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A incrível tecnologia dos Antigos (2)

piramides-ufoO Enigma da Tecnologia Antiga 

A todos os cientistas-filósofos, de mente aberta, espalhados pelo mundo e que continuam a estudar, a aprender e a crescer. Possam eles nos levar até o infinito, e além. 

“E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base na evidência presente e, provavelmente, a sua será tão acertada quanto a minha”. Sherlock Holmes, a aventura da casa vazia.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)

Capítulo 2: OS MESTRES CONSTRUTORES DOS MEGÁLITOS


“Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados”. Aldous Huxley

“A verdade é uma só, mas o erro se prolifera. O homem o localiza e o retalha em pedacinhos, esperando transformá-los em grãos de verdade.” –  René Dauman, The Way of the Truth


Megalitomania

Lendas sobre esplendorosas civilizações antigas e sua destruição cataclísmica fazem parte de quase todas as culturas do mundo. O cético moderno pergunta: Bem, se houve civilizações altamente avançadas no passado, onde estão as provas, como máquinas e coisas do gênero? E não deveríamos ter encontrado as ruínas de suas cidades? A resposta é que tais provas existem, e centenas de cidades em ruínas já foram encontra­das acima e abaixo da água.

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Exploradores americanos e franceses fizeram uma descoberta monumental: uma imensa pirâmide de cristal, parcialmente translúcida, que se ergue desde o fundo do mar das Caraíbas – a sua origem, idade e propósito são completamente desconhecidos. 

A idéia de que o homem era primitivo no passado e de que o presente representa o apogeu da civilização em nosso planeta é razoavelmente bem-aceita no Ocidente, porém outras culturas vêem a história como um processo cíclico, e nossa sociedade atual como fruto do declínio de uma antiga era áurea. O passado legou cidades megalíticas, construídas para durar milha­res de anos. Quão primitivos devemos imaginar terem sido esses povos?

No mundo todo existe uma espécie de construção megalítica chamada “atlante” por pesquisadores que acreditam em civilizações avançadas no passado. Geralmente, é uma construção que emprega gigantescos blocos de pedra, como granito cristalino. Imensos blocos são encaixados sem argamassa em estilo poligonal, que une os blocos pesados em ziguezague. Essas paredes poligonais interligadas resistem a terremotos porque se movimentam junto com a onda de choque do sismo. Elas se agitam e se movem livremente durante alguns instantes, mas depois voltam ao lugar. Essas paredes interligadas em ziguezague não desmoronam com a onda de choque de um terremoto, tal como as construções de tijolos.

Construções nesse “estilo atlante” podem ser encontradas no mundo todo, e seus exemplos clássicos localizam-se em Micenas, no Peloponeso, e nos templos de Malta, junto às gigantescas paredes megalíticas de Tiahuanaco, Ollantaytambo, monte Albán e Stonehenge, bem como nas estruturas pré-egípcias do Osirion, em Abidos, e no Templo do Vale da Esfinge.

Normalmente, a arquitetura atlante é circular, usando as técnicas mais precisas de corte de pedra para encaixar blocos. A arquitetura atlante tam­bém costuma empregar “pedras de toque” – formas idênticas são cortadas em pedra nos dois lados da junta e o espaço é preenchido com um grampo metálico. Essas pedras de toque geralmente têm forma de ampulheta ou de duplo T. Os grampos empregados podiam ser de cobre, bronze, prata, electrum (mistura de prata e ouro) ou de algum outro metal. Em quase todos os casos em que se encontram pedras de toque, o grampo de metal já desapareceu – muitos milhares de anos atrás!

Muitas ruínas conhecidas, e outras nem tanto, abrigam os restos de cidades ainda mais antigas. Sítios arqueológicos como Baalbek, no Líba­no, Cuzco, no Peru, a Acrópole de Atenas, Lixus, no Marrocos, Cádiz, na Espanha e até o monte do Templo de Jerusalém são construídos sobre os restos gigantescos de antigas ruínas. Algumas cidades modernas – e Cuzco é um bom exemplo – contêm três ou mais níveis de ocupação, incluindo os ocupantes modernos. Alguns arqueólogos acham que essas construções anteriores procederam da “mítica” civilização atlante.

Mas onde ficava Atlântida? A Atlântida está ao nosso redor, assegu­rou o estudioso inglês John Michell em seu livro The view over Atlantis. Michell mostrou também, em Megalithomania, que ruínas antigas fan­tásticas são um fenômeno mundial. Muitos autores tentaram mostrar como a distribuição de megálitos em escala global aponta para uma civili­zação avançada em tempos antediluvianos, incluindo obras acadêmicas como Megaliths & masterminds, de Peter Lancaster Brown.

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Portal do Templo de Baco, encontrado dentro das estruturas de Baalbek, no hoje Líbano

A tese desses autores é a de que o mundo antigo era notavelmente adiantado para quem saiu da dita Idade da Pedra, e que uma civilização avançada chamada “Atlântida” precedeu a aurora da história. A civiliza­ção pré-histórica não só teria escala mundial como construiu monumen­tos e edifícios impressionantes. A idéia de que apenas recentemente o homem inventou coisas como eletricidade, geradores, motores a vapor e a combustão, ou mesmo o vôo motorizado, não é necessariamente verídica em um mundo que percorre a montanha-russa da história.

Com efeito, quando observamos a velocidade com que a sociedade atual absorve novas invenções, podemos imaginar a rapidez com que uma civilização altamente científica ter-se-ia desenvolvido na remota Antigüi­dade. Assim como ainda hoje há tribos primitivas na Nova Guiné e na América do Sul vivendo na Idade da Pedra, a Atlântida pode ter existido em um período no qual outras áreas do mundo viviam em estágios varia­dos de desenvolvimento.

O mundo antigo (pré dilúvio) da Atlântida pode ter sido bem parecido com o de hoje – justaposto entre diversas facções governamentais militares enquanto surgem conflitos em diversas colônias, causados por um sistema econô­mico estabelecido pelos interesses comerciais de grandes grupos. Segundo a mitologia, Atlântida foi destruída pelas guerras das quais participou no mundo antigo. Hoje, o planeta está novamente à beira de um armagedon em virtude de diferenças políticas, religiosas e étnicas. O homem moderno tem algo a ganhar estudando o passado? Os estudiosos da Atlântida acre­ditam que sim.

A civilização Osiriana

A civilização osiriana, segundo a tradição esotérica, foi uma socieda­de avançada, contemporânea da atlante. No mundo de 15 mil anos atrás, havia em nosso planeta diversas civilizações altamente desenvolvidas e sofisticadas, cada uma, dizem, com elevado grau de desenvolvimento tec­nológico. Entre essas civilizações fabulosas estavam a Atlântida e outra bastante desenvolvida que florescia na Índia, usualmente chamada Im­pério Rama (descrito no épico hindu Ramayana).

Teoriza-se um passado bem diferente daquele que aprendemos na es­cola. Trata-se de um passado com cidades magníficas, estradas e rotas de comércio antigas, portos ativos, marinheiros e mercadores aventureiros. Boa parte do mundo antigo era civilizada, e áreas como Índia, China, Peru, México e Osíris eram prósperos centros, com várias cidades importantes. Muitas delas foram irremediavelmente perdidas, mas outras foram ou serão descobertas!

Dizem que na época da Atlântida e de Rama, o Mediterrâneo era um vale grande e fértil, e não o mar que hoje conhecemos. O Nilo nascia da África, como hoje, e era chamado de rio Estiges. Contudo, em vez de sair pelo Delta, ao norte do Egito, e desaguar no Mediterrâneo, o Nilo prosse­guia pelo vale, virando para o oeste e fluindo até uma série de lagos ao sul de Creta. O rio passava entre Malta e Sicília, ao sul da Sardenha, e depois desembocava no Atlântico por Gibraltar (os Pilares de Hércules). Esse amplo vale fértil, juntamente com o Saara (que então era uma grande pla­nície fértil), era conhecido na Antigüidade como civilização osiriana.

A civilização osiriana também pode ser chamada de “Egito Pré-dinástico”, o antigo Egito que construiu a esfinge e os megálitos pré-egípcios, como o Osirion de Abidos. Nesse raiar da história antiga, o império osiriano foi invadido pelos atlantes, e guerras devastadoras irromperam pelo mundo pouco antes do final do período de expansão imperial e bélico da Atlântida. Nos diálogos de Platão, o sacerdote Sólon relata que a Atlântida, quando estava próxima de seu fim cataclísmico (10.986 a.C.), invadiu a Grécia antiga, que não era se­quer conhecida dos gregos “antigos”. Essa “Grécia antiga desconhecida”, como veremos, estava intimamente ligada à civilização osiriana.

