de Krishna (ele viveu aproximadamente em 3.100 a.C.), não foi e nem é uma lenda; antes, ela é bastante real.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
A região da costa oeste da Índia, em Gujarat, onde Krishna estabeleceu a dinastia dos Yadavas, era uma costa repleta de frutos e flores. Ali, Krishna resolveu construir uma nova cidade e chamou-a Dvaravati. Uma sociedade progressista viveu na região. Era uma cidade bem planejada e tecnologicamente avançada, um porto movimentado de onde entravam e saíam grandes navios.
Fonte: https://veda.wikidot.com/dwaraka
Dwaraka ou Dvaraka (sânscrito: “uma porta ou uma porta de entrada”, também conhecida como Dvaravati, “a cidade de muitas portas”) é a capital dos Yadavas que governaram o reino de Anarta. A cidade estava situada no ponto mais ocidental de Gujarat , e foi submersa pelo mar de acordo com a narrativa do volume 16 do épico Mahabharata.
Dwaraka é uma das cidades mais sagradas na Índia antiga e uma das quatro principais “dhams”, juntamente com Badrinath, Puri, Rameshwaram. Dwaraka era uma cidade-estado que se estendia até Sankhodhara (Bet Dwaraka) para o norte e Okhamadhi para o sul.
Descrição
Dwaraka também era conhecida como Dwaravati. Foi também uma cidade portuária, que tinha relações comerciais com muitos outros países com saída para o mar. Pode ser que este antigo porto da cidade tenha sido uma porta de entrada para navegadores de reinos estrangeiros para o continente indiano e vice-versa. O território de Dwaraka inclui a Ilha Dwaraka, muitas ilhas vizinhas, como Antar Dwipa e área continental vizinha ao reino de Anarta.
O reino estava situado aproximadamente na região noroeste do estado de Gujarat. Sua capital era Dwaravati (perto de Dwarka, Gujarat). O Mahabharata não menciona Dwaraka como um reino, mas sim como a capital do reino dos Yadavas que governaram o reino de Anarta.
A cidade foi fundada por um clã de chefes dos Yadavas que fugiram do reino de Surasena por medo do rei Jarasandha de Magadha. Dwaraka foi uma federação de muitas cidades, em vez de um reino sob um único rei. Dentro da Federação de Dwaraka estavam incluídos os estados de Andhakas, Vrishnis e Bhojas. Os Yadavas dominantes em Dwaraka também eram conhecidos como Dasarhas e Madhus .
Proeminentes chefes do clã dos Yadavas residentes em Dwaraka incluíam os heróis Krishna, Balarama, Satyaki, Kritavarma, Uddhava, Akrura e Ugrasena.
A antiga cidade de Dwaraka
A antiga cidade de Dwaraka, situada na costa do extremo oeste do território indiano, ocupa um lugar importante na história cultural e religiosa da Índia. O planejamento arquitetônico fabuloso do templo Dwarka tem atraído turistas de todo o mundo. A cidade tem associação com o Senhor Krishna, que se acredita te-la fundado com a recuperação de 12 terras yojana do mar. Durante seu passado glorioso, Dwarka foi uma cidade de belos jardins, fossos profundos, toda murada com várias portas de acesso, várias lagoas e palácios, mas acredita-se que tenha sido submersa logo após o desaparecimento de Lord Krishna da face da Terra.
Historicidade de Dwarka
Devido à sua importância histórica e associação com o grande épico indiano Mahabharata, a região de Dwarka continua a atrair arqueólogos e historiadores, além de cientistas. Antigas palavras em sânscrito como Pattana e Dronimukha têm sido geralmente utilizadas para descrever cidades portuárias costeiras onde os navios e barcos nacionais e internacionais aportavam em busca de cargas e abrigo. A referência mais antiga ao porto Agade vem do texto mesopotâmico que menciona que os barcos de Meluhha costumavam ser ancorados no porto de Agade, em citação datável de meados do terceiro milênio a.C.
Escavações arqueológicas trouxeram à luz um pontão em Kuntasi em Gujarat que remonta ao período histórico de Harappa(*). Da mesma forma, as escavações revelaram um estaleiro e algumas âncoras de pedra em Lothal, outro site do tempo e época da civilização de Harappa. Há várias referências literárias que citam portos em muitas zonas costeiras durante o período histórico mais cedo (2500-1500 anos a.C.), mas vestígios arqueológicos desses antigos portos são escassos. A maioria dos assentamentos estão situadas, quer nas margens dos rios ou nas margens de lagoas, que teriam servido como um excelente porto natural.
