Histórias da Terra, do sistema solar e a Explosão de Maldek – Thaler de Netuno – I

“Eu testemunhei os atos de seus Santos Magos, que eles chamam de Skates. Meus sentidos foram todas as vezes subjugados por suas poderosas ilu­sões. Os seres do grande radiar Netuno/Trake aceleram o espírito por meio de sua apa­rência física, sabedoria, coragem e fortaleza. Certamente, qualquer um per­deria tempo debatendo com eles uma questão sobre a qual eles tivessem uma visão contrária. Caso vocês ousem empreender tarefa tão insensata, aviso-os, não olhem em seus olhos”.  Eu Sou Howder de Delk.

Traduzido do livro “THROUGH ALIEN EYES, “Através de Olhos Alienígenas”, páginas 101 a 126, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO Galáctica.

 Meu primeiro nascimento humano deu-se no planetóide que vocês chamam de Tritão, o maior satélite de Netuno. Chamávamos o lugar de Mern. Respirávamos nitrogênio, assim como os habitantes dos planetoides [luas] dos sistemas radiares de Sumer (Saturno) e Relt (Júpiter). Trome, do radiar Sumer, descreveu muito bem a função dos sistemas radiares. Portanto, pouco há a dizer, exceto que o radiar Trake/Netuno, que fornecia luz e energia a meu povo, funcionava de forma bem semelhante ao radiar natal de Trome.

O gigante azul, o planeta NETUNO, chamado pela Federação como o Radiar TRAKE.

Alguns planetoides de outros radiares deste sistema solar são bastante grandes em comparação a Mern. Mern tem diâmetro de cerca de 2.720 quilômetros e superfície ligeiramente menor que 233 milhões de quilômetros quadrados. Isso o torna um pouco menor que o satélite da Terra, a Lua. Antes da destruição de Maldek, o radiar Trake possuía dois outros planetóides de tamanho considerável. Eles foram ejetados do sistema Trake após a tragédia e agora orbitam o sol central como Plutão e seu satélite Charonte. Dois outros planetóides de Trake assumiram órbitas além de Plutão e Charonte, sendo chamados agora, como eram originalmente, Banlon e Nylo.

Outro planetóide que se desprendeu de seu radiar de origem para orbitar o sol central é o mundo que vocês conhecem por Mercúrio, o qual, antes da destruição de Maldek, orbitava (era uma Lua) o radiar Relt (Júpiter). Na época de meu primeiro nascimento, o radiar Trake não possuía anéis. O corpo orbitante que vocês chamam Proteu, com diâmetro de cerca de 386 quilômetros, é um pedaço de Maldek que entrou em órbita ao redor do radiar Trake/Netuno há aproximadamente 322 mil anos. O planetóide Trake, que chamamos Bove (Charonte), tinha a maior população humana, cerca de 4 milhões e 350 mil pessoas. Mern, por outro lado, tinha aproximadamente 238 mil habitantes. O número total de traquianos em todos os planetóides do sistema naquela época era de quase 10 milhões.

Há mais de 187 milhões de traquianos corporificados hoje, vivendo na Terra e em outras partes do universo. Se o radiar Trake e todos os seus onze (Luas) planetóides originais voltassem ao estado em que se encontravam anteriormente à destruição de Maldek, a superfície dos planetóides do sistema nunca conseguiria suportar o número atual de traquianos, nem os milhões mais que assumirão forma humana no futuro..

O planetóide, lua Tritão, (Mern) de Netuno (Trake). Mesmo cidades subterrâneas não seriam uma solução adequada.

