Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras.
A história contada a Johannes Burckhardt dava a entender que certos Cruzados
haviam encontrado um baú dourado, pedras preciosas e outros artefatos de ouro em uma caverna próxima ao monumento do Cofre quando o Vale de Edom estava sendo abandonado pelos cristãos, por volta de 1180.
Se houvesse qualquer verdade na história, o homem no comando dos Cavaleiros Templários que ocupou o vale na época, Ralph de Sudeley, pode ter sido a pessoa responsável pela descoberta. Mesmo que não estivesse pessoalmente envolvido na descoberta, ele certamente teria lucrado com ela. Eu precisava descobrir mais a respeito de Sudeley e os Templários sob seu comando.
“E a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”. Livro do Apocalipse 11:19
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Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras – Capítulo X – Na Trilha do Tesouro
Fonte: https://www.grahamphillips.net/
Capítulo 10. Na Trilha do Tesouro
Quando a ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada na França no início de 1100, seus membros eram os monges cistercienses franceses que juraram lutar pelo cristianismo na Terra Santa. Num prazo de cinqüenta anos, porém, homens vindos de outros países europeus, como a Alemanha e a Inglaterra, filiaram-se à ordem, e muitos deles não eram nada parecidos com monges. A maioria era de soldados profissionais ou apenas aventureiros cujos motivos eram uma combinação de glória e cobiça. (Roubos de peças valiosas deveriam acontecer contra a população dos muçulmanos do Oriente Médio.)
Embora a ordem dos Cavaleiros Templários ainda se considerasse um exército de guerreiros sagrados, por volta de 1180 eles formavam na verdade uma antiga versão da Legião Estrangeira: uma milícia internacional sob o controle francês que era composto por muitos mercenários. Um desses mercenários era Ralph de Sudeley. Proveniente de uma família inglesa relativamente rica, mas como um filho mais jovem, ele não teria direito a receber a herança do patrimônio de seu pai. Como muitos antes e depois dele, decidiu ser um soldado, e em 1182 se juntou às forças militares de Jerusalém dos Cavaleiros Templários. Na época, Jerusalém e as regiões adjacentes foram, por décadas, ocupadas por um exército de cristãos franceses e alemães, mas a região toda sofria constantes ameaças dos muçulmanos sarracenos do lugar hoje conhecido por Síria.
De Sudeley não ficou em Jerusalém por muito tempo, porque foi enviado ao sul onde os Cruzados haviam construído uma série de fortes para proteger as rotas de comércio que passavam pelas Montanhas de Shara. Um deles ficava em Jebel Habis, uma plataforma rochosa que dava visão geral da cidade em ruínas de Petra, e foi para lá que Ralph de Sudeley foi enviado para comandar uma pequena unidade dos Templários que controlava o Vale de Edom. Mas sua permanência foi curta. Em 1187, o líder sarraceno Saladino conquistou Jerusalém e, dois anos mais tarde, forçou os Cruzados a abandonar as Montanhas de Shara. Em 1189, Ralph de Sudeley voltou para a Inglaterra.
O mais curioso era que, agora, de alguma forma, ele era um homem muito rico. Quando chegou em casa, de Sudeley logo comprou uma grande propriedade em uma área chamada Herdewyke, no condado de Warwickshire na região central da Inglaterra. Ali construiu uma mansão gigantesca, casou-se e formou uma família. Um ano depois, em 1190, o rei inglês Richard I (*) decidiu formar uma nova cruzada para retomar Jerusalém. Para financiar a campanha, Richard I exigiu dinheiro e homens de seus condes, e De Sudeley pôde colaborar com os dois pedidos em abundância.
{n.t. (*) Ricardo I- Coração de Leão (Oxford, 8 de setembro de 1157 — Châlus, 6 de abril de 1199) foi Duque da Aquitânia (1168-1199), Conde de Anjou, Duque da Normandia e Rei de Inglaterra (1189-1199). Ricardo é também conhecido por vários cognomes, entre eles Coração de Leão (Coeur de Lion, Lionheart), Oc et No (sim e não em língua provençal) e Melek-Ric (Rei-Ricardo) pelos muçulmanos do Oriente Médio, que usavam a sua figura para ameaçar as crianças que se portavam mal. Ricardo foi um dos líderes da Terceira Cruzada (1189-1192) e foi na sua época considerado como um herói.}
Ele não apenas tinha os recursos para contribuir com muito ouro para a empreitada, mas chegou até a construir um quartel em sua propriedade para treinar novos recrutas para o exército de Richard. Por ter sido um Templário, de Sudeley decidiu transformar seu campo de treino em uma instituição templária — um estabelecimento meio militar, meio religioso conhecido como uma preceptoria. Durante esse período, não existia nenhum tipo de exército permanente e profissional na Inglaterra, e em tempos de guerra, tropas eram financiadas por senhores feudais, proprietários de terras que conseguiam o número necessário de homens, armas e animais dentre seus arrendatários.
