De acordo com a Bloomberg, as autoridades brasileiras estão apreendendo quantidades recordes de cocaína que circulam pelos rios navegáveis da Amazônia, enquanto os traficantes exploram as crescentes rotas comerciais fluviais para exportação de petróleo e produtos agrícolas.
Fonte: Zero Hedge
Em abril, o chefe de polícia Murilo Sampaio interceptou barcaças que viajavam do campo petrolífero de Bretaña, no Peru, operadas pela PetroTal Corp. Cães farejadores de drogas detectaram um compartimento oculto: “Até então, tudo estava bem”, disse Sampaio. “Mas quando os cães subiram a bordo, conseguiram identificar um odor.” Mais de meia tonelada de cocaína foi apreendida e seis tripulantes foram presos.
Dados estaduais mostram que as apreensões de cocaína no Amazonas praticamente triplicaram em dois anos, chegando a 15 toneladas em 2023. As forças de segurança afirmam que isso representa apenas uma fração dos narcóticos que seguem para o leste pela Rota do rio Solimões — a rede fluvial que transporta cocaína do Peru e da Colômbia para os portos brasileiros no Atlântico e, de lá, para a Europa e a Ásia, além do crescente mercado interno brasileiro.

O aumento do tráfego de barcaças ligado às exportações de soja e petróleo tem dado mais cobertura aos traficantes. A polícia afirma que pelo menos três grandes apreensões desde meados de 2023 envolveram barcaças transportando petróleo bruto do campo de Bretaña.
A PetroTal e a empresa de comercialização de energia Novum Energy afirmam que aplicam rigorosamente as normas e têm “tolerância zero” para atividades ilegais, e as autoridades não acusaram as empresas de irregularidades.
A Bloomberg escreve que gangues, incluindo o Comando Vermelho, dominam grande parte da hidrovia e estão se expandindo para comunidades remotas, trazendo violência, caça ilegal e uso indevido da terra. “Estamos falando de centenas de rios”, da maior bacia hidrográfica do planeta, disse o tenente da polícia militar João Maciel Rosa. “Apenas entre 3% e 5% das terras fronteiriças são policiadas.”
O aumento do tráfico de cocaína está se tornando um ponto de tensão diplomática. O presidente Trump fez das operações agressivas de combate ao narcotráfico um pilar central de sua estratégia para a América Latina, incluindo ataques militares contra supostos barcos de narcotráfico e pressão sobre governos regionais.

Analistas afirmam que o crescente papel do Brasil no tráfico de cocaína pode se tornar moeda de troca em outras disputas, desde tarifas até divergências políticas. Um porta-voz do Departamento de Estado declarou que os EUA estão auxiliando o Brasil “a detectar e interceptar com mais eficácia essas atividades ilícitas nas principais vias navegáveis brasileiras”.
Enquanto o Brasil se prepara para sediar a cúpula climática COP30 na cidade de Belém perto da foz do rio Amazonas, autoridades alertam que traficantes estão se infiltrando cada vez mais em setores legítimos — do transporte marítimo e portuário à pecuária e mineração.
O aumento do patrulhamento e a criação de bases flutuantes nos rios não impediram os contrabandistas, que agora utilizam barcaças comerciais, lanchas rápidas armadas e plataformas semissubmersíveis para evitar a detecção.
“Não é possível, tática ou operacionalmente, vencer a guerra contra as drogas”, afirmou o analista Andrés Preciado. “As evidências que temos após cinco décadas mostram que o Estado não vence.”




Uma resposta
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