O homem nasceu para ser um guerreiro ou os “deuses” ensinaram a humanidade a guerrear ? Os “deuses” alienígenas/extraterrestres foram responsáveis pelos eventos mais cataclísmicos da história humana ? As guerras da Terra começaram nos “Céus” e os eventos celestes determinaram o futuro da humanidade na Terra ? Neste livro, Zecharia Sitchin apresenta uma evidência surpreendente de que os deuses [Anunnaki, Nefilins, et caterva] que vieram à Terra desde o planeta Nibiru e outros sistemas, travaram uma série de batalhas ferozes pela supremacia e controle do nosso planeta, alistando os terráqueos nesses conflitos entre os “deuses”.
Fonte: As Guerras dos deuses e dos homens : Livro III das crônicas da Terra, de Zecharia Sitchin
Sitchin conta com um estudo meticuloso dos relatos antigos, desde as escritas sumérias em tabletes de argila e o Antigo Testamento até os mitos antigos dos ensinamentos canaanitas, egípcios, hititas, persas, gregos e hindus, para traçar a saga dos “deuses” e dos homens de um início criativo a um fim trágico. Ele usa então fontes modernas, como fotografias da Terra tiradas pela NASA desde o espaço, para revelar a evidência de uma enorme explosão nuclear ocorrida há cerca de 4 mil anos, mudando a vida na Terra para sempre. O novo exame dos mistérios antigos feito por Sitchin explica o Grande Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra [o primeiro grande núcleo da permissividade e corrupção da ideologia Transgênero e LGBTQ+] e outros eventos cataclísmicos do passado na história da humanidade, possibilitando a compreensão de nosso presente e um vislumbre do nosso futuro.
9 – PAZ NA TERRA
Como terminaram definitivamente as guerras das pirâmides? Com uma conferência de paz [entre os “deuses”] , tal como aconteceu em outros grandes conflitos dos tempos históricos. O Congresso de Viena, por exemplo, realizado em 1814/1815, refez o mapa da Europa depois das guerras napoleônicas. A Conferência de Paz de Paris, através do Tratado de Versailles, pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
O primeiro indício de que os “deuses” Anunnaki fizeram uma conferência de paz há cerca de 10.000 anos é encontrado num texto gravado num cilindro de argila quebrado, descoberto por George A. Barton, que concluiu que ele era uma versão acadiana de um relato sumério muito anterior. Barton também concluiu que o cilindro foi depositado pelo rei Naram-Sin no templo de Enlil/Yahweh em Nippur, por volta de 2300 a.C. quando o rei mandou reformar sua plataforma.
Comparando o texto mesopotâmico com as inscrições egípcias da mesma época, Barton notou que essas últimas “concentram-se no rei e estão interessadas em suas benesses enquanto ele se encontra entre os deuses”. Já o mesopotâmico “preocupa-se com a comunidade dos deuses”, e seu tema não são as aspirações do rei, mas as atividades dos próprios deuses.
Apesar de o texto estar muito danificado, especialmente no início, fica claro que os deuses principais reuniram-se depois de uma grande e amarga guerra. Somos informados de que a conferência teve lugar na residência de montanha de Ninharsag, na península do Sinai, e que ela desempenhou o papel de pacificadora. No entanto, a deusa não é tratada pelo autor do texto como uma personagem realmente neutra, pois por várias vezes ele se refere a ela chamando-a pelo epíteto Tsir (“Cobra”), o que a rotula como egípcia, enkita e transmite uma conotação depreciativa.
Os versos de abertura da inscrição, que já foram citados antes, descrevem brevemente as últimas fases da guerra e as condições no interior da pirâmide sitiada, que levaram ao apelo para Ninharsag intervir. Esta então foi procurar Enlil/Yahweh . A primeira reação dos enlilitas foi acusar Ninharsag de ter ajudado e confortado os “demônios”. Ela negou a acusação: “Minha Casa é pura”,
respondeu. Porém, um deus cuja identidade não está clara desafiou-a com sarcasmo: “E por acaso é pura a Casa mais alta e brilhante de todas”? (A Grande Pirâmide). “Isso não posso responder”, disse Ninharsag, “Gibil está eliminando seu brilho.”
Depois que as primeiras acusações e explicações atenuaram um pouco o clima de agressividade, houve uma cerimônia de perdão. Dois jarros cheios de água do rio Eufrates e do Tigre foram usados, num batismo simbólico de Ninharsag, e ela tornou-se novamente bem-vinda na Mesopotâmia. Enlil/Yahweh tocou-a com seu “cetro brilhante”, e “o poder que ela possuía não foi
retirado”.
