TIXER CHOCK de Gracyea, parte VI, final– Histórias do planeta Maldek, da Terra e do Sistema Solar.
“A história do planeta MALDEK: Promessas quebradas, sonhos desfeitos, corações partidos, mundos despedaçados, espíritos vergados. E agora somos nós que devemos recuperar tudo isso“. Eu Sou Molacar de Vitron.”
Traduzido do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de Olhos Alienígenas”, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO, páginas 237 a 296
TIXER-CHOCK DE “Gracyea”- 6ª Parte e FINAL
Tixer-Chock nasce na Terra como Silmikos o Grego – Pitágoras
Por vontade e plano sagrado dos elohim, eu, Tixer-Chock, nasci no ano de 532 a.C. na terra que vocês chamam atualmente de Grécia. O nome de minha mãe era Mermatha e de meu pai Kaltros. Meu pai era soldado e morreu em batalha quando eu tinha cerca de seis anos de idade. Meu nome era Silmikos. Naquela vida, eu tinha uma irmã chamada Osypala. Durante os primeiro 13 anos daquela vida minha mãe, irmã e eu moramos com meus avós maternos. Nós vivíamos da agricultura. Minha mãe viúva acabou por se casar novamente com outro fazendeiro, cuja mulher morrera. Seu nome era Aknostros. Ele era medianamente rico, possuindo vários escravos. Aknostros não tinha filhos e desenvolvemos um bom relacionamento com ele. Um dos escravos de Aknostros se chamava Sepore.
Naquela época, ele tinha por volta de 39 anos de idade e lhe faltava a orelha direita; também tinha um braço seco. Falava com sotaque estrangeiro, alegando ser de descendência egípcia. Por volta dos 25 anos de idade ele fora capturado, juntamente com outros marinheiros, que integravam a tripulação de uma frota de navios gregos de ataque. Suas deficiências o impediam de trabalhar nas galés, colocando nele um preço que meu padrasto podia bancar.
Sepore era empregado como contador por meu padrasto. Sabia fazer cálculos numéricos de cabeça com muita rapidez; eu ficava maravilhado com sua capacidade. Quando anotava números, o fazia por meio de símbolos que somente ele conhecia. Sua habilidade fenomenal com números era conhecida em todo o país. Muitas pessoas ricas se ofereciam para comprá-lo ou alugá-lo de meu padrasto, mas Aknostros não podia passar sem ele.
Certo dia, no início da primavera, um grupo de soldados gregos e vários soldados romanos bem vestidos chegaram a nossa fazenda portando uma ordem do governador local, que fora orientado por autoridade superior de Atenas a levar o escravo Sepore sob custódia depois de pagar a meu padrasto considerável soma de prata. Os romanos e o oficial encarregado das tropas ficaram algum tempo regateando com Aknostros e Sepore.
Ficou acertado que Sepore seria devolvido a Aknostros em dois anos e eu iria com ele para cuidar que ele não fosse maltratado de forma alguma. Aknostros, depois de ouvir para onde Sepore estava indo, agarrou a oportunidade de fazer com que eu recebesse ensinamentos de contabilidade, de modo a um dia ser capaz de substituir Sepore, se necessário. Eu tinha uns 16 anos de idade naquela época.
Três dias depois, Sepore e eu subimos num carro de boi acompanhados por um carroceiro e dois soldados, que andavam ao lado da carroça. Fomos tratados com considerável respeito por nossa escolta. Eu nunca estivera longe de casa, então estava muito agitado. Meu padrasto me disse que Sepore e eu seríamos levados para a costa litorânea, de onde navegaríamos para uma cidade no norte da Itália chamada Crotona. [Cróton é também o nome de uma planta, e o cróton bug é um tipo de barata pequena. – W.B.] Em Crotona, moraríamos por dois anos na casa de um estudioso desconhecido com quem os governantes de Atenas e Roma estavam de alguma foram em dívida.
Estávamos a meio caminho rumo à costa quando um integrante de nossa escolta mencionou o nome Pitágoras de Samos (n.t. uma encarnação do mestre ascencionado Kuthumi Lal Sing, que mais tarde seria São Francisco de Assis). Ao ouvir o nome, Sepore despejou uma enxurrada de palavras em seu idioma materno. Em grego, pediu ao guarda que repetisse o nome. Bateu-me nas costas e disse repetidas vezes: “Sabia que se ainda estivesse vivo, Pitágoras se lembraria de mim. Louve os deuses do Olimpo, Silmikos. Estamos a caminho do paraíso.”