A maioria deles era enviada para as batalhas com pouco ou nenhum treinamento. A exceção, porém, podia ser vista nas ordens de guerreiros como a dos Cavaleiros Templários. Embora fossem chamados de cavaleiros, somente os oficiais Templários eram, de fato, cavaleiros em seu real sentido — homens de posições elevadas que recebiam honras do rei e eram treinados para lutar como soldados de uma cavalaria, fortemente protegidos com armaduras. Os soldados rasos da comissão de frente eram cavaleiros que vestiam armaduras mais simples, sendo que três quartos deles eram monges guerreiros e o restante era composto por homens comuns.
Uma preceptoria dos Templários era, portanto, um cruzamento estranho entre uma base militar e um mosteiro. Enquanto estavam lá, os monges levavam uma vida monástica de um lado do acampamento, enquanto que os homens comuns viviam em barracas tradicionais do outro lado da base. A partir dos registros de sobreviventes, fica claro que a preceptoria de Herdewyke era um estabelecimento gigantesco, que abrigava cerca de mil homens. Para alimentar, equipar e treinar um regimento como esse deve ter custado uma fortuna. De Sudeley era, evidentemente, um homem muito rico.
No entanto, quando se juntara aos Cruzados uma década antes era um homem de meios modestos. O prédio local do Feet of Fines, registros contemporâneos de ações de terras e propriedades, mostra que toda a família de De Sudeley não teria condições de ter financiado todo o projeto. Então, onde teria ele conseguido tanto dinheiro? Poderia ter sido dos roubos e saques contra os árabes ou através da cobrança de um imposto dos mercantes que viajavam pelo Vale de Edom. Entretanto, o Feet of Fines arquivado no Departamento de Registros de Warwickshire indica que o patrimônio de De Sudeley incluía relíquias sagradas de grande valor trazidas do Oriente Médio.
Uma escrituração feita no ano de 1192 fazia uma menção de certos objetos sacros — artefatos sagrados — que ficavam guardados na capela da preceptoria de De Sudeley. Infelizmente, nenhum detalhe específico era dado, a não ser o fato de os peregrinos doarem grandes somas de dinheiro para a preceptoria quando visitavam a capela para ver os objetos. Visto que os documentos oficiais do século XII eram freqüentemente escritos em francês, o termo objets sacrés era a forma comum de se descrever relíquias sagradas conquistadas durante as Cruzadas. Se De Sudeley de fato possuía essas relíquias, elas, de alguma forma, explicariam sua riqueza repentina e misteriosa: na época, relíquias santas eram um bom investimento.
Geralmente, relíquias sagradas eram os antigos restos de santos — seus ossos ou, em alguns casos, um membro mumificado. Acreditava-se que as relíquias tinham poder divino; podiam curar doenças, proteger contra o mal e conquistar um bem-estar espiritual. Na Idade Média, entre os séculos X e XIV, as relíquias eram muito valiosas e muito procuradas por toda a Europa católica, e sua aquisição tornou-se uma obsessão internacional. Em toda a Europa, relíquias eram expostas em santuários públicos para serem visitadas por milhares de peregrinos na esperança de conseguir ajuda, cura ou milagres quando estavam próximos dos restos de um santo.
Peregrinos se preparavam para pagar para ver ou tocar as relíquias, e grandes fortunas eram doadas aos mosteiros, abadias e catedrais que tinham os ossos dos santos mais conhecidos. Geralmente, um centro religioso ficava rico e poderoso apenas com os lucros de suas relíquias. Um ótimo exemplo é o Convento de Glastonbury no sudoeste da Inglaterra. As ruínas do convento são datadas do final do século XII e dão indícios da grandiosa estrutura que substituía prédios ainda mais antigos destruídos por um incêndio em 1184. Após o incêndio, a abadia precisava, desesperadamente, de fundos para sua reconstrução, e a única maneira garantida para se conseguir o dinheiro seria atraindo grandes números de peregrinos.
Em 1190, durante as reformas das ruínas do convento, os monges afirmaram ter descoberto, em suas fundações, os ossos de no mínimo três santos famosos. As relíquias foram colocadas em exposição e atraíram generosas doações de multidões de adoradores. O convento ficou tão rico que foi reconstruído como um dos mais esplêndidos do país. As relíquias sagradas não incluíam apenas restos do corpo. As relíquias mais prestigiadas eram artefatos que acreditavam estar associados à Bíblia. Artigos relacionados a Jesus — como por exemplo, lascas da cruz e do famoso Santo Sudário, no qual dizem que o corpo crucificado de Cristo foi enrolado — atraíam milhares de peregrinos.
