Após trocar farpas com o governo brasileiro, presidente dos EUA anuncia mais uma sobretaxa a partir de 1º de agosto, citando processo de Bolsonaro no STF e política comercial “injusta”. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta quarta-feira (09/07) a uma troca de farpas com o governo brasileiro com a imposição de uma taxa extra de 50% sobre todos os bens que o país importa do Brasil, a valer a partir de 1º de agosto.
Fonte: Deutsche Welle – BBC-Londres
Atualmente, o Brasil já paga 10% de tarifas sobre produtos que exporta para os EUA. A medida está em vigor desde 2 de abril.
O anúncio veio pouco depois de o governo brasileiro convocar o encarregado de negócios da embaixada americana para explicações após a representação diplomática emitir um comunicado que reiterava uma mensagem de Trump em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, suposta vítima de uma “caça às bruxas” pelo judiciário do país.
Dias antes, o americano já havia ameaçado impor mais tarifas a países que se alinhem às “políticas antiamericanas” do BRICS, grupo de países liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Desta vez, Trump justificou a sobretaxa de 50% citando o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) – o ex-presidente é acusado de tentar dar um golpe para reverter a derrota eleitoral de 2022 – e o que chamou de “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.
O republicano já se referiu a Bolsonaro como um amigo e o recebeu em seu resort em Mar-a-Lago quando ambos eram presidentes, em 2020. “Esse julgamento não deveria estar acontecendo”, escreveu Trump em carta postada na rede dele, a Truth Social. “É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE! [sic]” . Ele também contestou a multa aplicada pelo STF a plataformas de mídia social como o X, referindo-se ao bloqueio temporário da rede a mando da corte suprema em 2024 como “ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS”.
Mas Trump sinalizou que a menção a Bolsonaro e ao STF pode ter sido mero pretexto, já que ele condicionou a suspensão das tarifas a uma outra medida: “Como vocês sabem, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas de seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos.”
Também citou o desejo de ver o mercado brasileiro aberto aos EUA e o fim de “políticas e barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias”.
O americano disse ainda que está iniciando uma investigação contra o país com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que se aplica a empresas cujas práticas comerciais sejam consideradas injustas para empresas dos Estados Unidos.
Brasil já é tarifado em 10% desde abril
Até agora, Trump já enviou 22 cartas com anúncios de tarifas nesta semana a parceiros comerciais, incluindo Japão, Coreia do Sul e Sri Lanka. Nesta quarta-feira, visou, além do Brasil, líderes de outros sete países – Filipinas, Brunei, Moldávia, Argélia, Líbia, Iraque e Sri Lanka –, mas nenhum deles é um grande rival industrial dos americanos.
Embora o republicano tenha justificado suas tarifas alegando desequilíbrios comerciais, não está claro como os países alvos da medida ajudariam a reindustrializar os Estados Unidos, como pretende a Casa Branca.
A maioria dos analistas afirma que as tarifas irão piorar as pressões inflacionárias e reduzir o crescimento econômico, mas Trump insiste no recurso como forma de afirmar o poder diplomático e financeiro dos EUA sobre rivais e aliados.
Trump deu a parceiros comerciais que ainda não chegaram a um acordo com os EUA um novo prazo até 1º de agosto para fazê-lo. Esse é o caso do Brasil e dos países que já receberam cartas, mas também da União Europeia. (Com agências AP, AFP, Reuters, ots)

Brasil convoca diplomata americano a dar explicações sobre críticas a processo contra Bolsonaro
A nova tarifa foi anunciada dois dias depois de Trump manifestar publicamente apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticando o processo criminal que ele enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF). A situação escalou com novas declarações oficiais do governo americano, o que levou o Ministério das Relações Exteriores a convocar nesta quarta-feira o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos.
A medida foi uma reação às manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da Embaixada americana em Brasília a respeito do julgamento de Bolsonaro, réu em um processo por suspeita de tentativa de golpe de Estado. A convocação de um representante diplomático é uma das medidas mais sérias no universo das relações internacionais entre países.
Tradicionalmente, esse tipo de convocação é feita aos embaixadores e embaixadoras, mas, atualmente, o comando da embaixada norte-americano está sem embaixador apontado pelo governo norte-americano e por isso, o convocado foi Gabriel Escobar, que atua como chefe da representação diplomática no momento.
O ato equivale a um país mostrar o desagrado com medidas adotadas por outra nação com quem ele mantenha relações. A convocação, em alguns episódios, pode anteceder um eventual rompimento das relações diplomáticas entre dois países.
Na terça-feira (8/7), uma nota do Departamento de Estado divulgada pelo portal UOL afirmou que “a perseguição política a Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores é uma vergonha muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil”.
Nesta quarta-feira, a Embaixada dos Estados Unidos divulgou uma nota com teor semelhante afirmando que o órgão reforça as declarações do presidente Donald Trump. Na segunda-feira, Trump usou suas redes sociais para se manifestar a favor do ex-presidente brasileiro.
“O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fazem outra coisa senão irem atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele Não é culpado de nada a não ser por ter lutado pelo povo”, disse Trump em seu perfil na rede social Truth Social.
Em outro trecho, Trump classificou a situação de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.
“O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei assistindo à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil — chama-se eleição”, continuou.
No mesmo dia, Lula rebateu as declarações de Trump em duas oportunidades. Na primeira, por meio das redes sociais, ele disse que o Brasil não aceitaria interferências.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”.
Em outro momento, no final da Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, Lula disse que Trump não deveria dar “palpite” sobre o Brasil.
“Eu não vou comentar essa coisa do Trump e do Bolsonaro. Tenho coisa mais importante para comentar do que isso. Este país tem lei. Este país tem regras e este país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa”, disse o presidente brasileiro.
Esta é a segunda vez que o encarregado de negócios dos Estados Unidos é convocado pela diplomacia brasileira a prestar esclarecimentos. A primeira aconteceu em janeiro deste ano, quando Escobar foi convocado a explicar o tratamento dado pelos Estados Unidos a imigrantes brasileiros que estavam sendo deportados.
2 respostas
ESSE IMBECIL! ESSE TIPO DE PUNIÇÃO SÓ ATINGE OS MAIS POBRES, QUE SÃO JUSTAMENTE OS QUE TEM SIDO MAIS MASSACRADOS POR ESTE GOVERNO DE LADRÕES! PORQUE NÃO MANDA S FORÇAS ARMADAS E O FBI FAZER A LIMPA AQUI NOS 3 PODERES? É MAIS FÁCIL PUNIR O POVO NÃO É MESMO?
Esse é o presidente que muitas matérias aki nesta página era exaltado juntamente com o cara do X …como o salvador da humanidade…o mesmo que quer expurgar os palestinos de Gaza…o mesmo que voltou atrás e nao vai liberar os documentos referentes abusador de menores J. Epistein…os documentos sobre a morte J.F.K…o mesmo que como marionete do Bibi atacou o Ira…ser escroto…racista..criatura abjeta…assim como seus apoiadores…e ainda falavam mal dos democratas…no que eles se diferem…??? E ainda acredita nos golpistas…tudo farinha do mesmo saco…Deus queira que até o final de seu mandato seu país esteja cada vez mais enterrado no esgoto que sempre foi e será!