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A história do próprio Osíris, segundo o historiador grego Plutarco, revela certa tecnologia. Conforme a mitologia egípcia, Osíris era filho do Céu e da Terra, foi o primeiro rei do Egito e o instrumento de sua civiliza­ção. Dizem que ele teria viajado pelo mundo, ensinando a arte da civiliza­ção após o dilúvio. Ele afastou os moradores do Egito de seus costumes bárbaros, ensinou a agricultura, formulou leis e mostrou-lhes a adoração dos deuses. Feito isso, saiu a transmitir seus conhecimentos para o resto do mundo.

Em sua ausência, ÍSIS, sua mulher, governou, mas o irmão e cunha­do de Osíris, Tífon, também conhecido como Seth ou Satã, estava sempre disposto a prejudicar seu trabalho (ou ao menos sua tentativa) de civili­zar o mundo, e decidiu que iria matar Osíris, tomando ÍSIS para si. Ele reuniu 72 conspiradores para realizar seu plano e fez um belo sarcófago com as medidas exatas de Osíris. Organizou um banquete e declarou que daria essa peça a quem coubesse deitado dentro dela. Quando Osíris entrou, os conspiradores correram até o sarcófago, pregaram a tampa e depois despejaram chumbo, jogando-o no rio pelo qual foi levado para o mar. Quando ÍSIS soube da morte de Osíris, pôs-se imediatamente à procura de seu amado.

O sarcófago de Osíris encalhou em Biblos, hoje no Líbano, não muito longe das maciças lajes de Baalbek. Ao redor do sarcófago, com Osíris ainda dentro dele, cresceu uma árvore, que o rei de Biblos mandou cortar para usar como pilar em seu palácio. ÍSIS acabou localizando Osíris e levou-o de volta para o Egito. Tífon (Seth/Satã), porém, quebrou o sarcófago, esquartejou Osíris em catorze pedaços e espalhou-os pelo país.

A dedicada ÍSIS procurou os pedaços de seu marido e, toda vez que encontrava um deles, enterrava-o – razão pela qual há templos dedicados a Osíris por todo o Egito, e aparentemente em outros pontos do Mediterrâ­neo oriental. Em outra versão, na tentativa de enganar Tífon, ela apenas finge ter enterrado os pedaços, juntando-os para trazer Osíris de volta à vida. ÍSIS encontra todas as partes, exceto o falo, e Osíris acaba voltando do mundo inferior; ele incentiva seu filho Hórus (o popular deus com ca­beça de falcão) a vingar sua morte. Cenas dos templos egípcios costumam apresentar Hórus traspassando uma grande serpente (Tífon ou Seth) com uma lança, em cena idêntica a de São Jorge e o Dragão, embora represen­tada milhares de anos antes.

No final feliz, ÍSIS e Osíris voltam a se reunir e têm outro filho, Harpócrates. Mas ele nasce prematuramente e coxo.

A lenda de Osíris reúne outros temas importantes, inclusive a ressur­reição e a derrota do mal pelo bem, sendo talvez chave para a antiga civiliza­ção osiriana. Seriam os catorze pedaços de Osíris uma alusão aos catorze lugares sagrados construídos pelos osirianos por todo o Mediterrâneo? Já mencionei a teoria de que o Mediterrâneo teria sido um vale fértil, com muitas cidades, fazendas e templos. Talvez alguns desses lugares ainda es­tejam intactos sob a água, e outros sejam até conhecidos, embora sua im­portância ainda não tenha sido identificada. Acredito que as primeiras construções megalíticas de Baalbek, Jerusalém, Gizé e o Osirion, em Abidos, possam ser incluídas como lugares conhecidos desse conjunto.

Uma chave para a sociedade megalítica de Osíris pode ser encontrada nas curiosas ruínas soterradas de Osirion (as ruínas megalíticas e pré-dinásticas de Abidos, rio sul do Egito). O arqueólogo inglês Naville comen­tou, em um artigo no London Illustrated News, em 1914, que:

Aqui e ali, nos enormes blocos de granito, havia uma espessa maçaneta […] usada para mover as pedras. Os blocos são bem grandes – comprimentos de 4,5 metros não são raros; e a estrutura como um todo tem o caráter da cons­trução primitiva que, na Grécia, é chamada de ciclópica. Um exemplo egíp­cio disso está em Gizé, o chamado Templo da Esfinge.

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Naville relaciona diretamente o Osirion com as gigantescas e pré-his­tóricas construções da Grécia, e também com o Templo da Esfinge. Outros lugares ao redor do antigo império osiriano estão na ilha de Malta, no Líbano, em Israel, nas ilhas Baleares (Mayorca e Minorca) e em outras áreas do Mediterrâneo. (Com efeito, praticamente todas as ilhas do Mediterrâneo, qualquer que seja o seu tamanho, têm seus megálitos pré-históricos.) Além disso, as maçanetas, que podiam ou não servir para movimentar as pedras, são do mesmo tipo encontrado nas pedras gigantescas que foram empregadas para construir muros maciços nas vizinhanças de Cuzco, no Peru.

A falta de inscrições indica que o Osirion, como o Templo do Vale da Esfinge, foi construído antes que se adotassem hieróglifos no Egito! Sabemos disso porque os egípcios sempre gravavam hieróglifos e de­corações em toda obra arquitetônica. As únicas exceções são edifícios, como a Grande Pirâmide, o Osirion e o Templo do Vale da Esfinge, que muitos arqueólogos hoje estão considerando mais antigos do que ou­tras estruturas. Evidentemente, o Osirion é uma relíquia da própria civilização de Osíris.

“O presente e o passado devem estar presentes no futuro, e o futuro está contido no passado”.  S. Eliot

BAALBEK e OSÍRIS

Uma das mais espantosas ruínas antigas do mundo é a base megalítica de BAALBEK, as ruínas pré-romanas do Líbano sobre as quais foi erguido um complexo de templos da era romana.

O sítio arqueológico de Baalbek fica a 71 quilômetros a leste de Beirute, aproximadamente, e é composto por diversas ruínas e catacumbas. Com 750 metros de extensão de cada lado, é uma das maiores estruturas de pedra do mundo. Uma parte consiste de gigantescos blocos de pedra de uma era perdida, formando uma plataforma com um templo romano as­sentado sobre ela. O templo romano dedicado a Júpiter, Baco e Vênus foi cons­truído sobre os templos que eram dedicados às divindades antigas correspondentes – Baal e sua companheira, a deusa Astarte.

Os templos de Baal e Astarte podem ter sido erigidos como parte de um templo solar pré-histórico, e sobre as ruínas da estrutura mais antiga, com propósito desconhecido. Segundo um artigo de Jim Theisen na INFO Journal, os gregos chamaram o Templo de “Heliopólis”, que significa “Tem­plo do Sol” ou “Cidade do Sol”. Apesar disso, o propósito original da gigan­tesca plataforma pode ter sido completamente diferente.

Baalbek é um bom exemplo daquilo que acontece com muralhas gran­diosas e bem-feitas – são usadas repetidas vezes por construtores que er­guem uma nova cidade ou templo sobre outros mais antigos, usando as pedras que estão convenientemente à disposição no local. Geralmente, as pedras originais são tão grandes que não podem ser movidas e postas em outro lugar. É exatamente o que se vê em muitos locais, tanto no Velho Mundo como nas Américas. Exemplos de alvenaria ou cantaria muito an­tigos (com idade entre 3 e 6 mil anos) misturados com trabalhos bem mais recentes (com 500 a 2.500 anos) podem ser vistos em monte Albán, no México, e em lugares andinos como Chavín, Cuzco e Ollantaytambo.

Em Baalbek, a arquitetura romana (quase toda destruída por um terremoto em 1759) não apresenta nenhum problema arqueológico, ao contrário dos maciços blocos de pedra talhada sob ela. Uma parte da parede da área cercada, chamada Trilithon, é composta por três blocos de pedra talhada, simplesmente os maiores blocos de pedra lavrada já usados em construções neste planeta, pelo que se sabe (ruínas submarinas podem revelar construções maiores). É uma proeza de engenharia nunca igua­lada na história.

O peso e até o tamanho dessas pedras dão margem a controvérsias. Segundo o autor René Noorbergen, em seu fascinante livro Secrets of the Lost Races, cada pedra tem 24,6 metros de comprimento e 4,5 metros de espessura, e o peso estimado de cada uma varia de 1.200 a 1.500 tonela­das. Embora o tamanho calculado por Noorbergen possa estar incorreto, o peso informado deve estar próximo do real. Mesmo as estimativas mais­conservadoras dizem que cada pedra pesa 750 toneladas.