De mesmo valor eram as relíquias do Antigo Testamento, como por exemplo um anel que diziam ter pertencido a Salomão que ficava guardado na Catedral de Lucca, na Itália e uma pedra preciosa que afirmavam ter vindo do punho da espada do Rei Davi que ficava exposta na Catedral de Valência, na Espanha. A maioria dessas supostas relíquias era doada ou vendida para a Igreja pelos Cruzados que voltavam da Terra Santa, e os caçadores de tesouros mais prolíficos eram membros das ordens dos cavaleiros Cruzados como os Templários. Um ótimo exemplo são os chamados utensílios sagrados de Chipre.
O Antigo Testamento se refere aos israelitas fazendo pratos, colheres e tigelas de ouro puro para serem usados no tabernáculo (Ex 25:29), e no fim do século XIII, uma outra ordem de cavaleiros Cruzados, os Cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém, que afirmavam ter descoberto esses artefatos próximo à cidade de Acre (atual Akka na costa norte de Israel) e trazido-os para a Catedral de São Nicolau na ilha de Chipre. Ali, atraíram milhares de peregrinos por dois séculos — até que Ottoman Turks dominou a catedral e a transformou em uma mesquita. A julgar pelos registros do Feet of Fines, parecia que Ralph De Sudeley afirmara ter encontrado relíquias semelhantes.
Uma outra referência aos artigos da capela de Herdewyke descreve-as como Vestiges d’ancien Testament — literalmente, “Relíquias do Antigo Testamento.” A pergunta era: seriam esses, os mesmos tesouros supostamente descobertos no Vale de Edom? Infelizmente, os registros do Feet of Fines, ou qualquer outro registro contemporâneo que consegui descobrir, não especificavam quais eram, na realidade, as relíquias sagradas de De Sudeley. Podiam ser vasos do Templo de Jerusalém, lascas da cruz ou qualquer outra coisa! No entanto, registros existentes de cerca de 1600 falavam de uma tradição local que dizia que os Templários de Herdewyke haviam escondido algum tipo de tesouro quando foram forçados a se separar no século XIV.
No início de 1300, havia centenas de preceptorias dos Templários por toda a Europa, e muitas delas haviam se tornado excepcionalmente ricas. Embora suas riquezas fossem provenientes de roubos realizados pelas Cruzadas, os Templários acumularam mais dinheiro e poder ao alugar algumas terras e atuarem como alguns dos primeiros banqueiros da Europa católica. No início do século XIV, temendo seu poder e influência, o Papa ordenou que a ordem dos Templários fosse dissolvida. Na Inglaterra, porém, o Rei Edward II não aceitou a ordem e permitiu que continuassem a existir, principalmente pelo fato de desfrutar de seu apoio financeiro.
Em 1322, no entanto, quando se recusaram a continuar financiando o rei inglês, ele ordenou que os Templários fossem presos e suas propriedades, capturadas. Com a morte de Ralph De Sudeley, a preceptoria de Herdewyke fora deixada como herança para a ordem dos Templários, e ainda existiam na época da ordem do rei Edward. Sendo assim, seus bens foram tomados pela coroa — ou, pelo menos, uma parte do tesouro, se é que podemos acreditar em uma lenda local. De acordo com o que historiador de Warwickshire, William Dugdale, escreveu em 1656, o explorador elisabetano Sir Walter Raleigh visitou Herdewyke em 1600 e ficou sabendo de uma história a respeito dos Templários terem escondido um tesouro na região.
Por uma razão ou outra, Raleigh levou a história a sério e passou meses procurando pelo tesouro. Convenceu sua rica esposa (Elizabeth Throckmorton, Dama de Honra da Rainha Elizabeth I) a comprar o patrimônio de Herdewyke e fez com que um grupo de homens escavasse as ruínas da preceptoria dos Templários. No entanto, mais uma vez, não havia detalhes específicos acerca do suposto tesouro. Por alguns meses, minhas pesquisas não apresentaram nenhum resultado. Não havia como saber se a história da descoberta dos Cruzados no Cofre em Petra na Jordânia era mais que apenas um conto imaginário.
Também não tinha como descobrir se a suposta descoberta tinha qualquer ligação com as relíquias que, aparentemente, ficaram guardadas na capela da preceptoria de Herdewyke, nem tampouco podia saber se o tesouro que Walter Raleigh havia procurado incluía essas relíquias. Ainda que todos esses tesouros fossem o mesmo, eu não fazia a menor idéia se a Arca da Aliança teria estado entre eles. Já havia quase decidido arquivar todo o caso quando descobri algo que, repentina e inesperadamente, me colocou diante de uma perspectiva totalmente nova.
