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As Digitais dos deuses (46) – Onze Milênios a.C.

Se não existisse a impressionante mitologia de Osíris e se essa divindade civilizador, cientista, legislador, não fosse lembrada em particular por ter introduzido culturas agrícolas úteis ao homem no Vale do Nilo, na época remota e fabulosa conhecida como os Primeiros Tempos, provavelmente não seria assunto de grande interesse que, em algum momento entre os anos 13.000 e 10.000 a.C., o Egito desfrutou um período daquilo que foi descrito como a mais antiga revolução agrícola no mundo, identificada com certeza pelos historiadores. Conforme vimos em capítulos recentes, fontes como a Pedra de Palermo, Manetho e o Papiro de Turim contêm várias cronologias diferentes e, às vezes, contraditórias.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização

Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001. 

CAPÍTULO 46 – O Undécimo Milênio a.C.

Todas elas, no entanto, concordam sobre uma data muito antiga para os Primeiros Tempos de Osíris: a idade áurea em que os deuses supostamente reinaram no Egito. Além disso, essas fontes demonstram uma notável convergência no tocante à importância atribuída ao undécimo milênio em particular, a Era astronômica de Leão (10948 a.C. a 8788 a.C.), no que interessa à precessão dos equinócios, quando os grandes lençóis de gelo no hemisfério Norte estavam passando pelo final e tumultuoso derretimento. Talvez por coincidência, prova desenterrada desde a década de 1970 por geólogos, arqueólogos e especialistas em pré-história, como Michael Hoffman, Fekri Hassan e o professor Fred Wendorff confirma  que o undécimo milênio a.C. foi, na verdade, um período importante na pré-história do Egito, época em que inundações imensas e devastadoras varreram repetidamente o vale do Nilo.

Fekri Hassan especulou que essa série prolongada de calamidades naturais, que atingiu o auge por volta ou imediatamente depois do ano 10500 a.C. (e continuou a se repetir periodicamente) pode ter sido responsável pelo encerramento de qualquer experimentação agrícola antiga”. De qualquer modo, o experimento chegou realmente ao fim (por qualquer que tenha sido a razão) e parece que não foi novamente tentado por, pelo menos, mais 5.000 anos.

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Pontapé Inicial

Há algo misterioso na denominada “revolução agrícola paleolítica” do Egito. Vejamos, em citações extraídas de textos padrão (Egypt before The Pharaohs, de Hoffman, e Prehistory ofthe Nile Valley, de Wendorff e Schild), alguns fatos importantes no pouco que se sabe sobre o grande salto para a frente que ocorreu, de forma inexplicável, perto do fim da última Era Glacial:

  1. Pouco depois do ano 13000 a.C., mós e lâminas lustrosas de foice (resultado de corte de talos que ficaram colados ao gume das foices) aparecem na caixa de ferramentas de fins do Paleolítico… É claro que as mós foram usadas para preparar alimento de origem vegetal.
  2. Em numerosos sítios arqueológicos à beira de rios, exatamente nessa época, o peixe deixou de ser fonte de alimento importante e tornou-se insignificante, como é comprovado pela ausência de seus restos. “O declínio da pesca como fonte de alimentos relacionou-se com o aparecimento de um novo recurso alimentar, os grãos moídos. O pólen associado nesses casos sugere fortemente que esse cereal era a cevada e, no que é muito importante, essa grande relva-pólen, provisoriamente identificada como cevada, faz um aparecimento
    súbito nos perfis de pólen exatamente antes de os primeiros povoados serem estabelecidos nessa área…”
  3. “Tão espetacular quanto o aparecimento da proto-agricultura no Vale do Nilo, em fins do Paleolítico, foi sua rápida decadência. Ninguém sabe exatamente por que, mas, após o ano 10500 a.C., mais ou menos, desapareceram as antigas lâminas de foice e as mós (pedras de moer cereais), e foram substituídas em todo o Egito por caça, pesca e coleta de alimentos por povos epipaleolíticos que usavam instrumentos de pedra.”

