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Uma imagem que chocou o mundo

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Imagem do corpo de Aylan Kurdi, de três anos, estendido numa praia na Turquia, chocou o mundo.

A crise dos refugiados na Europa:

A triste imagem de uma criança de apenas três anos morta numa praia mostra o horror vivido pelos refugiados no Mediterrâneo.

É um símbolo de um sofrimento que nos faz emudecer de dor, escreve o editor-chefe da DW, Alexander Kudascheff. Mas nesta imagem está congelado todo o horror da terrível guerra civil na Síria. É uma imagem que nos faz calar de tanta dor e compaixão. É uma imagem que nos faz sentir nossa impotência. É uma imagem que nos faz refletir. E nos faz emudecer. 

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Uma pequena criança morta na praia. É uma imagem terrível. Mostra o horror da fuga de centenas de milhares de pessoas, fuga às vezes fatal e inútil da Síria devastada pela guerra civil (produzida por mercenários pagos pelos controladores do planeta).

Fonte: https://dw.com/p/1GQVw – Deutsche Welle

É um instantâneo daquilo que diariamente pode ser visto no Mediterrâneo. É uma imagem que todos nós sentimos ser é a foto do ano, talvez até mesmo da década. Simboliza tudo o que nestes meses nos preocupa, toca, irritada, nos deixa indignados. E é uma imagem terrível.

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Travessia no Mediterrâneo é feita em botes, de forma precária, e muitos precisam ser resgatados

Devemos, podemos, temos que mostrá-la? A Deutsche Welle deve mostrá-la? Há motivos convincentes e dignos de consideração para não mostrá-la. É uma questão de respeito, de consideração à dignidade da criança, de cuidado da mídia.

Após muita reflexão nós decidimos mostrá-la. Não por sensacionalismo, não para obter quantidade de cliques, não para aumentar nosso alcance na TV. Nós a mostramos porque ela toca todos nós. Nós a mostramos porque dá um símbolo à tragédia dos refugiados: o da criança inocente, pela qual os pais decidiram seguir um perigoso caminho, arriscando a vida para dar-lhe um futuro humano melhor, fugindo da morte na guerra que terminou de forma fatal no mar.

Nós a mostramos porque ela também nos abalou e nos deixou mudos e pensativos em nossa reunião de pauta. Tocados pelo sofrimento e pela morte. Nós a mostramos, porque nos fez sofrer e – no meio da agitação de nosso cotidiano jornalístico – nos levou a um instante de reflexão diante desta imagem.

“As crianças escaparam das minhas mãos”

Imagem do corpo de Aylan Kurdi, de três anos, estendido numa praia na Turquia, chocou o mundo. Pai da criança conta sobre naufrágio que matou a mulher e seus dois filhos. Família síria teve pedido de asilo negado no Canadá.

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Abdullah Kurdi perdeu a mulher e dois filhos no naufrágio fugindo da Síria

“Todos gritavam na escuridão. Não podia fazer com que minha mulher e meus filhos me ouvissem”. A mulher Rehan, de 35 anos, e os meninos Aylan, de três, e Galip, de cinco, escaparam das mãos de Abdullah Kurdi.

O sírio de Kobane, cidade assolada pelos extremistas do grupo “Estado Islâmico” (EI), foi o único sobrevivente do naufrágio de um barco com 12 refugiados, próximo à praia do resort de Bodrum, na Turquia. Eles tentavam chegar à ilha de Kos, na Grécia. Um outro bote com 16 pessoas, inclusive crianças, também virou.

A imagem do corpo do pequeno Aylan, estendido na areia à beira do mar, se tornou nesta semana um símbolo do drama enfrentado por refugiados que fogem de perseguições e tentam um recomeço na Europa.

“Queremos a atenção do mundo sobre nós para prevenir que o mesmo não aconteça com outras pessoas”, disse Abdullah a jornalistas. Depois de uma dura jornada na tentativa de proteger sua família, ele se prepara para voltar a Kobane e enterrar a mulher e os dois filhos.

Recusados no Canadá

Abdullah e a família tinham fugido para a Turquia, de onde tentavam conseguir refúgio no Canadá. A irmã de Abdullah, Teema Kurdi, que vive há 20 anos em Vancouver, fez o pedido de asilo em nome dos familiares em junho, mas as autoridades canadenses negaram a solicitação.

“Tentei me responsabilizar por eles, e tenho amigos e vizinhos que me ajudaram com os depósitos bancários, mas não consegui tirá-los da Turquia. Por isso, eles entraram no barco”, afirmou à imprensa canadense. “Cheguei até a pagar o aluguel deles na Turquia, mas é horrível a forma como tratam os sírios por lá.”

Apesar de o Canadá ter concordado em receber cerca de 20 mil refugiados sírios, apenas mil chegaram ao país até o final de julho. Abdullah disse que as autoridades canadenses lhe ofereceram a cidadania após o naufrágio, mas ele recusou.

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Centenas de milhares de refugiados estão arriscando e perdendo suas vidas na perigosa travessia do Mediterrâneo para buscar refúgio em países da Europa.

Pânico a bordo da embarcação

Abdullah fez severas críticas ao tratamento recebido pelos refugiados na Turquia. “Queremos que o mundo todo veja as coisas que aconteceram para nós aqui, no país onde nos refugiamos para escapar da guerra em nossa terra natal”, disse.

Em uma ação desesperada, Abdullah pagou duas vezes a atravessadores para embarcar clandestinamente para a Grécia, mas as tentativas fracassaram.