(*) n.Thoth: Harappa ou Harappá era uma das cidades – e é um dos sítios arqueológicos – da antiga civilização harappeana, também chamada de ‘civilização do Vale do rio Indus‘ – hoje situada no Paquistão. Esta civilização floresceu quando o equinócio vernal do hemisfério norte ocorria na constelação do Touro – em torno de 4.000 a.C. – Foi esquecida por milênios, e sua existência veio à luz com escavações feitas em 1920.
Esses portos se situavam em locais altamente vulneráveis a inundações e outros desastres naturais, e portanto, não é de se estranhar que apenas escassas evidencias de sua existência foram descobertas. Escavações em Poompuhar trouxeram à luz um cais situado na margem do antigo curso do rio Kaveri.
Da mesma forma, escavações onshore na ilha Elefanta rendeu a descoberta de ruínas de um cais antigo que remonta aos séculos iniciais da Era Cristã. Há evidências que sugerem que o atual quebra mar (molhes), o antigo cais da hoje Dwarka tem sido utilizado como um porto desde o período histórico inicial, há cerca de 6 mil atrás.
No início dos anos oitenta do século passado, um importante sítio arqueológico foi localizado e desenterrado em Dwaraka, o site da lendária cidade de Krishna, descrita nos versos do épico Mahabharata. A antiga cidade de Dwaraka foi submersa pelo mar logo após o desaparecimento de Shri Krishna. Esta inscrição refere-se a Dwaraka como a capital da costa ocidental da Saurashtra e ainda mais importante, afirma que Krishna viveu ali.
A descoberta da lendária cidade de Dwaraka, é um marco importante na história da Índia. Esse fato estabelecido serve para eliminar as dúvidas expressas por historiadores [os “eruditos” ocidentais] sobre a historicidade do Mahabharata e a própria existência da cidade de Dwaraka. Também reduziu muito a diferença na história da Índia, estabelecendo a continuidade da civilização indiana da antiguíssima Idade Védica até os dias atuais.
Agora recentes evidências arqueológicas vieram à tona para provar além de qualquer dúvida razoável a existência da cidade histórica de Krishna, Dwaraka, e lançar luz sobre a vida das pessoas que habitavam a “Cidade de Ouro”. Esta é a terra sagrada, a cidade sobre a qual o Senhor Krishna governou. Gujarat remonta aos tempos pré-históricos, aqui existe um dos três maiores sitios arqueológicos de dinossauros do mundo, que incluem ovos petrificados que datam de 65 milhões anos. Mas além do interesse nesse Jurassic Park, não obstante, para os hindus devotos, Gujarat está intimamente ligado com uma das histórias mais duradouras da Índia, a encarnação do avatar – Senhor Krishna.
Escavações em Dwaraka, que começaram em 1981, ajudaram a adicionar credibilidade à história de Krishna e da guerra de Kurukshetra narrada no Mahabharata (Baghavad Gita), bem como fornecer ampla evidência das sociedades avançadas que viviam nessas áreas dos assentamentos harappeanos que representam algumas das maiores cidades da maior civilização do mundo antigo.
Um dos primeiros postos arqueológicos a ser escavado, logo após a independência foi no distrito de Ahmedabad. As evidências sugerem que esses colonos trouxeram com eles uma cultura altamente desenvolvida, que era rica e não apenas nas artes, mas nas ciências também. A ênfase estava em uma sociedade bem organizada com base no comércio que era realizado através de seus portos.
Dwaraka, por exemplo era uma cidade bem planejada, o seu porto consistia em um cume rochoso modificado em um ancoradouro para atracação de embarcações, uma característica única em tecnologia portuária que estava em uso antes mesmo de os fenícios tentarem fazer o mesmo no mar Mediterrâneo, só que muito mais tarde. Os buracos feitos pelo homem no cume e as grandes âncoras de pedra lá existentes sugerem que grandes navios costumavam ancorar no porto, enquanto barcos menores realizavam o transporte de homens e de cargas até o rio.
A fundação de pedras em que as muralhas da cidade foram erguidas prova que o terreno foi recuperado do mar há cerca de 3.600 anos atrás. O Mahabharata tem referências a essa atividade de recuperação de terras do mar em Dwaraka. As Sete ilhas mencionadas na obra foram também descobertas submersas no Mar da Arábia. Peças de cerâmica, cuja datação foi confirmada por testes de termoluminescência indicam 3.528 anos de idade e contem inscrições do final do período da civilização do Vale do rio Indus (Harappa); estacas de ferro e três âncoras triangulares furadas descobertas no local são também artefatos mencionados no Mahabharata.