Escassa como possa ser a prova, fica claro, em suas implicações gerais, o seguinte: o Egito desfrutou uma idade áurea de prosperidade agrícola que começou por volta do ano 13000 a.C. e acabou abruptamente pelas alturas de meados do undécimo milênio a.C. O pontapé inicial no processo parece ter sido dado pela introdução da cevada domesticada no Vale do Nilo, seguida imediatamente pela fundação de certo número de povoados agrícolas, que exploraram o novo recurso. Os povoados possuíam instrumentos agrícolas e acessórios simples, mas extremamente eficazes. Após o undécimo milênio, porém, ocorreu uma prolongada recaída em estilos de vida mais primitivos.

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Nossa imaginação sente a tendência de vaguear livremente sobre esses dados, em busca de uma explicação – e todas as explicações desse tipo só poderão mesmo ser palpites. O certo é que nenhuma prova sugere que a “revolução agrícola” paleolítica no Egito pudesse ter sido uma iniciativa local. Muito ao contrário, parece, de todas as maneiras, um transplante. Um transplante aparece de repente, afinal de contas, e pode ser rejeitado com igual rapidez se mudam as condições, da mesma maneira que a agricultura praticada por comunidades com residência fixa parece ter sido rejeitada no Egito antigo, após as grandes cheias do Nilo no undécimo milênio a.C.

Mudanças Climáticas 

Como era o tempo naquela época? Em capítulos anteriores, observamos que o Saara, um deserto relativamente jovem, era uma savana verde por volta do décimo milênio a.C. A savana, pontilhada de lagos, pululava de caça, estendia-se por parte muito grande do alto Egito. Mais ao norte, a área do delta era pantanosa, mas com muitas ilhas, grandes e férteis. De modo geral, o clima era muito mais frio, mais nublado e mais chuvoso do que hoje, Na verdade, durante os dois ou três mil anos antes e cerca de mil anos após o ano 10500 a.C., choveu ininterruptamente.

Em seguida, como que assinalando um momento ecológico decisivo, chegaram as inundações. Ao passar esse período, surgiram condições cada vez mais áridas. Esse período de ressecamento durou até aproximadamente 7000 a.C., quando começou o “Neolítico Subpluvial”, acompanhado por cerca de mil anos de pesadas chuvas, seguidas por 3.000 anos de precipitação moderada que, mais uma vez, revelou-se ideal para a agricultura: “Durante algum tempo, os desertos floresceram e sociedades humanas colonizaram áreas que, desde então, têm sido incapazes de sustentar populações numerosas.”

Por ocasião do início do Egito dinástico, pelos anos 3000 a.C., o clima deu nova meia-volta e começou um novo período de ressecamento – que continua até os dias presentes. Este, então, foi, em termos gerais, o palco ambiental onde se desenrolaram os dramas de mistério da civilização egípcia: chuva e inundações entre 13000 e 9500 a.C.; um período seco até o ano 7000 a.C.; chuvas novamente (embora cada vez menos freqüentes) até mais ou menos o ano 3000 a.C.; e daí em diante um novo e duradouro período seco.

O período de anos é muito grande, mas, se estamos procurando os Primeiros Tempos, cujo espaço temporal possa coincidir com a idade áurea dos deuses, nossos pensamentos voltam-se naturalmente para  a época misteriosa dos começos da experimentação agrícola, que seguiu de perto as grandes chuvas e inundações entre os anos 13000 e 10500 a.C.

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Tiahuanaco, Puma Punku e suas pedras espalhadas

Conexões Ocultas? 

Essa época foi de importância crucial não só para os antigos egípcios mas para numerosos povos de outras áreas. Na verdade. como vimos na Parte IV ocorreram nesse tempo espetaculares mudanças de clima, elevação rápida do nível dos mares, sublevações da crosta terrestre, inundações, erupções vulcânicas, chuvas betuminosas e céus escuros que constituíram as razões mais prováveis dos muitos mitos mundiais sobre cataclismo universal.