Como vimos no capítulo anterior, de início Adad fez objeções a uma conferência de paz, pois desejava a rendição incondicional, mas Enlil/Yahweh concordou com a proposta da irmã, e Ninharsag atravessou as linhas para arranjar um cessar-fogo. Quando levou Enki e seus filhos para sua morada no Harsag, os deuses enlilitas já estavam lá, à espera. Anunciando que estava agindo em nome “do grande senhor Anu… Anu, o Árbitro”, Ninharsag começou seu próprio ritual.
Acendeu sete fogueiras, uma para cada deus ali reunido – Enki e seus dois filhos; Enlil/Yahweh e seus três filhos (Ninurta, Adad e Sin) -, proferindo encantamentos: “Uma oferenda de fogo para Enlil/Yahweh de Nippur… para Ninurta… para Adad… para Enki, que está vindo do Abzu… para Nergal, vindo de Meslam”. Ao anoitecer, o lugar estava todo iluminado: “A luz lançada pela deusa era como o brilho do sol”, Ninharsag então apelou à sabedoria dos deuses e exaltou as virtudes da paz: “Poderosos são os frutos do sábio deus; o grande e divino rio virá para sua vegetação… seu extravasar fará da Terra um jardim de deus”.
Todos os benefícios decorrentes da paz – a abundância de plantas e animais, de trigo e outros
grãos, de vinhedos e frutos, as vantagens de se ter a “humanidade que três vezes brota” plantando, construindo e servindo os deuses – foram destacadas. Depois que ela terminou sua oração de paz, Enlil/Yahweh foi o primeiro a falar e dirigiu-se a Enki: “Está retirada a aflição da face da Terra, a Grande Arma está levantada”. Concordou também em deixar seu irmão voltar à Suméria: “O E.DIN será um lugar para tua Sagrada Casa”, e em torno dela haveria terras suficientes para gerarem frutos e grãos para o templo.
O “príncipe de Enlil/Yahweh “, ou seja, Ninurta, protestou: “Que isso não aconteça”! Ninharsag voltou a intervir. Lembrou ao filho como ele labutara “dia e noite, com grande força”, para permitir o cultivo e a criação de gado naquele local em que estavam, como ele “assentara as fundações, juntara a terra e construíra os diques”. O flagelo da guerra destruíra tudo aquilo “em sua totalidade”. Em seguida, apelou a Ninurta: “Senhor da vida, deus dos frutos, que a boa cerveja
derrame em dose dupla! Torne a lã abundante”! Isto é, que concordasse com os termos de paz!
Comovido com as palavras de Ninharsag, Ninurta falou: “Ó mãe, ó, brilhante! Continue. A farinha não conterei… no reino os jardins serão restaurados… Eu também sinceramente rogo que seja posto um fim a este flagelo”. Agora as negociações de paz podiam prosseguir.
E voltamos ao texto Canto a Canção da Mãe dos Deuses, para sabermos sobre o encontro entre os dois irmãos em guerra. O primeiro a se dirigir aos Anunnaki reunidos foi Enki: Enki dirigiu a Enlil/Yahweh palavras de elogio: “Ó tu que és o primeiro entre os irmãos, Touro do Céu, que tem nas mãos o destino da humanidade”. “Em minhas terras, espalhou-se a desolação; todas as casas estão cheias de dor causada pelos teus ataques”.
Assim, o primeiro item da agenda era a cessação das hostilidades, a paz na Terra, e Enlil/Yahweh prontamente concordou, com a condição de que as disputas territoriais terminassem. As terras por direito pertencentes aos enlilitas e ao povo da linhagem de Sem deveriam ser desocupadas pelos enkitas. Enki aceitou devolver para sempre esses territórios: “Entregarei a ti o cargo de governante da Zona Restrita dos deuses; colocarei em tuas mãos o Lugar Radiante”!
Mas, para entregar a península do Sinai e o espaçoporto (a Zona Restrita), e o local onde ficava o Centro de Controle da Missão, a futura Jerusalém (o Lugar Radiante), Enki impunha uma condição: sua soberania e a de seus descendentes sobre o complexo de Gizé deveriam ser reconhecidas para
sempre.
