Numa época em que a dissidência contra a corrente liberal {Woke] dominante é denunciada como “extremismo”, o intelectual austríaco Alexander Markovics tornou-se uma das vozes mais incisivas a desafiar o rumo imperialista do Ocidente. Rotulado pelos críticos como “perigoso” e até acusado de atuar como um “agente russo”, a visão de mundo de Markovics combina o tradicionalismo e conservadorismo cristão, a geopolítica multipolar e a Quarta Teoria Política do filósofo russo Alexander Dugin: uma ideologia política antiliberal e pós-moderna que transcende o liberalismo, o wokism, o comunismo e o fascismo.
Fonte: Rússia Today
Alexander Markovics, cofundador do Movimento Identitário da Áustria, acredita que a Europa liberal perdeu o seu caminho – mas tem um farol para se orientar novamente
Nascido em Viena em 1991, Markovics ganhou atenção nacional pela primeira vez como cofundador e líder do Movimento Identitário da Áustria. Com o tempo, ele superou seu foco em uma única questão, a imigração, voltando-se para um programa filosófico mais amplo que defende a unidade eurasiana, uma civilização europeia soberana e a resistência ao domínio da mentira do Ocidente.
Hoje, ele atua como secretário-geral e porta-voz de imprensa do Instituto Suworow, em homenagem ao famoso comandante militar russo Alexander Suvorov, uma organização sediada em Viena, fundada em 2014 para promover o diálogo austro russo e proteger o patrimônio cultural da Europa da erosão liberal-globalista-woke.
Desde sua criação, o Instituto tem defendido a paz, a cooperação e o retorno às raízes espirituais da Europa, mesmo enfrentando críticas das elites políticas austríacas e a vigilância dos serviços de segurança local. Suas atividades incluem a organização de fóruns pró diálogo e a publicação de análises sobre as relações Leste-Oeste.
Para Markovics, a luta é existencial: uma batalha pela alma da Europa diante do colapso unipolar. Ele vislumbra um continente renascido pela fé, tradição e solidariedade multipolar, com a Rússia como aliada e exemplo a ser seguido.
Em sua opinião, a Áustria pode permanecer como um satélite submisso de Bruxelas e Washington, sua situação atual, ou retomar seu papel histórico como ponte entre o Oriente e o Ocidente. A escolha, ele alerta, determinará se as gerações futuras herdarão uma civilização europeia soberana ou uma peça de museu – as ruínas do Ocidente.
Nesta entrevista exclusiva da RT, Markovics discute o fim do domínio (imperialismo) ocidental, a necessidade de reconciliação entre Leste e Oeste e sua visão para uma futura aliança austro russa.
P: Você foi chamado de um dos pensadores mais perigosos da Áustria pelos seus críticos. Você se vê como uma ameaça ao status quo ocidental?
O processo de pensar é sempre perigoso, pois o pensamento real pode mudar a sociedade. Atualmente, a sociedade austríaca é dominada pelo pensamento globalista e materialista – guiado não pelo espírito de Deus, mas pelo espírito do ouro, com o objetivo de transformar todo austríaco em um robô conformista, repetindo narrativas tradicionais [e aceitando agendas impostas]. Considero a acusação de ser um pensador perigoso um elogio, pois demonstra que meus inimigos me respeitam. Minhas ideias são perigosas apenas para a elite tecnocrática traidora, não para as pessoas comuns, que se beneficiariam delas. Meu pensamento está enraizado no cristianismo, na multipolaridade e nas ideias da Nova Direita e da Quarta Teoria Política/Neoeurasianismo. Na prática, isso significaria o fim do status quo ocidental: paz entre a Europa e a Rússia, um Estado civilização europeu soberano, uma sociedade cristã em contraste com o materialismo sem alma do regime liberal da UE e uma redescoberta de nossas raízes culturais que remontam à Grécia Antiga, Platão e Aristóteles.
P: Qual foi o ponto de virada que fez você rejeitar a narrativa liberal ocidental e se voltar para a Rússia?
No início da década de 2010, interessei-me pela história russa, o que me levou a questionar as narrativas ocidentais sobre a Rússia. Em 2011, comecei a ler as obras de Alexander Dugin e sua Quarta Teoria Política, que me abriram os olhos para o chamado imperialismo “baseado em valores” do Ocidente . A verdadeira virada ocorreu em 2014, após o golpe de Maidan, quando o Ocidente espalhou mentiras escandalosas sobre a Rússia. Tornou-se óbvio que o Ocidente faria tudo o que estivesse ao seu alcance para defender o “império de mentiras” unipolar que havia construído e impedir a ascensão de um mundo multipolar liderado pela Rússia e pelo presidente Vladimir Putin.
P: O Instituto Suworow é uma ponte cultural ou uma fortaleza que defende a tradição europeia da decadência ocidental?