Talvez seja o desejo verdadeiro dos elohim que o destino de todos nós, do radiar Trake e possivelmente os humanos de todos os outros mundos, seja no final se espalhar por todo o universo e interagir de forma pacífica uns com os outros. Se isso for verdade, que assim seja, embora eu pessoalmente ache difícil conviver com os costumes e atitudes de alguns habitantes muito afáveis de outros mundos. Ainda assim, são as diferenças existentes entre os povos de todos os tipos que ensinarão às pessoas como tolerar e respeitar os direitos espirituais dos outros de agir como bem quiserem (ou deverem) de acordo com o Plano Mestre do Criador de Tudo Que É. Digo-lhes isto: nunca tolerarei os que praticam os costumes do lado sombrio da realidade. Nós, de Trake/Netuno, acreditamos ter sido programados por nosso El progenitor antes de nossa existência humana para ser o que vocês chamariam de ciganos cósmicos.

Essa crença é fisicamente apoiada pelo fato de sermos um raro tipo de humanos que não apresenta dificuldade alguma para passar da respiração de nitrogênio aos mais exóticos tipos de atmosferas encontradas em alguns outros mundos. Podemos passar a respirar oxigênio sem dar uma tossida ao atravessar os vários estágios do processo. Em minha primeira vida humana meu nome era Thaler, filho único de meu pai Framer e minha mãe Ibolue. Poucas famílias de Mern têm mais de um filho.

Todos os planetóides Trake eram governados por um único corpo de pessoas que chamávamos de Skates. Enquanto os Babs integrantes do Conselho das Sete Luzes outrora governaram o povo do radiar Sumer/Saturno por meio de contato telepático interplanetário uns com os outros e buscavam orientação espiritual de seu El fitando a face de seu radiar, os Skates de nosso sistema empregavam métodos totalmente diferentes para estabelecer contato uns com os outros e receber instruções divinas do El de Trake. Para que os leitores compreendam os métodos dos Skates, faz-se necessário que eu explique o que é realmente um Skate e como uma pessoa torna-se membro desse grupo singular. Os Skates são mestres de ilusão que possuem uma hierarquia baseada no grau de realidade que conseguem imprimir a uma ilusão e em quantos observadores são capazes de convencer ao mesmo tempo.

A posição de um Skate na hierarquia é identificada por um anel colorido que aparece naturalmente num dedo (ou dedos) quando ele progressivamente atinge níveis superiores em sua arte. Doze anéis nos dedos da mão esquerda é considerado a posição mais elevada. Os iniciados Skates provenientes dos planetóides do radiar Trake que atingiram o conhecimento básico exigido para buscar níveis mais elevados de realização possuem símbolos tatuados fisicamente na nuca que identificam seu professor. A manifestação natural dos anéis de poder de macro nível (1 a 12) constitui uma forma universal de identificação que indica que a pessoa portadora dos anéis tem a capacidade de mentalmente atingir e tirar poder (até certo grau limitado e em horários específicos) do macro nível do campo vital universal (CVU). Como deve ser de conhecimento do leitor, o macro nível de percepção no CVU é o plano dimensional no qual o elohim interage.

O marciano Senhor Sharmarie é conhecido por apresentar dois anéis de poder de macro nível e seu professor So-Socrey (quando corporificado) tem quatro. Rick Charkels, da Casa de Comércio de Cre’ator, é conhecido por exibir sete anéis de macro nível. (Antes de ir em frente, deixem-me dizer-lhes que, embora eu tenha várias tatuagens pequenas nos braços e no rosto, não tenho anéis de poder de macro nível.) Os Skates do radiar Trake acabam por cobrir o corpo todo com tatuagens que os auxiliam tanto a atingir níveis mais elevados de macro poder como a produzir suas ilusões realistas. De vez em quando, tatuagens se manifestam no corpo de um Skate da mesma maneira que os anéis de macro poder como descrito anteriormente.

A compulsão de muitos dos que vivem hoje na Terra de ser tatuados (até mesmo de forma bem artística) tem sua fonte básica no instinto psíquico (possivelmente instilado numa vida anterior) de ser espiritualmente favorecido pelo Elohim. Mesmo os que praticam os costumes do lado sombrio da realidade usam tatuagens simbólicas para solicitar e adquirir poderes do macro nível. O símbolo, não a pessoa, é o meio. Os integrantes das S.S. nazista tinham as letras “SS” (abreviação de Schwarze Sonne-SOL NEGRO) tatuadas no lado de dentro dos braços esquerdos de forma estilizada, representando também um raio (na realidade eram duas letras Sigil do alfabeto rúnico germânico).