Mas poderia ter sido essa também uma época em que “deuses” realmente andaram pela terra, como dizem as lendas? No altiplano boliviano, esses deuses eram conhecidos como Viracochas e estiveram ligados à impressionante cidade megalítica de Tiahuanaco, que pode ter sido anterior às imensas inundações nos Andes, ocorridas no undécimo milênio a.C. Daí em diante, de acordo com o professor Arthur Posnansky, embora as águas do dilúvio baixassem, “a cultura do altiplano não mais voltou a atingir um alto ponto de desenvolvimento; ao contrário, caiu em uma decadência total e definitiva”. Claro, as conclusões de Posnansky geram controvérsias e têm de ser aceitas pelos seus próprios méritos.

Não obstante, é interessante que o altiplano boliviano e o Egito tenham sido devastados por imensas inundações no undécimo milênio a.C. Em ambas as áreas, igualmente, há sinais de que experimentos agrícolas em tempos muito remotos – aparentemente baseados em técnicas introduzidas nessa época no local – foram feitos e em seguida abandonados. Em ambas as áreas, surgiram importantes perguntas sobre a datação de monumentos: Puma Punku e o Kalasasaya, em Tiahuanaco, por exemplo, que Posnansky argumentou que poderiam ter sido  construídos em dada tão remota quanto o ano 15000 a.C., e, no Egito, estruturas megaliticas como o Osireion, a Grande Esfinge e o Templo do Vale de Khafre, em Gizé, que John West e o geólogo Robert Schoch, da Universidade de Boston, dataram, sobre fundamentos geológicos, como anteriores ao ano 10000 a.C.

Poderia haver uma conexão oculta entre todos esses belos e enigmáticos monumentos, os estranhos experimentos agrícolas no período 13000-10000 a.C., e as lendas de deuses civilizadores, como Osíris e Viracocha?

“Onde está o Resto dessa Civilização?”

Partindo de Abidos em direção a Lúxor, onde deveríamos nos encontrar com John West, dei-me conta de que havia um sentido em que todas as conexões cuidariam de si mesmas, se a questão básica da antiguidade dos monumentos pudesse ser resolvida. Em outras palavras, se os achados geológicos de West provassem que a Esfinge tinha mais de 12.000 anos de idade, a história da civilização humana teria que ser revista. Como parte desse emocionante processo, todas as demais estranhas, antigas, “impressões digitais de deuses”, que continuavam a aparecer em todo o mundo, e a impressão de que havia uma corrente subterrânea de antigas conexões ligando civilizações aparentemente sem ligação entre si, começariam a fazer sentido.

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Ao ser apresentada na reunião anual de 1992, da Associação Americana pelo Progresso da Ciência, a prova de West fora levada suficientemente a sério para ser debatida publicamente pelo egiptólogo Mark Lehner, da Universidade de Chicago, diretor do Projeto de Mapeamento de Gizé, que – para espanto de quase todos os presentes – não conseguiu fazer uma refutação convincente. “Quando o senhor diz que algo tão complexo como a Esfinge data de 9.000 a 10.000 anos a.C.”, arrematou Lehner, isso significa, claro, que houve uma civilização muito adiantada, capaz de construir a Esfinge
naquele período.

A pergunta que um egiptólogo tem que fazer, portanto, é a seguinte: “Se a Esfinge foi construída naquela época, onde está o resto dessa civilização, onde está o resto dessa cultura?” Lehner, contudo, não estava compreendendo o ponto importante. Se a Esfinge, de fato, data do período de 9.000 a 10.000 anos a.C., não cabia a West o ônus de produzir outras provas da existência da civilização que a construíra, mas aos egiptólogos e arqueólogos explicar como haviam entendido tão mal as coisas, de forma tão invariável, e por tanto tempo. Poderia West provar a antiguidade da Esfinge?


Se voce REALMENTE tem interesse em saber QUEM construiu as Pirâmides, no EGITO e no MÉXICO, QUANDO, para QUAL FINALIDADE, e as CONSEQUÊNCIAS, por favor leia TODO O MATERIAL sobre o planeta MALDEK.


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