A incrível tecnologia dos Antigos (3b)

O Enigma da Tecnologia Antiga : A todos os cientistas filósofos, de mente aberta, espalhados pelo mundo e que continuam a estudar, a aprender e a crescer. Possam eles nos levar até o infinito, e além. “E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base na evidência presente e, provavelmente, a sua será tão acertada quanto a minha”. Sherlock Holmes, a aventura da casa vazia.

O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)

O livro explora os diversos fragmentos de evidências que conduzem à extraordinária conclusão de que o homem antigo era praticamente tão sofisticado quanto o contemporâneo. Childress, um dos maiores especialistas no assunto, busca na literatura, nos monumentos e nos artefatos antigos as provas da existência de civilizações avançadas na Antiguidade, convidando os leitores a se desarmarem das ideias preconcebidas para decidirem, por si mesmos, o que é digno de credibilidade ou não.

Capítulo 3b: Metalurgia e Máquinas Antigas

Objetos estranhos encontrados em rochas sólidas

Um livro de Frank Edwards, intitulado “Strangest of All”, fala da des­coberta de diversos objetos similarmente deslocados:

“Em algum local do empoeirado depósito de um museu existe um fragmento de feldspato que foi tirado da mina Abbey, perto de Treasure City, Nevada, em novembro de 1869. Esse pedaço de pedra do tamanho de um punho é muito incomum porque firmemente incrustado nele havia um parafuso de metal com uns 5 centímetros de comprimento. Seu formato afilado ainda estava bem visível, bem como a regularidade da rosca. Por ser de ferro, esta­va oxidado, mas a pedra dura que reteve seus restos esfarelados preservara plenamente seus contornos delicados. O problema com essa peça de museu é que o feldspato no qual o parafuso estava inserido era milhões de anos mais antigo do que o ser humano (segundo estima a ciência), e por isso o incômodo exemplar foi enviado para uma academia de São Francisco e discretamente es­quecido“.

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Na Scientific American no 7 (p. 298), de 1852, foi informado que duran­te uma detonação em Dorchester, Massachusetts, em 1851, as metades quebradas de um vaso em forma de sino foram arrancadas de um leito de rocha, antes sólido, pela força da explosão. O vaso, com pouco menos de 12,7 centímetros de altura, era feito de um metal desconhecido e adornado com entalhes florais de prata – “a obra de um astuto artífice”, segundo a notícia do jornal local.

O editor da Scientific American deu a sua opinião, dizendo que o vaso teria sido feito por Tubal Cain, o bíblico pai da metalurgia. Em resposta, Charles Fort, que colecionou histórias sobre fatos estranhos e publicou-as em quatro livros, disse: “Embora receie que isso seja um pouco arbitrá­rio, não estou disposto a atacar raivosamente todas as opiniões científicas”.

Em 1891, a senhora S. W. Culp, de Morrisonville, Illinois, estava que­brando um pedaço de carvão para seu forno quando percebeu que havia uma corrente de ouro firmemente incrustada no carvão, agora quebra­do. Em 1851, Hiram de Witt, de Springfield, Massachusetts, derrubou acidentalmente um pedaço de quartzo aurífero do tamanho de um pu­nho e que fora encontrado na Califórnia. A pedra partiu-se na queda e, dentro dela, de Witt encontrou um prego de ferro de cinco centímetros, levemente corroído. “Estava bem reto e sua cabeça era perfeita”, infor­mou o Times of London. Do mesmo modo, observa Frank Edwards:

“Em 1851, no condado de Whiteside, Illinois, a ponta giratória de uma sonda petrolífera trouxe dois artefatos da areia situada a 37 metros de profundi­dade. Um deles era uma peça de cobre com a forma de um gancho náutico; o outro era um anel de cobre cuja finalidade é desconhecida. E em 1971, perto de Chillicothe, Illinois, perfuradores encontraram uma meda de bronze a 46 metros de profundidade – outra evidência de que algum homem estivera lá. Quando, porém, ninguém sabe dizer”.