Junto com outros migrantes, a família decidiu encontrar um barco e remar por conta própria até a costa grega. A travessia teve o fim trágico. As pessoas entraram em desespero ao verem a água entrando na embarcação, que naufragou em seguida. “Que isso não aconteça mais. Que tenha sido a última vez”, lamenta Abdullah.(KG/RC/rtr/afp)

Perseguidos de todo o mundo se mudam para Alemanha.

Não existe elogio mais belo que esse gesto de solidariedade, e os alemães vão fazer jus à esperança que lhes foi depositada, opina o editor-chefe da DW, Alexander Kudascheff.

A Alemanha é um país de imigração. É um país de esperança para pessoas do Oriente Médio, da África, da Ásia, dos Bálcãs. Para pessoas que estão fugindo – da guerra, da tirania, da tortura, da perseguição, da repressão, da discriminação, da pobreza, da falta de esperança. Elas fogem em centenas de milhares – frequentemente correndo risco de vida, praticamente sempre subjugados à arbitrariedade de traficantes de pessoas. Eles fogem para um país em que a maioria dos cidadãos trata os refugiados com empatia, com cuidados, com uma boa vontade e generosidade exemplares. Isso é emocionalmente arrebatador.

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Refugiado com mulher e filho tenta escapar da polícia na principal estação de trem em Budapeste, na Hungria.

A Alemanha também está arrebatada. Nada parece mais ter validade. Nenhuma regra, nenhuma lei, nenhuma norma, nenhuma certeza. Todas as possíveis dúvidas e ponderações são deixadas de lado ou suspensas: 800 mil refugiados são uma tarefa que os alemães assumem e têm de assumir para si. Deve ser vista como uma chance, não como ônus ou sobrecarga.

E realmente parece que os alemães têm tratado os refugiados de outras culturas e continentes, no momento, com simpatia, curiosidade e uma boa vontade arrebatadora. Com perplexidade, observamos esses novos alemães, a quem a chanceler rogou por uma virtude alemã totalmente nova: a flexibilidade. Ou, com outras palavras: deixar as coisas acontecerem e ver o que vem disso.

De onde vem essa prontidão comovente para acolher estrangeiros e refugiados, sem se prender a qualificações, da mesma forma que qualquer país de imigração faz? É a sombra do Terceiro Reich, é a herança da lembrança da experiência de centenas de milhares de alemães que tiveram de emigrar, que tentaram, desesperados, encontrar um lar na Inglaterra, nos Estados Unidos, na França, na Suíça ou em Xangai. É a lembrança da odisseia de muitos alemães que não conseguiram fugir, que, por desespero, tiraram a própria vida, que foram capturados durante a fuga, deportados e assassinados.

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A imagem publicada por jornal britânico que virou símbolo da crise migratória pelo planeta e varreu o mundo com a crueldade da morte de uma criança de três anos.

De lá surgiu, depois da guerra, o único artigo da Constituição alemã que trata dos refugiados e concede o direito a asilo aos perseguidos políticos. O direito ao asilo não é um ato de piedade, mas um dever jurídico e moral. E, mesmo que tenha sido alterado e atenuado há 20 anos, esse direito a asilo continua existindo em sua essência. Ele pertence ao DNA político e social da Alemanha.

A esmagadora maioria dos alemães apoia esse dever moral, as elites, de qualquer maneira. Já uma pequena minoria protesta contra os refugiados. Isso não é bonito, não há dúvidas, porém, são atos de uma pequena e restrita minoria. Mesmo assim, ninguém deve descartar que, a partir de uma boa vontade arrebatadora, uma sociedade poderá ficar sobrecarregada. Porque a rejeição surge da empatia.

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Por isso, os políticos precisam agir. Dizer o que eles querem, o que é possível e o que não é mais possível – no âmbito nacional e europeu. Temos uma emergência na qual o Estado se mostra sobrecarregado. Até agora, por sinal, bem mais que os seus cidadãos.

Mais informações em: 

  1. https://thoth3126.com.br/vulcao-cumbre-vieja-mega-tsunami-pode-atingir-o-brasil/
  2. https://thoth3126.com.br/profecias-de-joao-um-cavaleiro-templario/
  3. https://thoth3126.com.br/poderosa-emissao-de-onda-de-energia-do-nucleo-da-terra-foi-gravado/
  4. https://thoth3126.com.br/pao-e-circo/
  5. https://thoth3126.com.br/emmanuel-a-separacao-comecou/
  6. https://thoth3126.com.br/uma-visao-pessoal/
  7. https://thoth3126.com.br/illuminati-revelacoes-de-um-membro-no-topo-da-elite-explosivo/
  8. https://thoth3126.com.br/brasil-o-territorio-sagrado-para-a-deusa-e-seus-filhos/
  9. https://thoth3126.com.br/o-vaticano-e-o-regresso-do-planeta-x/
  10. https://thoth3126.com.br/carta-de-um-politico-da-noruega-sobre-2012/
  11. https://thoth3126.com.br/12-de-outubro-n-sra-aparecida-isis-e-o-brasil/
  12. https://thoth3126.com.br/o-futuro-dos-eua-por-ned-dougherty/
  13. https://thoth3126.com.br/o-que-existe-por-tras-da-crise-de-imigrantes-na-europa/

Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.

Thoth-flordavidawww.thoth3126.com.br

2 respostas

  1. Os conhecimentos e informações disponíveis permitem ver além das aparências, por capacitação da compreensão, e, apesar de aparente e realmente se tratar de uma cena triste (Cristo chorou ao ver Lázaro “morto”), é então possível interpretar essa cena como sendo uma encarnação com pouca execução, e por lógica, habilitadora à passagem ao início da regeneração, porque não teria sentido uma vida terminar assim na última das encarnações a rolar na crosta. Fiquemos felizes pelo menino terminar seus dias nessa detestável mas necessária zorra em que estamos.

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