Estava realizando uma pesquisa para um documentário britânico a respeito do lendário herói Robin Hood quando encontrei uma referência de um historiador amador do século XIX, que acreditava que o fora-da-lei da fábula tinha sido uma figura histórica que foi enterrado no pátio da igreja local. O historiador, Jacob Cove-Jones, era do vilarejo de Loxley de Warwickshire, e um vilarejo com o mesmo nome é citado em alguns dos mais antigos contos de Robin Hood. Depois de decidir que aquela era uma teoria que merecia ser analisada, comecei a ler sobre o passado de Cove-Jones.
Ao que tudo indicava, ele era um senhor feudal rico que tinha uma paixão pela história local e dedicou grande parte de sua vida no fim de 1800 e início de 1900 para investigar as lendas populares de Warwickshire. Embora estivesse procurando informações relacionadas a Robin Hood, fiquei surpreso ao descobrir que uma das lendas populares que Cove-Jones investigara mencionava o lendário tesouro supostamente escondido pelos Templários de Herdewyke. Ele, obviamente, havia ficado sabendo do relato da busca de Walter Raleigh e decidiu continuar a procurar. Como Herdewyke ficava a poucos quilômetros de onde ele morava, Cove-Jones passou muitos meses estudando a área em busca de evidências que pudessem substanciar a lenda.
Por fim, chegou a conclusão não somente de que o tesouro era real, mas também de que os Templários haviam deixado pistas que revelavam seu esconderijo secreto. Cove-Jones estava convencido de que essas pistas haviam sido deixadas em uma série de pinturas nas paredes de uma igreja da redondeza — a medieval Igreja de Todos os Santos no vilarejo de Burton Dassett, a cerca de três quilômetros de Herdewyke. A igreja havia sido construída pelos Templários de Herdewyke, alguns dos quais conseguiram sobreviver à ordem de extinção em 1322 tornando-se forasteiros, quando Edward II mandou prender os soldados Templários e tomou posse de suas terras e propriedades.
Cinco anos depois, em 1327, os Templários de Herdewyke ajudaram a depor ao rei Edward ao ajudarem sua rainha, Isabella da França, que colocou seu filho Edward III no trono inglês como um rei marionete. Por gratidão, esses Templários receberam sua anistia, mas suas terras não foram devolvidas. Como sua preceptoria permaneceu sob possessão de sua ordem rival, os Cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém, os Templários conseguiram o dinheiro para construir uma nova igreja em Burton Dassett. Agora, uma ordem puramente religiosa (os Cavaleiros Templários há muito tempo tinham deixado de ser uma poderosa organização militar), os homens pediam às igrejas por suas doações.
Infelizmente, esses Templários pacíficos não sobreviveram por muito tempo. Em 1350, eles, e toda a comunidade de Burton Dassett foram dizimados pela Peste Negra. A Peste Negra, ou peste bubônica — a doença fatal que se espalha através de pulgas como vetor com a ajuda de ratos e seres humanos — começou na Ásia e viajou para a Europa por navios mercantes, chegando à Inglaterra em 1348. Nos três anos seguintes, a doença matou mais de um milhão de pessoas — mais de um terço da população da Inglaterra na época. Poucas pessoas que contraíram a peste conseguiram sobreviver, e cidades e vilarejos inteiros foram totalmente varridos pela doença. Burton Dassett, com seus estimados oitocentos habitantes, não foi uma exceção.
Foi durante esse tempo difícil, que Jacob Cove-Jones acreditava que os Templários esconderam suas relíquias sagradas e deixaram pistas na esperança de que futuras gerações pudessem encontrá-las. Não fui capaz de encontrar nada que indicasse o porquê de Cove-Jones achar que os quadros da Igreja de Burton Dassett apresentavam essas pistas, mas decidi que valia a pena averiguar o caso. A propriedade de Herdewyke ocupava cerca de quinze quilômetros quadrados e incluía uma região de terras baixas hoje conhecida como Temple Herdewyke, em homenagem aos Templários que viveram ali, e as Colinas de Burton Dassett que se erguem a mais de trezentos metros ao sudeste da vila. Situada próximo ao centro da Inglaterra e a apenas alguns quilômetros ao leste da cidade natal de William Shakespeare, Stratford-upon-Avon, Temple-Herdewyke e as Colinas de Burton Dassett são hoje habitadas por alguns pequeninos vilarejos esparsos e algumas fazendas pequenas.
Nada resta do antigo quartel templário ou dos prédios monásticos, mas de maneira impressionante, a capela da preceptoria ainda existe. A estrada de terra que nos leva até as Colinas de Burton Dassett do noroeste passa bem em frente dela, e quando vi o lugar pela primeira vez não consegui acreditar em meus olhos.