Durante nossa viagem para a Itália, Sepore contou-me que aprendera sobre os números ao viajar com Pitágoras e vários outros gregos, para a terra da Pérsia (Babilônia). Depois de passar mais de um ano com os estudiosos de matemática da Pérsia, ele alistara-se, em troca de alto pagamento, para escoltar alguns dos estudiosos persas ao Egito, onde estudariam as dimensões das Grandes Pirâmides. Quando saiu da Pérsia, Sepore deixou para trás seu amigo Pitágoras ainda às voltas com o estudo dos números.
Sepore relatou que ele e seus patrões persas nunca chegaram ao Egito, pois no caminho foram atacados por bandidos. Os persas foram mortos no ataque e Sepore, ferido (com uma orelha a menos), foi deixado, pois o julgarem morto, na terra atualmente chamada Líbano, ou talvez Síria. Vários dias depois, os bandidos retornaram e o encontraram ainda vivo. Decidiram cuidar dele e levá-lo consigo para o litoral. Lá os bandidos se reuniram a vários colegas pertencentes ao ramo marítimo de sua raça, que eram piratas libaneses (fenícios). O plano de seus captores era vendê-lo como escravo caso ele se recuperasse fisicamente.
Durante a longa e sofrida recuperação de seus ferimentos, contou Sepore, ele navegou pelo Mar Mediterrâneo, acompanhando os piratas quando eles atacavam e saqueavam barcos de pesca e pequenos cargueiros. Foi durante um ataque a um desses cargueiros, ancorado na baia de uma ilhota, que os piratas foram surpreendidos por duas galés de guerra gregas que vieram rapidamente do outro lado da ilha, capturando-os sem luta. A tripulação pirata e Sepore foram levados ao continente da Grécia e vendidos como escravos, a esta altura meu padrasto Aknostros comprou Sepore por menos do que teria pago por dois bodes. Depois de descobrir a habilidade extraordinária de Sepore com números, ele percebeu que naquele dia fizera um bom negócio no mercado de escravos.
A vida com Pitágoras de Samos
Sepore e nossos viajantes chegaram a Crotona pelo meio da tarde, três dias depois de desembarcar na Itália. A casa de Pitágoras de Samos era uma pequena estrutura de madeira de quatro cômodos, mas nos fundos estava sendo erigida uma edificação de pedra de tamanho considerável. A nova construção fervilhava de jovens gritando ordens uns aos outros. Trabalhadores se sentavam por lá com sorrisos nos rostos. O barulho cessou e os trabalhadores de um pulo se levantaram quando vários homens vieram andando na direção da construção. Um dos homens, embora obviamente grego, usava as vestimentas dos persas, e de sua orelha direita pendia uma grande argola de ouro. Era Pitágoras de Samos.
Andou até Sepore e balançou a cabeça, não acreditando na condição física em que ele se encontrava. Chamou um dos jovens que estava por ali e lhe ordenou gentilmente que nos trouxesse vinho e comida. Pelo restante daquela tarde, Pitágoras ouviu a narrativa de Sepore acerca do que acontecera depois que ele saíra da Pérsia rumo ao Egito. Pitágoras disse a Sepore: “Você vai conseguir concluir sua jornada. Prometo-lhe que navegaremos para o Egito antes do término do prazo em que concordei em devolvê-lo a seu dono. Mas talvez os deuses proporcionem um novo plano para o seu futuro.”
Das 7:00 horas até as 10:30 horas da manhã, mais ou menos, um grupo de jovens ouvia Pitágoras falar sobre matemática, música e astronomia e de como todas as coisas eram números. Desde aquela primeira manhã, tornei-me o aluno mais dedicado de Pitágoras. Trinta e sete anos depois, eu estava a seu lado quando ele morreu no primeiro dia de janeiro do ano de 480 a.C.
Das 10:30 até o meio dia, Pitágoras se ocupava de suas pesquisas e experimentos. Almoçava apenas pão, legumes e frutas, quando as conseguia. Era vegetariano, recomendando a prática a seus amigos, mas exigindo que seus alunos comessem o que ele comia. Era considerado uma honra sentar-se com ele durante o almoço e ouvir o que quer que tivesse a dizer informalmente sobre números e religião. Era homem de pensamento profundo, e suas dissertações eram fascinantes.
