Embora a Grécia e o azul do Mar Egeu sejam um destino turístico internacional muito popular entre os israelenses, a popularidade dos turistas judeus está diminuindo na Grécia, à medida que Israel continua sua guerra em Gaza, marcada por um número anormalmente alto de vítimas civis de mulheres e crianças, fome imposta e destruição sistemática, deliberada e abrangente de infraestrutura dos palestinos.
Fonte: Zero Hedge
Além de uma série de incidentes em que os gregos estão se confrontando verbal e fisicamente com os turistas israelenses, manifestantes gregos também estão atacando navios comerciais considerados como fornecedores de suprimentos para a guerra de Israel em Gaza.
O sinal mais comum de que os gregos estão tratando os israelenses com agressividade vem de placas e cartazes com avisos espalhados em pontos turísticos. Além dos postes de energia, elas também aparecem nas vitrines de alguns estabelecimentos comerciais. Alguns exemplos da mensagem para os turistas judeus não serem benvindos:

Em confrontos pessoais, nem sempre fica claro quem iniciou as hostilidades. Num incidente mais recente, um grupo de cerca de 20 adolescentes israelenses entrou em confronto com 10 a 30 gregos na popular ilha de Rodes por volta das 3 ou 4 da manhã de terça-feira.
De acordo com relatos dos israelenses publicados na mídia hebraica e compartilhados nas redes sociais, manifestantes gregos anti-Israel se reuniram em frente a uma boate frequentada pelos israelenses. Quando os israelenses decidiram sair da boate, um grego fingindo apoiar Israel perguntou se eles eram judeus.
Quando confirmaram que eram, o grego convocou dezenas de companheiros que os perseguiram, chutando um deles. “Nunca senti tanto medo na minha vida. Só queríamos ir a uma boate para nos divertir, e de repente pessoas com facas estavam nos perseguindo”, disse um adolescente chamado Friedman.
No entanto, o jornal grego Dimokratiki apresenta um relato bem diferente da situação. Citando depoimentos de testemunhas, imagens de vídeo e outras informações, o jornal relata que a Polícia grega afirma que o tumulto começou quando os israelenses começaram a gritar slogans pró-Israel, o que levou os gregos a chamá-los de “assassinos” e a responder com cânticos pró-palestinos.
A polícia identificou nove israelenses envolvidos, e todos teriam partido de avião mais tarde naquela mesma manhã. As autoridades não confirmaram a ocorrência de qualquer agressão.
Israeli Tourist's in Greece "No one likes you in Greece"
— SilencedSirs◼️ (@SilentlySirs) June 8, 2025
A Greece Girl Clear message to Zionists pic.twitter.com/iwOJ2dAp0i
Seja lá o que exatamente tenha acontecido em Rodes esta semana, há muitas indicações de que alguns gregos não estão nada entusiasmados em ver israelenses passando férias entre eles, já que o número de mortos de civis na guerra genocídio israelense em Gaza passa de 59.000, com a fome, desnutrição, falta de atendimento médico, água, remédios e a inanição se tornando uma ameaça crescente.
Na terça-feira, um navio de cruzeiro carregado com turistas israelenses partiu da ilha grega de Syros após desistir de desembarcar seus 1.700 passageiros judeus. Operado pela empresa israelense Mano Cruise, o Crown Iris foi recebido em seu cais por manifestantes agitando bandeiras palestinas e exibindo uma faixa com os dizeres “PARE O GENOCÍDIO”.
“A administração da Mano Cruise decidiu, diante da situação na cidade de Syros, navegar para outro destino turístico”, afirmou a empresa em um comunicado. Um porta-voz do governo grego classificou o incidente como “ultrajante” para os judeus.
“Com uma enorme bandeira palestina hasteada no porto de Syros, moradores e comunidades da ilha deram as “boas-vindas” ao navio de cruzeiro Crown Iris com turistas israelenses, em meio ao genocídio que Israel está cometendo em Gaza”.
Με μια τεράστια παλαιστινιακή σημαία που την ξετύλιξαν κατά μήκος του λιμανιού στη Σύρο, κάτοικοι και συλλογικότητες του νησιού υποδέχθηκαν το κρουαζιερόπλοιο Crown Iris με τους Ισραηλινούς τουρίστες, εν μέσω της Γενοκτονίας που διαπράττει το Ισραήλ στη Γάζα. pic.twitter.com/UKcxhkA50k
— Areti Athanasiou (@AretiAthanasiu) July 22, 2025
No mês passado, uma turista israelense gravou a si mesmo sendo perseguida e repreendida por manifestantes pró-Palestina em Atenas. “Um deles perguntou se eu era de Israel”, contou Meidah Hozeh, de 35 anos, ao Ynet. “Eu disse ‘sim’ e continuei andando, mas ele começou a gritar: ‘Foda-se Israel, foda-se os sionistas’. Eu respondi: ‘Foda-se, foda-se a Palestina’, e tentei ir embora. Então, eles começaram a me perseguir.” Ela fugiu para o banheiro de um café até a chegada da polícia e depois postou um vídeo.
No início deste mês, manifestantes se juntaram a trabalhadores do sindicato portuário para bloquear o descarregamento do Ever Golden, um navio cargueiro que supostamente transportava aço produzido na Índia e destinado ao uso militar em Israel.
“Não permitiremos que o porto se torne um centro logístico para a transferência de equipamentos de guerra israelense. Nosso objetivo é impedir fisicamente o descarregamento desta carga”, disse o líder sindical Markos Bekris.

Um direcionamento mais preciso de israelenses em férias – em particular, soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) – vem ocorrendo em vários países ao redor do mundo. Em um esforço liderado pela Fundação Hind Rajab (HRF), soldados das FDI acusados de cometer crimes de guerra em Gaza estão sendo denunciados às autoridades locais como suspeitos de crimes de guerra, segundo o direito internacional.
E no início do ano, um juiz brasileiro ordenou uma investigação sobre um soldado das FDI em visita ao Brasil que havia postado nas redes sociais sobre a demolição em massa de residências palestinas na Faixa de Gaza por sua unidade. Ele conseguiu fugir do país com a ajuda do governo israelense.
No início desta semana, na Bélgica, um soldado judeu e seu companheiro que participavam do festival de música Tomorrowland em Antuérpia foram detidos e interrogados pela polícia com base no serviço documentado do soldado na Brigada Givati, uma unidade “amplamente documentada por seu papel na destruição sistemática da infraestrutura civil em Gaza e por realizar atrocidades em massa contra a população palestina”, alegou a HRF .