Provavelmente, há centenas de relatos de itens anormais como esses – relatos de artefatos inquestionavelmente feitos pelo homem; mas, segundo o uniformitarianismo, eles devem ter centenas de milhares, ou mesmo mi­lhões, de anos! A datação geológica do carvão, de fósseis, de geodos etc. é feita com base nos estratos geológicos. Os estratos mais baixos são consi­derados mais antigos do que os estratos superiores. Presumindo-se que as mudanças geológicas são lentas e uniformes, então podemos dizer que os estratos coincidem com certos períodos de tempo, durante os quais os com­ponentes foram depositados (cinco milhões de anos, etc.).

Tendo em mente a clara possibilidade de que a geologia uniformitária e a datação estão completamente erradas, objetos que inicialmente apa­rentassem uma idade extremamente antiga, digamos centenas de milha­res ou milhões de anos, podem ter sido feitos em épocas bem mais recentes. Creio ser o que acontece com a maioria desses artefatos. Embora pareça que a maioria deles é autêntica, provavelmente tem dezenas de milhares, e não milhões de anos. Outro ponto interessante a observar aqui é o mecanismo pelo qual artefatos “entram” em blocos de carvão, pedras e geodos. É o mesmo me­canismo que cria fósseis: não a lenta mudança geológica, mas súbitos cataclismos geológicos, como aqueles que supostamente teriam afundado continentes na Antigüidade. Parece que tais cataclismos não são eventos isolados ou raros, mas ocorrem com alarmante regularidade!

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O Vaso de Dorchester era um objeto de metal que foi recuperado em duas partes após uma explosão usada para quebrar rocha em Meeting House Hill, em Dorchester , Massachusetts , em 1852.

Uma descoberta curiosa nesse gênero foi comunicada em 1982. Se­gundo vários relatos, inclusive um no livro Forbidden archeology, nas últimas décadas os mineiros da África do Sul têm encontrado centenas de esferas metálicas, e várias delas possuem as três ranhuras paralelas ao redor do seu equador. As esferas são de dois tipos: “Um é de metal azulado, sólido, com man­chas brancas, e o outro é uma esfera oca com um centro esponjoso, bran­co”. Roelf Marx, curador do museu em Kleskorp, África do Sul, onde algumas dessas esferas estão guardadas, disse em uma carta de 1984:

“Não há nada científico publicado a respeito dos globos, mas o fato é que contêm pirofilite, que é extraída na pequena cidade de Ottosdal, na região oeste do Transvaal. Esse pirofilite – Al2 Si4 O10(OH)2 – é um mineral bastante macio e secundário, com apenas 3 pontos na escala de Moh, formado por sedimentação há bilhões de anos. Por outro lado, os globos, que têm uma estrutura fibrosa no interior, com uma casca à sua volta, são muito duros e não podem ser riscados, nem mesmo por aço duro”.

Moh é uma escala de dureza que usa dez minerais como referência, sendo o diamante (10) o mais duro e o talco (1) o mais macio. A geologia uniformitária supõe que as esferas metálicas com ranhu­ras das minas de Ottosdal provêm de um estrato denominado pré-cambriano, um depósito mineral que, segundo se “acredita”, tem 2,8 bilhões de anos de idade! Repito, 2,8 bilhões de anos! Parece improvável uma lacuna dessas na história da metalurgia, e acredito que essas esferas metálicas devem ter dezenas, talvez centenas de milhares de anos.

Boa parte das datações uniformitárias é excessivamente conservadora, e foi provado que grandes depósitos de estratos, com vários metros de espes­sura, podem surgir em questão de dias, e não em milhões de anos, como os adeptos da teoria uniformitária costumam supor. Às vezes, diz-se que “os estratos são datados a partir dos fósseis, e os fósseis são datados pelos estratos”. Esse raciocínio vicioso foi aplicado às esferas estriadas; são velhas, sem dúvida, mas terão bilhões de anos

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Mineiros que estavam trabalhando em estratos pré-cambriano no Ottosdal, África do Sul, começaram a encontrar bolas de metal estranhos. Eles chegaram a encontrar mais de 200 esferas feitas de pirite, e suas medidas variam entre 2 e 10 centímetros de diâmetro.