Dormia das 14:00 horas, mais ou menos, até as 16:30 horas. Quando se levantava, tomava um copo grande de vinho e então saía para ver o progresso que fora feito na construção. Passava, então, cerca de uma hora dizendo a seus alunos e supervisores de construção o que deveriam realizar na obra no dia seguinte. Sempre fechava sua lista de instruções com a recomendação: “Se chover amanhã, fiquem em casa; se for feriado, não se embebedem demais.”
Por volta das 5 horas da tarde Pitágoras jantava apenas com os que ele considerava seus alunos mais brilhantes e seus amigos mais interessantes. Por volta das 19:00 horas, rezava durante uma hora em reclusão. Recolhia-se então, encerrando a noite. Acreditava que a alma é imortal e deixa o corpo físico por ocasião da morte. Acreditava, erradamente, que a alma encarnava em todas as formas de vida animal até que tivesse experimentado a vida na forma de todas as criaturas.
A construção da edificação atrás da casinha de Pitágoras estava sendo financiada por um grupo de ricos mercadores e proprietários de terras aristocratas romanos que pagavam Pitágoras por seu projeto e continuavam a paga-lo mensalmente em troca de sua supervisão da construção. Sua intenção era usá-la como um lucrativo teatro. Secretamente, Pitágoras não tinha pressa de concluir a construção. Quando uma parte dela foi finalmente coberta, Pitágoras a usou como escola.
Seus alunos vinham de toda parte. Habitantes da região pagavam sua taxa de ensino com produtos e gado; estrangeiros pagavam pequenas taxas em ouro e prata com dois anos de antecedência. Pelos padrões da época, Pitágoras era um homem muito rico, mas dividia tanto sua riqueza como seu conhecimento com os que considerava investigadores sérios da verdade. Ao longo dos anos, teve milhares de seguidores aos quais ensinava as coisas básicas, mas transmitia informações secretas a apenas cerca de 50 dos integrantes de sua equipe docente especial. Sua escola atraía tanto comércio para a área, que os que originalmente financiaram a construção do teatro o deram a ele quando ouviram rumores de que ele planejava mudar sua escola para outra região.
O logotipo de escola pitagórica de matemática era, como sabem, a estrela de cinco pontas, ou pentagrama. O símbolo foi criado juntando-se dois Triângulos Dourados de tal forma que eles formavam a estrela de cinco pontas. O Triângulo Dourado é proporcionado segundo a ordem tanto de valores inteiros como decimais de phi (1,618033989 e 0,618033989).
Basicamente, Pitágoras ensinava e demonstrava que as cordas vibram produzindo tons harmoniosos quando as proporções dos comprimentos das cordas são números inteiros, e que essas proporções podem ser aplicadas a outros instrumentos. Pitágoras percebeu que qualquer triângulo cujos lados estivessem na proporção de 3:4:5 era um triângulo retângulo (fato percebido pelos egípcios já na Segunda Dinastia). O teorema de Pitágoras afirma que o quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados, mas essa proposição não se originou com ele.
Ele adquiriu esse conhecimento na Pérsia, onde estudara durante vários anos; os persas obtiveram a informação dos egípcios. Gosto de acreditar que esse conhecimento matemático foi transmitido aos persas pelo então meu amigo e colega Hamarebuti, que estava com o rei Khafre e eu muitos séculos antes, quando exploramos as conhecidas Grandes Pirâmides de Gizé.
Pitágoras fora grandemente influenciado pela crença babilônia na astrologia (n.t. naquele tempo era a ciência do estudo dos corpos celestes, a nossa astronomia atual) e ensinou seus alunos as relações numéricas periódicas dos corpos celestes. Ele denominava esferas celestiais as estrelas e planetas que, segundo ele, produziam uma harmonia por ele chamava a música das esferas. Nós, do estado aberto de perfeição, chamamos essa atividade de macronível “canção coletiva do elohim” . [A palavra “universo” significa “uma canção.” – W.B.]
