Um deles deve ter oferecido mais concessões ao outro…O assessor do Kremlin, Yury Ushakov, confirmou nessa quinta-feira que Putin e Trump poderão se encontrar já na semana que vem, após a reunião “altamente produtiva” de três horas do enviado especial dos EUA Steve Witkoff com seu chefe.
Fonte: De autoria de Andrew Korybko via Substack
Um local também já foi definido. Poderá ser nos EAU-Emirados Árabes Unidos.
Isso aconteceu um dia antes do término do prazo reduzido de Trump para Putin. Ainda não está claro se Trump imporá mais sanções à Rússia e tarifas de até 100% aos seus parceiros comerciais, mas ele acabou de dobrar as tarifas da Índia para 50% no mesmo dia.
De qualquer forma, a questão que está na cabeça de todos é quem é responsável pela próxima cúpula entre Putin e Trump, ou seja, qual deles ofereceu mais concessões ao outro e por quê.
Acontecendo pouco antes do término do prazo de Trump para Putin, alguns observadores acreditam que este último esteja capitulando, mas também é possível que a teoria do “TACO” (“Trump Always Chickens Out”) seja comprovada. Há vários argumentos a favor e contra cada uma dessas duas “escolas” de pensamento.
Esta análise aqui do início de março enumerou os cinco motivos pelos quais Putin pode concordar com um cessar-fogo e os cinco motivos pelos quais ele pode não concordar.
Quanto ao porquê ele poderia aceitar um cessar-fogo:
- A Rússia quer evitar uma dependência desproporcional da China;
- quer também antecipar-se à China com a “Nova Détente”;
- a “Nova Détente” poderia revolucionar geopoliticamente o mundo;
- termos adicionais (e até secretos) podem ser anexados ao cessar-fogo;
- e Putin pode realmente acreditar que Trump está falando sério sobre uma escalada ainda maior.
Ao mesmo tempo, ele ainda pode se manter firme em sua oposição a um cessar-fogo, a menos que seus termos de junho de 2024 sejam cumpridos primeiro porque:
- A Rússia quer libertar todos os territórios ocupados;
- as linhas de frente podem entrar em colapso em breve, em benefício da Rússia;
- A Rússia quer evitar que forças de paz ocidentais sejam enviadas para a Ucrânia;
- parte do público russo não quer um cessar-fogo;
- e Putin pode realmente acreditar que Trump está blefando sobre uma escalada ainda maior, segundo a teoria do “TACO”.
Isso nos leva aos motivos pelos quais Trump pode oferecer mais concessões a Putin. Resumidamente, isso pode ocorrer porque ele:
- avaliou sobriamente o risco de escalada resultante e decidiu sabiamente ir contra ele;
- consequentemente, livrou-se da influência perniciosa dos belicistas de Washington DC ao seu redor, como Lindsey [“Lady G”] Graham ;
- está finalmente disposto a coagir [o marionete] Zelensky a fazer as concessões de paz exigidas por Putin;
- espera que ele tenha sucesso e que nem seus novos vassalos da UE e do Reino Unido sabotarão isso;
- e espera ganhar o Prêmio Nobel da Paz como resultado.
“PUTIN E TRUMP PODEM SE ENCONTRAR EM DUBAI, EAU “Os EAU são um dos lugares adequados para o encontro [com Trump]”, disse Vladimir Putin, presidente da Rússia, durante seu encontro com Mohammed bin Zayed, dos EAU, no Kremlin”.
Por outro lado, ele ainda pode se manter firme em sua oposição à coação de Zelensky às concessões de paz exigidas por Putin porque ele:
- acredita que qualquer nova escalada seria administrável;
- ainda está sob a influência de belicistas como Lindsey [“Lady G”] Graham;
- acredita que pode coagir Putin a fazer concessões;
- espera que seus novos vassalos da UE e o Reino Unido contribuam para seus potenciais planos de escalada;
- e espera ganhar o Prêmio Nobel da Paz se conseguir que Putin concorde com um acordo totalmente desequilibrado.
Todos descobrirão em breve se foi Putin ou Trump quem calculou mal ao não encerrar o conflito antes, mas não devem esquecer que, embora “a China possa não querer que a Rússia perca, ela também pode não querer que a Rússia ganhe”.
Dessa forma, a China pode tentar antecipar-se à Rússia e firmar uma “Nova Détente” com os EUA, o que poderia desacelerar ou até mesmo compensar o “Retorno à Ásia Oriental” de Trump.
Tudo o que se sabe com certeza é que a próxima semana revelará muito sobre os fatores que impulsionam as políticas desses três mestres da negociação.