Entre os muitos objetos descobertos que demonstram e comprovam ainda mais a conexão de Dwaraka com o épico do Mahabharata e com Krishna é um selo gravado com a imagem de um animal de três cabeças. O épico menciona que tal selo foi dado aos cidadãos de Dwaraka como prova de identidade, quando a cidade foi ameaçada pelo rei Jarasandha do poderoso reino Magadh. O Dr Rao, do Instituto Nacional de Oceanografia da Índia, que foi fundamental para a realização de grande parte das escavações subaquáticas, diz:
“Os resultados das pesquisas em Dwaraka e as evidências arqueológicas encontradas são consideradas compatíveis com a tradição do Mahabharata e removem a persistente dúvida sobre a historicidade do Mahabharata, diríamos definitivamente que Krishna realmente existiu.“
Essas evidências provam além de qualquer dúvida que Kusasthali, um assentamento pré-Dwaraka existia (hoje uma ilha) em Bet Dwaraka. Os arqueólogos concluíram que esta primeira ocupação de Kusasthali foi fortificada e aconteceu durante o período histórico do Mahabharata e foi nomeado como Dwaraka.
Depois de perceber que os terraços eram estreitos, e não eram suficientes para o aumento da população, uma nova cidade foi construída alguns anos mais tarde, na foz do rio Gomati. Esta planejada cidade portuária também foi chamada como Dwaraka, acrescentando ainda mais credibilidade ao fato de que a história do Mahabharata não era um mito, mas uma fonte importante de fatos históricos da Índia.
A PERSONALIDADE DE SRI KRISHNA
Shri Krishna é mais conhecido na história cultural e religiosa da Índia como o Rei e Imperador de Dwaraka. De acordo com textos hindus antigos, a cidade era um novo reino fundado pelo clã de chefes Yadavas que fugiram do reino de Surasena devido ao medo do rei Jarasandha de Magadha.
Shri Krishna teria nascido à meia-noite de uma sexta-feira, do dia 27 de julho de 3.112 a.C., conforme a data e hora calculado por astrônomos na base das posições planetárias nesse dia registrados por Vyasa.
Shri Krishna – o protetor de Mathura, o senhor de Dwaraka e recitador do Bhagavad Gita para seu discípulo Arjuna, no campo de batalha de Kurukshetra é uma das lendas [na realidade um tratado filosófico, metafísico, esotérico e ocultista sobre a condição humana] mais duradouras de Bharata (como a Índia era conhecida nos tempos de Krishna). São entidades históricas reais Krishna e a cidade de Dwaraka? Para a maioria dos hindus, a resposta é um inequívoco sim. Alguns arqueólogos e historiadores também estão agora dispostos a aceitar que a fé do homem comum hindu tem uma base na mais completa realidade.
Sri Krishna é uma personalidade imponente e é difícil separar o aspecto humano de sua vida a partir do divino no conceito sobre Krishna. Ele é um grande mistério e todo mundo já tentou entendê-lo à sua maneira, de acordo com a sua luz ou visão espiritual. Como um guerreiro ele não teve rival, como um estadista foi o mais astuto, como um pensador social foi muito liberal, como professor foi o mais eloquente, nunca falhando com um amigo e como um chefe de família foi o mais ideal [e como criança foi o mais traquinas].
A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÔNIO
Dwaraka tem uma importância especial como um dos principais lugares de peregrinação da cultura hindu, conhecida como a capital do Reino de Sri Krishna. Também foi descrita como a terra do caçador Ekalavya. Dronacarya também tinha vivido aqui. Krishna decidiu construir uma nova cidade ali e colocou sua fundação num momento auspicioso. Ele nomeou a nova cidade como Dwaravati. Muito mais tarde o poeta Magha em sua obra Sisupalavadha Sarga, nos versos 31 em diante, descreve a cidade de Dwaraka, o Sloka 33 pode ser traduzido:
“O brilho amarelo do forte de ouro da cidade do mar jogando uma luz amarela por todo o espaço adjacente parecia como se as chamas da vadavagni saísse rasgando em pedaços ao mar.”
Antes da lendária cidade de Dwaraka ter sido descoberta alguns estudiosos [n.t. sempre os “eruditos”…] eram da opinião de que as histórias contadas no épico Mahabharata seriam apenas “um mito” [um ignorante ao entrar em contato com algo que não consegue entender, desacredita a obra sem reconhecer sua própria ignorância], que seria inútil para procurar os restos de Dwaraka mesmo no mar. Outros sustentam que a batalha de Kurukshetra descrita no Mahabharata teria sido apenas “uma briga de família exagerada” em uma guerra.