Outra descoberta similar foi registrada por William Corliss em Ancient man: a handbook of puzzling artifacts: a descoberta de objetos metáli­cos moldados em um leito de giz na França. A descoberta foi feita em Caen, em 30 de setembro de 1968. Alguns nódulos metálicos foram formados em uma cavidade de uma camada de giz “aptiana” em uma pedreira que estava sendo explorada em Saint-Jean de Livet. Esses nódulos metálicos têm cor marrom-avermelhado e forma semi-ovoide idêntica (mas de tama­nhos diferentes). A camada de giz teve a idade estimada em 65 milhões de anos e os nódulos metálicos foram considerados artificiais, criados por “seres inteligentes” que viveram em remota antigüidade.

Mais artefatos antigos

Os arquivos históricos estão repletos de relatos estranhos sobre obje­tos inexplicáveis. Analisei um relatório do The American Antiquarian pu­blicado em 1883, no qual se lê que em 1880 um rancheiro do Colorado saiu em viagem para pegar carvão em um veio encravado em uma encosta. O lote específico recolhido pelo fazendeiro estava situado a uns 45 metros do começo do veio, e a uns 90 metros abaixo da superfície.

Quando ele voltou para casa, percebeu que os pedaços de carvão eram grandes demais para serem queimados em seu forno. Ele quebrou alguns – e de um deles saltou um dedal de ferro! Pelo menos, era parecido com um dedal – e “dedal de Eva” foi o nome que deram ao objeto naquele lugar, onde se tornou bastante conhecido. Tinha as indentações dos dedais modernos e um “ombro” levemente recurvado na base. O metal esfarelava facilmente, e foi se desgastando com o contínuo manuseio de vizinhos curiosos. Finalmente, desfez-se. 

Em 1883, imaginava-se que as tribos de índios norte-americanas nun­ca tinham usado dedais, nem mesmo objetos metálicos. Além disso, esse veio de carvão estava datado entre os períodos Cretáceo e Terciário, ou seja, há cerca de 70 milhões de anos. Era um artefato impossível, mas estava bem encaixado em uma cavi­dade do carvão. Como outros artefatos fora do lugar (que Ivan T. Sanderson chamava de ooparts), parecia autêntico, mas impossível pela atual datação geológica e pela história aceita do planeta.

Em 1967 foi divulgada a descoberta de ossos humanos em um veio de prata de uma mina do Colorado, e junto deles encontrava-se uma ponta de flecha com 10 centímetros. O depósito de prata tinha, é claro, vários mi­lhões de anos, e segundo as idéias consensualmente aceitas, era muito mais antigo do que a humanidade ATUAL. Embora a próxima história não tenha, em si, nada a ver com metais antigos, é fascinante e merece ser aqui repetida. Ela é absolutamente verídica e até hoje intriga os pesquisadores. Em outubro de 1932, dois explora­dores estavam à procura de ouro em uma ravina no sopé das montanhas Pedro, uns 100 quilômetros a oeste de Casper, Wyoming, quando viram uma “cor” na parede de pedra da ravina, e usaram uma carga especialmente for­te de dinamite para rasgar uma seção de pedra à cata de riquezas minerais.

A poderosa explosão revelou uma pequena caverna natural dentro do granito sólido, uma caverna com não mais do que 1,20 metro de altura, 1,20 metro de largura e uns 5 metros de profundidade. Quando a fumaça se dis­sipou, os mineiros abaixaram-se e espiaram pela abertura. O que viram foi chocante, pois lá estava uma pequena múmia de criatura humanóide! Ela estava sobre um beiral com as pernas cruzadas e os braços dobra­dos sobre o colo. Sua cor era marrom-escuro, sua pele bastante enrugada e seu rosto tinha alguns aspectos simiescos. Um dos olhos era caído, como se esse estranho camarada estivesse piscando para seus descobridores. A antiga múmia era espantosamente pequena, com apenas 36 centímetros de altura!