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Um grupo de três pedras gigantescas horizontalmente deitadas que fazem parte da base do Templo de Júpiter no complexo de Baalbek, no Líbano

É uma proeza extraordinária da engenharia civil, pois os blocos fo­ram erguidos a uma altura superior a 6 metros para poderem se apoiar em blocos menores. As colossais pedras foram perfeitamente encaixadas, e nem uma lâmina de canivete pode ser enfiada entre elas. Até os blocos do nível inferior aos trilihons são incrivelmente pesados. Com 3,9 metros de comprimento, devem pesar cerca de 50 toneladas cada um, e de qual­quer modo trata-se de um grupo de pedras imensas sob qualquer critério de medida, exceto se comparadas aos próprios trilithons. Mas mesmo os trilihons não são as maiores das pedras!

A maior de todas as pedras talhadas, com 3,9 metros por 4,2 metros de seção e quase 21 metros de comprimento, pesando no mínimo 1.000 toneladas (tanto Noorbergen quanto Chalés Berlitz atribuem a essa pedra o peso de cerca de 2.000 toneladas,) fica em pedreira próxima, situada a 800 metros dali. Mil toneladas são um milhão de quilos! A pedra é chamada Hadjar el Gouble, “Pedra do Sul”, em árabe. Noorbergen está correto ao dizer que não há guindaste ou grua no mundo que possa erguer qualquer uma dessas pedras, independentemente do seu peso real. As maiores gruas são as estacionárias, montadas ao lado de represas para levantar enor­mes blocos de concreto. Normalmente, podem erguer blocos com várias centenas de toneladas. Mas mil, ou, quiçá, 2 mil toneladas estão muito além de sua capacidade. O modo como esses blocos foram movidos e er­guidos até sua posição foge à compreensão dos engenheiros.

Muitos peregrinos iam da Mesopotâmia e do Vale do Nilo até o Tem­plo de Baal-Astarte. O local é mencionado na Bíblia, no Livro dos Reis. Há sob a acrópole uma vasta rede de passagens subterrâneas. Sua função é desconhecida, mas provavelmente eram usadas para abrigar peregrinos, talvez em um período posterior.  Quem construiu a maciça plataforma de Baalbek? Como ela foi feita? Segundo antigos textos árabes, o primeiro templo de Baal-Astarte, incluin­do os maciços blocos de pedra, foi construído por uma “tribo de gigantes” pouco depois do Dilúvio, por ordem do lendário rei Nimrod.

Mas ele pode ser mais antigo, pois a História mostra que alguns go­vernantes gostavam de se apropriar de monumentos erguidos por ou­tros. O mítico rei Nimrod, figura histórica tão antiga que se perdeu para nós, pode ter querido apropriar-se das pedras de Baalbek por volta de 6.000 a.C., mas a construção pode ter sido erguida em 12.000 a.C., antes mesmo do Dilúvio.

Os teóricos da astronáutica antiga têm sugerido que a estrutura de Baalbek teria sido construída por extraterrestres. Charles Berlitz comen­ta que um cientista soviético, o doutor Agrest, sugere que as pedras fa­ziam parte de uma plataforma de decolagem e pouso para espaçonaves extraterrestres. O escritor e estudioso da Suméria Zecharia Sitchin acredita, do mesmo modo, que a base de Baalbek foi uma plataforma de lançamento de foguetes.

Como Buddha à procura do “caminho do meio”, eu procuro um campo intermediário nesse intrigante mistério do passado. Embora seja possí­vel que astronautas antigos possam ter visitado a Terra no passado, pa­rece pouco provável que tenham chegado aqui em foguetes. Eles teriam dominado a arte da antigravitação, e suas espaçonaves seriam modelos elétricos de estado sólido, no mínimo. Tais naves poderiam pousar e de­colar em um bucólico gramado, e não precisariam de uma gigantesca plataforma.

O que, então, era Baalbek, e quem o construiu? A teoria de que Baalbek seria remanescente do Império Osiriano, juntamente com alguns dos ou­tros lugares megalíticos do Mediterrâneo, encaixa-se bem à lenda árabe anteriormente mencionada: os maciços blocos de pedra teriam sido cons­truídos um pouco depois do Dilúvio, por ordem do rei Nimrod.

Mas, mesmo que Baalbek seja vestígio da civilização osiriana, como esses blocos imensos foram transportados e erguidos? Uma pista está no imenso bloco que ainda repousa na pedreira, situada a 800 metros dali. Aparentemente, esta pedra deveria ter sido colocada na plataforma com as outras pedras, mas por algum motivo ela nunca foi usada. Segundo o artigo da info, as maiores pedras usadas na Grande Pirâmide do Egito pesam apenas 181.600 quilos (há diversos blocos de granito desse porte no interior da pirâmide). Os autores dizem que antes da NASA levar o gi­gantesco foguete Saturno V até sua plataforma de lançamento sobre um enorme veículo sobre trilhos, nenhum ser humano tinha transportado um peso semelhante ao das pedras em Baalbek.

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Em seu livro Baalbek, o arqueólogo Friedrich Ragette tenta expli­car como o sítio foi construído e como as pedras foram movidas até seu lugar. Explicar Baalbek não é fácil, admite Ragette, mas ele fez o me­lhor que pode. Ragette começa afirmando que há duas pedreiras: uma situada a 2 quilômetros ao norte de Baalbek e outra, mais próxima, onde ainda re­pousa o maior bloco de pedra do mundo. Posteriormente, ele faz este cu­rioso comentário sobre as pedreiras:

“Depois que o bloco foi separado na face vertical, e feita uma ranhura ao lon­go da base externa, a peça foi derrubada como uma árvore sobre uma cama­da de terra por meio de uma cunha manipulada por trás. Aparentemente, os romanos também empregaram algum tipo de máquina de corte. Podemos deduzir isso pelo padrão de golpes circulares concêntricos que alguns blo­cos apresentam. São maiores do que qualquer homem poderia fazer manual­mente, e podemos presumir que a ferramenta de corte foi fixada a uma alavanca ajustável, que podia atingir o bloco com grande força. Raios de oscilação de até 4 metros foram observados”.

Ragette prossegue, teorizando sobre a possibilidade de se mover uma pedra de 800 toneladas sobre roletes de madeira:

“‘[Se] presumirmos que o bloco estivesse apoiado sobre roletes cilíndricos de madeira bem cortados, com diâmetro de 30 centímetros e a uma dis­tância de 0,5 metro, cada rolete suportaria 20 toneladas. Se a superfície de contato do rolete tivesse 10 centímetros de largura, a pressão seria de 5 quilos por centímetro quadrado, que exigiria uma pavimentação de pedra sólida na rampa. Teoricamente, a força necessária para mover horizontal­mente esse bloco seria de 80 toneladas. Outra possibilidade é que o bloco estivesse envolvido em um invólucro cilíndrico de braçadeiras de madei­ra e de ferro”.

O autor descarta esta última hipótese, considerada improvável e in­conveniente. “Resta ainda a questão de como o bloco teria sido ‘desembru­lhado’ e posto no lugar, o que nos remete à questão ainda mais intrigante, relativa ao modo de COMO se levantar grandes pesos”.

No entanto, Ragette afirma que não há evidências de alguma estrada antiga, que teria necessariamente de receber pavimentação. Segundo o artigo da INFO, não se observam evidências de uma estrada entre a pedreira e o templo. Mesmo que tenha existido tal estrada, os troncos usados como roletes te­riam sido esmagados e transformados em serragem. Mas é óbvio que al­guém, naquela época, sabia como transportar pedras de 500 toneladas.

Nenhum empreiteiro de hoje se disporia a tentar mover ou erguer es­sas pedras. É algo que está simplesmente além da tecnologia moderna. Acho interessante que não exista estrada visível entre a pedreira e o maci­ço Templo do Sol. Isso indica uma das seguintes possibilidades, ou ambas: a construção da plataforma inferior deu-se em uma antigüidade tão re­mota que a estrada desapareceu há tempos; nunca foi necessária uma es­trada para o transporte dos blocos. Como mostra o artigo da INFO, a estrada teria sido de pouca utilidade.

