O presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, falou com a imprensa em coletiva nesta terça-feira (2). Aos jornalistas, Putin respondeu questões que tocam desde os recentes anúncios da Alemanha e da França de retomar o alistamento militar, obrigatório no caso alemão, os recentes avanços russos no front da operação militar especial, e os ataques ucranianos a navios petroleiros no Mar Negro.
Fonte: Sputnik
Aos líderes europeus, Putin reiterou que a Rússia não entrará em uma guerra com a Europa, mas que o país está pronto para caso a liderança europeia tome a iniciativa, declare guerra e parta para o ataque.
O presidente russo também destacou a importância da tomada de Krasnoarmeisk/Pokrovsk. A cidade fica numa região de alto valor estratégico e com grande importância logística e, portanto, pode servir de trampolim para atingir as metas da operação militar especial.
‼️ Putin responde sobre as preparações da Europa para entrar em uma guerra com a Rússia pic.twitter.com/dwLAgHW6o3
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Putin convidou os correspondentes estrangeiros à visitar a cidade e ver a realidade com seus próprios olhos. Apesar do risco envolvido no trabalho, ele frisou que jornalistas russos atuam e que com certeza há correspondentes no mundo ocidental habilidosos para trabalhar na região e informar seus ouvintes.
Sobre Kupyansk, o presidente da Rússia informou que as Forças Armadas russas controlam tanto a margem direita quanto a margem esquerda do rio Oskil, que divide a cidade. No entanto, ainda há embates em um assentamento próximo, Kopyansk-Uzlovaya, que deve ser libertado nos próximos dias.
Ele ressaltou que do lado esquerdo do rio há uma força de 15 batalhões ucranianos cercados. Durante a coletiva, Putin afirmou que a liderança da Ucrânia está ocupada com outros assuntos e não com a zona de combate. Segundo ele, há a impressão de que as autoridades ucranianas “vivem em outro mundo”.
Pirataria ucraniana
Nos últimos dias, dois navios petroleiros sofreram ataques de embarcações não tripuladas no Mar Negro perto da costa da Turquia. Segundo a mídia norte-americana, com fontes dentro do governo ucraniano, as Forças Armadas ucranianas estão por trás desses ataques. “Isso é pirataria, nada mais”, disse Putin, sobre os ataques.
Para o presidente russo, há várias maneiras de impedir novos ataques piratas do mesmo tipo. Para começar, as força russas vão ampliar suas ações contra instalações portuárias e navios ucranianos e, se isso não funcionar, os ataques poderão ser estendidos à embarcações que auxiliem a Kiev a realizar as operações de pirataria.
“Bem, e a maneira mais radical é cortar a Ucrânia do acesso ao Mar Negro.”
🗣💥🔥 'Isso é pirataria', diz Putin sobre ataques ucranianos
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🗓 Nesta segunda-feira (2), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou sobre as ações militares da Ucrânia no mar Negro. Segundo ele, os recentes ataques a navios em águas internacionais são atos de "pirataria". ⚓️… pic.twitter.com/z68T7qidlh
Perda de Pokrovsk é DESASTRE para cinturão defensivo de Kiev em Donbass, alerta analista
A queda de Pokrovsk, descrita por Scott Ritter como o colapso da “âncora” defensiva ucraniana em Donetsk, expôs a perda de brigadas de elite treinadas pela OTAN e abriu uma lacuna estratégica que, segundo o analista, poderá desencadear um efeito cascata e precipitar o colapso das linhas de Kiev.
“O colapso de Pokrovsk criou uma situação em que a Ucrânia perdeu algumas de suas melhores brigadas, alguns de seus melhores homens”, disse o ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e analista militar, Scott Ritter.
Essas unidades experientes em combate e treinadas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que incluem a 25ª Brigada Aerotransportada e a 38ª Brigada de Fuzileiros Navais, são “insubstituíveis”, segundo Ritter.
“Isso resultará em uma lacuna significativa nas linhas ucranianas, que terá que ser preenchida por tropas retiradas de outros locais, reduzindo ainda mais as capacidades da Ucrânia na região“, observou ele.
Pokrovsk (também conhecida como Krasnoarmeisk) era “a âncora do cinturão fortificado da Ucrânia em Donetsk, em Donbass. E agora que essa âncora caiu […] não há realmente nenhuma posição defensiva fortificada significativa entre onde o Exército russo vai estar e o rio Dniepre”, enfatizou o observador.
A perda dessa localização estratégica e a dizimação das unidades de elite da Ucrânia colocarão Kiev sob pressão em uma ampla área que se estende de Zaporozhie e Kherson a Carcóvia, acredita Ritter.
“Isso terá um efeito cascata em termos de como o Exército ucraniano será capaz de se manter firme e lutar contra os russos. Acho que é o começo de um colapso. E desta vez a OTAN não tem uma solução”, concluiu.



