A Finlândia está armazenando suprimentos de emergência para ajudar a preparar-se para uma potencial catástrofe nuclear, ameaças químicas, biológicas, radiológicas, num projeto financiado pela U.E., estimulado pela ameaça representada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Fonte: Newsweek
O Ministério do Interior finlandês disse na quarta-feira que o arsenal incluiria equipamentos de proteção, equipamentos de medição, medicamentos e vacinas para uma emergência envolvendo ameaças químicas, biológicas, radiológicas ou nucleares (QBRN).
A Finlândia recebeu financiamento no valor de $ 242 milhões de euros ($ 263 milhões de dólares) para o projeto no início de 2023, depois de Janez Lenarcic, o comissário europeu para a gestão de crises, ter dito em 17 de janeiro que a invasão russa da Ucrânia “confirmou a necessidade de Preparação QBRN para fortalecer a UE“.
A Finlândia acaba de aderir à OTAN , sendo a sua adesão estimulada pela ameaça que Moscou representa. O País compartilha uma fronteira de 800 milhas com a Rússia e está perto dos Estados Bálticos, que alertaram sobre o perigo das capacidades nucleares de Moscou.
A gestora do projeto da Reserva QBRN da Finlândia, Tarja Rantala, disse num comunicado que embora reservas semelhantes estejam sendo criadas na França, Polônia e Croácia, o plano de Helsinque é o maior e que estará pronto no próximo ano.
O projeto faz parte do Mecanismo de Proteção Civil da UE, cujo coração é o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da UE (ERCC) em Bruxelas, que coordena a assistência de todo o mundo, embora priorize os países europeus.
Quando o ERCC aprovar um pedido, a Finlândia irá recolher o material das suas reservas e prepará-lo para transporte no prazo de 12 horas, embora este processo seja testado primeiro. “Estabelecer reservas estratégicas QBRN nesta escala na Europa é, em grande medida, um projeto piloto”, disse Rantala no comunicado.
Quando contatado para comentar, Rantala disse à Newsweek que o projeto e o financiamento da Comissão Europeia para os arsenais QBRN “não estão diretamente relacionados com a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas é claro, é um dos fatores por detrás dela”.
“A Comissão Europeia começou a planejar a abertura de um convite à apresentação de propostas de projetos já em 2021 e o financiamento também estava disponível para medidas de combate às pandemias”, disse ela.
“À medida que a situação pandêmica da COVID começou a abrandar, entendo que a esfera foi então alargada para cobrir também as ameaças QBRN”, acrescentou ela, com a Finlândia começando a redigir a proposta do projeto em 2021, antes do início da guerra e a ser aprovada pela Comissão da UE em dezembro de 2022.
A ameaça nuclear paira sobre a região desde que Vladimir Putin invadiu a Ucrânia, com o presidente russo colocando as suas forças nucleares em alerta. Os meios de comunicação apoiados pelo Kremlin têm feito repetidos apelos a ataques nucleares contra os países ocidentais que apoiam a Ucrânia.
A central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, capturada pelas forças russas, foi alvo de ataques, alegadamente de ambos os lados, aumentando o receio de um desastre nuclear. Há preocupações no Ocidente de que a Rússia esteja a planejando uma operação de bandeira falsa no local e culpe a Ucrânia por uma contaminação nuclear.
Em Abril deste ano, o Ministério da Defesa finlandês disse que iria participar no planejamento nuclear e nas operações de apoio da OTAN , embora tenha decidido não permitir quaisquer armas nucleares no seu território.
Janne Kuusela, diretor-geral de política de defesa, disse à Reuters que as armas nucleares eram fundamentais para a dissuasão e a defesa da OTAN e que Helsinque “gozará da proteção contra elas”.
