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Abelhas (e seres humanos) estão morrendo no Brasil por causa dos pesticidas em excesso

A morte veio rapidamente para as abelhas de Aldo Machado.  Menos de 48 horas depois que a primeira apis mellifera mostrou sinais de doença, dezenas de milhares caíram mortas, seus minúsculos corpos empilhados em montes. “Assim que as abelhas saudáveis ??começaram a tirar as abelhas mortas das colmeias, elas ficaram contaminadas”, disse Machado, vice-presidente da Associação Brasileira de Apicultura do Rio Grande do Sul. “Elas começaram a morrer em massa”.

Tradução, edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

As Abelhas estão caindo mortas no Brasil e enviando uma mensagem apocalíptica para os seres humanos. O uso de pesticidas no Brasil desperta preocupação entre os ambientalistas.

Fonte:  https://www.bloomberg.com/ e  https://pt.wikipedia.org/wiki/Abelha-europeia

Por   e 

Existem milhares de espécies de abelhas, mas existem apenas sete espécies principais de abelhas. Das sete apicultoras, a maioria dos apicultores escolheu a abelha da espécie Apis mellifera, comumente chamada de abelha européia ou ocidental, por sua incomparável capacidade de produzir mel e ser implantada aos milhões para polinizar diferentes tipos de culturas para produção de alimentos.

A abelha comum ocidental é originária da Ásia e da Europa e foi introduzida na América por ingleses e espanhóis. Vive em colônias (colmeias) permanentes, formadas por uma «rainha» ou «abelha-mestra» (no máximo, e excepcionalmente, duas na colmeia), as obreiras (entre 10 mil e 15 mil) e entre 500 e 1.500 zangões, que são os machos. As fêmeas diferenciam-se dos zangãos (machos) por possuírem ferrão.

Um apicultor inspeciona suas abelhas européias recém-nascidas em São Roque, estado de São Paulo, Brasil.
Um apicultor inspeciona suas abelhas européias recém-nascidas em São Roque, estado de São Paulo, Brasil. Fotógrafo: Patricia Monteiro / Bloomberg

As abelhas vivem em colmeias, que podem ser artificiais ou naturais. Em seu interior, as obreiras usam cera  para construir os favos (formados por células em forma de prisma hexagonal), onde armazenam mel e pólen para alimentar tanto as larvas como os insetos adultos.

A rainha ocupa-se exclusivamente de pôr ovos e a reprodução: cerca de 3 mil por dia. Quando a colmeia necessita de uma rainha fecunda, as obreiras constroem um alvéolo maior, onde são depositados os ovos fecundados. As larvas desses ovos recebem uma alimentação especial e convertem-se em rainhas. Como em cada comunidade só pode haver uma rainha, gera-se uma «disputa pelo poder», sendo as vencidas expulsas da colmeia para fundar uma nova colônia.

Os zangãos são os elementos “improdutivos da colônia”, e a sua principal função é fecundar a rainha para multiplicar a espécie.  Normalmente, todos os anos, cada colônia libera um ou mais enxames, sempre contendo uma rainha que se instala noutro lugar, com abundância de flores, onde funda uma nova colônia. É assim que a espécie se propaga. Foi introduzida no Brasil em 1839, para suprir apiários na produção de mel e cera, são uma sociedade essencialmente matriarcal.

Cerca de meio bilhão de abelhas morreram em quatro dos estados do sul do Brasil nos primeiros meses deste ano. As questões destacadas sobre o oceano de pesticidas usados ??na agricultura do país e se os produtos químicos estão lavando através do suprimento humano de alimentos – mesmo que o governo considere permitir mais. A maioria das abelhas mortas mostrou traços de fipronil, um inseticida proscrito na União Européia e classificado como um possível carcinógeno humano pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

diz que abelhas estão caindo mortas no Brasil e mandando uma mensagem para humanos
As abelhas europeias sentam-se em colmeias em São Roque. Fotógrafo: Patricia Monteiro / Bloomberg

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu em janeiro, o Brasil permitiu a venda de um número recorde de 290 pesticidas, um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado, e um projeto de lei no Congresso iria relaxar ainda mais os padrões. Fabricantes de substâncias recentemente permitidas incluem empresas brasileiras como Cropchem e Ouro Fino, bem como players globais como Arysta Lifescience Ltd.Nufarm Ltd. e Adama Agricultural Solutions Ltd. Gigantes como Syngenta , Monsanto , BASF e Sumitomo também ganharam novos registros.