Enlil/Yahweh aceitou, mas com outra condição: os filhos de Enki que haviam desencadeado a guerra e usado a Grande Pirâmide com propósitos de combate teriam de ser proibidos de governar a área de Gizé e todo o Baixo Egito. Depois de ponderar, Enki concordou e ali mesmo anunciou sua decisão. O senhor de Gizé e do Baixo Egito seria um de seus filhos mais jovens, que era casado com uma das filhas que ele tivera com sua meia-irmã: “Para a Formidável Casa que se Eleva como um Monte, ele apontou o príncipe cuja brilhante esposa era fruto de sua coabitação com Tsir [Ninharsag]”. “O forte príncipe que é como um íbex adulto, ele indicou e ordenou-o a guardar o Lugar da Vida”. Em seguida, concedeu ao jovem deus o exaltado título de NIN.GISH.ZI.DA (“Senhor do Artefato da Vida”).
E quem era Ningishzida? As informações sobre ele são escassas e confusas. Ele é mencionado nos textos mesopotâmicos associado a Enki, Dumuzi e Ninharsag. Na Lista dos Grandes Deuses está incluído entre os deuses da África, logo depois de Nergal e Ereshkigal. Os sumérios o retratavam com o emblema das serpentes entrelaçadas de Enki e com o sinal egípcio Ankh, e o viam sob uma luz favorável. Ninurta era amigo de Ningishzida e o convidava para visitá-lo na Suméria. Alguns textos sugerem que ele era filho de Ereshkigal, neta de Enki.
Nossa conclusão é que o jovem deus era de fato um filho de Enki e Ereshkigal, concebido durante a tumultuada viagem dos dois ao Mundo Inferior. Sendo assim, Ningishzida era aceitável pelos dois lados como guardião dos segredos das pirâmides. Um hino que Ake W. Sjoberg e E. Bergmann (The Collection of the Sumerian Temple Hymns) acreditam ter sido composto pela filha de Sargão de Acad no terceiro milênio antes de Cristo louvava a casa-pirâmide de Ningishzida e confirmava sua localização egípcia:
Lugar duradouro, montanha iluminada, artisticamente fundada. Sua câmara escura, oculta, é um lugar que inspira medo; num Campo de Supervisão ela jaz. Impressionante, seus modos ninguém pode imaginar. Na Terra do Escudo seu pedestal é tecido tão apertadamente como uma rede fina…
À noite você olha para os céus, suas antigas medições são incomparáveis. Seu interior conhece o lugar onde Utu se eleva, a medida de sua largura é ampla. Seu príncipe é aquele cuja mão pura está estendida, cujos luxuriantes e brilhantes cabelos se derramam por suas costas… O senhor Ningishzida.
Os versos finais do hino por duas vezes reafirmam a localização dessa estrutura singular – a “Terra do Escudo”, termo que corresponde ao nome mesopotâmico para Egito, em acadiano: Terra Magan, isto é, “Terra do Escudo”. Um outro hino traduzido por Sjoberg (tabuinha UET 6/1) chama
Ningishzida de “o falcão entre os deuses”, uma designação comumente usada pelos egípcios para seus deuses, mas que é usada apenas uma ou outra vez nos textos sumérios, em que foi aplicada a Ninurta, o conquistador das pirâmides.
E como os egípcios chamavam esse filho de Enki/Ptah? Seu “deus do cordão que mede a Terra” era Thoth. E Thoth, como vimos nas “Lendas dos Mágicos”, fora indicado para ser o guardião dos segredos das pirâmides de Gizé. E foi ele, segundo Manetho, que substituiu Hórus no trono do Egito, o que aconteceu por volta de 8.670 a.C. – exatamente a época em que terminou a
Segunda Guerra da Pirâmide.
Tendo assim resolvido as disputas entre eles, os grandes Anunnaki voltaram sua atenção para as atividades da humanidade. À medida que se avança na leitura das palavras antigas, fica claro que essa conferência de paz não tratou apenas do fim das hostilidades e da determinação de fronteiras, mas também estabeleceu como as terras seriam povoadas pela espécie humana! Os textos contam que Enki “colocou diante dos pés do adversário [Enlil/Iahweh] as cidades que lhe couberam”, o qual, por sua vez, “colocou diante dos pés de seu adversário a Terra de Sumer”.