Estava marcada no mapa como uma capela em ruínas, mas em vez do prédio eclesiástico que esperava encontrar, o lugar estava sendo usado como um curral para o gado. Placas de metal de ferro amassadas e enferrujadas bloqueavam o que antes era a entrada principal, e do lado de dentro, vacas caminhavam por entre fardos de feno.
Tendo conseguido permissão do fazendeiro para entrar no local, examinei aquele espaço úmido e sujo, com cerca de seis metros de largura por quinze metros de comprimento, tentando imaginar como seria aquele lugar na época de De Sudeley. No passado, a capela, provavelmente, ficava cheia de monges entoando seus cantos num lugar com cheiro de incenso; agora o local fedia a estrume de gado e ecoava com os mugidos das vacas.
A capela ainda tinha um pouco de seu passado eclesiástico, visto que as molduras góticas das janelas de tijolos haviam, de alguma forma, sido preservadas. Nada, porém, restava dos ornamentos interiores, com exceção do altar de pedra, que ainda estava erguido contra a parede leste e era agora usado como uma gamela para alimentar animais. Era difícil imaginar que há oito séculos, relíquias sagradas ficavam expostas ali atraindo peregrinos de todas as partes do país.
Entretanto, essa não era a igreja que tinha os quadros que Jacob Cove-Jones acreditava mostrar pistas acerca do paradeiro do tesouro de Herdewyke. Essa igreja ficava a dois quilômetros e meio ao sudeste, nas Colinas de Burton Dassett.
Diferente da capela em ruínas em Temple-Herdewyke, a Igreja Templária de Todos os Santos de Burton Dausset não apenas está bem preservada, como continua sendo usada nos dias de hoje. Ela fica na vertente da margem do pequeno vilarejo de Burton Dausset, em homenagem ao qual a cidade ganhou seu nome. Ao norte dali vemos colinas verdes e pedregosas onde coelhos correm livres e ovelhas pastam tranqüilas, e ao sul, vemos clareiras cobertas de árvores que ecoam com as canções dos pássaros. A julgar pelo tamanho da igreja, deduzimos que foi construída para uma grande congregação. Após a Peste Negra, porém, poucas pessoas voltaram para recolonizar a área, e hoje, a igreja tem sorte se receber mais que uma dúzia de adoradores para a missa do domingo.
Enquanto caminhava pelo interior da igreja, meus passos ecoando contra suas paredes frias de pedras, remoia em meus pensamentos a teoria de Cove-Jones. Se os Templários de Herdewyke estavam de posse das relíquias sagradas que conseguiram evitar que fossem levadas por Edward II, faria sentido, então, que tivessem escondido os artefatos na época da peste bubônica. Como a população do interior da Grã-Bretanha não costumava viajar muito na Idade Média, a Peste Negra demorou bastante tempo para chegar nos condados centrais como Warwickshire. Ela começou nos portos litorâneos e conquistou seu caminho para o interior durante o período de um ano ou mais.
Os poucos viajantes que as pessoas de Burton Dassett encontravam, devem ter lhes falado a respeito da terrível doença que estava tirando a vida de muitas pessoas em vários lugares. Não seria de se estranhar que, sabendo que seu fim estava próximo, os Templários tivessem escondido seus bens preciosos na esperança de preservá-los intactos. Na verdade, há notícias de que muitas comunidades monásticas tenham feito exatamente a mesma coisa. Uma série de tesouros com vasos de ouro e prata foram encontrados por arqueólogos com o passar dos anos, peças que acreditavam ter sido escondidas por monges ameaçados pela praga. Se Cove-Jones estivesse certo, porém, os Templários de Herdewyke tinham feito algo diferente: haviam deixado pistas para que o esconderijo fosse encontrado.
Não demorei muito tempo para encontrar os quadros que ele acreditava possuir essas pistas. De ambos os lados da janela norte do transepto havia antigos desenhos desbotados do que pareciam ser reis. Por sorte, a igreja tinha um livro guia que nos contava uma história resumida do prédio, e ao lê-lo, fiquei sabendo que as pinturas eram exclusivas.
Datavam de aproximadamente 1350, o mesmo ano da Peste Negra, e foram preservadas porque ficaram cobertas por vários séculos. Após a Peste Negra, a igreja fora abandonada por alguns anos antes de voltar a ser usada como uma igreja católica romana. Durante a Reforma Inglesa no século XV, o lugar foi tomado pela Igreja Protestante da Inglaterra e se transformou na igreja da comunidade anglicana do distrito.