Os exploradores recolheram-na cuidadosamente, embrulharam-na em um cobertor e rumaram para Casper, onde a notícia da descoberta atraiu considerável atenção. Os cientistas mostraram-se céticos mas interessa­dos, pois segundo a arqueologia tradicional seria impossível haver um ser humano enterrado em granito sólido. Mas a criatura era real! A múmia foi examinada e radiografada pelos cientistas. Tinha 36 cen­tímetros de altura e pesava apenas 340 gramas. As chapas de raios X reve­laram inegavelmente que a pequena criatura era um adulto. Biólogos que a examinaram declararam que sua idade seria 65 anos na ocasião de sua morte. As chapas mostraram dentição completa, um crânio diminuto, es­pinha dorsal, costelas, pernas e braços plenamente desenvolvidos. A mú­mia não era uma fraude bem montada, mas uma verdadeira entidade biológica, com características normais, embora mínimas.

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Sua compleição tinha um tom cor de bronze. A testa era bem baixa, o nariz achatado com narinas abertas, a boca bem larga e os lábios finos retorcidos em um sorriso irônico.

Segundo Frank Edwards, autor de livros de divulgação científica, o Departamento de Antropologia de Harvard disse não haver dúvidas sobre a autenticidade da múmia. O doutor Henry Shapiro, chefe do Departamento de Antropologia do Museu Americano de História Natural, disse que os raios X revelaram um esqueleto bem pequeno coberto por pele ressequida, obviamente de idade muito elevada em termos históricos e de origem e tipo desconhecidos. A múmia misteriosa, disse o doutor Shapiro, é muito menor do que qualquer tipo humano atualmente conhecido.

Especulou-se que a múmia seria um bebê deformado e doente, embo­ra os antropólogos que examinaram-na julgassem que, o que quer que fos­se, teria sido um ser adulto por ocasião de sua morte. Edwards diz que o curador do departamento egípcio do Museu de Boston examinou a criatu­ra e declarou que ela tinha a aparência de múmias egípcias que não foram envolvidas em gaze, o que impediria a exposição ao ar. Outro especialista, o doutor Henry Fairfield, sugeriu que a múmia misteriosa das montanhas Pedro poderia ser uma forma de antropóide que habitava o continente norte-americano em meados da Era Pliocênica.

A caverna também foi examinada, mas não se encontrou sinal de ha­bitação humana nem artefatos, inscrições, textos – nada além do pequeno beiral sobre o qual essa múmia ficou sentada durante incontáveis eras. Como ela ficou dentro de um bloco de granito sólido? Pelo que sei, o corpo nunca foi submetido à datação por carbono-14. Embora a múmia tenha ficado exposta por muitos anos em Casper, ela desapareceu, e seu atual paradeiro é desconhecido.

Afinal, o que é a realidade? Nada além de um palpite coletivo.  –  Jane Wagner

Robôs e autômatos na Antigüidade

O homem antigo construiu diversas máquinas, muitas das quais vir­tualmente idênticas àquelas que usamos hoje. O homem antigo conhecia bombas de água, guindastes, catapultas, rodas de água e até brinquedos e “engenhocas”. Eles tinham máquinas acionadas por moedas, autômatos e até computadores, rádio e televisão, por incrível que possa parecer. Alguns dos autômatos são invenções que sabemos terem existido, ou­tros são apenas inferências de textos e “lendas”. Diz o historiador Andrew Tomas, em We are not the first:

Segundo as lendas gregas, Hefaístos, o “ferreiro do Olimpo”, fez duas está­tuas de ouro que se pareciam com jovens vivas. Elas se moviam sozinhas e corriam a auxiliar o deus coxo quando ele precisava caminhar. Não se pode negar que o conceito da automação estava presente na antiga Grécia. Os engenheiros de Alexandria tiveram mais de cem autômatos diferentes ao longo de dois mil anos. Dizem que o lendário Dédalo, pai de Ícaro, teria construído figuras humanóides que se moviam sozinhas. Platão diz que seus robôs eram tão ativos que às vezes ele os impedia de saírem de casa! Com que fonte de energia operavam?

Do mesmo modo, nos templos do antigo Egito, como em Tebas, havia imagens de deuses que faziam gestos e falavam. Não é improvável que alguns fossem manipulados por sacerdotes escondidos dentro deles, mas alguns podem ter tido movimento mecânico. Luzes lampejantes, como as dos famosos olhos lampejantes da estátua de ÍSIS, em Karnak, provavel­mente eram efeito de algum tipo simples de luz elétrica.