Ragette não é capaz de resolver o problema do içamento de um bloco dessas dimensões, afirmando ser impossível erguer completamente do solo objetos tão imensos com o uso de alavancas. Ele diz que sabemos que a pedra teve de ser levantada para que os roletes de madeira pudessem ser retirados e o bloco abaixado até se encaixar. Para que o ajuste fosse per­feito, provavelmente a pedra deve ter sido erguida e baixada várias vezes.

Ele sugere que uma gigantesca estrutura teria sido construída para içar a pedra, e que pelo menos 160 pedras “Lewis” – pedras em forma de cunha com aros de metal – teriam sido inseridas na parte superior do blo­co. Depois, ter-se-ia empregado um sistema de roldanas e presilhas, bem como milhares de operários, para erguer e baixar alguns centímetros os gigantescos blocos.

Ragette não apresenta explicações quanto ao porquê dos romanos, ou quem quer que fosse, terem se dado a esse imenso trabalho na tentati­va de realizar uma proeza de engenharia virtualmente impossível, a fim de assentar as bases de um templo para Júpiter. Se eles tivessem cortado os blocos em cem pedaços, por exemplo, seu tamanho ainda seria anor­malmente grande, maior que o de um homem, mas pelo menos teria sido muito mais fácil ajustar esses pedaços em um muro. Ficamos com a perturbadora ideia de que o motivo para terem usado essas pedras imen­sas é que elas podiam ser usadas – e com relativa facilidade, embora hoje não saibamos como. Ragette faz um interessante comentário final sobre Baalbek:

“O verdadeiro mistério de Baalbek está na completa ausência de registros es­critos sobre a sua construção. Que imperador não gostaria de usufruir a fama de sua criação? Que arquiteto não teria pensado em registrar orgulhosamen­te seu nome em um dos incontáveis blocos de pedra? Mas ninguém reclama esses templos. É como se o Júpiter heliopolitano recebesse todo o crédito”.

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O complexo de BAALBEK, no Líbano

RUÍNAS OSIRIANAS NO EGITO

Ainda restam outros vestígios de Osíris no Mediterrâneo oriental. Os silhares da base do Muro das Lamentações de Jerusalém também são blocos gigantescos, semelhantes aos de Baalbek. Acredita-se que as ruí­nas megalíticas encontradas sob as águas em Alexandria, no Egito, se­riam anteriores ao Egito dinástico dos faraós. É da lenda de Osíris e das muitas “tumbas de Osíris” que tiramos o nome dessa civilização datada da era da Atlântida.

As ruínas megalíticas submersas de Alexandria são outra pista para a antiga Osíris. Na verdade, Alexandria não é uma cidade egípcia, mas grega. Como é fácil deduzir, Alexandria recebeu o nome de Alexandre, o Grande, rei macedônico que conquistou as cidades-Estado da Grécia no século III a.C. e depois saiu em conquista do resto do mundo conhecido, começando pela Pérsia.

A Pérsia era tradicional inimigo do Egito, que caiu – de bom grado – nas mãos de Alexandre. Este foi a Mênfis, perto da atual cidade do Cairo, e depois desceu o Nilo até a pequena cidade egípcia de Rhakotis. Ali, orde­nou a seus arquitetos que construíssem uma grande cidade portuária, que viria a ser Alexandria.

Alexandre dirigiu-se ao Templo de Amon no oásis de Siwa, onde foi saudado como a reencarnação de um deus, ou seja, uma figura expressiva da antiga Osíris ou da Atlântida. Que deus era, não sabemos. Partiu para a conquista do restante da Pérsia e depois da Índia. Oito anos depois de sair da futura Alexandria, ele retornou à cidade – em um caixão. Nunca che­gou a vê-la, embora se diga que seus ossos ainda estejam lá enterrados (mas até agora ninguém encontrou seu túmulo).

De todos os mistérios de Alexandria, porém, nenhum é mais intrigan­te do que o das ruínas megalíticas que ficam a oeste do farol de Faros, perto do promontório de Ras el-Tin. Descoberto na virada do século XIX para o XX pelo arqueólogo francês M. Jondet, e apresentado em seu traba­lho “Les ports submerges de L’ancienne Isle de Pharos”, o porto pré-histórico é uma grande ala de pedras maciças que hoje estão completamente submersas. Perto dele ficava o lendário Templo de Poseidon, edificação já desaparecida, mas registrada pela literatura.

A Sociedade Teosófica, ao saber da existência do porto submerso e de seus megálitos, associou-o rapidamente à Atlântida. M. Jondet presume que sua origem possa ser minóica, a parte de um porto para navios cretenses. E. M. Forster, em seu excelente guia de Alexandria, defende a teoria de que o porto pode ter origem egípcia antiga, construído por Ramsés II em 1.300 a.C. aproximadamente. A maior parte das ruínas estão entre 1,2 a 7,5 metros de profundidade, e se estendem por mais de 60 metros de leste para oeste, curvando-se levemente para o sul.

Provavelmente, a verdadeira origem do maciço porto submerso – que em alguma época certamente esteve acima da água, pelo menos em parte – encontra-se entre a teoria de M. Jondet, com os construtores minóicos, e a suposição da Sociedade Teosófica, que o vê atlante.

Em tese, com a lenta inundação do Mediterrâneo, o mar teria se esta­bilizado após algumas centenas de anos, e depois os osirianos remanes­centes, usando tecnologia e ciência semelhantes às atlantes, construíram as estruturas e portos que lhes foi possível. Mais tarde, em outro desloca­mento tectônico, a área do porto (usada provavelmente por egípcios pré-dinásticos) afundou, tornando-se inútil.

É interessante observar, com relação a essa teoria, que havia o Tem­plo de Poseidon na extremidade de Ras el-Tin. A Atlântida era conhecida pelos antigos como Poseidonis, e “Poseidonis” ou “Poseidon” era um rei lendário da Atlântida. Do mesmo modo, supõe-se que Poseidonis e Osíris eram a mesma pessoa. O principal templo de Rhakotis – a cidade egípcia que Alexandre encontrou no antigo porto – naturalmente, era dedicado a Osíris.

O que estamos aprendendo com as mentes megalíticas é que suas edificações são encontradas no mundo todo, e muitas delas estão sob a água e são de difícil localização!

“O oposto de uma declaração correta é uma declaração falsa. Mas o oposto da verdade profunda pode ser outra verdade profunda”.  Niels Bohr

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O Osireion está localizado em Abidos, no Egito, aos fundos do templo de Seti II. Foi descoberto pelos arqueólogos Flinders Petrie e Margaret Murray, que estavam escavando o sítio nos anos de 1902-03. O Osireion foi construído originalmente em um nível consideravelmente mais baixo que as fundações do templo de Seti, muito mais recente.

OS TEMPLOS SOTERRADOS DE CARNAC

Situada na costa sul da Bretanha, França, a cidade de Carnac reúne a maior concentração de megálitos (menires) do mundo. Estimativas conservadoras afirmam que os megálitos foram erguidos por volta de 5.000 a.C., há 7 mil anos. Podem ser mais velhos.

O Grande Menir Quebrado de Er Grah, na Bretanha, é considerado o maior do mundo e fica em um promontório perto do mar. O problema de se mover uma pedra desse porte foi comentado em um artigo publicado no Journal for the History of Astronomy (no 2, p. 147-160,1971) intitulado “A importância astronômica dos grandes menires de Carnac”. Os astrôno­mos, senhor e senhora Thom, afirmam que o megálito era uma pedra de observação lunar. Escrevem:

Er Grah, ou Pedra das Fadas, às vezes chamada Le Grand Menir Brisé, está hoje quebrada em quatro pedaços que, medidos, mostram que o comprimento total do menir deve ter sido de 20 metros, no mínimo. Pelo conteúdo volumétrico, seu peso deve ter sido superior a 340 toneladas. Hulle acredita que ela veio da Côte Sauvage, na costa oeste da península Quiberon. Sua opinião, de que teria sido levado por mar, não leva em conta o fato de que o nível do mar perto dessa costa teria sido bem mais baixo na época megalítica; tampouco considera o fato de que seria necessário uma balsa de madeira sólida, com 30 x 15 x 1,2 metros – com o menir submerso. Não fica claro como uma balsa dessas poderia ser controlada ou mesmo se poderia ter se movido nas águas turbulentas próximas à península. Presumindo que a pedra veio por terra, uma pista preparada (com troncos?) deve ter sido construída com grandes roletes e uma pressão de umas 50 toneladas aplicadas (como?) na horizontal, a menos que os roletes fossem girados por alavancas.

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Er Grah, ou Pedra das Fadas, está hoje quebrada em quatro pedaços que, medidos, mostram que o comprimento total do menir deve ter sido de 20 metros, no mínimo. Pelo conteúdo volumétrico, seu peso deve ter sido superior a 340 toneladas.