Por preferirem locais de adoração simples, ao invés de paredes e quadros decorativos, o movimento protestante da época passou gesso por cima das decorações antigas. No entanto, durante as reformas no prédio em 1890, o gesso foi retirado das paredes internas e as pinturas foram reveladas. Escondidas há séculos, em ambas as laterais da janela norte do transepto, podia-se ver desenhos brutos de duas figuras humanas que usavam coroas, cada uma delas cercada por uma série de desenhos espirais estranhos particulares da arte cristã medieval. O significado das pinturas confundira estudiosos, mas Cove-Jones logo convenceu-se de que eram um tipo de código secreto.
Não consegui descobrir por que Cove-Jones decidira que esses murais continham uma mensagem codificada, mas pode muito bem ter sido uma dedução lógica. A lenda registrada por William Dugdale no século XVII dizia que os Templários de Herdewyke haviam escondido o tesouro. O relato de Dugdale não mencionava as relíquias sagradas, mas Cove-Jones pode ter somado dois mais dois depois de ficar sabendo a respeito desses artefatos mencionados no registro do Feet of Fines, e chegado à conclusão de que o lendário tesouro e as relíquias dos Templários eram a mesma coisa.
Ele pode, também, ter percebido a ligação entre a chegada da Peste Negra e a criação dos enigmáticos murais do transepto em 1350 e deduzido que guardavam o segredo que levava até o tesouro escondido, simplesmente porque eram misteriosos demais e por serem, curiosamente, datados do mesmo período. No entanto, havia também a possibilidade de ele ter descoberto algo que os especialistas não sabiam. Ao olhar para os murais, percebi que pareciam conter simbolismos dos Templários. As figuras de ambos os lados da janela eram imagens avermelhadas enferrujadas e gastas pelo tempo, mas ainda eram claras o suficiente para que eu pudesse ver que as pessoas coroadas nos desenhos estavam segurando algo em suas mãos.
A pessoa da direita era um homem de barba que vestia uma túnica e examinava o que parecia ser algum tipo de cálice coberto. O homem da esquerda também usava uma túnica e tinha barba, mas estava segurando uma cabeça cortada. Uma cabeça decepada era algo certamente associado aos Cavaleiros Templários. Quando o rei francês Philip IV ordenou que os Templários fossem presos em Paris em 1307, muitos deles foram levados a julgamento por heresia. Durante esses julgamentos, uma das muitas acusações levantadas contra eles era o fato de venerarem uma cabeça cortada. Várias testemunhas disseram ter visto a cabeça que era chamada de Baphomet, que era vista como sendo algum tipo de demônio.
Sob torturas excruciantes, alguns Templários confessaram adorar a cabeça demoníaca, mas historiadores descobriram poucas evidências de que os Templários estavam, na verdade, envolvidos com práticas hereges, e muitos acreditam que as acusações de adoração do demônio são totalmente falsas. A maioria dos Templários era de devotos, ao ponto de serem considerados cristãos fanáticos, e é muito mais provável que sua cabeça cortada fosse o membro de um santo, talvez. Algumas pessoas sugerem, a suposta cabeça de São João Batista. O que quer que fosse, os Templários, desde então, passaram a ser associados com a cabeça decepada, e o mural da janela mostrava alguém segurando uma. A outra pessoa segurava um cálice, e os Templários também eram conhecidos por serem associados com uma famosa taça — o Santo Graal — a taça que dizem ter sido usada por Jesus na Ultima Ceia.
Embora não existam provas documentárias de que os Templários afirmassem estar de posse do Graal, muitas lendas medievais afirmavam isso por eles. Um poeta alemão, Wolfram von Eschenbach, em sua história épica Parzival de 1205, na realidade, retratava os Templários como os guardiões do Graal. Jacob Cove-Jones poderia certamente ter interpretado as imagens do mural como se tratando de simbolismos dos Templários. No entanto, não pude ver nada que pudesse ter lhe dado a idéia de que se tratassem de pistas a respeito do paradeiro de um tesouro escondido. Talvez as relíquias que os Templários de Herdewyke possuíam tivessem incluído a cabeça de um santo e um cálice sagrado, mas parecia não haver nada nas pinturas que indicasse a presença de códigos, a menos que tivesse alguma ligação com os enigmáticos desenhos espirais vermelhos que estavam pintados acima e abaixo de cada uma das figuras.