Pitágoras estava convencido de que o universo funcionava segundo a ordem de três proporções musicais básicas, que são 4:3, 3:2 e 2:1. Pitágoras também sabia que a própria Terra era uma esfera que orbitva o Sol. Foi devido a suas previsões astrológicas que ele caiu nas graças das classes dirigentes de Atenas e Roma. De tempos em tempos recorriam a ele para consultar as estrelas em seu nome sempre que não conseguiam chegar a uma decisão sobre algo por si mesmos.
A descoberta dos Números Irracionais
Certa tarde, durante o jantar, Pitágoras, depois de um período de profunda e silenciosa reflexão, decidiu revelar a nós, de seu círculo íntimo, uma descoberta matemática que fizera naquela manhã. Era evidente para todos os presentes que essa descoberta o estava perturbando. Depois de certa hesitação, passou a nos contar o que viera a saber no início daquele dia. Sua descoberta foi que existiam números “irracionais” (como o valor numérico infinito de pi {? 3,1415927 }, que não pode ser expresso com exatidão na forma de fração). Essa descoberta tornava necessário que os gregos da época reconsiderassem por completo tudo aquilo em que acreditaram anteriormente a respeito de matemática.
A própria crença de Pitágoras, segundo a qual números inteiros e suas proporções poderiam justificar todos os fatores geométricos, foi destroçada. Ele fizera sua descoberta ao verificar que a proporção da diagonal de um quadrado em relação a seu lado era um valor irracional. Alguns dos presentes à mesa realmente começaram a chorar. Outros, como eu, começaram a estudar os cálculos escritos feitos por Pitágoras naquela manhã. As palavras “não, não pode ser verdade” foram repetidas vezes sem conta. Fui o primeiro a afirmar que sentia nas profundezas de minha alma que havia um modo de contornar a questão dos números irracionais, revalidando nossas crenças anteriores.
Minhas palavras fizeram com que Pitágoras dissesse: “Também penso assim. Busquemos esse modo. Talvez encontremos a resposta no Egito.” Disse então a Sepore: “Tome providências para que todos nesta mesa viajem para a terra das pirâmides. Até descobrirmos a resposta, vamos guardar para nós o que descobrimos sobre esses números infinitos.” Pitágoras então nos deixou e foi dormir. Ha! A notícia da descoberta dos números irracionais correu rapidamente entre os estudiosos da Itália, chegando à Grécia, pois a maioria dos estudiosos da Itália na época era grega.
Pitágoras teve de se haver com visitantes de todo tipo vindos a Crotona para ouvir o que ele tinha a dizer sobre números irracionais. O clero de ambos os países proclamaram que os deuses criaram os números irracionais para atormentar as mentes de homens como Pitágoras e seus colegas, que se julgavam mais inteligentes do que os próprios deuses. Foram realizados milhares de sacrifícios aos deuses para agradecer-lhes por nos colocar todos nós, hereges, em nosso devido lugar.
Certa manhã, Pitágoras falou a sua classe e vários visitantes. Durante sua apresentação, declarou que, por enquanto, não podia se ocupar mentalmente dos números irracionais, mas que sabia como e por que eles existiam. Então prosseguiu dizendo: “O universo foi criado por um deus, e antes da criação do universo o número 1 representava o limite máximo. O Criador tragou (inspirou) o nada (vazio representado por zero). Essa ação produziu todas as coisas que existiam e que jamais existirão.” Com coisas ele queria dizer aquilo com que as pessoas serão capazes de se relacionar por meio de seus cinco sentidos.
Todas essas coisas conhecidas e desconhecidas eram individualmente descritíveis por intermédio dos números (como os filhos dos números 1 e O). Ele comparou os símbolos 1 e O, respectivamente, aos órgãos genitais masculinos e femininos. Na época, ele se divertia ao ver sua platéia ficar mais interessada no que ele dizia quando fazia tal comparação.
O cruzamento dos números 1 e o (zero) necessariamente produzia números irracionais. Os números irracionais, por sua vez, descrevem o ilimitado. Os números irracionais, por conseguinte, na verdade descreviam o Criador e os propósitos do Criador, ao passo que os demais números se relacionam apenas a coisas que compõem partes fracionárias da unicidade infinita do Criador.