Em minha primeira vida humana, as crianças dos planetóides do radiar Trake eram educadas verbalmente na leitura, escrita, matemática e história por Skates de nível secundário, cabendo a educação espiritual e religiosa aos pais da criança. Depois de absorver os elementos básicos dessas matérias, as crianças recebiam dos Skates mestres educação superior nessas mesmas matérias.

Os integrantes das S.S. nazista tinham as duas letras SIGIL “S.S.”, do alfabeto rúnico, (abreviação de Schwarze Sonne – SOL NEGRO – tatuadas no corpo- na nuca de preferência.

Os Skates mestres empregavam a ilusão para criar experiências e situações para forçar os alunos a utilizar cada parcela de conhecimento e testar o limite de sua percepção mental. Com a idade de cerca de seis anos terrestres eu já tinha visitado todos os planetóides do sistema radiar Trake sem nunca ter me afastado mais do que cinco quilômetros do local onde nasci em meu mundo natal de Mern. Realizei todas as minhas explorações fora do meu mundo na maioria das vezes pedalando uma bicicleta imaginária ou caminhando em estradas ilusórias que, na verdade, existiam em mundos reais. De fato, se alguém caminhasse fisicamente por uma dessas mesmas estradas (quando elas existiam), veria que cada detalhe minúsculo era idêntico à ilusão gerada experienciada daquele local.

Como todos os habitantes dos planetóides de Trake (por intermédio dessas experiências ilusórias) sabiam tudo sobre todas as características físicas de cada planetóide (inclusive dos povoados e cidades ali localizados), era como se cada pessoa em todo o sistema pertencesse, na verdade, a uma única população vivendo em um único mundo. Afinal, a época de educação ilusória terminava, e esperava-se que os formandos usassem seus conhecimentos e experiências para arrumar um emprego e ganhar a vida. As experiências educacionais ilusórias eram-lhes negadas dali em diante e eles eram incentivados a desenvolver seus próprios poderes de Skate sempre e como pudessem. Os artistas da tatuagem estavam sempre muito ocupados gravando símbolos mágicos na nova geração de clientes.

Muitos buscavam os Skates mestres para solicitar aprendizado. As ilusões não podem ser registradas e tocadas repetidas vezes como ROMs mentais, por muito tempo usados com propósitos educacionais em alguns mundos. Nas culturas avançadas amplamente disseminadas, como dos nodianos, a tecnologia para produzir e tocar repetidas vezes ROMs mentais existia centenas de anos antes da fundação da Federação. Qualquer cena com o acompanhamento de qualquer tipo de emoções pode ser registrada, editada e posteriormente transmitida por meio de certos planos de micro nível do FUB (freqüências ultra baixas) a vários receptores humanos que estejam mentalmente em sintonia com a freqüência de transmissão na qual os componentes dos ROMs estão sendo irradiados.

Magohighlands

O Skate mestre da mais alta hierarquia de cada planetóide do sistema é automaticamente considerado o supremo líder do mundo.

Ele ou ela dariam a última palavra em qualquer questão secular espiritual, jurídica ou de outra natureza. Em minha primeira vida, todos os planetóides Trake possuíam vida vegetal e animal. Os povos de dois dos planetóides se alimentavam de peixes, mas os povos dos outros nove mundos eram vegetarianos que também consumiam produtos derivados do leite.

Havia abundância de frutas e tínhamos uma variedade de alimentos do tipo tubérculos semelhantes a batatas, mandioca e amendoins. Os animais se reproduziam mais ou menos a cada dois anos terrestres e a maioria das espécies nunca vivia mais de quatro anos na natureza. Obtínhamos leite de quatro tipos de animais ligeiramente diferentes, semelhantes ao que vocês chamam de cabras. A maioria dos mundos de Trake dispunha de uma variedade de espécies diferentes de aves, mas nenhuma era maior do que um pardal. Não tínhamos insetos.