Deve ter levado décadas de trabalho e, no entanto, lá está ela, lembrança silenciosa da perícia, da energia e da determinação dos engenheiros que a ergueram há mais de três mil anos. Vemos, na Bretanha, que as pedras mais altas costumam ser visadas luna­res inversas, mas não parece necessário usar uma pedra desse porte para esse fim. Se, no entanto, fosse ela um instrumento de previsão, o motivo para sua posição e altura fica claro, especialmente se se destinava a previ­sões universais, sendo usada em várias direções. Há oito valores principais a se considerar, correspondendo ao orto e ao ocaso da Lua em pontos estacionários, quando a declinação era mais ou menos moderada […] Foi demons­trado que existe pelo menos um lugar em cada uma das oito linhas com o espaço necessário para movimentação lateral”.

Agora, devemos tentar imaginar como se descobriu uma posição para Er Grah que satisfizesse os requisitos. Observações cada vez mais cuidadosas da Lua devem ter sido feitas ao longo de centenas de anos. Elas teriam reve­lado anomalias inexplicáveis por causa das variações de paralaxe e retra­ção, e por isso deve ter sido considerado necessário observar a Lua nos principais pontos estacionários, tanto em seu orto como em seu ocaso. Em cada ponto estacionário, havia cerca de 10 ou 12 lunações em que a declina­ção máxima e mínima mensal poderia ser usada.

Em cada máxima ou míni­ma, haveria observadores em todos os lugares possíveis, tentando ver a Lua levantar-se ou se pôr por trás de elevadas varas de aferição. À noite, essas varas teriam recebido tochas na ponta, pois quaisquer outros sinais não seriam visíveis enquanto não formassem silhueta contra o disco lunar. En­quanto isso, deve ter sido usado um observatório já existente na região, para que os astrônomos pudessem ser informados do tipo de máxima que estava sendo observado; eles precisariam conhecer o estado da perturbação. Depois, seguir-se-iam nove anos de espera, até o próximo momento estacio­nário, quando os outros quatro locais de observação seriam procurados.

A magnitude da tarefa seria aumentada pela decisão de usar a mesma visada lunar para ambos os tipos de parada. Podemos compreender porque isso era considerado necessário, se nos lembrarmos das décadas de trabalho en­volvidas no corte, na modelagem, no transporte e no içamento de uma visa­da lunar adequada. Fica evidente que, enquanto alguns locais, como o Quiberon, usavam o alto da visada de Er Grah, outros, como Kerran, usava a parte inferior. Provavelmente, isso depunha contra o uso de um monte com um menir menor no alto. Muito já foi escrito, e bem, sobre o trabalho despendido para se colocar Er Grah no lugar, mas uma avaliação completa da dificuldade para se encontrar o lugar certo mostra que essa tarefa foi tão árdua quanto a primeira.

Agora sabemos que uma pedra com 18 metros de altura permite uma vi­são perfeita. Não sabemos se todas as visadas inversas foram concluídas. Mas o fato de ainda não termos descoberto qualquer vestígio de um setor a leste não prova que os locais a leste não foram usados, pois as pedras podem ter sido removidas. Talvez a extrapolação tenha sido feita por um método mais simples, como a triangulação, ou em um local central, como Petit Menec.

Francis Hitching, em Earth magic, também concorda que esse era um ponto megalítico central para a observação do nascer e do ocaso da Lua. É provável que a maior parte desse gigantesco observatório astronô­mico hoje esteja sob a água. Muitos dos megálitos ao longo da costa da Bretanha parecem estar submersos. Muitos locais famosos conduzem, de fato, à água, e é possível ver alguns megálitos um pouco acima da superfície quan­do a maré está baixa.

Boa parte dos longos alinhamentos de pedras verticais de Carnac e ao redor do golfo de Morbihan parece ter sido construída quando a geografia da Bretanha era bem diferente. Perto da cidade de Carnac há o famoso alinhamento com centenas de pedras verticais. Aparentemente, ele também faz parte de algum imenso observatório astronômico. Em outro artigo dos Thom para o Journal for the History of Astronomy (no 3, p. 11-26,1972), intitulado “Os alinhamen­tos de Carnac”, eles concluem que Carnac também é um observatório lunar de grandes proporções. A respeito dos alinhamentos de Menec, em Carnac, os Thom afirmam que:

“Uma característica notável é a grande precisão das medidas com que as fi­leiras foram dispostas. Não podemos enfatizar em demasia que a precisão era bem maior do que a que teriam obtido caso tivessem usado cordas. A única alternativa disponível para os construtores seria usarem duas varas de medição (de carvalho ou de osso de baleia). Estas deveriam ter cerca de 2.0732496 metros de comprimento, com ajustes nas extremidades para re­duzir o erro gerado por alinhamento. Cada vara teria um apoio rígido, mas mal podemos imaginar como os engenheiros lidavam com os inevitáveis “degraus” quando o solo não estava nivelado”.

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Os menires alinhados em Carnac, na França.

Pode-se observar que o valor da jarda megalítica encontrada na Bretanha vale 0,829056 metros, mais ou menos 0,9 milímetro, e aquela encontrada acima vale 0,8293608 metro, mais ou menos 0,3 milímetro. Essa precisão só pode ser atingida hoje em dia por agrimensores experientes, usando bons equipamentos modernos. Então, como o homem megalítico não apenas ob­teve essa precisão em um local, mas levou a unidade de medida para outros locais, separados por grandes distâncias? Como essa unidade foi levada, por exemplo, para o norte, até as ilhas Orkney? Com certeza, não foi fazendo cópias de cópias de cópias. Deve ter existido algum aparelho para padroni­zar as varas, que, com quase toda certeza, foram preparadas em um centro de controle, ou pelo menos sob supervisão.

Os Thom vêem Carnac como parte de um antigo e imenso sistema que foi usado em boa parte da Europa. Em seu artigo, concluem:

“A organização e a administração necessárias para construir os alinhamen­tos bretões e para erguer Er Grah obviamente espalhavam-se por uma gran­de área, mas a evidência proporcionada pelas medidas mostra que uma área muito mais ampla estava em contato com o controle central. A geometria dos dois crom lechs ovais de Le Menec é idêntica à encontrada em sítios britânicos. Os ápices de triângulos com arestas integrais formando os cen­tros de arcos com raios integrais são características comuns, e nos dois la­dos do Canal [da Mancha] os perímetros são múltiplos da vara. A vastidão dos sítios da Bretanha pode sugerir que o centro principal estava ali, mas não podemos perder de vista o fato de que até agora nenhum dos sítios bretões examinados tem uma geometria comparável à de Avebury na complexidade do desenho ou na dificuldade do layout. Já mostramos anteriormente que as fileiras divergentes de pedras em Caithness poderiam ter sido usadas como equipamento auxiliar para ob­servações lunares, e em nosso artigo anterior vimos que os sítios de Petit Menec e St. Pierre devem ter sido usados da mesma forma”.

No final do artigo, os Thom confessam: “Não sabemos como os princi­pais alinhamentos de Carnac foram usados”.

Carnac se equipara ao importante templo egípcio de Karnak em Luxor. Este é um edifício imponente, com longas fileiras de colunas megalíticas que antes sustentavam um teto grandioso. Será que há outros menires, até maiores, sob as águas próximas a Carnac? Um exemplo de estrutura megalítica submersa conhecida é o Beco Coberto de Kernic, no Distrito de Plousescat, Finistére, hoje coberto pela maré alta.

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Templo egípcio de Karnak em Luxor

OS ESPANTOSOS MEGÁLITOS DOS ANDES

Na porção plana de uma colina que avista o Vale de Cuzco, no Peru, há uma fortaleza colossal chamada Sacsayhuaman, um dos mais imponen­tes edifícios já construídos. Sacsayhuaman é formada por três ou quatro paredes em terraço que sobem pela colina, e as ruínas incluem portais, escadarias e rampas.

Gigantescos blocos de pedra, alguns pesando mais de 200 toneladas, estão perfeitamente encaixados. Os enormes blocos estão cortados, facetados e encaixados tão bem que até hoje não é possível enfiar uma lâmina de canivete, ou mesmo uma folha de papel entre eles. Não foi usado cimento, e não há dois blocos iguais. Contudo, eles se encaixam perfeita­mente, e alguns engenheiros afirmaram que nenhum construtor moderno, com a ajuda de instrumentos e ferramentas do mais puro aço, seria capaz de produzir resultados mais precisos.