Certo de que os sacerdotes em meio à multidão gritariam que ele blasfemava ao afirmar a existência de um deus apenas (o que eles fizeram), Pitágoras preparara uma declaração segundo a qual Zeus (Júpiter) detinha a distinção de poder ser descrito como o número 1, ou o valor irracional de pi, e os deuses menores podiam ser descritos por meio de outros números inteiros e irracionais. Essa explanação satisfez os sacerdotes e plantou as sementes da numerologia, bem como a noção de números pares e ímpares, números masculinos e femininos, e números de sorte e de azar.
Eu, Tixer-Chock, digo-lhes que existe certa verdade em tudo o que Pitágoras disse naquele dia.
Nossa viagem ao Egito só foi iniciada quando as circunstâncias se mostraram propícias em relação às estrelas. Enquanto esperávamos pela hora certa de partir de Crotona rumo ao Egito, também esperamos um homem chamado Philolaus chegar do norte e se encarregar da escola. Era um velho amigo de Pitágoras, no qual ele confiava. Chegou com sua família, formada de mulher e duas filhas. A filha mais velha se chamava Valbra, e tinha cerca de 17 anos, já sendo viúva. Seu marido, com quem estivera casada por dois anos, morrera em conseqüência de uma doença. Depois da chegada de Valbra em Crotona, desenvolvemos um relação amorosa que levou ao casamento. Quando nós, pitagóricos, partimos para o Egito, ela estava comigo como esposa.
A viagem para o Egito
Antes de sair da Itália, Pitágoras contratou os serviços de 290 soldados veteranos da fortaleza próxima a Crotona. Pitágoras rejeitou vários navios, dizendo serem inadequados para o alto-mar, antes de escolher um que fora construído recentemente no Egito e era tripulado por egípcios. O navio não navegou diretamente para o Egito. Primeiro atravessou o mar Mediterrâneo até a costa da África e então bordejou a costa rumo ao leste. Navegando ao longo da costa, de vez em quando passávamos por grandes galés italianas, de grande calado, pois seus porões estavam repletos de cereais egípcios e outras mercadorias do leste. Muitos desses navios hasteavam galhardetes identificando o proprietário da embarcação, bem como sua carga e destino.
Nosso navio egípcio navegou diretamente para a foz do rio Nilo, atracando cerca de 4,8 quilômetros rio acima, na praia oeste. Sepore atuava como nosso intérprete. Dava gosto vê-lo interagir com sua própria gente. Pitágoras providenciou que ele fosse vestido com as roupas mais finas, para que pudesse sentir-se orgulhoso e dar boa impressão. Suas duas primeiras tarefas foram obter-nos vários jumentos e contratar diversos carregadores. Enquanto esperávamos que Sepore concluísse sua tarefa, ficamos num pequeno povoado próximo ao local em que desembarcáramos.
A terra do Egito não estava tumultuada externamente, mas se encontrava num estado de confusão. Os cushitas do Sudão (Cush), que governaram durante a 25ª e a 26ª Dinastias, tinham recentemente sido humilhados por sua derrota nas mãos dos assírios, que ainda tentavam planejar o que fazer com a terra agora que a controlavam. Conquistadores vão e vêm, mas os sacerdotes dos deuses do Egito sempre permaneciam intactos guiando o povo nos tempos difíceis.
Cerca de quatro dias depois de nossa chegada, fomos visitados por um grupo de egípcios encabeçados por um sacerdote eunuco da deusa egípcia ÍSIS. Era um homem muito sábio e velho de nome Dthermas. Apresentou-se em grego e entregou a Pitágoras um rolo de papiro no qual havia desenhado, em cores vívidas, um mapa da área que tinha como centro as Grandes Pirâmides de Gizé.
Quando nos afastamos das margens do Nilo, Dthermas e seu grupo nos acompanharam. Sepore ficou sabendo, por meio de Dthermas, que seríamos recepcionados nas pirâmides por outros sacerdotes estudiosos egípcios. Nós, pitagóricos, ficamos no Egito cerca de seis meses em busca de todo tipo de informações matemáticas nas quais nunca pensáramos, por nossa conta, anteriormente.