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As lendas dos gregos, dos romanos, dos persas, dos hindus e dos chi­neses fazem referência àquilo que chamaríamos de robôs ou autômatos: máquinas que se pareciam com pessoas e agiam como tais. Os antigos chineses, por exemplo, gostavam de dragões de bronze cujas caudas moviam-se como autômatos de algum tipo.  Na antiga história grega da busca pelo tosão de ouro, Jasão e os argonautas chegaram a Creta durante uma de suas viagens e lendárias aven­turas. Medéia disse-lhes que Talus, o último sobrevivente da antiga raça de bronze, vivia lá. Então, apareceu uma criatura metálica que ameaçou afun­dar o Argo com pedras caso eles se aproximassem da ilha. Um robô? Diz Tomas em We are not the first:

“O conhecimento da construção de robôs foi registrado em livros cifrados que tratavam de magia, e assim foram preservados por muitos séculos. O monge Gerbert d’Aurillac (920-1003), professor da Universidade de Reims que depois se tornaria o papa Silvestre II, teria possuído um autômato de bronze que respondia a perguntas. Foi construído pelo papa “segundo certos aspectos planetários e estelares”. Este computador medieval dizia sim ou não a per­guntas sobre temas políticos ou religiosos importantes. Registros de “pro­gramação e processamento” dessa máquina ainda devem estar na Biblioteca do Vaticano. A “cabeça mágica” foi jogada fora após a morte do papa”.

Citando novamente Tomas:

“Alberto Magno (1206-1280), bispo de Regensburg, era um autor muito lido. Escreveu sobre química, medicina, matemática e astronomia. Levou mais de vinte anos para construir seu famoso andróide. Sua biografia diz que o autômato era composto de “metais e substâncias desconhecidas escolhidas segundo as estrelas”. O homem mecânico andava, falava e realizava tarefas domésticas. Alberto e seu discípulo Tomás de Aquino moravam juntos e o andróide cuidava deles. Dizem que um dia o robô tagarela deixou Tomás de Aquino alucinado com sua tagarelice e fofocagem. O discípulo de Alberto pegou um martelo e acabou com a máquina”.

Esse relato não deve ser descartado como mera ficção. Alberto Magno era um verdadeiro erudito – no século XIII, explicou a Via Láctea como um conglomerado de estrelas muito distantes. Posteriormente, Alberto Magno e Tomás de Aquino foram canonizados pela Igreja Católica. A palavra andróide foi até adotada pela ciência para designar um autômato ou robô. Globos celestes de diversos tamanhos abrigavam máquinas de metal fundido com partes que se moviam automaticamente. A Terra ficava no meio e permanecia estacionária enquanto o céu girava à sua volta. O globo girava constantemente graças a um dispositivo mecânico, e o conjunto correspondia ao verdadeiro movimento celeste. Diz Tomas:

“Segundo Cícero (século 1 a.C.), Marcus Marcellus possuía um globo feito em Siracusa, na Sicília, que demonstrava o movimento do Sol, da Lua e dos pla­netas. Cícero garante que a máquina era uma invenção muito antiga, e que um modelo astronômico similar ficava exposto no Templo da Virtude, em Roma. Tales de Mileto (século VI a.C.) e Arquimedes (século III a.C.) eram con­siderados os construtores desses aparelhos mecânicos”.

A lembrança dos planetários persistiu por muitos séculos. O historiador Cedrenus fala do imperador Heráclito de Bizâncio, a quem, ao entrar na ci­dade de Bazalum, foi mostrada uma imensa máquina. Ela representava o céu noturno com os planetas e suas órbitas. O planetário fora fabricado para o rei Chosroes II da Pérsia (século VII).

Tecnologia antiga e a máquina de Antikythera

Em 1900 ocorreu uma espantosa descoberta na pequena ilha de Antikythera, 40 quilômetros a noroeste de Creta. Um galeão grego afun­dado fora descoberto pouco além da linha litorânea da ilha, e alguns pes­cadores e mergulhadores à cata de esponjas conseguiram resgatar sua carga de mármore, vasos e outros objetos.