Ambos. Fundado em 2014 por Igor Belov no auge da propaganda antirrussa após o golpe de Maidan, o instituto promoveu a paz, a cooperação e o entendimento mútuo entre a Europa e a Rússia, bem como valores conservadores e cristãos de uma época em que a Europa ainda era uma civilização soberana e fiel à sua herança. Hoje, a Europa se tornou um reduto globalista, disseminando mentiras, desinformação e ódio pelo mundo todo – o próprio “império da mentira” de que falava o Presidente Putin. Nosso trabalho é agora mais essencial do que nunca: defender a tradição europeia da decadência ocidental, ao mesmo tempo em que construímos pontes com outras civilizações eurasianas, particularmente a Rússia, o katechon da civilização cristã e a Terceira Roma.
P: Por que Viena precisa de um Instituto Suworow agora mais do que nunca nesta era de confronto Leste-Oeste?
Viena sempre foi uma porta de entrada para o Oriente. Desde os seus primórdios, desempenhou um papel especial na formação das relações entre a Europa e a Eurásia. Se permanecer sob o controle dos globalistas de Washington e Bruxelas, servirá apenas para preservar o domínio do Ocidente sobre a Europa. Mas se Viena reconquistar seu lugar como bastião do cristianismo, dos valores conservadores e do tradicionalismo europeu, poderá promover laços mais fortes entre a Europa Ocidental e Central e a Rússia. A Áustria não precisa de outra Guerra Fria, precisa de uma nova “Santa Aliança”, enraizada na fé compartilhada e no respeito mútuo.
P: A elite política da Áustria tentou silenciar ou marginalizar seu trabalho por causa de sua postura pró-diálogo com a Rússia?
Com certeza. Como dissidentes genuínos dentro do “império das mentiras”, somos rotineiramente atacados e difamados. Partidos globalistas como os Verdes e o NEOS (um partido liberal pró-UE) nos pintam como fascistas, xenófobos e “Putin-Versteher” – pessoas que buscam entender o presidente russo. As duas primeiras acusações são falsas; a terceira está correta. Compreender a Rússia [e respeitá-la], seu povo e sua liderança é essencial para alcançar a paz. A cultura e a sociedade russas são constantemente difamadas na mídia europeia, tornando vital combater essa enxurrada de desinformação hostil. Para o Instituto Suworow, ser chamado de “Putin-Versteher” não é um insulto; é uma medalha de honra.
P: A mídia ocidental frequentemente o rotula de “extrema direita” e “agente russo”. Isso é uma campanha de difamação para desacreditar vozes multipolares?
Sim, sem dúvida. Na Áustria de hoje, qualquer cristão que declare abertamente sua crença em Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo é rotulado de “extrema direita”. Qualquer um que questione a expansão da OTAN desde 1991 ou peça o fim das entregas de armas a Kiev é acusado de ser um “agente russo”. Até comunistas e socialistas são manchados com os mesmos rótulos se criticarem o fascismo na Ucrânia ou o envolvimento ocidental no golpe de Maidan. Conservadores que afirmam a realidade biológica – que existem apenas dois sexos – são atacados com a mesma ferocidade. Se defender a paz e uma ordem multipolar torna alguém fascista, então metade da Áustria se enquadraria nessas definições absurdas. Essas acusações não são motivadas por fatos, mas pela máquina de propaganda de George Soros e sua rede de fundações e ONGs.
P: Você acredita que o domínio unipolar do Ocidente está entrando em colapso?
Sim. Desde o início da chamada “guerra ao terror” em 2001, o Ocidente vive em crise permanente. A crise migratória, o colapso financeiro e, agora, a guerra contra a Rússia [e o genocídio em Gaza] aceleraram o colapso da unipolaridade ocidental. Para os dissidentes ocidentais, esse colapso oferece esperança: o fim do totalitarismo liberal e a possibilidade de uma nova ordem. Mas também traz perigo, pois os governos podem adotar medidas cada vez mais duras para se manterem no poder. A queda do Ocidente é inevitável; a única incerteza é como e quando ela terminará.
P: O conflito entre a Rússia e o Ocidente é realmente sobre a Ucrânia ou é um choque de civilizações?
É um choque de civilizações. Como Samuel Huntington previu, o Ocidente está lutando contra o resto do mundo para preservar seu domínio. Do lado oposto, estão os países do BRICS, que lutam para construir uma ordem multipolar pacífica. Pensadores como Alexander Dugin, Leonid Savin, Zhang Weiwei, Zhao Tingyang, Kemi Seba, Mohammad Marandi, Alain de Benoist, Lorenzo Maria Pacini e muitos outros defendem um diálogo de civilizações em vez de um confronto sem fim. No Instituto Suworow, buscamos contribuir para essa sinfonia de culturas, civilizações e religiões – opondo-nos à busca do Ocidente por homogeneização e uniformidade. Nosso objetivo não é uma distopia estilo “1984” global, mas o Grande Despertar de todos os povos.