A nação de terras férteis está inundada de produtos químicos. O uso de agrotóxicos no Brasil aumentou 770% de 1990 a 2016, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. O Ministério da Agricultura diz que o Brasil ocupa o 44º lugar no mundo no uso de agrotóxicos por hectare e que, como país tropical, é “incorreto” comparar suas práticas com as de regiões temperadas.

Ainda assim, em seu mais recente relatório de segurança alimentar, a Anvisa, uma agência de saúde do Brasil, descobriu que 20% das amostras continham resíduos de pesticidas acima dos níveis permitidos ou continham pesticidas não autorizados. Ele nem testou o glifosato, da Monsanto, o pesticida mais vendido no Brasil, que é proibido na maioria dos países. As colmeias silenciosas, sem abelhas, que morreram envenenadas, dizem os críticos, são um aviso.

Além do importante trabalho de polinização de diferentes culturas e a ajuda na produção de alimentos, as abelhas contribuem com a produção de mel, cera, geleia real, própolis, todos sendo extremamente saudáveis para o ser humano.

“A morte de todas essas abelhas é um sinal de que estamos sendo envenenados”, disse Carlos Alberto Bastos, presidente da Associação Apícola do Distrito Federal.

A agricultura é o maior contribuinte para o crescimento do Brasil, compondo cerca de 18% da economia. Seu poder – da cultura pop à política – é incomparável. Grandes produtores patrocinam grupos de samba, bem como um programa escolar “little Ag” em todo o país e, possivelmente, o grupo mais influente no congresso, a bancada ruralista.

Como o presidente dos EUA, Donald Trump, Jair Bolsonaro foi eleito com forte apoio do agronegócio e expressou desdém por preocupações ambientais. “Este é o seu governo”, Bolsonaro prometeu aos legisladores da bancada agrícola, e sua administração permitiu que a indústria tivesse ampla margem de manobra para usar qualquer substância química que desejasse.

diz que abelhas estão caindo mortas no Brasil e mandando uma mensagem para humanos
Um apicultor lida com um enxame de abelhas européias. Fotógrafo: Patricia Monteiro / Bloomberg

Cerca de 40% dos pesticidas do Brasil são “alta ou extremamente tóxicos”, de acordo com o Greenpeace, e 32% deles não são mais permitidos na União Européia. Enquanto isso, as aprovações estão sendo aceleradas sem que o governo contrate pessoas suficientes para avaliá-las, disse Marina Lacorte, coordenadora do Greenpeace Brasil. “Não há outra explicação para isso, além da política”, disse ela.

Facilitar as aprovações de pesticidas foi um compromisso de campanha para Bolsonaro. O setor agrícola reclama há anos da lentidão. “As inscrições são a maior barreira”, disse Flavio Hirata, especialista em agroquímicos da consultoria Allier Brasil. “O maior mercado (o Brasil) de pesticidas do mundo não pode se limitar a poucas empresas”.

Aproximadamente metade das aprovações são ingredientes, não produtos finais, disse Andreza Martinez, gerente de regulamentação do Sindiveg, um grupo que representa produtores de pesticidas. Substâncias químicas variadas são importantes, pois as pragas desenvolvem resistência às fórmulas, disse ela. “Isso traz mais ferramentas para os agricultores, mas isso não significa um aumento no uso de produtos no campo”, disse ela.

A variedade, no entanto, alarma os toxicologistas. “Quanto maior o número de produtos, menor nossas chances de segurança, porque você não pode controlá-los todos”, disse Silvia Cazenave, professora de toxicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. O Ministério da Saúde do Brasil relatou 15.018 casos de envenenamento por agrotóxicos em 2018, mas reconheceu que isso provavelmente está subestimado.