Cada pedra teve de ser planejada com muita antecedência; uma pe­dra de 21 toneladas, para não falar de uma pesando de 80 a 200 tonela­das, não pode apenas ser posta descuidadamente no lugar, esperando-se atingir aquele grau de precisão! As pedras estão encaixadas e ajustadas em suas posições, com entalhes do tipo rabo-de-andorinha, tornando-as à prova de terremotos. Com efeito, após muitos terremotos devastado­res nos Andes ao longo dos últimos séculos, os blocos ainda estão encai­xados perfeitamente, enquanto a catedral espanhola, em Cuzco, precisou ser reconstruída duas vezes.

O mais incrível é que os blocos não são feitos com pedras locais, mas, segundo alguns relatos, provêm de pedreiras do Equador, situadas a mais de 2.400 quilômetros dali! Outros estudiosos localizaram pedreiras bem mais próxi­mas, a cerca de 8 quilômetros, apenas. Embora se suponha que a fantástica fortaleza tenha sido feita há apenas alguns séculos pelos incas, não há re­gistros de sua construção, e tampouco ela figura nas lendas nativas. Como se explica que os incas, que não tinham conhecimento de matemática supe­rior, não possuíam linguagem escrita, não dispunham de ferramentas de ferro e nem usavam rodas, podem receber o crédito pela construção desse complexo ciclópico de muralhas e edificações? Francamente, é preciso fa­zer força para encontrar uma explicação, que tampouco seria simples.

Quando os espanhóis chegaram a Cuzco e viram essas estruturas, pen­saram ser obras do próprio demônio, em virtude de sua grandeza. De fato, em nenhum outro lugar se vê blocos tão grandes encaixados com tama­nha perfeição. Viajei pelo mundo todo à procura de mistérios antigos e cidades perdidas, mas nunca vi nada parecido.

Os construtores das muralhas não eram apenas bons pedreiros – eram incomparáveis! Trabalhos de cantaria similares podem ser vistos em todo o Vale de Cuzco. Geralmente, são feitos com blocos de pedra bem talhados e retangulares, pesando até 1 tonelada. Um grupo de pessoas fortes pode erguer um bloco e colocá-lo no lugar; sem dúvida, foi assim que algumas das menores estruturas foram feitas. Mas em Sacsayhuaman, Cuzco e outras cidades incas antigas, podemos ver blocos imensos com 30 ângu­los ou mais em cada um.

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Muralhas ciclópicas em Sacsayhuaman com Cuzco ao fundo

Na época da conquista espanhola, Cuzco estava em seu apogeu, com população estimada em 100 mil incas. A fortaleza de Sacsayhuaman po­deria abrigar todos os habitantes dentro de seus muros em caso de guerra ou de catástrofe natural. Alguns historiadores afirmaram que a fortaleza foi construída “alguns anos antes” da invasão espanhola, e creditaram a estrutura aos incas. Mas os incas não conseguem se lembrar exatamente como ou quando ela foi feita!

Só resta um relato antigo do transporte das pedras, encontrado na obra de Garcilaso de la Vega, The Inccus. Em seus comentários, Garcilaso fala de uma pedra monstruosa levada a Sacsayhuaman desde Ollantaytambo, a uma distância de cerca de 72 quilômetros.

Os índios dizem que, por causa do grande trabalho que teve para ser levada, a pedra ficou cansada e chorou lágrimas de sangue porque não conseguiu um lugar na edificação. A realidade histórica é transmitida pelos amantas (filósofos e médicos) dos incas, que costumavam falar sobre isso. Dizem que mais de 20 mil índios levaram a pedra até o local, arrastando-a com grossas cordas. A rota que seguiram para levar a pedra era muito difícil. Havia mui­tas colinas para subir e descer. Cerca de metade dos índios puxava a pedra com as cordas colocadas na frente. A outra metade segurava a pedra por trás, com medo de que ela pudesse se soltar e cair em uma ravina da qual não poderia ser removida.

Em uma dessas colinas, por falta de cautela e esforço mal coordenado, o peso da pedra foi excessivo para aqueles que a sustentavam por trás. A pe­dra rolou colina abaixo, matando 3 ou 4 mil índios que a sustentavam. Apesar desse infortúnio, eles conseguiram tornar a erguê-la. Ela foi posta na planície onde hoje repousa.

Embora Garcilaso de la Vega descreva o transporte da pedra, muitos duvidam da veracidade dessa história. Essa pedra não pertence à fortaleza de Sacsayhuaman e, segundo alguns pesquisadores, é menor do que aque­las lá usadas, embora a pedra nunca tenha sido identificada positivamente. Mesmo que a história seja real, talvez os incas tenham procurado reprodu­zir aquela que, segundo eles, teria sido a técnica de construção usada pelos antigos construtores. Apesar de não se poder negar a maestria dos artífices incas, para alguém acreditar nessa história precisa, antes, questionar como eles teriam transportado e colocado os blocos de 100 toneladas tão bem, tendo em conta o trabalho que tiveram com apenas uma pedra.

O fato de os incas terem descoberto essas ruínas megalíticas e cons­truído algo sobre elas, afirmando que eram obra deles, não é lá uma teoria muito alarmante. Com efeito, é bem provável que seja verdade. Os antigos governantes egípcios, com freqüência, reclamavam para si obeliscos, pi­râmides e outras estruturas já existentes, chegando por vezes a apagar o cartucho (hiróglifo do nome) do verdadeiro construtor, substituindo-o pelo seu. A Grande Pi­râmide parece ter sido vítima de tal ardil. O faraó Kufu, ou Quéops, como era conhecido na Grécia, mandou gravar seu cartucho na base da Grande Pirâmide. Esse é o único texto que se pode encontrar nela, mas, ao que tudo indica, a pirâmide não foi construída por Quéops. Talvez nem seja um túmulo, mas isso é uma outra história.

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Uma das maiores pedras em Sacsayhuaman

Se os incas chegaram e descobriram muralhas e alicerces de cidades já existentes, por que não se instalaram por lá, pura e simplesmente? Até hoje, bastam algumas pequenas reformas e um teto em algumas das estruturas para torná-las habitáveis. De fato, quase tudo indica que os incas simples­mente encontraram as estruturas e acrescentaram-lhes alguns detalhes. Há muitas lendas andinas que relatam que Sacsayhuaman, Machu Picchu, Tiahuanaco e outras ruínas megalíticas teriam sido construídas por um povo gigante (os Annunaki de Nibiru). Alain Gheerbrant comenta em suas notas ao livro de Garcilaso:

“Foram usados três tipos de pedra para construir a fortaleza de Sacsayhuaman. Dois deles, inclusive os que foram usados para fazer os gi­gantescos blocos da muralha externa, foram encontrados praticamente no local. Só o terceiro tipo de pedra (andesito negro), para as edificações inter­nas, foi levado de pedreiras relativamente distantes; as pedreiras de andesito negro mais próximas ficavam em Huaccoto e Rumicolca, a 14 e a 40 quilô­metros de Cuzco, respectivamente”.

Com relação aos gigantescos blocos de rocha da muralha externa, nada prova que não tenham sido desbastados a partir de uma massa de pedras existente no local; isso solucionaria o mistério.

Civilizações antigas no Brasil:

Gheerbrant acredita que os incas nunca chegaram a movimentar as pedras até Sacsayhuaman, mas, mesmo que as tenham cortado e preparado-as no local, um ajuste tão preciso exigiria aquilo que os engenheiros modernos chamam de esforço sobre-humano. Além disso, a gigantesca cidade de Tiahuanaco, na Bolívia, também foi erguida com blocos de pe­dra de 100 toneladas. As pedreiras ficavam longe dali, e o lugar é definiti­vamente pré-incaico. Proponentes da teoria de que os incas encontraram essas cidades nas montanhas e nelas se fixaram, diriam que os construto­res de Tiahuanaco, Sacsayhuaman e de outras estruturas megalíticas da região de Cuzco eram o mesmo povo.

Citando novamente Garcilaso de la Vega, que escreveu sobre essas es­truturas logo após a conquista espanhola:

“[…] como podemos explicar o fato de os índios peruanos serem capazes de cortar, escavar, erguer, portar, içar e aplicar blocos de pedra tão imensos, fazendo-o, como disse antes, sem o auxílio de uma só máquina ou instru­mento? Um enigma como esse não pode ser resolvido facilmente sem a aju­da da magia, especialmente se nos lembrarmos da grande familiaridade desses povos com os demônios”.

