Uma Comenda Templária, Sainte-Eulalie-de-Cernon, na Occitanie, França

Descendo para o Vale Cernon por uma encantadora estrada sinuosa através de uma das mais belas florestas da madeira Causse, descubra Sainte-Eulalie-de-Cernon, uma aldeia [Comenda] Templária murada encantadora no sopé do Planalto de Larzac, num vale acolhedor e arborizado.  Quando, no século XII, os monges guerreiros da ordem dos Cavaleiros Templários se estabeleceram no Planalto de Larzac, construíram ali uma importante Comenda Templária, a mais bem preservada e importante da região da Occitanie, na região sul da França. 

Tradução, edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Sainte-Eulalie-de-Cernon – Uma Comenda Templária

Fontes:   Medieval Imago

Os Cavaleiros Hospitalários, que após a perseguição à Ordem dos Cavaleiros Templários do Rei Filipe, IV, o Belo, os sucederam na ocupação do lugar até a Revolução Francesa, continuaram seu desenvolvimento e o da aldeia.

No século XV, eles tiveram as fortificações construídas por Deodat Alaus, mestre pedreiro de Saint-Beauzély de 1442 a 1450; redondas, as curvas angulares ainda existem hoje em sua totalidade.

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A Comenda Templária de Sainte-Eulalie-de-Cernon, também conhecida como Sainte-Eulalie Larzac era uma base importante de comando dos monges guerreiros da Ordem dos Cavaleiros Templários (inicialmente um pequeno mosteiro que pertencia a ordem durante a Idade Média), localizada no departamento de Aveyron, no sopé do planalto Larzac 20 km ao sudeste de Millau.

Trata-se de uma maravilhosa vila [Comenda] templária. Meu coração foi arrebatado de enorme tranquilidade quando adentrei em suas ruelas repletas de história destes monges guerreiros. Prontamente agradeci a graça e o privilégio de desfrutar daquele momento. O lugar, acolhedor e lindo, exalava paz.

Um dos interesses da visita a esta região reside precisamente na concentração de vestígios da Ordem dos Cavaleiros Templários importantes, e no fato de o plananlto de Larzac não ter mudado muito desde esses tempos. É bom começar passeando por Sainte-Eulalie-de-Cernon.

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Partindo de La Cavalerie, pois as duas [Comendas Templárias] cidades completam-se em seus roteiros, desce-se até lá por uma agradável estradinha sinuosa bordejada porenormes árvores da espécie buxos e cobertos de folhas.

A Comenda Templária, situada num plano inferior em relação ao planalto de Larzac propriamente dito, a povoação domina uma esplêndida formação rochosa que margina o Cernon. Conservou-se as suas muralhas e inúmeros vestígios que testemunham o maravilhoso trabalho dos monges cavaleiros da Ordem dos Cavaleiros Templários.

No entanto, o recinto murado, tal como podemos vê-lo hoje em dia, data da Ordem [Germânica] dos Cavaleiros Hospitalários que sucederam, no local, aos cavaleiros Templários. A cidade é de extrema importância no contexto histórico da influência, até hoje, da Ordem dos Cavaleiros Templários na região e posteriormente em um âmbito maior. Sua localização e política administrativa das Comendas Templários foram um alicerce definitivo na construção da Ordem do Templo na região.

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A Ordem dos Cavaleiros Templários mudou-se para Sainte-Eulalie-de-Cernon em 1153, quando Raymond, abade de Gelonne (Saint-Guilhem-le-Desert) patrocinou generosamente a Comenda templária de Sainte-Eulalie através de uma anuidade considerável.

Esta primeira doação, significativa, marca o início da instalação da Ordem dos Cavaleiros Templários no planalto Larzac e será seguido por muitos outros a partir de pequenos senhores locais, que são incentivados por generosos patronos como o bispo da região, o conde de Rodez e  o abade de Conques.

Em 1159, Raymond Berenger, conde de Barcelona e rei de Aragão doou todos os seus bens para a Ordem dos Cavaleiros Templários da vila de Sainte Eulalie de Larzac. Esta doação também permitiu que os Templários construíssem inúmeras fortificações no entorno da região.

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Através de trocas, compras, vendas, doações, negociações, etc, a Ordem dos Cavaleiros Templários conseguiu tornar-se os principais proprietários das terras de Larzac desenvolvendo um habitat composto principalmente na construção de aldeias de sustentação aos seus objetivos cruzados e plantação de alimentos e pecuária através do seu sistema de Comendas.

Em Sainte-Eulalie-de-Cernon, os membros da Ordem dos Cavaleiros Templários objetivaram primeiro fazer o trabalho da expansão da igreja e construir os edifícios da Comenda. A arquitetura da cidade vem na forma de um quadrilátero limitado a leste pela praça da cidade. Originalmente, este quadrilátero foi ladeado por torres quadradas em cada canto, exceto a igreja onde avista-se a excelência da construção maior e central.

A parte oriental da Comenda Templária, isto é, que tem vista para a praça, consistiu na construção, incluindo o dormitório e refeitório dos cavaleiros. O piso superior do edifício serviu como casa para o comandante. A parte norte do quadrilátero era ocupado pela igreja e os outros dois lados eram os alojamento dos funcionários e estábulos, celeiros, forjamento, e outros edifícios agrícolas.

Durante a prisão dos Templários em 1307, o inventário preparado pelos Comissários reais mostra que o comandante tinha material, guardado nestas construções como: cinco bestas, dez capacetes, dois bancos, duas lanças e uma cota de prata.

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Também possuíam em Sainte-Eulalie-de-Cernon e La Cavalerie 35 cavalos, incluindo burros e mulas e 22 bois. O inventário também continha 120 bovinos, 24 suínos, 180 caprinos e 1.725 ovinos divididos entre as duas cidades.

Como La Couvertoirade e La Cavalarie, os habitantes de Sainte-Eulalie-de-Cernon tinha permissão para levantar as paredes ao redor da cidade para proteger os ataques dos mercenários que cruzavam a região durante a Guerra dos Cem Anos.

A pequena cidade, o Comando Central, ainda hoje, possui dentro de suas construções e na sua bela praça, uma aura encantadora e arrebatadora do medievo. Seguidamente me vejo olhando para o além, com saudades desta inesquecível cidadezinha medieval, sede do primeiro quartel general da Ordem dos Cavaleiros Templários.


A regra dessa ordem da Cavalaria de  monges  guerreiros foi escrita por {São} Bernardo de Clairvaux. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo ad gloriam” (Slm. 115:1 – Vulgata Latina) que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome” (tradução Almeida)

“Leões na guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos”. – Jacques de Vitry


Saiba mais sobre os Templários:

Permitida a reprodução desde que mantida a formatação original e mencione as fontes.

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