Podemos imaginar os dois irmãos, um diante do outro, resolvendo suas pendências. Enki, como sempre o mais preocupado com a humanidade e seu destino, ao ver solucionados os problemas dos Anunnaki aproveitou a oportunidade para planejar o futuro dos homens. Depois do Dilúvio, a
agricultura e os animais domésticos já haviam sido dados; agora era tempo de planejar e olhar para a frente. O antigo texto descreve a cena que se seguiu: Enki, desenhando no chão, “diante dos pés de Enlil/Iahweh“, projeta o estabelecimento de centros de povoamento humano em suas terras.
Concordando com a idéia, Enlil/Iahweh também desenha no chão seu plano para a restauração das cidades pré-diluvianas do sul da Mesopotâmia (Suméria). Quanto a esse projeto, Enki impunha uma condição: ele e os filhos receberiam permissão de visitar a Mesopotâmia livremente e lhe seria devolvido o local onde antes ficava Eridu, sua primeira Base Terrestre. Concordando, Enlil/Iahweh disse: “Que tua morada se torne eterna em minhas terras; sempre que vieres a minha presença, uma mesa farta exalará aromas deliciosos para ti”. Em seguida expressou a esperança de que, em troca de sua hospitalidade, Enki ajudaria a levar prosperidade à Mesopotâmia: “Derrame a abundância na
Terra, aumente suas fortunas a cada ano”.
Assim, com todas essas questões resolvidas, Enki e seus filhos partiram para seus domínios africanos. Depois que Enki se foi, Enlil/Iahweh e os filhos começaram a pensar no futuro de seus
territórios, tanto os antigos como os conquistados na guerra. A primeira crônica encontrada sobre esse assunto, aquela publicada por George A. Barton, conta que, para reforçar a posição de Ninurta como segundo em comando e reafirmar sua superioridade sobre os irmãos, Enlil/Iahweh colocou-o como governante da Antiga Terra (a Mesopotâmia).
Os territórios de Adad, a noroeste, foram aumentados com o acréscimo de um “dedo” de terra (o Líbano), de modo que neles ficasse incluído o Local de Aterrissagem, situado em Baalbek. A região cuja ocupação dera origem à Segunda Guerra da Pirâmide – que podemos chamar de Grande Canaã e que vai da fronteira do Egito, ao sul, até o limite com os territórios de Adad no norte, abrangendo a Síria moderna – ficou sob a égide de Nannar e seus descendentes. Depois da
divisão “foi estabelecido um decreto”, sacramentado e comemorado com um banquete, do qual participaram todos os deuses enlilitas.
O texto Canto a Canção da Mãe dos Deuses, porém, nos dá uma versão muito mais dramática dessa divisão. Ficamos sabendo que, naquele momento crucial, quando se decidia quem ficaria com o domínio sobre os territórios duramente conquistados na guerra, novamente veio à tona a rivalidade entre Ninurta – o herdeiro legal, por ser filho de Enlil/Iahweh com sua meia-irmã, Ninharsag – e Nannar, o primogênito, nascido da consorte oficial, Ninlil. O texto revela-nos que Enlil/Iahweh admirava as qualidades de Nannar – “Um primogênito… de bela fisionomia, perfeito de membros, sábio sem comparação” – e o amava. Além disso, aquele filho lhe dera os netos que ele considerava mais importantes, os gêmeos Utu/Shamash e Inanna/Ishtar, e por esse motivo o chamava carinhosamente de SU.EN, o “Senhor Multiplicador”, epíteto do qual derivou o nome acadiano/semita de Nannar: Sin.
No entanto, por mais que gostasse de seu primogênito, tinha de aceitar o fato de que o herdeiro legal era Ninurta, e que este, além de ser “o principal guerreiro de Enlil/Iahweh“, fora o comandante da vitória sobre os enkitas. Enquanto Enlil/Iahweh hesitava entre os dois filhos, Sin pediu a sua esposa, Ningal, que fosse rogar em seu favor junto a seu pai e a sua mãe. Ao lugar da decisão ele chamou Ningal, Suen convidou-a a se aproximar. Uma decisão favorável ela pediu ao pai… Enlil ponderou [suas palavras]… Diante da mãe [ela implorou]…”Lembre-se da infância”, disse a Ninlil…A mãe rapidamente o abraçou…Ela disse a Enlil… “Siga o desejo de seu coração”.
Alguém poderia imaginar que as mulheres desempenhariam um papel tão importante na tomada de decisões que afetariam o destino dos deuses e dos homens nos milênios que se seguiram? Ningal intercedeu em favor do marido; Ninlil foi convencida a persuadir o hesitante Enlil/Iahweh.
