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As Digitais dos deuses: (12) O Fim dos Viracochas

Vimos no Capitulo 10 que Tiahuanaco foi construída originalmente como porto nas margens do lago Titicaca, quando o lago era muito mais largo e mais de 30m mais profundo do que hoje. Enormes construções portuárias, piers e diques (e mesmo locais de descarga de pedra tirada de pedreiras em pontos abaixo da velha linha d’água) não deixam dúvida que tudo isso deve ter existido. De acordo com as estimativas heterodoxas do professor Posnansky, Tiahuanaco funcionava como porto muito movimentado em data tão remota como o ano 15.000 a.C., a data que ele sugeriu como a da construção da Kalasasaya, que continuou a servir como tal por aproximadamente cinco mil anos e que, durante esse enorme período, sua posição em relação à praia do lago praticamente não mudou.

Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização

Por Graham Hancock, livro AS DIGITAIS DOS DEUSES, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.

CAPÍTULO 12 – O Fim dos Viracochas

Durante toda essa época, o ancoradouro principal da cidade portuária esteve localizado a centenas de metros a sudoeste da Kalasasaya, em um sitio ora conhecido como Puma Punku (literalmente, o Portal do Puma). Nesse local, as escavações de Posnansky revelaram a existência de duas docas artificialmente abertas em cada lado de um “autêntico pier, ou cais… onde centenas de embarcações poderiam, a qualquer tempo, ancorar e descarregar suas pesadas cargas”. Um dos blocos de construção usados na construção do pier ainda se encontrava no local e pesava umas estimadas 400 toneladas. Numerosos outros blocos pesavam entre 100 e 150 toneladass. Além do mais, muitos dos maiores monólitos haviam sido claramente ligados uns aos outros por grampos de metal em forma de L. Eu sabia que, em toda a América do Sul, essa técnica de construção só havia sido encontrada em Tiahuanaco. A última vez em que eu vira as depressões características, em entalhes que lhe provavam o uso, tinha sido nas ruínas da ilha de Elefantina, no Nilo, no Alto Egito.

Lago Titicaca visto desde a Ilha do Sol

Igualmente intrigante era a existência do símbolo da cruz em muitos desses antigos blocos. Repetindo-se inúmeras vezes, especialmente no acesso setentrional ao Puma Punku, o símbolo assumia sempre a mesma forma: um crucifixo duplo em linhas muito claras, perfeitamente equilibrado e harmonioso, profundamente rebaixado na dura pedra cinzenta. Mesmo de acordo com a cronologia ortodoxa, essas cruzes tinham nada menos de 1.500 anos de idade. Em outras palavras, haviam sido ali entalhadas por um povo que nenhum conhecimento tinha do cristianismo, um milênio inteiro antes da chegada dos primeiros missionários espanhóis ao altiplano. Onde, por falar nisso, haviam os cristãos obtido a cruz? Não só da forma da estrutura onde Cristo fora pregado, pensava eu, mas também de uma origem muito mais antiga.

Os antigos egípcios, por exemplo, não haviam usado um hieróglifo muito parecido com a cruz (a Ankh, ou Crux Ansata) para simbolizar a vida… o hálito de vida… a própria vida eterna? Surgira o símbolo no Egito, ou tivera talvez origem em outro local, e em uma era ainda mais remota? Com essas idéias se atropelando em minha mente, andei vagarosamente em torno do Puma Punku. O extenso perímetro, que formava um retângulo de várias centenas de metros de comprimento, punha em destaque uma baixa colina de forma piramidal, nesse momento densamente coberta por relva alta. Dezenas e dezenas de enormes blocos espalhavam-se em todas as direções, jogados como se fossem palitos de fósforo, argumentou Posnansky, pela terrível calamidade natural que se abatera sobre Tiahuanaco no undécimo milênio a.C.(no momento do dilúvio, em 10986 a.C.):

Essa catástrofe foi ocasionada por movimentos sísmicos, que provocaram transbordamento das águas do lago Titicaca e erupções vulcânicas… É também possível que o aumento temporário do nível do lago tenha sido causado, em parte, pelo rompimento das barreiras naturais de alguns lagos mais ao norte e situados em maior altitude (…) liberando, dessa maneira, a água que desceu na direção do lago Titicaca em torrentes impetuosas e incontroláveis.