Nossas roupas eram feitas de certos tipos de fibras obtidas, em sua maior parte, da casca de árvores. As peles e os ossos de animais também eram usados. Todos os planetóides tinham grandes jazidas de ferro, cobre, prata e estanho. Combinávamos estanho e cobre, obtendo bronze. Os dois mundos cujos povos comiam peixes falavam línguas diferentes. Esses mundos eram em sua maior parte, cobertos por desertos. O povo vivia em áreas irrigadas por gêiseres, ativados regularmente por efeitos gravitacionais gerados pelo radiar. Sob a superfície desses mundos havia grandes cavernas e lagos nos quais se desenvolviam peixes entre plantas aquáticas e formas menores de vida aquática. Os Skates desses dois mundos eram muito poderosos.

Chamávamos os habitantes desses mundos de “andarilhos” pois o único meio de percorrerem seus mundos arenosos era andando. Nós, dos outros mundos, claro, construíamos estradas e usávamos bicicletas. Tínhamos conhecimento da eletricidade e da eletrônica, mas não conseguíamos mentalmente tolerar o ruído eletromagnético gerado por aparelhos como a televisão. Qualquer tipo de instrumento eletrônico que usássemos para conduzir um experimento científico tinha primeiro de ser muito bem protegido para que suas emissões não deixassem seus usuários loucos varridos.

Com a idade de mais ou menos 18 anos terrestres, fui contratado por uma mulher Skate de altíssima hierarquia que era também arquiteta e empreiteira. Ela era paga por seus serviços em notas revestidas por um belo mas raro material encontrado em quantidades limitadas em todos os planetóides do sistema Trake.

Após ser separado de outros materiais, em seu estado refinado brilhava com se estivesse pegando fogo quando atingido pela luz. Esse material, que chamávamos crare, foi fisicamente formado ao mesmo tempo em que os próprios planetóides foram criados. O crare podia ser fundido e modelado. Em essência, o crare era para meu povo o que o ouro tem sido para os terráqueos há vários milênios. O nome de minha patroa era Raind. Usando seus poderes de ilusão, ela podia projetar e construir um edifício no local escolhido em minutos.

Seus clientes podiam andar pela estrutura imaginária e descrever seus desejos, após o que ela modificava sua ilusão para ilustrar como esses desejos seriam na realidade. Quando todos estivessem satisfeitos com a ilusão, ela desaparecia. Cerca de duas horas depois, o plano projetado por ela por meio da ilusão era ilustrado no papel. Minha tarefa era construir e instalar fisicamente as janelas exigidas pelas plantas da construção. Eu passava bastante tempo lendo e comparecendo a concertos de música. Tons musicais muito agudos, além do alcance de audição dos habitantes da Terra hoje, eram apreciados pelas pessoas de minha idade. Os traquianos mais velhos consideravam essa forma de música um barulho sem sentido.

Hoje eu concordaria com eles. Era costume as mulheres pedirem os homens em casamento e meus amigos e eu ansiávamos por ser pedidos. Certa tarde, enquanto eu instalava uma janela, a sobrinha de minha patroa espiou pelo vidro do outro lado e sorriu para mim. Três meses depois, casamo-nos num belo jardim ilusório fornecido pela mente de sua tia Raind. O nome de minha mulher era Balis. Posteriormente, ela estudou muitos anos sob a tutela da tia para se tornar Skate. Fui elevado à mais elevada posição da companhia: tornei-me telhador.

Era costume os homens se reunirem a cada nove dias em praças e casas de chá para conversar em particular uns com os outros ou pedir a palavra para falar com todos os que estivessem reunidos. Foi durante uma dessas reuniões que se deu um acontecimento que, sem dúvida, tem relação ao motivo pelo qual estou me comunicando com vocês e não com alguma outra pessoa de meu sistema de origem.

