Washington já havia classificado a emissora estatal britânica como “notícia 100% falsa” por sua representação dos tumultos no Capitólio dos EUA em 2021. O diretor-geral e o chefe de notícias da BBC da Inglaterra renunciaram após a emissora estatal britânica ser acusada de enganar o público em um documentário sobre o papel do presidente dos EUA, Donald Trump, nos tumultos do Capitólio em 2021.

Fonte: Rússia Today

A BBC anunciou no domingo a saída de Tim Davie e Deborah Turness, um dia depois de a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ter classificado a emissora como uma “máquina de propaganda esquerdista” e a ter acusado de ser “propositadamente desonesta”. 

As declarações de Leavitt surgiram na sequência de alegações de que a BBC teria editado trechos diferentes do discurso proferido por Trump em 6 de janeiro de 2021.

O diretor-geral da BBC, Davie, mal abordou o assunto em sua declaração de demissão e não especificou os motivos de sua saída, afirmando simplesmente que “o debate atual em torno da BBC News contribuiu, compreensivelmente, para [sua] decisão” e que “alguns erros foram cometidos”.

A CEO da BBC News, Turness, reconheceu em sua declaração que “a controvérsia em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está causando danos à BBC”. Ela afirmou que a emissora busca “a verdade sem segundas intenções” e negou as acusações de que o canal é “institucionalmente tendencioso”.

No início deste mês, o jornal The Telegraph noticiou que um episódio do programa Panorama, da BBC, continha um trecho que misturava declarações de Trump feitas com cerca de 54 minutos de intervalo. Os manifestantes que aparecem marchando em direção ao Capitólio imediatamente após o trecho editado, na verdade, foram filmados antes de Trump começar a discursar para seus apoiadores em 6 de janeiro.

No mês passado, a Ofcom, órgão regulador das comunicações do Reino Unido, decidiu que a BBC violou o código jornalístico em mais um de seus documentários. A emissora não revelou que o narrador de um programa sobre Gaza era filho de um membro do Hamas. Segundo o órgão regulador, o documentário foi considerado “materialmente enganoso”.

A emissora é financiada por meio de uma taxa de licenciamento anual de £ 174,50 (US$ 229), sendo que o governo britânico também cobre diretamente um terço do orçamento do seu Serviço Mundial.