A prova de Posnansky, de que um dilúvio fora a causa da destruição de Tiahuanaco, incluía o seguinte:

A descoberta de flora lacustre, Paludestrina culminea e Paludestrina andecola, Ancylus titicacensis, Planorbis titicacensis etc., misturada em depósitos de aluvião com os esqueletos de seres humanos que pereceram no cataclismo… e a descoberta de vários esqueletos de Orestias, um peixe da família dos atuais bogas, no mesmo aluvião que contém os restos humanos…

Tiahuanaco, Puma Punku e suas pedras espalhadas

Além disso, fragmentos de esqueletos humanos e de animais foram encontrados em desordem caótica entre pedras trabalhadas, utensílios, instrumentos e uma variedade interminável de outras coisas. Tudo isso havia sido movido de um lado para outro, quebrado e acumulado em uma pilha desordenada. Quem quer que abrisse nesse local um buraco de dois metros de profundidade não poderia negar que a força destrutiva da água, em combinação com movimentos bruscos da terra, deveria ter acumulado esses diferentes tipos de ossos, misturando-os com louça de barro, jóias, instrumentos e utensílios (…)

Camadas de depósitos de aluvião cobrem todo o campo das ruínas; areia lacustre, misturada com conchas do Titicaca, feldspato decomposto e cinzas vulcânicas, acumularam-se nos locais cercados por muralhas… Foi realmente terrível a catástrofe que caiu sobre Tiahuanaco. E se Posnansky tinha razão, isso aconteceu há mais de 12.000 anos. Daí em diante, embora as águas da inundação tivessem baixado, “a cultura do altiplano nunca mais atingiu um alto ponto de desenvolvimento, caindo, em vez disso, em decadência total e definitiva”.

Luta e Abandono

Esse processo foi acelerado pelo fato de que os terremotos, que haviam levado o lago Titicaca a cobrir Tiahuanaco, foram apenas os primeiros de muitas outras sobrelevações de terras maciça na área. Inicialmente, esses abalos provocaram aumento do nível das águas do lago e inundação das margens, mas logo em seguida começaram a apresentar o efeito oposto, reduzindo lentamente a profundidade e a área de superfície do lago Titicaca. Passando-se os anos, o lago continuou a diminuir, centímetro por centímetro, isolando a grande cidade, separando-a implacavelmente das águas que haviam desempenhado papel tão vital em sua vida econômica.

Simultaneamente, há provas de que o clima na área de Tiahuanaco tornou-se mais frio e muito menos favorável à agricultura do que antes, tão menos favorável que hoje culturas básicas como o milho não conseguem amadurecer bem e até batatas nascem atrofiadas. Embora fosse difícil reunir todos os diferentes elementos da complicada cadeia de fatos ocorridos, parece que “um período de calma seguiu-se ao momento crítico da perturbação sísmica”, que temporariamente havia inundado Tiahuanaco. Em seguida, lenta, mas ininterruptamente, “o clima piorou e tornou-se inclemente. Finalmente, ocorreram emigrações em massa dos povos andinos em direção a locais onde a luta pela vida fosse menos árdua”.

Parece que os habitantes altamente civilizados de Tiahuanaco, lembrados nas tradições locais como “o povo de Viracocha”, não se entregou sem luta. Há provas enigmáticas em todo o altiplano de que experimentos agrícolas de natureza avançada e científica foram realizados, com grande engenhosidade e dedicação, numa tentativa de compensar a deterioração do clima. Pesquisas recentes, por exemplo, demonstram que análises surpreendentemente sofisticadas da composição química de numerosas plantas e tubérculos venenosos de alta altitude foram, na mais remota antiguidade, realizados por alguém nessa região. Essas análises, além disso, foram acompanhadas da invenção de técnicas de desintoxicação, que tornaram inócuos e próprios para alimentação esses vegetais, sob outros aspectos nutritivos.

Lago Titicaca e os terraços em suas encostas.

Não há ainda “explicação satisfatória do desenvolvimento desses processos de desintoxicação”, reconheceu David Browman, professor-adjunto de antropologia da Washington University. De igual maneira, no mesmo período antigo, alguém ainda não identificado deu-se a grandes trabalhos para preparar campos elevados nas terras recém-expostas, que até data bem próxima estavam cobertas pelas águas do lago – procedimento este que criou faixas corrugadas características de terreno alto e baixo alternado. Só na década de 1960 é que foi compreendida a função inicial desses padrões ondulados de plataformas de terra e canais rasos. Ainda visíveis hoje, e conhecidos como waru waaru pelos índios, descobriu-se que faziam parte de um projeto agrícola complexo, aperfeiçoado em tempos pré-históricos, que “superava as técnicas agrícolas modernas”.