Mas escavações feitas por Dr. S.R. Rao em Dwaraka provam que as descrições como encontradas nesses textos não devem ser descartadas apenas como mitos fantasiosos, mas devem ser tratados como fatos que aconteceram baseados em realidades históricas como pode ser visto pelos seus autores. A arquitetura da antiga cidade de Dwaraka, é majestosa e maravilhosa.
Dwaraka no continente, foi um dos portos mais movimentados do período histórico do Mahabharata e teve um fim repentino devido à fúria do mar. Após a guerra descrita no Mahabharata, Krishna viveu durante 36 anos em Dwaraka. No final desse período, os Vrishnis, Bhojas e Satvatas se destruíram em uma briga fratricida no Prabhasa mas Krishna não interferiu para salvá-los.
Os atos de destruição vistos por Sri Krishna, que aconselhou a evacuação imediata de Dwaraka esta indicado no Bhagavata Purana. A bela Dwaraka foi então abandonada por Hari (Krishna) para ser engolida pelo mar. A submersão teve lugar imediatamente após a partida de Sri Krishna do nosso mundo.
A CONSTRUÇÃO DE DWARAKA
Descrições interessantes sobre a sua construção são encontrados nos Puranas:
Temendo ataque de Jarasangh e Kaalayvan em Mathura, Sri Krishna e os Yadavas deixou Mathura e chegou à costa de Saurashtra. Eles decidiram construir sua nova capital na região costeira e invocar o Vishwakarma a divindade das construções. No entanto, Vishwakarma disse que a tarefa somente poderia ser concluída se Samudradeva, o Senhor do mar fornecesse alguma terra. Sri Krishna adorou a Samudradeva, que ficou satisfeito e deu-lhes novas terras emersas do fundo do oceano medindo 12 yojans para o Senhor Vishwakarma construir Dwaraka, uma “cidade dourada”.
Esta bela cidade também era conhecido como Dwaramati, Dwarawati e Kushsthali. Outra história diz que, no momento da morte de Sri Krishna, que foi atingido pela flecha de um caçador perto de Somnath em Bhalka Tirth, Dwaraka desapareceu afundando no mar.
A importância da descoberta de Dwaraka não reside apenas no fornecimento de evidências arqueológicas necessários para corroborar o relato tradicional da submersão da Dwaraka mas também indiretamente, que determina a data do épico do Mahabharata, que é um marco na história da Índia. Assim, os resultados provaram que a história do Mahabharata quanto à existência de uma linda cidade capital de Dwaraka de Sri Krishna não era um mero produto da imaginação, mas que de fato ela existiu. A Guerra descrita no Mahabharata ocorreu em 22 de novembro de 3.067 aC e o Bhagavad Gita foi compilado por volta de 500 a.C.
A SUBMERSÃO DE DWARAKA
Depois que Sri Krishna partiu da Terra de volta para a sua morada celestial, e os principais cabeças Yadavas foram mortos em lutas entre si; Arjuna foi para Dwaraka para buscar os netos de Krishna e as esposas Yadava e lavá-los para Hastinapur. Após Arjuna sair de Dwaraka, a cidade foi submersa no fundo do mar. Este é o relato de Arjuna, constante no Mahabharata:
“O mar, que sempre esteve batendo nas costas de Dwaraka, de repente quebrou o limite que lhe foi imposto pela natureza. Suas águas correram as ruas invadindo a cidade. Ele percorreu todas as ruas da bela cidade. O mar encobriu tudo na cidade. … Eu vi os belos edifícios ficando submersos um por um. Em questão de alguns momentos foi tudo soterrado pelo mar, que se tornou tão plácido como um lago. Não havia mais nenhum traço da cidade de Dwaraka, agora ela era apenas um nome; apenas uma lembrança”.
A cidade associada com Sri Krishna, que a teria fundado com a recuperação de 12 yojanas de terras ao mar. Durante seu passado glorioso, Dwaraka foi uma cidade de belos jardins, fossos profundos, e várias lagoas e palácios (Vishnu Purana), mas acredita-se que tenha submersa logo após o desaparecimento de Sri Krishna.
Devido à sua importância histórica e associação com o Mahabharata, Dwaraka continua a atrair os arqueólogos e historiadores, além de cientistas.
“O néscio pode associar-se a um sábio toda a sua vida, mas percebe tão pouco da verdade como a colher do gosto da sopa. O homem inteligente pode associar-se a um sábio por um minuto, e perceber tanto da verdade quanto o paladar sabe do sabor da sopa”. – Textos Budistas
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