Entre os itens, havia um objeto de bronze todo incrustado por calcário, cuja utilidade não pôde ser determinada. Ele ficou no depósito do museu até 1955, quando um cientista curioso decidiu limpá-lo. Ele percebeu que se tratava de um instrumento complexo, com engrenagens que se encaixavam mutuamente. Inscrições e círculos finamente graduados e marcados em grego antigo estavam obviamente relacionados com sua função. O objeto parecia ter feito parte de um tipo de relógio astronômico, mas sem pêndulo.

A carga permitiu datar os destroços por volta do século 1 a.C. Nenhum autor grego ou romano descreveu o funcionamento desse antigo compu­tador, embora mencionem outras maravilhas da Antigüidade que parecem incompreensíveis para nós.

A máquina de Antikythera

Em 1958, um cientista inglês chamado Derek de Solla Price estava estudando a história dos instrumentos científicos quando encontrou a máquina de Antikythera no Museu de Atenas. Ficou espantado com a com­plexidade do aparelho e mais tarde escreveu: “Não há nada como esse ins­trumento, em lugar algum. Não se conhece nada comparável a ele em textos científicos ou alusão literária. Pelo contrário: segundo o que sabemos da ciência e da tecnologia da Era Helenística, ter-se-ia a impressão de que tal aparelho não existe”. Price teria dito depois, “Encontrar uma coisa como esta é como en­contrar um avião a jato na tumba do rei Tutankamon“.

Price imaginava que 1575 seria o ano em que tal mecanismo complexo havia sido incluído em um relógio pela primeira vez. Por mais de uma dé­cada, Price estudou os fragmentos da máquina, e, em 1971, pediu para que a Comissão de Energia Atômica da Grécia tirasse chapas de raios X do artefato. Foram essas chapas que acabaram revelando a impressionante série de rodas dentadas.

Price descreveu o computador em um artigo publicado na edição de Natural History, de março de 1962 (71: 8-17) com o título “Mecânica de outro mundo” (o artigo foi assim intitulado porque Price e outros pesquisa­dores nunca imaginaram que os antigos gregos, egípcios ou membros de outras culturas poderiam dispor do conhecimento astronômico ou mecâ­nico para construir tal aparelho – ideia absolutamente errônea). Como explicou Price:

“Algumas das chapas estavam gravadas com inscrições quase ilegíveis, es­critas em caracteres gregos do século I a.C., e mal se podia compreender que tratavam de um assunto astronômico”.

Pouco a pouco as peças se encaixaram, até se poder ter noção da natureza e do propósito da máquina, além da principal finalidade das inscrições de que estava revestida. O mecanismo original de Antikythera deve ter sido bem parecido com um bom relógio moderno. Consistia de uma estrutura de ma­deira que servia de suporte para placas mecânicas na frente e atrás, cada uma com mostradores bastante complexos e ponteiros que davam voltas sobre eles. O aparelho montado tinha o tamanho de um volume de enciclo­pédia. Dentro da caixa formada pela estrutura e pelas placas, havia um me­canismo de rodas dentadas, pelo menos umas vinte, dispostas de maneira não óbvia, incluindo engrenagens diferenciais e uma coroa, com o grupo todo montado em uma placa de bronze. Um eixo percorria internamente a caixa pela lateral, e quando ele era girado, todos os ponteiros se moviam sobre seus mostradores com velocidades variáveis. As placas dos mostra­dores eram protegidas com portas de bronze ligadas a elas por dobradiças, e mostradores e portas tinham extensas instruções sobre o modo de operar a máquina.

Aparentemente, ela era, de fato, uma máquina de calcular que conseguia deduzir e mostrar o movimento do Sol, da Lua e talvez dos planetas. O modo como o fazia não está claro, mas as evidências colhidas até agora sugerem que era bem diferente de todos os outros modelos planetários. Não era como o conhecido planetário, que mostra os planetas movendo-se com suas varia­das velocidades; parecia-se mais com a mecanização dos métodos puramente matemáticos dos babilônios. Bastava ler os mostradores de acordo com as instruções, e as suas legendas indicavam quais os fenômenos que aparece­riam em dado momento.