O acontecimento foi a primeira aterrissagem de uma espaçonave de outro mundo, e eu fui a primeira pessoa de meu mundo a travar uma conversa razoavelmente inteligente com seus ocupantes.

Dois outros habitantes de meu mundo entraram em contato com os visitantes antes de mim, mas o que aconteceu entre eles poderia ser usado como tema para o que vocês chamariam de ópera cômica.

MORRIS DO Planeta NODIA

Certo dia um velho amigo chamado Picer, muito agitado, entrou correndo na praça gritando que na estrada, a cerca de três quilômetros, havia homens muito altos e estranhos vestidos de forma ainda mais estranha. Ele também disse que os vira “sair de uma coisa metálica circular grande.” Todos os que ouviram sua história começaram a rir, pensando que ele fora vítima de um trote ilusório de algum Skate. Ele insistiu que o que vira era real e não uma ilusão. Acrescentou que um dos estranhos pediu a ele mentalmente que os levasse a autoridade política (ou seja “Leve-me a seu líder”).

O estado emocional de Picer logo começou a convencer muitos de nós de que ele havia realmente se deparado com algo fora do comum. Um Skate de um anel do grupo disse: “Leve-me ao local onde você teve essa experiência e eu lhe direi se o que viu foi real ou uma ilusão.” Nosso grupo, de cerca de 50 pessoas, montou nas bicicletas e seguiu Picer e o Skate estrada abaixo. Quando chegamos a nosso destino, as coisas realmente estavam como Picer contara. Lá estava a grande coisa prateada circular e três homens altos de cabelos brancos de pé ao lado dela com os braços erguidos, corno a dizer: “Nós nos rendemos.” O Skate imediatamente afirmou que esses homens não eram uma ilusão, e todos ficaram muito quietos.

O Skate gritou para que todos ficassem para trás, porque havia agora luzes vermelhas piscando em vários pontos na borda da coisa de metal. O Skate projetou uma ilusão que a princípio assustou os visitantes. Os integrantes do grupo que conseguiram vê-la também tiveram um sobressalto. A ilusão era a besta mais feia e feroz que o Skate conseguiu conjurar. De onde ele tirou a idéia dessa besta ilusória estava além da compreensão de todos nós, pois não existia nada parecido com aquilo na realidade de qualquer dos planetóides Trake. Depois de mais ou menos um minuto, os estranhos caminharam até a imagem da besta e passaram a golpeá-la com um chapéu. Os outros dois estranhos começaram a gingar em volta da imagem.

Quando o Skate percebeu que já não estava enganando ninguém, sua criatura imaginária progressivamente encolheu e desvaneceu. Os estranhos começaram a rir e todos os presentes se juntaram a eles. Na época, eu não sabia o que tomou conta de mim, fazendo-me andar até os estranhos e estender minhas mãos vazias. Eles não me apertaram as mãos, e sim cada um deles tocou as palmas nas minhas.Um dos integrantes do grupo falou-me em meu idioma nativo, perguntando meu nome. Respondi, e então ele disse que seu nome era Morris. Morris falou com um de seus companheiros em sua língua nativa e o homem entrou no veículo prateado. As desagradáveis luzes vermelhas foram apagadas e uma parte relativamente grande do casco da nave dividiu-se em dois, separando-se e revelando seu interior. Sentamo-nos na abertura da nave com os pés tocando o solo. Morris pediu-me que chamasse meus amigos para que ele pudesse nos falar a todos. Quando o grupo se aproximou, vi o Skate e vários outros homens pedalando suas bicicletas o mais rápido que podiam em direção à nossa cidade.

Polaris e Nodia
Acima: POLARIS/SOST, popularmente conhecida como Estrela Polar, é a estrela mais brilhante da constelação chamada Ursa Menor, a estrela Polaris é uma das estrelas pertencentes a Constelação da Ursa Menor que no correr dos séculos vem sendo usada para nortear os navegantes, pois é uma estrela fixa que determina o Norte celeste. A estrela apontada como Polaris Ab na realidade b seria o radiar Ampt, onde orbita o planetóide Vitron, o lar de Mocalar e o Planeta NODIA dos nodianos.

