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Apagão chinês: Mais da metade das províncias da China estão com ‘racionamento’ de eletricidade

Mais da metade das províncias da China estão com ‘racionamento’ de eletricidade, governadores exigem mais importações de carvão para resolver a crise energética. Pelo menos 20 províncias e regiões chinesas que representam mais de 66% do PIB do país anunciaram algum tipo de corte de energia . A província de Guangdong, o centro industrial do sul, está reduzindo cerca de 10% de seu pico de demanda de energia elétrica …

Fonte: Zero Hedge

E conforme a severa crise de energia elétrica atinge os principais centros industriais no coração do nordeste da China, os principais líderes políticos comunistas enfrentam crescente pressão de empresas e dos cidadãos para resolver a crise por meio do aumento das importações de carvão para manter as luzes acesas e as fábricas funcionando. 

A Reuters  conversou com Han Jun, governador da província de Jilin, no nordeste do país, que disse que novos fornecedores de carvão da Rússia, Mongólia e Indonésia são necessários. Ele acrescentou que a província também precisará adquirir contratos de mineração de carvão na região vizinha da Mongólia Interior para garantir o abastecimento adequado. 

Jilin é uma das dez províncias que foram duramente atingidas pela crise de falta de energia. O governo racionou a energia elétrica para indústrias pesadas de uso intensivo de energia, como aço, cimento e fábricas de alumínio para resolver o problema, mas isso ainda não funcionou. As usinas de produção de eletricidade também estão enfrentando um aumento nos preços do carvão térmico e não estão dispostas a repassar aos consumidores.

Han disse que as empresas devem satisfazer suas “responsabilidades sociais” e “superar as dificuldades” causadas pelos preços elevados do carvão. 

No domingo, os  principais fornecedores da Apple e Tesla  relataram que suspenderam as operações porque o governo limitou o fornecimento de energia de suas fábricas. A crise de energia está se tornando um problema internacional que pode causar dores de cabeça adicionais para as cadeias de suprimentos globais, especialmente quando os importadores dos EUA estão encomendando produtos antes da temporada de férias. 

O Goldman Sachs disse aos clientes esta semana que até 44% da atividade industrial da China foi afetada pela crise de energia. Portanto, o banco reduziu as projeções de crescimento do PIB de 2021 para o ano para 7,8%, ante os 8,2% anteriores. Além disso, a S&P Global Ratings cortou sua previsão de PIB para 2021 devido ao aumento das incertezas no país. 

Existem várias razões para o  aumento do preço do carvão térmico , entre elas o fornecimento de energia já extremamente apertado em todo o mundo (já visto nos mercados europeus); a forte recuperação econômica pós-lockdowns COVID que impulsionaram a demanda de famílias e empresas;  um verão quente que aumentou o consumo de ar condicionado em toda a China; a escalada do comércio com a Austrália, que diminuiu o comércio de carvão, e as usinas chinesas aumentando as compras de energia para garantir o suprimento de carvão no inverno. 

Há também a busca por Pequim de reduzir as emissões de carbono para garantir que os céus nas Olimpíadas de Inverno em Pequim em fevereiro próximo estejam claros, junto com o compromisso internacional de Xi de descarbonizar a economia. 

O alívio de curto prazo para o país seria importar mais carvão para geração de energia e abandonar temporariamente as restrições de emissão de carbono de Xi para colocar a situação energética sob controle. 

John Kemp, um analista de mercado de commodities da Reuters e repórter,  aponta que a escassez de energia, resultando no aumento dos preços do carvão , gás e petróleo, é um fenômeno mundial, ocorrendo principalmente na Europa e na Ásia no momento. 

Não há um cronograma de quanto tempo a crise de energia vai durar. Como observamos acima, aumentar as importações de carvão para alimentar usinas de combustível fóssil é a única solução do país comunista, além de sua tentativa de fechar indústrias com uso intensivo de energia, o que paralisará sua economia e perturbará ainda mais a cadeia de abastecimento global.


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