Candidato da direita, Bolsonaro supera as pesquisas e manda corrida presidencial do Brasil para um segundo turno. Os EUA não são o único lugar onde as pesquisas de opinião da mídia pre$$tituta$ subestimam a força dos candidatos de direita. A mesma dinâmica esteve em exibição no Brasil no domingo, já que o desempenho do presidente Jair Bolsonaro no dia da eleição superou, e em muito, o consenso dos pesquisadores e “chocou os especialistas“.

Pre$$tituta$ do Brasil erram feio nas pesquisas

Fonte: Zero Hedge – OGlobo

Antes da eleição, a última grande pesquisa apontou para o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva vencendo por uma  margem de 14% . No entanto, com 99,9% dos votos apurados, Lula ficou à frente de Bolsonaro por 5,2% – 48,4% para 43,2%.

O desempenho superior de Bolsonaro foi particularmente evidente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – três estados mais densamente povoados no sudeste do país. 

Com nenhum dos candidatos conquistando a maioria, os dois vão para um segundo turno em 30 de outubro, menos nove outros candidatos que participaram do primeiro turno. Das 27 cadeiras do Senado em jogo no domingo, os aliados de direita de Bolsonaro ganharam 19 , alimentando a sensação de que o momento está do lado de Bolsanaro. 

“A extrema direita é muito forte em todo o Brasil. A vitória de Lula no segundo turno agora é menos provável. Bolsonaro chegará com muita força para a reeleição “, opinou Carlos Melo, cientista político do Instituto Insper de Ensino e Pesquisa de São Paulo, à Reuters . 

Espera-se que os mercados brasileiros subam em resposta ao desempenho surpreendente de Bolsonaro. Mesmo que Bolsonaro não se una para vencer o segundo turno, muitos antecipam que o baixo desempenho de Lula o levará a posições políticas mais centristas e amigáveis ??ao mercado.    

Os “resultados sinalizam que, se Bolsonaro vencer, a agenda de reformas continuará”, disse à  Bloomberg Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital e ex-diretor do banco central . “Mas se Lula vencer, deve ser um governo mais pragmático, o que deve ser positivo para os investidores.”

Lula, ex-líder sindical que foi presidente de 2003 a 2010, foi condenado em 2017 por lavagem de dinheiro e corrupção e passou 19 meses na prisão. No ano passado, a Suprema Corte do país reverteu as controversas condenações. O juiz Sergio Moro, que conduziu o processo contra Lula foi eleito senador por seu estado, o Paraná, assim como o ex procurador e ferrenho combatente da corrupção, Deltan Dallagnol foi eleito Deputado Federal.

Um Brasil à direita e o oposto das pesquisas

Próximos dias serão pródigos em análises de dados para tentar mostrar por que os levantamentos não captaram a força de Jair Bolsonaro e de seus candidatos

Por Vera Magalhães — São Paulo

O Brasil que saiu das urnas em 2 de outubro está mais à direita do que apontavam todas as pesquisas, presidenciais, para os governos e para o Senado.

Voto envergonhado ou silencioso, antipetismo de chegada, descalibragem dos critérios socioeconômicos dos institutos de pesquisas ou erro das mesmas: os próximos dias serão pródigos em análises de dados para tentar mostrar o que houve para que os levantamentos não captassem a força demonstrada por Jair Bolsonaro e de seus candidatos. Mas o recado das urnas não pode ser ignorado, e ele vai demandar certamente diferentes estratégias das duas campanhas que disputam o segundo turno.

Da parte de Lula, todo o cuidado dos últimos dias era para evitar que, caso não houvesse a tão decantada vitória em primeiro turno, a tropa não se abatesse. Isso porque, diziam os coordenadores, faltaria muito pouco para passar a régua. Abertas as urnas, não foi bem assim.

Bolsonaro chegou com uma subida extraordinária, fora de qualquer margem de erro, e com um resultado muito positivo no Sudeste, que concentra os três principais colégios eleitorais do país.

Mais: como escrevi em um texto para a seção “Pulso”, na quinta-feira, a vitória em primeiro turno de candidatos que eram bolsonaristas enrustidos em Minas e no Rio de Janeiro permite que eles saiam do armário para fazer campanha pela reeleição agora. Isso sem falar na disputa em São Paulo, onde Tarcísio de Freitas não só foi ao segundo turno como terminou na frente de Fernando Haddad, movimento também não captado pelas pesquisas em nenhum momento.

Isso sem falar que haverá um mês para que o Auxílio Brasil de R$ 600 e a melhora dos indicadores da economia surtam efeito.

O cenário dá alguns recados a Lula. O primeiro é de que o antibolsonarismo não se mostrou tão mais forte que o antipetismo como se imaginava. Algo que não só os institutos, mas também nós da imprensa não percebemos. O segundo é o de que não será mais possível a Lula apenas prometer repetir o que fez quando foi presidente, sem deixar claro o que pretende fazer na economia e com quem vai governar.

Ganha peso ainda maior o candidato de Lula a vice, Geraldo Alckmin, e haverá grande pressão pela indicação do futuro ministro da Fazenda.

Será necessário, por fim, agregar apoios de centro-direita. O primeiro aceno deverá ser à candidata do MDB, Simone Tebet, terceira colocada no pleito. Para ela uma aproximação com o PT também pode ser interessante, uma vez que ficará sem mandato a partir do ano que vem e só poderá disputar nova eleição em dois anos.

Do lado de Bolsonaro, haverá críticas pesadas aos institutos de pesquisa e à imprensa, e mesmo às urnas eletrônicas. Parece impossível do ponto de vista lógico dizer ao mesmo tempo que os institutos e as urnas erraram, mas isso está dentro da narrativa que vem sendo preparada por ele: a de que ou venceria no primeiro turno ou seria fraude.

Bolsonaro chega “crescendo” à segunda fase da campanha, e com um time da direita mais ideológica eleito e disposto a fazer campanha forte e veementemente por ele.

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