Mais tarde naquele mesmo dia, visitei o museu do condado na cidade vizinha de Warwick, para descobrir se havia registros de alguma pesquisa recente realizada nos murais. Pelo que pude ver, ninguém parecia ter prestado muita atenção nelas há anos. Quanto a teoria de Jacob Cove-Jones, parecia ter sido completamente desconsiderada pelos acadêmicos. No entanto, um dos funcionários do museu que conhecia a lenda do tesouro de Herdewyke, sugeriu que eu conversasse com um dos descendentes de Cove-Jones, um homem chamado Sr. David Baylis, um historiador local. Como o Sr. Baylis morava na redondeza, visitei-o naquele fim de tarde somente para descobrir que ele também não acreditava muito na teoria de seu ancestral. Contudo, ele foi bastante cordial e me contou tudo que sabia a respeito do trabalho de Jacob Cove-Jones.
Obviamente, Cove-Jones não apenas afirmava ter solucionado o mistério dos murais, como também jurava ter encontrado alguns dos tesouros dos Templários. Infelizmente, porém, ele apresentou somente um dos arte-fatos como prova disso, um objeto que o Sr. Baylis ainda tinha em sua casa. Era uma escultura com dez centímetros de altura de uma mão humana, feita de chumbo e ornada com um pedaço circular de azeviche preto na palma. Sobre o azeviche havia um desenho espiral feito de prata, semelhante aos espirais desenhados nos murais da igreja. O artefato foi, ao que parece, descoberto em um pequeno compartimento, escondido atrás das pedras de fundação de um poço medieval sagrado que fica ao lado da Igreja de Burton Dassett.
A princípio, o museu do condado se interessou pela descoberta e a datou como do século XIV, mas seu propósito continuou sendo um enigma porque nenhum outro artefato parecido fora encontrado em outro lugar na Inglaterra. Por fim, quando Cove-Jones se recusou a explicar como os murais tinham-no levado à descoberta, o museu começou a questionar o caso e acabou acusando-o de estar perpetrando uma mentira. Ao que tudo indica, chegaram à conclusão de que ele havia adquirido a mão de chumbo na loja de antiguidades, embora a acusação jamais tenha sido comprovada.
“Seguindo a orientação do museu, as autoridades da Igreja de Burton Dassett também não se interessaram pela mão de chumbo, e foi assim que o artefato permaneceu sob posse da família”, disse o Sr. Baylis. “De qualquer forma, Jacob não aceitou a difamação imposta à sua reputação, e quando, mais tarde, afirmou ter encontrado outras relíquias escondidas, recusou-se a mostrá-las para outras pessoas.” “Você duvida mesmo que ele tenha encontrado essas relíquias?” eu perguntei. O Sr. Baylis sorriu. “Eu acho que tudo não passava de um esquema inventado por ele para se vingar de seus críticos.”
O Sr. Baylis explicou que Cove-Jones havia anunciado ter encontrado outras relíquias dos Templários: três pedras preciosas e uma outra peça que ele descreveu apenas como “uma descoberta de imensa importância”. Ao invés de mostrá-las a alguém, decidiu escondê-las em novos locais e deixou uma série de pistas, criadas por ele mesmo, que levavam ao seu paradeiro. O Sr. Baylis acreditava que seu ancestral esperava conseguir irritar o museu e provocar o interesse geral por seu trabalho, mas não acreditava, nem por um segundo, que ele tivesse encontrado os artigos, como afirmava. Apesar de tudo, ele achava que Cove- Jones tinha escondido alguma coisa, visto que tinha investido muito tempo e dinheiro para criar suas pistas.
As pistas de Jacob Cove-Jones eram, sem dúvida, algo fascinante, e incluíam um papel onde ele escrevera a respeito do lendário tesouro, uma cópia do original que ainda estava sob posse do Sr. Baylis. Embora o papel não conseguisse explicar como ou onde descobrira as pedras ou os demais artefatos misteriosos, ele listava as pistas que levavam até onde dizia tê-las escondido pela segunda vez — aparentemente, em quatro diferentes locais, em algum lugar na região. As pistas estavam divididas em duas partes: a primeira na forma de três versos da Bíblia, e a segunda em uma figura codificada na forma de um vitral que Cove-Jones havia encomendado para um amigo local chamado Bertram Lamplugh, pedindo que o fizesse de acordo com suas instruções. Quando o trabalho foi terminado, em 1907, o vitral foi doado e colocado na igreja paroquial no vilarejo vizinho de Langley.
“Jacob morreu mais tarde naquele mesmo ano e o segredo foi levado com ele para o túmulo”, disse o Sr. Baylis. “Alguns de meus ancestrais o levaram a sério e tentaram solucionar a charada, mas pelo que sei, ninguém teve sucesso.” Apesar de o Sr. Baylis não acreditar que as supostas relíquias tivessem qualquer ligação com o tesouro dos Templários, ele achava que, se pudesse decifrar corretamente os códigos de Cove-Jones, poderia encontrar três pedras preciosas e alguma outra coisa que escondera. Mas o Sr. Baylis, obviamente, não queria que eu ficasse animado demais com o que ouvia.