Aprendemos a série aditiva atualmente chamada de seqüência Fibonacci e sua relação com as formas físicas da natureza. Nós, pitagóricos, todos concordamos que manteríamos essas informações secretas em nosso grupo. Quando tocamos no assunto de números irracionais com os nossos colegas egípcios mais instruídos, eles responderam que não faziam ideia do que estávamos falando. Não consigo me lembrar daquele tempo sem me repreender por não perceber, na época, que a resposta a como adequadamente contornar ou utilizar os números irracionais no mundo tridimensional já existia, diante de meus olhos, na geometria da Grande Pirâmide de Gizé.
Explicarei a que me refiro posteriormente em minha narrativa histórica.
Enquanto estávamos na área das pirâmides fomos levados à maior das três, entrando pela mesma porta alçapão que eu pessoalmente redescobrira há vários milhares de anos, quando vivi como “Melth-Nakhefra, o louco” durante os reinados dos reis egípcios Khufu, Rededef e Menkaure. A antecâmara, logo na entrada da pirâmide, ainda estava intacta. À luz de archotes, seguimos nosso caminho até a câmara subterrânea. Eu agora tinha um pressentimento de que algo estava errado em relação à pirâmide. Sei agora o que subconscientemente senti na época — que a estrutura já não absorvia o som, o que se verificava pelo fato de que nossas palavras faladas ecoarem para fora de suas paredes.
Quando nós, gregos e italianos, saímos do Egito, deixamos para trás 12 pitagóricos com a tarefa de continuar em busca das informações matemáticas e médicas secretas que sentíamos existir, mas nos passaram despercebidas durante nossa visita. Pitágoras deixou Sepore encarregado dos 12 que ficaram para trás. Deu também a Sepore a maior parte do ouro e prata que restava em nosso cofre. Quando perguntei a Pitágoras como ele explicaria o fato de Sepore não ser devolvido a meu padrasto, conforme o acordo de dois anos, replicou: “‘Sepore? Sepore? Ah, sim, aquele sujeito. Sempre fico imaginando o que foi feito dele. Acho que terei de efetuar algum tipo de restituição monetária a seu padrasto, pois ele (Sepore) já não está sob minha custódia.”
Depois de sair do Egito, fomos primeiro para a Grécia, onde Pitágoras desejava encontrar um estudioso grego chamado Altranmis e propor-lhe algumas questões a respeito de coisas que aprendêramos no Egito. Durante sua permanência na Grécia, Pitágoras e todos os que haviam viajado com ele pararam para visitar minha família. Pitágoras providenciou e bancou uma festa de três dias à qual compareceu toda a gente que morava num raio de quilômetros ao redor. Minha mãe e irmã, bem como meu padrasto Aknostros, estavam muito felizes por me ver novamente e conhecer minha mulher Valbra, agora grávida de vários meses.
Pitágoras foi ter com meu padrasto Aknostros, providenciando financeiramente a prorrogação do acordo de Sepore por mais cinco anos. Depois de receber uma arca cheia de ouro de Atenas, despedimo-nos de minha família e retornamos ao navio, partindo rumo à Itália. De vez em quando, recebíamos mensagens cifradas de Sepore. Depois de cerca de três anos, nunca mais ouvimos falar dele ou de qualquer um dos 12 colegas pitagóricos.
Passei minha vida estudando e ensinando em Crotona. Pitágoras casou-se com uma grega chamada Estrelmis. Não tiveram filhos, mas Valbra e eu tivemos dois filhos e uma filha. Minha vida em Crotona era amena e intelectualmente estimulante.
Certa manhã, Pitágoras não veio à escola, mas veio sua mulher, em busca de Philolaus e de mim. Disse-nos que Pitágoras não conseguia levantar-se da cama. Nosso mestre estava desperto e sorriu quando entramos no quarto. Sem nada dizer, estendeu os braços em nossa direção, agarrando-nos as mãos. Quando fechou os olhos, o aperto ficou mais fraco. Desse modo cessou Pitágoras de Samos de viver entre nós. Pitágoras estava, na verdade, com 81 anos (9 x 9) quando morreu. Eu tinha cerca de 52 anos na época.
Nós, da equipe administrativa e docente da escola, não sabíamos o que fazer sem Pitágoras a nos guiar. Como meu sogro Philolaus tinha adquirido experiência na direção dos assuntos da instituição quando fomos ao Egito muitos anos antes, foi eleito o administrador-chefe. Com o tempo, administrar a escola tornou-se uma tarefa pesada demais para ele ou qualquer um de nós do grupo íntimo original. Fechamos a escola, mas permanecemos juntos, escrevendo tudo de que nos lembrávamos acerca do que Pitágoras nos dissera e ensinara. Mesmo os assuntos antes considerados secretos foram registrados por escrito.