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Um veículo agrícola pulveriza um campo de soja perto de Campo Verde, estado do Mato Grosso, Brasil. Fotógrafo: Yasuyoshi Chiba / AFP via Getty Images

Uma das vítimas foi Andresa Batista, uma mãe de 30 anos de idade. Em março de 2018, ela começou a trabalhar colhendo soja em uma das plantações das planícies ao redor da capital, Brasília. Logo ela começou a sentir-se tonta e nauseada – e depois desmaiou.

Mais de 40 fazendeiros adoeceram naquele dia, segundo Batista, tantos que foram divididos em três grupos e levados para diferentes hospitais. A primeira equipe médica a atender Andresa Batista também ficou doente, levando o hospital a destruir suas roupas, inclusive a roupa de baixo. Ainda assim, Batista e a maioria dos outros foram liberados para trabalhar novamente dois dias depois. Quase assim que eles começaram, eles desmoronaram novamente.

Mais de um ano depois, Batista ainda não consegue trabalhar. Ela tem dificuldade para comer sem vomitar, não pode ir ao banheiro sem remédios, não pode ir ao sol sem a pele ficar inchada e perdeu cerca de 30% de sua visão. Os médicos não podem dar-lhe um prognóstico devido à incerteza sobre o tipo de pesticida que a envenenou.

“Naquele dia, nossas vidas terminaram”, disse ela. “Não somos mais as mesmas pessoas que éramos antes.”

Documentos judiciais mostram que a Dupont do Brasil SA, a empresa que administrou o uso de pesticidas no campo, concordou em pagar uma indenização de $ 50.000 reais (US$ 13.000) a um dos colegas de trabalho de Batista naquele dia. Batista disse que a empresa pagou $ 40 mil reais em um acordo extrajudicial. A assessoria de imprensa da Dupont disse que não poderia comentar o caso devido a restrições legais.

O governo disse que todos os casos de envenenamento devem ser investigados, e introduziria um decreto para fortalecer o processo de supervisão e treinamento para manejo de pesticidas.

Apesar de histórias como as de Andresa Batista, o Congresso brasileiro pode acelerar ainda mais as aprovações, redefinindo os pesticidas como “defesas agrícolas” e substituindo a exigência de identificar possíveis danos à saúde com uma simples análise de risco. O Instituto Nacional do Câncer do Brasil argumentou que a medida permitiria pesticidas com “características cancerígenas, colocando em risco a população”. Mas Alceu Moreira, chefe do comitê agrícola da câmara dos deputados, está certo de que se tornará lei.

diz que abelhas estão caindo mortas no Brasil e mandando uma mensagem para humanos
Um veículo para aplicação de agrotóxico em uma fazenda de soja no estado de Mato Grosso. Fotógrafo: Paulo Fridman / Corbis via Getty Images

“Há essa necessidade de criar essa narrativa internacional que prejudica a imagem da agricultura brasileira, como se estivéssemos usando níveis excessivos de pesticidas”, afirmou. “Não estamos.”

Os brasileiros podem discordar. A Carrefour Brasil , uma rede de supermercados, planeja aumentar sua oferta de produtos orgânicos em 85% em 2019. Tatiana Carvalho, 31 anos, que administra um pequeno serviço de entrega orgânica em Brasília, diz que as vendas aumentaram constantemente desde que ela começou a vendê-los há quatro anos, apesar da forte recessão do país.

Ela atribui seu sucesso a duas coisas: maior consciência do consumidor e a decisão do governo de autorizar cada vez mais pesticidas.

– Com a ajuda de Simone Preissler Iglesias e Rachel


Image result for puppet gifA Matrix (o SISTEMA de CONTROLE MENTAL):   “A Matrix é um sistema de controle, NEO. Esse sistema é o nosso inimigo. Mas quando você está dentro dele, olha em volta, e o que você vê? Empresários, professores, advogados, políticos, carpinteiros, sacerdotes, homens e mulheres… As mesmas mentes das pessoas que estamos tentando salvar. “Mas até que nós consigamos salvá-los, essas pessoas ainda serão parte desse sistema de controle e isso os transformam em nossos inimigos. Você precisa entender, a maioria dessas pessoas não está preparada para ser desconectada da Matrix de Controle Mental. E muitos deles estão tão habituados, tão desesperadamente dependentes do sistema, que eles vão lutar contra você  para proteger o próprio sistema de controle que aprisiona suas mentes …”


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