Victor J. Kean, historiador inglês de origem grega, afirma em seu livro The ancient greek computer from Rhodes que o aparelho de Antikythera foi feito na ilha de Rodes por volta de 71 a.C. Kean presume que a máquina foi feita na antiga cidade da ciência metalúrgica conhecida como Kamiros, e que estava sendo remetida a Roma quando o navio de carga afundou.

O aparelho de Antikythera mostrou aos historiadores que o mundo antigo tinha, de fato, uma ciência mais avançada do que imaginávamos. Como nas histórias sobre os impérios de Rama, de Osíris e da Atlântida, o passado remoto era um mundo no qual áreas isoladas tinham máquinas complexas, eletricidade e ciência metalúrgica. A (verdadeira) história foi destruída, tal como disse Sólon, o Grego, a Platão.

Glifos zoomórficos de antigas máquinas pesadas

Sugeriu-se, também, que os antigos devem ter tido máquinas pesadas usadas em construção. Hoje, motoniveladoras, escavadeiras mecânicas ou ferramentas pneumáticas para uso em pedreiras, por exemplo, são co­muns. Muitas pessoas, especialmente fazendeiros, têm máquinas pesa­das para escavar fossos. Mas será que os antigos dispunham de tratores John Deere ou retro-escavadeiras Caterpillar?

Em Investigating the unexplained, Ivan T. Sanderson afirma que estudou pequenos modelos dourados de aviões encontrados na Colômbia, bem como um modelo dourado de um “buldôzer”. O modelo de buldôzer foi encontrado por arqueólogos na década de 1920 no Panamá, diz Sanderson, que aparentemente chegou a visitar o local.

Sanderson diz que o local ficava na propriedade de “uma família cha­mada Conté, na Província de Coclé, na costa sul do Panamá e a oeste da Zona do Canal. Esse lugar era próximo da cidade de Penonomé […] Lá en­contramos centenas de túmulos contendo restos de vasos, algumas urnas funerárias infantis e vários ornamentos de ouro, adornos e jóias. O Museu Peabody de Harvard realizou diversas escavações nesse local em 1930,1931 e 1933”. Atualmente, o objeto está no Museu da Universidade da Filadélfia.

O buldôzer foi descrito como obra em ouro acabada de um artista, e contém uma grande pedra verde (provavelmente uma esmeralda). Aparen­temente, foi feito como pendant e tem pouco mais de 10 centímetros de comprimento. Já foi descrito por alguns como um crocodilo, por outros como um puma. O objeto, porém, está visivelmente coberto por aparatos mecânicos, inclusive rodas dentadas.

Sanderson menciona que as jóias ocupavam o lugar de moedas sonantes na América antiga. Portanto, as jóias costumavam viajar por lon­gas distâncias no decorrer de centenas ou de milhares de anos. Embora esses túmulos do Panamá contivessem material datado do ano 1000, apro­ximadamente, o pendant deve ser bem mais antigo. E se parece mesmo com um buldôzer, com o pára-lama e uma sapata de escavação. Com efei­to, a coisa dá a impressão de ser o modelo de algum tipo de máquina de escavar, mas é uma representação zoomórfica.

Há uma inscrição muito estranha e interessante feita em rocha, des­coberta em Merowe, cidade do antigo Kush, país ao sul do Egito, atual Sudão. Ela aparece no livro do arqueólogo alemão Philipp Vandenberg, The curse of the pharaohs, e está reproduzida aqui. Mostra dois homens manuseando um aparelho que seria idêntico a um condensador de radia­ção ou a uma arma laser. Outros acreditam que seria algum tipo de fogue­te, de telescópio ou de sofisticada pistola de raios. Os leitores deste livro podem decidir por conta própria. “Especialistas” acadêmicos não têm nada a dizer sobre o assunto, exceto que não pode ser um laser, um foguete ou uma arma de raios porque esses objetos não existiam naquela época. Tal­vez fosse um aparelho de escavação ou um instrumento de mineração – as possibilidades são infinitas caso presumamos que os antigos tinham aces­so a tecnologias avançadas.


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