“Ele, provavelmente, apenas comprou as pedras de algum joalheiro, e o outro artefato que escondeu, em alguma loja de antiguidades ou qualquer outro, e tinha esperança de que, se alguém os encontrasse, seriam aceitos como relíquias genuínas.”
“Essas três pedras preciosas que ele dizia ter encontrado. Que tipo de pedras eram?” eu perguntei. “Uma era uma ônix, um jaspe e a outra era um berilo”, ele disse, buscando a informação nos papéis de Cove-Jones. O Sr. Baylis tinha quase me convencido de que a história de Jacob Cove- Jones não me levaria a lugar algum e que não linha nenhuma ligação com o tesouro dos Templários e que, certamente, não tinha nada a ver com minha pesquisa em busca da Arca perdida. No entanto, ele , de repente, disse algo que chamou minha atenção.
“As pedras eram ônix, jaspe e berilo!?” eu perguntei. “Sim, isso quer dizer alguma coisa?” “Não tenho certeza,” eu disse, não querendo me comprometer sem antes ter certeza do que estava pensando.
O Sr. Baylis me deu uma cópia das referências bíblicas de Cove-Jones e fui embora com a promessa de que o manteria informado se descobrisse algo novo. Até agora, não havia nada com relação ao mistério do tesouro de Herdewyke que especificamente estabelecesse uma ligação entre ele e a suposta descoberta dos Cruzadores no Vale de Edom. O registro do Feet of Fines não especificava quais eram as relíquias na preceptoria de Herdewyke; o relato de William Dugdale da busca de Raleigh não dizia de que consistia o tesouro lendário; e não havia nenhuma prova de que Cove-Jones tivesse encontrado alguma coisa. No entanto, os tipos de pedras preciosas que Cove-Jones afirmava ter encontrado, de fato, se encaixavam com a história bíblica da Arca da Aliança.
A história relacionada a Johannes Burckhardt se referia aos Cruzadores como tendo encontrado “pedras preciosas” com um “baú dourado” em uma caverna no pé da montanha Jebel Madhbah. Eu já havia considerado a possibilidade de que essas pudessem ser as Pedras de Fogo. Aparentemente, o poder da Arca só podia ser controlado com as Pedras de Fogo, que ficavam sempre guardadas junto da Arca. Elas, originalmente, eram colocadas no peitoral do sacerdote supremo, descrito em detalhes no livro do Êxodo, como um desenho quadrado feito de linho dourado retorcido e ornado com doze pedras preciosas dispostas em quatro fileiras.
De acordo com o relato do Êxodo, as três pedras da fileira de baixo eram “um berilo, e uma ônix, e um jaspe” — exatamente os mesmos tipos de pedras que Jacob Cove-Jones afirmava ter encontrado. Podia ser apenas uma coincidência, mas parecia estranho que Cove-Jones tivesse escolhido essas pedras se ele tinha inventado a história toda. Se Cove-Jones estava sendo sincero, e os murais dos Templários tinham-no levado a encontrar uma ônix, um jaspe e um berilo, sua descoberta, então, seria a mais próxima ligação entre o achado dos Cruzados com o tesouro do Templo escondido por Jeremias.
O livro de Macabeus dizia que a Arca fora escondida em uma caverna na Montanha de Deus, uma montanha que parecia ser Jebel Madhbah; os Templários, comandados por Ralph de Sudeley haviam, supostamente, encontrado um baú dourado e pedras preciosas em uma caverna em Jebel Madhbah; Ralph de Sudeley possuía o que diziam ser relíquias do Antigo Testamento em sua capela; e Cove-Jones afirmava ter encontrado algumas dessas relíquias, incluindo três pedras preciosas que eram correspondentes a três das Pedras de Fogo.
Naturalmente, tudo podia não passar de um grande balaio de gato. Jacob Cove-Jones poderia estar mentindo. Eu precisava dar uma olhada no mural da Igreja de Langley, mas antes disso, decidi averiguar algo que poderia indicar se Cove- Jones tinha inventado suas supostas descobertas. Ele afirmava ter encontrado a mão de chumbo em um compartimento secreto no velho poço sagrado que ficava próximo à Igreja de Burton Dassett. Fazer uma análise da estrutura talvez pudesse revelar se Cove-Jones estava mentindo ou dizendo a verdade a respeito de sua descoberta.
Se ele de fato achara a mão de chumbo, poderia muito bem estar dizendo a verdade sobre as demais relíquias que afirmava ter encontrado. Eu esperava, sinceramente, que tudo fosse real; não conseguia deixar de pensar a respeito do que poderia ser sua “descoberta de imensa importância”. Seria a Arca da Aliança?
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