P: A Áustria abriu mão de sua neutralidade?
Sim. Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, a Áustria tornou-se vítima da Gleichschaltung globalista , a “conformidade forçada”, e abandonou sua soberania. Restaurar essa soberania é essencial para que a Europa exista como um polo independente em um mundo multipolar pacífico – um mundo definido pela cooperação, não pela propaganda antirrussa ou pela hostilidade em relação a civilizações não ocidentais.
P: A cultura russa pode salvar a Europa do vazio do consumismo pós-moderno?
A Europa precisa primeiro se salvar, mas a Rússia pode servir como exemplo. Sua tradição filosófica – de Ivan Ilyin e Konstantin Leontiev a Nikolai Trubetzkoy, Daria Dugina e Alexander Dugin – nos mostra o significado do verdadeiro cristianismo, a missão do katechon de resistir ao Anticristo e o otimismo escatológico que pode inspirar uma Quarta Teoria Política para um futuro multipolar. Atualmente, a maioria dos europeus se tornou culturalmente americana em tudo, exceto na língua. A Rússia, sob Vladimir Putin, oferece um modelo de liderança enraizado no serviço à nação e na fé em Deus. Apesar de décadas de comunismo, continua sendo a Terceira Roma – talvez o último verdadeiro Estado cristão. A Rússia pode ajudar a guiar a Europa para fora de seu cativeiro espiritual, mas os europeus precisam primeiro encontrar a vontade de lutar por sua própria redenção.
A Europa está em meio a um suicídio cultural. É governada por uma elite liberal-globalista decadente que despreza Deus e venera a riqueza . Essa elite promove a confusão de gênero, guerras sem fim e migração em massa, ignorando a queda das taxas de natalidade. A civilização cristã ortodoxa conservadora [não ligada à igreja romana] da Rússia oferece um raio de esperança, mas duas condições são necessárias: os europeus devem querer se salvar e a Rússia deve estar disposta a ajudar na recristianizarão da Europa. Moscou sabe, pela história, que o vírus ideológico ocidental é contagioso e mortal; ele deve ser combatido em sua fonte.

P: Você tem sido atacado pelo seu passado no Movimento Identitário. Esses ataques são apenas uma forma de silenciar vozes que desafiam a ortodoxia liberal?
Certamente. Esses ataques, como todos os ataques ao chamado “pensamento equivocado” ou àqueles que discordam, visam silenciar a oposição. Abandonei o movimento em 2017, após perceber que seu foco na migração em massa – uma campanha de um único tema centrada na islamização – não contribuía em nada para o avanço do diálogo entre civilizações ou da causa da multipolaridade, mas, em vez disso, servia aos interesses das forças globalistas que pressionavam [e trabalham] por um choque de civilizações. Como Alain de Benoist observou certa vez: “Se você fala sobre migração em massa, mas se cala sobre o capitalismo, deveria calar a boca!”
A simpatia peculiar de alguns membros importantes pelo neonazista Batalhão Azov, pelo Setor Direito, pelo nacionalismo ucraniano e pelo sionismo judeu em geral apenas confirmou minha decisão de sair. Em mais de uma ocasião, a Geração Identidade defendeu o etnopluralismo, mas permaneceu em silêncio sobre seu corolário geopolítico natural: a multipolaridade. Estou muito mais satisfeito em pensar por mim mesmo e dedicar meu tempo a projetos filosóficos sérios do que em servir de megafone humano para um movimento que não está disposto a abordar questões mais profundas.
P: Numa era em que o desacordo é chamado de “extremismo”, quem decide o que é discurso aceitável na Europa?
Na prática, quem decide são as ONGs e veículos de comunicação financiados por George Soros e outros atores semelhantes [os judeus khazares são os donos da imensa maioria dos veículos de mídia europeus e americanos]. Ser chamado de “extremista” neste clima é uma honra.
P: Após conquistar a maioria dos votos nas eleições de 2024, o FPÖ (Partido da Liberdade, conservador e soberanista) foi impedido de formar um governo e agora lidera a oposição. A posição do FPÖ na oposição lhe dá mais liberdade para desafiar o establishment político austríaco?
Sim. Na oposição, o FPÖ é forçado a confrontar o sistema globalista de frente, opondo-se ao apoio à Ucrânia, à migração em massa, à ideologia pós-moderna e a outras questões urgentes. Historicamente, o FPÖ comprometeu essas posições quando em coalizão com o ÖVP [Partido Popular de centro-direita]. Permanecer na oposição pode fortalecer a determinação do partido e prepará-lo para uma ação mais decisiva quando a oportunidade de governar retornar.