Os espanhóis desmantelaram Sacsayhuaman o máximo que puderam. Quando Cuzco foi conquistada, Sacsayhuaman tinha três torres redondas no alto da fortaleza, por trás de três muralhas megalíticas concêntricas. Elas foram desmontadas pedra por pedra, que foram usadas para cons­truir novas estruturas para os espanhóis.

Uma teoria interessante sobre as construções com pedras gigantescas e perfeitamente encaixadas é que foram produzidas por meio de uma técni­ca hoje perdida de amolecimento e moldagem da pedra. Hiram Bingham, descobridor de Machu Picchu, escreveu em seu livro Across South America sobre uma planta de que ouvira falar, cujos sumos amoleciam a pedra a ponto de ela poder ser encaixada em cantarias muito apertadas.

Em seu livro Exploration Fawcett, o coronel Fawcett comentou que ouvira falar de como as pedras eram encaixadas usando-se um líquido que as amoleciam até adquirirem a consistência do barro. Brian Fawcett, que editou o livro do pai, conta essa história em suas notas de rodapé: um ami­go que trabalhava em uma mineradora a 4.600 metros em Cerro de Pasco, região central do Peru, descobriu um jarro em um túmulo incaico ou pré-incaico. Ele abriu o recipiente pensando que fosse chicha, uma bebida al­coólica, rompendo o antigo lacre de cera ainda intacto. Depois, por acidente, o jarro foi derrubado sobre uma pedra. Fawcett prossegue, mencionando o amigo:

“Dez minutos depois, curvei-me sobre a pedra e casualmente examinei a poça de líquido derramado. Não era mais líquido; a pedra sobre a qual o jarro caíra estava macia como cimento fresco! E como se a pedra tivesse derreti­do, como cera aquecida”.

Ao que parece, Fawcett acreditava que a planta poderia ser encontra­da no rio Pirene, em Chuncho, Peru, e disse que tinha folhas vermelhas, escuras, e mais ou menos 30 centímetros de altura. Conta-se, ainda, a his­tória de um biólogo que observava um pássaro raro na Amazônia. Ele viu quando a ave fez um ninho em uma rocha esfregando-a com um graveto. A seiva do graveto dissolveu a rocha, criando uma cavidade na qual a ave pôde acomodar seu ninho.

Toda essa especulação pode ser posta de lado por conta de descobertas mais recentes apresentadas na Scientific American (fevereiro de 1986). Em um fascinante artigo, o pesquisador francês, Jean-Pierre Protzen, apresen­ta suas experiências na duplicação da construção de Sacsayhuaman e Ollantaytambo. Protzen passou muitos meses perto de Cuzco fazendo expe­riências com diferentes métodos de modelagem e de encaixe, valendo-se dos mesmos tipos de pedras empregados pelos incas (ou por seus antecessores megalíticos).

Ele descobriu que a extração e a formatação das pedras podem ser feitas com os martelos de pedra encontrados em abundância na região. O ajuste preciso das pedras foi uma questão relativamente simples, diz ele. Ele martelava as depressões côncavas nas quais as pedras se encaixavam por tentativas, até ficarem bem justas. Isso significava erguer e juntar as pedras continuamente, desbastando-as pouco a pouco. Esse processo con­some um bom tempo, mas é simples e funciona.

Contudo, mesmo para Protzen restam alguns mistérios. Ele não con­seguiu descobrir como os construtores megalíticos manuseavam as pe­dras maiores. O processo de ajuste exigiria repetidos movimentos de levantamento e deposição da pedra sendo encaixada, com uma seqüência de marteladas entre um movimento e outro. Ele não sabe como pedras de 100 toneladas eram manipuladas nesse estágio, e algumas, na verdade, são até mais pesadas.

Segundo Protzen, para transportar as pedras desde as pedreiras fo­ram construídas estradas e rampas especiais. Muitas das pedras foram arrastadas sobre estradas cobertas de pedregulhos, o que, segundo sua teoria, originou sua superfície polida. A maior pedra de Ollantaytambo pesa 150 toneladas. Ela pode ter sido puxada sobre uma rampa com uma força de 118 mil quilos. Tal proeza exigiria 2.400 homens, no mínimo. Reu­nir essa equipe parece possível, mas onde se apoiavam? Protzen diz que as rampas teriam, no máximo, 8 metros de largura. Mais espantoso ain­da, para Protzen, é que as pedras de Sacsayhuaman tinham um acabamento fino, mas não foram polidas e não mostram sinais de arraste. Ele não con­seguiu descobrir como foram transportadas desde a pedreira de Rumiqolqa, situada a 35 quilômetros dali.

O artigo de Protzen reflete uma pesquisa bem-feita, e mostra que a ciência moderna ainda não consegue explicar ou reproduzir as proezas de construção encontradas em Sacsayhuaman e Ollantaytambo. Erguer continuamente e desbastar um bloco de pedra de 100 toneladas para fa­zer com que se encaixe perfeitamente é uma tarefa de engenharia gran­diosa demais para ter sido uma prática. A teoria de Protzen teria funcionado bem nas construções posteriores, menores e perfeitamente retilíneas, mas falha nas construções megalíticas mais antigas. Talvez teorias como levitação ou amolecimento de pedras ainda não devam ser descartadas! Uma última observação intrigante feita por Protzen é que as marcas de corte encontradas em algumas pedras são muito similares àquelas encontradas no pyramidion de um obelisco egípcio inacabado, descoberto em Assuã. Seria coincidência? Ou uma civilização antiga estaria associada aos dois locais?

“A maioria dos “cientistas” é de lavadores de frascos e selecionadores de botões”. Robert Heinlein

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O gigantesco obelisco inacabado em Asuã, Egito, com cerca de 30 metros e pesando em torno de 1000 toneladas, cortado em um único bloco de rocha, o maior bloco de pedra lavrada do planeta..

O MAIOR COMPUTADOR DO MUNDO

O magnífico monumento inglês chamado Stonehenge ergue-se soli­tário sobre a planície de Salisbury, ladeado por um estacionamento e uma loja de presentes para turistas. É famoso por suas grandes pedras e curio­sa arquitetura: um círculo de pedras maciças e bem talhadas.

Em 1964, um astrônomo inglês, Gerald S. Hawkins, publicou seu tra­tado – hoje famoso – sobre Stonehenge como computador astronômico. Seu artigo, intitulado “Stonehenge: um computador neolítico”, foi publi­cado no número 202 da prestigiada revista inglesa Nature. Em 1965, foi editado o famoso livro de Hawkins, Stonehenge decoded.

Hawkins abalou o mundo arqueológico ao afirmar que o sítio megalítico não era apenas um templo circular erguido por alguns reis egocêntricos, mas um sofisticado computador para observação celeste. Ele inicia seu artigo da Nature com uma citação de Diodoro sobre a Grã-Bretanha pré-histórica encontrada no livro de Diodoro, History of the Ancient World, escrito por volta de 50 a.C.:

“Vista desta ilha, a Lua parece estar a uma pequena distância da Terra, mos­trando proeminências como as da Terra, que são visíveis a olho nu. Diz-se que o deus [Lua?] visita a ilha a cada dezenove anos, período no qual se com­pleta o retorno das estrelas ao mesmo lugar no céu. Há na ilha, ainda, tanto um magnífico local sagrado dedicado a Apolo [Sol] como um templo notável […] e os sacerdotes são chamados boraedae, e a sucessão ao cargo permane­ce sempre nas mesmas famílias”.

A teoria básica de Hawkins é que “Stonehenge era um observatório; os imparciais cálculos matemáticos de probabilidade e a esfera celeste estão do meu lado”. A proposição inicial era de que os alinhamentos entre pares de pedras e outros tópicos, calculados em computador a partir de plantas em escala reduzida, comparavam suas direções com os azimutes do nascer e do pôr do sol e da lua, nos solstícios e equinócios, calculados para o ano 1.500 a.C. Hawkins afirma ter encontrado 32 alinhamentos “significativos”.