Morris nos disse que ele vinha de um mundo que ele chamava Nodia, situado num sistema solar muito distante. Quando perguntei se ele havia percorrido todo aquele caminho na nave em que estávamos sentados, respondeu que não. Disse-nos, então, que ele e sua pequena nave haviam sido trazidos para nosso mundo numa espaçonave muito maior, localizada além das órbitas de qualquer dos planetóides Trake. Quando o assunto passou a comércio universal, perguntei a Morris o que tínhamos em Mern ou em qualquer dos demais planetóides Trake que interessava a ele e seu povo. Antes de ele responder minha primeira pergunta, também lhe perguntei se o que os interessava eram nossas jazidas de crare.

Fiquei surpreso ao ouvi-lo dizer que o crare podia ser encontrado em grande quantidade em vários mundos remotos por ele visitados. Ele disse-me, então, que era no povo do sistema radiar de Trake que seu empregador, a Casa de Comércio de Cre’ator, estava realmente interessado. Essa casa de comércio acreditava que a capacidade de nossos Skates de reproduzir ilusões pudesse ser muito valiosa quando a casa de comércio entrasse em contato pela primeira vez com raças não-telepáticas, bem como para confundir os inimigos da casa de comércio em encontros militares hostis. Fiquei confuso ao tomar conhecimento de que os povos de outros mundo às vezes se matavam. Descobrira que na realidade havia perigos que poderiam causar morte acidental, mas a idéia de que uma pessoa quisesse ou pudesse matar outra era muito perturbadora.

Chamei a atenção de Morris para o fato de que o número de Skates existente, em comparação ao número de traquianos que não tinham poderes Skate, era muito pequeno. Ele me disse que sabia que o que eu dissera era verdade, mas tinha certeza de que a base das capacidades psíquicas Skate estava presente em todos os traquianos nativos. Ele acrescentou que, embora não se esperasse que todos nós desenvolvêssemos o poder Skate para produzir ilusão, ele tinha certeza, assim como seus patrões, de que poderíamos ser treinados para nos tornar excelentes telepatas e espers, dois tipos de pessoas das quais uma casa de comércio em desenvolvimento tinha grande necessidade.

MUDANÇA PARA o Planeta VITRON (Sol/Estrela POLÁRIS)

Quase um ano depois, minha mulher Balis e eu embarcarmos num pequeno foguete nodiano que nos levou a uma nave-mãe de forma cilíndrica de aproximadamente três quilômetros de comprimento. Expiramos nossa última golfada de nitrogênio e inspiramos nossa golfada seguinte de ar rad sem nem mesmo nos aperceber de que fizéramos a mudança.

A bordo da nave-mãe, entramos em contato com algumas pessoas do radiar Relt (Júpiter) e algumas do radiar Sumer (Saturno). A comandante da nave não era nodiana, tampouco era do sistema solar de origem dos nodianos. Seu nome era Nella-Vo, e vinha de um mundo chamado Orkintu. que fazia parte de um sistema solar cujo centro era um sol chamado Tagmer. Nella-Vo tinha três filhos pré-adolescentes que a seguiam silenciosamente por toda parte. (Acho que eram meninos, mas era muito difícil para mim ou Balis dizer.)

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A tripulação da nave-mãe era composta de pessoas de centenas de mundos diferentes. Seus vários tamanhos e diferentes colorações de olhos e pele fizeram-nos sentir como se estivéssemos possivelmente entre seres imaginários. experiênciando, na verdade, algum tipo de ilusão fantástica.  A nave-mãe era chamada pelo nome nodiano de Shalope, que, traduzido para a linguagem falada, significa “acalanto.”  Sempre achei esse nome muito apropriado a uma nave-mãe. A Shalope permaneceu em nosso sistema solar por cerca de oito dias terrestres. Depois de sair de nosso sistema solar, paramos em mais dois sistemas solares antes de chegar a nosso destino final. Vitron, um planetóide (Lua habitada) enorme que era o único a orbitar o radiar Ampt. O radiar Ampt por sua vez orbitava o sol SOST (estrela Poláris). O terceiro planeta desse sistema solar era chamado NODIA.  