Certa manhã, logo depois de alimentar nossas galinhas, lembro-me de me sentar ao lado do fogo segurando uma sacola com comida de galinha. Peguei um punhado de grãos e o atirei no fogo. O fogo soltava labaredas a cada vez que jogava nele grãos e palha. Comecei a jogar os grãos no fogo num ritmo constante e vi nas chamas números que pareciam ter um significado. Quando parei de alimentar o fogo com grãos, as chamas continham apenas zeros. Valbra entrou na casa enfumaçada e disse:
“O que está fazendo, seu velho maluco?” Respondi: “As pirâmides do Egito explicam como os mortais conseguem lidar com números irracionais. É melhor eu ir dizer a Pitágoras; ele exultará ao ouvir isso.” Essas foram minhas últimas palavras. Morri naquela vida como Silmikos, o Grego, no mês de dezembro do ano de 469 a.C.. Estava com 63 anos de idade.
[Foi dito anteriormente neste texto que o sistema Ra de matemática consiste de cinco formatos conhecidos. A pessoa que usar qualquer dos formatos do sistema se defrontará, em certos cálculos, com fatores que apresentam valores irracionais. Quando isso ocorrer, o matemático precisa apenas converter o número irracional em um de seus representantes racionais existentes em pelo menos um dos demais formatos. Pode-se, então, prosseguir com os cálculos de forma racional e precisa. A mudança de um formato Ra para outro pode ser feita sempre que necessário. Por exemplo, pi verde (3,14269680) é um número irracional, mas seu representante no formato ômega maior apresenta o valor racional simples de 3,125, ou 3 1/8. – W.B.]
Pássaro da Fumaça dos Maias
Contarei a vocês minha curta vida como Pássaro da Fumaça dos maias, pois foi durante essa vida que testemunhei a aterrissagem de uma espaçonave vinda de outro mundo e nela fui embora da Terra.
Foi por volta de 404 d.C e o local se chamava “o poço onde os deuses vêm beber.” O local posteriormente transformou-se na cidade maia de Chichen Itza. Recebi esse nome porque minha mãe entrou em trabalho de parto enquanto assava um pássaro numa chapa. Meu pai encontrou seu jantar queimado e fumegante, transformado num carvão. Considerou isso um sinal de que os deuses queriam que eu, seu filho recém-nascido, fosse chamado Pássaro da Fumaça.
Fui um jovem magricela que aprendeu o ofício de pedreiro com meu pai. Tanto ele como eu estávamos a serviço do rei sacerdote, Língua de Jaguar. Durante o último ano daquela vida (meu nono ano) trabalhei na construção do primeiro observatório astronômico primitivo erigido na cidade. Esse observatório acabou sendo reconstruído, e podem-se ver atualmente as ruínas das instalações desse observatório posterior.
Ao fim de um dia de trabalho, eu não me sentia muito bem, então meu pai me carregou nas costas, saindo da cidade, rumo à casa de uma mulher famosa por ter o dom de curar os doentes.
Quando tomamos o caminho para a floresta, uma luz brilhante apareceu sobre nossas cabeças. Meu pai correu mais adiante, tentando nos esconder. A luz saiu do campo de visão, mas depois se irradiou pelas árvores. Desmaiei. Quando acordei, meu pai não estava comigo. De pé, acima de mim, havia um homem usando um capuz emplumado. Ele sabia que eu não entenderia suas palavras, então nada disse. Em minha mente ouvi: “Vá dormir, Tixer-Chock; seu tempo na Terra se acabou. Levaremos você para casa agora (o planeta Gracyea).” Dormi e morri.
Quando nasci mais uma vez em uma forma humana, foi em meu mundo natal de Gracyea, onde moro atualmente. Calculo minha idade atual em cerca de 1.582 anos terrestres. Eu, Tixer-Chock, afirmo que o que foi dito aqui sobre os números sagrados é verdade e para sempre o será.
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se for possível adicione os links da partes anteriores , facilitando o acesso ao conteúdo completo, muito obrigado e que a paz de Deus esteja presente em sua vida!