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O Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas, onde se identificam três distintos períodos construtivos:

A segunda proposição é que os 56 buracos de Aubrey eram usados como “computador” (ou seja, marcas de totalização) para a previsão de movimen­tos da lua e dos eclipses, para os quais ele alega ter estabelecido um “ciclo até hoje desconhecido de 56 anos com irregularidade de 15%; e que o nascer da lua cheia mais próximo do solstício de inverno sobre a Pedra do Calca­nhar sempre predizia com sucesso um eclipse. É interessante notar que não mais do que metade desses eclipses era visível de Stonehenge”. Diz Hawkins em Stonehenge decoded:

“O número 56 é de grande importância para Stonehenge por ser o número de buracos de Aubrey dispostos à volta do círculo externo. Vistos do centro, esses buracos situam-se em espaçamentos iguais de azimute ao redor do horizonte, e, portanto, não podem marcar o Sol, a Lua ou qualquer outro objeto celeste. Isso é confirmado pelas evidências dos arqueólogos; os bura­cos abrigaram fogueiras e cremações de corpos, mas nunca pedras. Bem, se os responsáveis por Stonehenge desejavam dividir o círculo, por que não fizeram simplesmente 64 buracos valendo-se da bissecção de segmentos do círculo – 32, 16, 8, 4 e 2 -? Acho que os buracos de Aubrey proporcionavam um sistema de contagem de anos, um buraco para cada ano, para ajudar a prever os movimentos da Lua. Talvez se fizessem cremações em um buraco de Aubrey específico no decorrer do ano, ou talvez aquele buraco fosse assi­nalado com uma pedra móvel.”

Stonehenge pode ser usado como uma máquina de cálculo digital […] A pe­dra no buraco 56 prevê o ano em que um eclipse do Sol ou da Lua irá ocorrer no período de 15 dias por volta do meio do inverno – o mês da Lua de inverno. Ela também irá prever eclipses para a Lua de verão.

Os críticos de Hawkins, as principais “mentes acadêmicas” de sua épo­ca, debruçaram-se imediatamente sobre suas descobertas e puseram-se a criticá-las. Em 1966, um artigo intitulado “Decodificador equivocado?”, de R. J. Atkinson, astrônomo inglês, foi publicado na Nature (volume 210, 1966), e criticava Hawkins por muitas de suas declarações relativas à na­tureza de Stonehenge como computador astronômico. Disse Atkinson acerca de Stonhenge decoded, de Hawkins:

“É tendencioso, arrogante, descuidado e pouco convincente, e pouco nos aju­da a compreender melhor Stonehenge”.

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Reprodução de como seria Stonehenge, um calendário astronômico, voltado para o nascer do sol (leste), construído em rocha bruta

Os cinco capítulos iniciais, sobre o pano de fundo legendário e arqueológi­co, foram compilados sem senso crítico, e contêm vários erros bizarros e interpretações estranhas do autor. O resto do livro é uma tentativa mal-sucedida de emprestar corpo à alegação do autor – que “Stonehenge era um observató­rio; os imparciais cálculos matemáticos de probabilidade e a esfera celeste estão do meu lado”. De suas duas alegações principais, a primeira diz res­peito a alinhamentos entre pares de pedras e outros tópicos, calculados com um computador a partir de plantas baixas em escala reduzida, pouco ade­quados a esse propósito.

A crítica mordaz de Atkinson em relação a Hawkins é reveladora, pois mostra como os “acadêmicos e eruditos” já estabelecidos podem ser resistentes a no­vas idéias. A relutância de Atkinson em acreditar que Stonehenge era um tipo de computador astronômico provavelmente se deve à crença popular de que o homem antigo simplesmente não vivia um estágio civilizacional que lhe permitisse dedicar-se a temas intelectuais superiores.

Mas esses críticos já não são mais ouvidos, e parece não haver dúvidas, mesmo por parte dos arqueólogos mais conservadores, de que Stonehenge é um tipo de templo astronômico. Diversas verdades astronômicas sim­ples podem ser discernidas em Stonehenge. Por exemplo: há 29,53 dias entre as luas cheias, e há 29,5 monólitos no círculo exterior de Sarsen.

Dezenove das imensas “pedras azuis” encontram-se na ferradura in­terior, com diversas explicações e usos possíveis. Há um período de quase dezenove anos entre os pontos extremos do nascer e do pôr da lua. Além disso, se uma lua cheia ocorre em um dia específico do ano, digamos no solstício de verão, faltarão dezenove anos até outra lua cheia ocorrer no mesmo dia do ano. Finalmente, há dezenove anos de eclipses (ou 223 luas cheias) entre eclipses similares, tais como o eclipse que ocorre quando o Sol, a Lua e a Terra retornam às mesmas posições relativas. As posições dos outros planetas variam em ciclos ainda mais longos.

Sugere-se ainda que os cinco grandes arcos de trílitos representam os cinco planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

O escritor inglês especializado em antigüidades, John Ivimy, faz uma espantosa sugestão no final de seu popular livro sobre Stonehenge, The Aphinx and the megaliths. Ele passa a maior parte do livro tentando pro­var a tese de que Stonehenge foi construído por um punhado de aventu­reiros egípcios que foram enviados às ilhas Britânicas para estabelecer uma série de sítios astronômicos em latitudes mais elevadas, a fim de poderem prever com precisão eclipses solares, algo que os observatórios egípcios não podiam fazer, pois estavam próximos demais do equador.

Ivimy apresenta evidências como a construção megalítica, os cortes em “L” nos gigantescos blocos de pedra, o óbvio propósito astronômico e, acima de tudo, o uso de um sistema numérico baseado no número seis, e não no dez, como usamos hoje. Ivimy mostra que os egípcios usavam um sistema numérico baseado no número seis, e que o mesmo sistema foi empregado em Stonehenge. Posteriormente, sugere que os mórmons usam um sistema numérico com base no número seis para construírem seus templos, especialmente o grande templo de Salt Lake City.

No fim, a tese de Ivimy é bastante controvertida: ele acredita que Brigham Young e os primeiros povoadores mórmons de Utah são a reencarnação do mesmo grupo de pioneiros egípcios enviados à Inglaterra para construir Stonehenge. Diz Ivimy:

“Sempre se fez referência ao grande domo de madeira, feito totalmente sem metal, que cobre o Tabernáculo Mórmon. Será que sua construção foi inspi­rada em uma pálida recordação do modo como as mesmas pessoas, em uma encarnação vivida alguns séculos antes, usaram um domo para cobrir aquele que depois se tornou o Templo de Apolo Hiperbóreo?”

É fascinante a idéia de que os egípcios teriam ido à Inglaterra para construir um observatório megalítico com o intuito de prever eclipses lu­nares com precisão. Há registros de que, em 2.000 a.C., aproximadamente, um imperador chinês mandou executar seus dois principais astrônomos por deixarem de prever um eclipse solar. Um dos proponentes da teoria dos astronautas da Antigüidade, Raymond Drake, pergunta: “Será que hoje algum soberano ligaria para isso?”

Egípcios, chineses, maias e muitas outras culturas antigas tinham obsessão por eclipses e por outros fenômenos planetários e solares. Acredita-se que associavam catástrofes, inclusive o afundamento da Atlânti­da, a movimentos planetários e eclipses. Talvez os antigos egípcios, maias e outros povos imaginassem poder prever o próximo cataclismo acompa­nhando os eclipses lunares e as posições dos planetas em relação à Terra.

Heródoto escreveu sobre cataclismos e astronomia no antigo Egito em seu Livro Dois, capítulo 142:

“[…] Até agora os egípcios e seus sacerdotes contaram a história. E mostra­ram que já existiram 341 gerações de homens desde o primeiro rei até este último, o sacerdote de Hephaestus […] Bem, em todo esse tempo, 11.340 anos, disseram que o Sol se afastou de seu caminho correto em quatro ocasiões; e nasceu onde hoje se põe, e se pôs onde hoje nasce (quatro inversões dos polos magnéticos); mas nada no Egito foi alterado com isso, nem no que concerne ao rio ou aos frutos da terra, nem no que concerne às doenças ou à morte”.

Se Heródoto merece crédito, então a Terra deslocou-se ao redor de seu eixo polar, o que hoje chamamos de deslocamento polar. Com isso, o sol parece nascer em uma direção diferente da normal. Os deslocamentos polares são acompanhados de uma ampla gama de mudanças na superfície da Terra e de seve­ros fenômenos climáticos. Portanto, se os egípcios estavam familiariza­dos com esse tipo de ocorrência, e não tinham sido muito afetados pelos cataclismos, é possível que tenham se esforçado para aprimorar seus co­nhecimentos astronômicos, incluindo-se aí a colonização da Inglaterra e a construção de Stonehenge.

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Pirâmides foram encontradas em todo o planeta.

Com efeito, as magistrais mentes megalíticas colonizaram pratica­mente todo o planeta, do Egito à Inglaterra, Américas, Ilha de Páscoa e Tonga. Há megálitos em lugares remotos como a Manchúria, as Filipinas, a Mongólia e as colinas Assam, no nordeste da Índia. Houve época em que essas mentes magistrais estiveram por toda parte. Mas que tecnologia esses mestres construtores utilizavam?


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