Ataques israelenses contra as Forças de Paz da ONU no Líbano são um Crime de Guerra, diz Rússia

Os bombardeios israelenses às posições das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano são um crime de guerra, e a Rússia expressa total apoio às tropas atingidas, declarou o representante permanente da Rússia na entidade, Vasily Nebenzya, nesta quinta-feira (10).

Fonte: Sputnik

As forças de paz da ONU que atuam no Líbano relataram bombardeios realizados por Israel em seu quartel-general e postos de controle no Líbano. Pelo menos dois militares ficaram feridos devido ao ataque de um tanque israelense em um posto de observação. A maioria das tropas atingidas é de soldados da Itália, o que gerou reações em Roma, que convocou o embaixador israelense exigindo explicações.

“Até onde podemos julgar, os militares pacificadores da ONU estão se tornando alvos de ataques direcionados por parte de Israel. Isso, como todos nós entendemos, é um crime de guerra e merece a nossa mais firme reação“, disse Nebenzya durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

A Rússia, destacou ele, expressa total apoio à atuação das tropas das Nações Unidas no Líbano e enfatiza a necessidade de garantir a segurança de seus soldados em meio à escalada do conflito no Oriente Médio

EUA e a tolerância às ações israelenses

Ainda durante a reunião do Conselho da ONU, a autoridade russa defendeu que Israel decidiu apostar todas as fichas com seus ataques na região, que já provocaram milhares de mortes, enquanto os Estados Unidos seguem “amarrados” pela sua campanha presidencial.

“Israel agora apostou todas as suas cartas, apesar da amarga experiência dos judeus da campanha de 2006 [quando promoveu outra guerra no Líbano e foi derrotado]. Junto com ele, seus parceiros norte-americanos também são forçados a agir com base na lógica sanguinária sionista do ‘tudo ou nada’, especialmente com a campanha eleitoral chegando ao clímax”, disse Nebenzya.

A Rússia, ressaltou Nebenzya, continua convencida de que a principal meta do Conselho de Segurança da ONU deve ser o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Isso deve ser seguido pela desescalada da situação militar e política tanto no Líbano quanto no Oriente Médio como um todo, acrescentou.

Segundo ele, para resolver a situação no Oriente Médio, a Rússia “está pronta para usar todo o impressionante arsenal de medidas e meios disponíveis no órgão”.

“Estamos confiantes em nós mesmos, mas, infelizmente, não em alguns de nossos colegas no conselho. Para alguns deles, a preocupação de não colocar seu aliado norte-americano em uma posição desconfortável ainda se sobrepõe a tudo o mais, e o máximo que conseguem fazer são discursos bonitos, mas vazios, nesta sala”, concluiu.

Israel comete crime contra a humanidade em Gaza, afirma Comissão de Inquérito da ONU

Israel cometeu [e continua] crimes contra a humanidade durante suas ações na Faixa de Gaza, afirmou nesta quinta-feira (10) a Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado [Gaza], incluindo Jerusalém Oriental e Israel.

“O relatório descobriu que as Forças de Segurança israelenses deliberada e intencionalmente mataram, detiveram e torturaram pessoal médico e veículos médicos enquanto apertavam seu cerco a Gaza e restringiam as autorizações para deixar o território para tratamento médico. Essas ações constituem Crimes de Guerra, de homicídio intencional e maus-tratos, e de destruição de propriedade civil protegida e o Crime de Extermínio contra a Humanidade“, disse o documento.

Tanto Israel quanto grupos armados palestinos torturam prisioneiros, concluiu a comissão.

“A comissão também investigou o tratamento de detidos palestinos em Israel e de reféns israelenses e estrangeiros em Gaza desde 7 de outubro de 2023, e concluiu que Israel e grupos armados palestinos são responsáveis por tortura e violência sexual e de gênero“, disse o documento.

O ministro de Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, ordenou pessoalmente tortura de prisioneiros palestinos, segundo a comissão.

“O relatório concluiu que os maus-tratos institucionalizados de detidos palestinos, uma característica de longa data da ocupação israelenseocorreram sob ordens diretas do ministro israelense responsável pelo sistema prisional, Itamar Ben-Gvir, e foram alimentados por declarações do governo israelense incitando violência e retaliação”, concluiu o documento.


2 respostas

  1. Russia? A mesma que destruiu todos os hospitais infantis de Alepo com bombas barris matando centenas de crianças? Como esta mídia consegue citar essas merda sem corar de vergonha?

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