Em anos recentes, os campos elevados foram reconstruídos por arqueólogos e agrônomos. Essas glebas experimentais produziram invariavelmente três vezes mais batatas do que as glebas convencionais mais produtivas. De idêntica maneira, durante um período especialmente frio, uma geada forte “pouquíssimo dano causou aos campos experimentais”. No ano seguinte, as culturas plantadas nas plataformas elevadas sobreviveram a uma seca igualmente ruinosa e, em seguida, “desenvolveu-se alta e seca durante uma inundação que cobriu as terras agrícolas vizinhas”. Na verdade, essa técnica agrícola simples, mas eficaz, inventada por uma cultura tão antiga que ninguém pode hoje sequer lembrar-lhe o nome, teve tal sucesso na Bolívia rural que atraiu a atenção de órgãos locais e internacionais e foi também submetida a provas em várias outras partes do mundo.

Uma Língua Artificial

Outro possível legado de Tiahuanaco, e dos Viracochas, faz parte da língua hoje falada pelos índios aymara locais – língua esta considerada por alguns especialistas como a mais antiga do mundo. Na década de 1980, Ivan Guzman de Rojas, um cientista boliviano especializado em computadores, descobriu acidentalmente que a língua aymara poderia ser não apenas muito antiga, mas, o que é muito importante, ser uma língua “inventada” – alguma coisa deliberada e habilmente concebida. De interesse especial é o caráter aparentemente artificial de sua sintaxe, rigidamente estruturada e inequívoca a um ponto considerado inconcebível na fala normal “orgânica”. Essa estrutura sintética e altamente organizada implicava que a língua aymara podia ser transformada, com a maior facilidade, em algoritmo de computador e ser usada para traduzir uma língua em outra. “O algoritmo aymara é usado como língua-ponte. A língua de um documento original é traduzida para a aymara e, em seguida, em qualquer número de outras línguas”.

Seria apenas coincidência que uma língua aparentemente artificial, estruturada por uma sintaxe com afinidade com computadores, fosse falada hoje apenas nas imediações de Tiahuanaco? Ou poderia a língua aymara ser um legado da alta cultura que a lenda atribui aos Viracochas? Se assim, que outros legados poderão existir? Que outros fragmentos incompletos de uma sabedoria antiga e esquecida podem estar espalhados pela terra – fragmentos que talvez tenham contribuído para a riqueza e diversidade de muitas culturas que evoluíram nessa região durante os 10.000 anos que antecederam a “conquista” espanhola? Talvez tenha sido a posse de fragmentos como esses que tornou possível o traçado das linhas de Nazca e permitiu aos predecessores dos incas construir as muralhas de pedras ciclópicas “impossíveis” de Machu Picchu e Sacsayhuaman?

O México

A imagem que eu não conseguia tirar da mente era a da partida do povo de Viracocha, “andando sobre as águas” do oceano Pacífico, ou “viajando milagrosamente” pelo mar, como contam tantas lendas. Para onde teriam ido os navegantes? Qual teriam sido seus objetivos? E por que, por falar nisso, eles haviam feito um esforço tão obstinado para permanecer em Tiahuanaco por tanto tempo, antes de reconhecer a derrota e ir embora? O que haviam tentado realizar ali e que fora tão importante para eles?

Depois de várias semanas de trabalho no altiplano, em viagens de ida e volta entre La Paz e Tiahuanaco, tornou-se claro para mim que nem as ruínas sobrenaturais nem as bibliotecas da capital iriam me fornecer mais respostas. Na verdade, pelo menos na Bolívia, parecia que a pista desaparecera. Só quando cheguei ao México, a 3.200km ao norte, é que lhe reencontrei os vestígios.


A Matrix , o SISTEMA de CONTROLE MENTAL: “A Matrix é um  sistema de controle, NEO. Esse sistema é o nosso inimigo. Mas quando você está dentro dele, olha em volta, e o que você vê? Empresários, professores, advogados, políticos, carpinteiros, sacerdotes, homens e mulheres… As mesmas mentes das pessoas que estamos tentando despertar. Mas até que nós consigamos despertá-los, essas pessoas ainda serão parte desse sistema de controle e isso as transformam em nossos inimigos. Você precisa entender, a maioria dessas pessoas não está preparada para ser desconectada da Matrix de Controle Mental. E muitos deles estão tão habituados, tão profunda e desesperadamente dependentes do sistema, que eles vão lutar contra você  para proteger o próprio sistema de controle que aprisiona suas mentes …”


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