O planetóide Vitron tem uma superfície aproximadamente 30 vezes maior que a da Terra. Como o campo magnético que envolve o radiar Ampt é comparativamente fraco, a força gravitacional de Vitron é apenas ligeiramente mais intensa que a da Terra. Por exemplo, o planeta Nodia tem uma superfície cerca de 26 vezes maior que a da Terra, mas como também possui um campo magnético fraco, pouca energia magnética polariza com a força nuclear fraca gerada pela massa do planeta. Portanto, a atração gravitacional de Nodia é mais fraca do que a da Terra, sendo comparável à atração gravitacional atual de Marte. Grande parte da superfície de Vitron era naquela época, como ainda hoje, dedicada à agricultura. (Dizem de maneira jocosa que se poderia realmente viver dentro da casca de uma melancia vitroniana.)

Recebemos um apartamento no que era chamado complexo Cre’ator e achamos a vida entre os vitronianos muito agradável. Os vitronianos se parecem muito com os nodianos. Têm pele ligeiramente mais clara e olhos mais escuros. Quando perguntamos sobre o planeta Nodia, um vitroniano replicou: “Vocês não iam querer ir para lá. Os nodianos são simpáticos, mas coisas loucas e imprevisíveis estão sempre acontecendo por lá. Tem muita gente de outros mundos.” Balis e eu recebemos cada um uma versão nodiana de um cartão de crédito, que nos permitia comprar apenas comida e roupas. Moradia e transporte para todos os locais do mundo eram gratuitos. Passamos mais de um ano terrestre aprendendo tudo que podíamos usando ROMs mentais, o método nodiano de auto-ensino.

Descobrimos que as expetiências proporcionadas por ROMs mentais eram semelhantes ao aprendizado realizado por meio de ilusão, exceto que aqui podíamos absorver em minutos anos de experiências, enquanto nos encontrávamos em profundo estado hipnótico. As ilusões requerem tempo real para completar seu curso e impressionam nossos sentidos enquanto nos encontramos totalmente despertos. Afinal o complexo Cre’ator começou a ficar repleto de traquianos. Disseram-me que não havia praticamente ninguém ainda vivendo em nossos mundos natais. Usando um termo do século 19 terrestre, todos queriam “ver o elefante.”

Por cerca de mais dois anos, Balis e eu treinamos para nos tornar telepatas, e nos tornamos muito bons nisso. Foi por essa época que um novo grupo de traquianos chegou ao complexo em Vitron. Seus integrantes trouxeram consigo o testemunho ocular da destruição do planeta Maldek. Também nos contaram da ocorrência de migrações em massa de populações humanas dos planetas e planetóides do sistema solar. Quando perguntei onde estavam indo todos, um dos recém-chegados respondeu: “Na verdade, a toda parte, mas principalmente para a Terra.” Os planetóides traquianos estavam quase totalmente desertos de traquianos, a maioria dos quais havia sido empregada por uma casa de comércio nodiana ou pela recém-formada Federação.

Por ironia, os planetóides praticamente vazios foram os últimos a sentir os efeitos prejudiciais causados pela destruição de Maldek, então a Casa de Cre’ator e a Federação usaram os armazéns de Trake e as áreas de baldeações para estocar suprimentos que elas acabariam por transportar para a Terra para ajudar hordas de refugiados. Enquanto isso acontecia, espécimes da vida vegetal e animal dos planetóides Trake eram colocados por grupos de sumerianos (saturnianos) e levados para serem preservados em céus mais seguros localizados fora de seu sistema solar natal.

Continua…


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