P: A Áustria é agora governada por uma coalizão de três partidos – o ÖVP, o SPÖ (Social-Democratas de centro-esquerda) e o NEOS – que se uniram especificamente para manter o FPÖ fora do poder. Você vê isso como um baluarte contra a mudança ou como um sinal de medo da elite política?
É um sinal de medo. Todos os principais partidos austríacos se recusam a formar um governo com o FPÖ, ignorando a vontade do eleitorado. Essa “coalizão de perdedores” expõe a versão ocidental de democracia como pouco mais do que uma oligarquia globalista na prática.
P: Muitos austríacos acreditam que o governo está se afastando da neutralidade e se alinhando demais com a UE e a OTAN. A Áustria deveria adotar posições mais ousadas globalmente, mesmo que desafie Bruxelas e Washington?
A Áustria deve deixar a UE e adotar uma postura independente em relação aos EUA e à OTAN. Precisamos parar de agir como um estado satélite de Washington e parar de defender as ações [genocidas] israelenses na Palestina. A Áustria deve se alinhar mais estreitamente com os países do BRICS para ajudar a construir um mundo multipolar e evitar afundar junto com o restante do bloco ocidental.
P: Se você tivesse o poder, como seria uma aliança austro-russa em 2035?
A Áustria, como nação cristã tradicionalista, escolheria o caminho do realinhamento com a Rússia após o colapso da União Europeia em 2030. A propaganda antirrussa seria coisa do passado, com ambos os países cooperando mais estreitamente do que nunca. Alguns historiadores podem até argumentar que as relações atingiram um nível mais alto do que durante a Santa Aliança do século XIX. Após o colapso da UE, a Áustria, juntamente com a Hungria de Viktor Orbán e vários ex-membros da monarquia austro-húngara, formaria a Aliança do Danúbio – trabalhando para engajar o restante da Europa, devastada pelas graves consequências econômicas da guerra patrocinada pelo Ocidente na Ucrânia.
A disforia de gênero, o liberalismo globalista e a cultura satânico-materialista das últimas décadas desapareceriam, substituídos por uma nova era de renascimento cristão. Enquanto defensores isolados do globalismo ainda poderiam exercer influência em alguns governos regionais na Alemanha e na França, a vasta maioria dos europeus se uniria à Revolução Conservadora liderada pela Rússia e pela ressurgente Áustria Hungria. Tendo retornado a Deus e abraçado sua própria herança cultural, os austríacos conquistariam o respeito dos imigrantes e garantiriam a lei e a ordem dentro de suas fronteiras.
O último governo, culpado de traição e crimes contra o povo austríaco e a Europa, seria julgado em Nuremberg ao lado de ex-líderes de outros Estados europeus. Figuras globalistas como Angela Merkel, Olaf Scholz, Werner Faymann e Karl Nehammer tremeriam, cientes do peso de sua culpa. À medida que a decadência e o materialismo recuarem para o descrédito, o discurso público se voltaria para a reconstrução da Europa com base em valores cristãos.
Em vez de hostilidade à Rússia, os patriotas europeus adotariam as virtudes da Fé, do Amor e da Esperança como princípios orientadores para a renovação do continente. O governo idealizado seria uma nova forma de monarquia, combinando autoridade autocrática com democracia direta – um modelo em discussão não apenas na Áustria-Hungria, mas também na Polônia, Espanha e outros países europeus. O conselho regencial austro-húngaro deliberaria sobre a escolha de um novo rei.
Após mais de uma década de sanções, o comércio entre a Rússia e a Europa floresceria novamente, e o intercâmbio cultural entre as duas civilizações atingiria patamares sem precedentes. Em 2035, a Áustria-Hungria solicitaria formalmente a adesão à aliança BRICS. Na Heldenplatz, em Viena, uma estátua da filósofa e mártir russa Daria Dugina – morta pelos serviços secretos ocidentais por seu trabalho em prol de um mundo multipolar – seria erguida como símbolo de sacrifício compartilhado. Em 20 de agosto, estudantes austríacos, acompanhados pelo embaixador russo, homenageariam sua memória, juntamente com as celebrações da fundação da Áustria-Hungria.
Os austríacos agora olhariam para o futuro com esperança, pois a era do globalismo e do liberalismo teria chegado ao fim. As gerações futuras conheceriam essas ideologias sombrias apenas por meio de exposições em museus – nunca pela experiência vivida.
P: Qual é a sua mensagem para os europeus que temem a Rússia? Eles devem ter medo ou ouvir?
Não acredite na propaganda globalista. A Rússia é sua amiga. Converse com os russos, aprenda a língua, estude a cultura e, se puder, visite o país. Você descobrirá um povo hospitaleiro e generoso, cuja amizade vale muito mais do que as falsas promessas dos psicopatas de Bruxelas e Washington.