Então entrou em cena uma outra grande deusa – e foram suas palavras que levaram a uma decisão
contrária às regras estabelecidas… Enquanto Ninlil aconselhava o marido a “seguir seu coração” e não sua mente, dando o território mais importante ao primogênito que ele tanto amava e não
ao herdeiro legal, conta o texto que “Ninurta abriu a boca e disse”… Suas palavras de protesto se perderam devido a uma quebra na tabuinha, mas, com a continuação da lenda, ficamos sabendo que Ninharsag usou de todos os seus recursos em favor do filho:
“Ela gritou e lamentou junto ao seu irmão; como uma mulher grávida, agitou-se dizendo: “Pelo Ekur rogo ao meu irmão, meu irmão que um bebê me fez carregar; ao meu irmão apelo”! Mas Ninharsag escolheu mal as palavras de sua súplica. Sua intenção era apelar em favor de Ninurta, o filho que tivera com Enlil/Iahweh, mas, pelo modo como falou, deu a impressão de estar se dirigindo a Enki.
Enfurecido, Enlil/Iahweh gritou: “Que irmão é esse ao qual estás rogando? Quem é esse irmão que um bebê a fez carregar?”. E, ofendido, tomou a decisão em favor de Nannargin e sua descendência. Desse momento em diante, e até nossos dias, a Terra do Espaçoporto vem sendo chamada de terra de Sin – a península do Sinai. Num ato final, Enlil/Iahweh designou o filho de Sin como comandante do Centro de Controle da Missão: Ele mandou entrar Shamash, o neto de Ninlil.
Pegou-o pela mão E em Shulim o colocou. Jerusalém – Ur-Shulim (“A Cidade de Shulim”) – foi posta sob o comando de Shamash. O nome SHU.LIM significava “O Supremo Lugar das Quatro
Regiões”, e o emblema sumério das Quatro Regiões, que a ele se aplicava, possivelmente foi o antecessor do emblema judeu conhecido por Estrela de Davi ao substituir a Nippur pré-diluviana como Centro de Controle da Missão. Jerusalém herdou o antigo título daquela cidade da Mesopotâmia- “Umbigo da Terra” -, pois passara a ser o ponto central da Divina Malha de orientação que possibilitava as idas e vindas dqs espaçonaves anunnaki entre a Terra e Nibiru.
Como a antiga Nippur, o novo Umbigo da Terra – o monte Moriá – ficava na linha central do plano, a Trajetória de Aterrissagem, bissetriz do Corredor de Aterrissagem, e era eqüidistante da Plataforma de Aterrissagem em Baalbek (BK) e do espaçoporto (EP). Obrigatoriamente, as duas âncoras das linhas do Corredor tinham de ser eqüidistantes do Centro de Controle da Missão (JM), mas a Segunda Guerra da Pirâmide acabou forçando uma alteração no projeto original, pois a baliza que fora construída como uma montanha artificial, a “Casa que É como uma Montanha” – a Grande Pirâmide -, fora inutilizada por Ninurta, que mandara arrancar seus cristais e equipamentos. A solução foi erigir uma nova baliza um pouco ao norte de Gizé, mas ainda exatamente na linha noroeste do corredor de aterrissagem.
Os egípcios chamavam a cidade que se formou em torno desse marco artificial de Cidade de Anu, e o símbolo hieroglífico para ela a mostrava como uma torre alta, com uma superestrutura apontando para o céu como uma flecha. Os gregos, muitos milênios depois, deram a esse lugar
o nome de Heliópolis (“Cidade de Hélios”, o deus Sol), o mesmo que deram a Baalbek. Em ambos os casos a denominação foi uma tradução de nomes anteriores, relacionando os dois locais com Shamash, “Que é Brilhante como o Sol”. De fato, Baalbek na Bíblia é chamado de Bet-Shemesh, a “Casa de Shamash”.
A mudança do local onde ficava a baliza que ancorava a linha noroeste – de Gizé (GZ) para Heliópolis (HL) – exigiu uma alteração similar na ancoragem da linha sudoeste do Corredor, de modo a manter as duas balizas eqüidistantes do monte Moriá. Uma montanha próxima do monte Santa Catarina e situada precisamente sobre a linha sudoeste foi adaptada para se tornar o novo rádio farol de aproximação. Ainda hoje essa montanha tem o nome de Umm Shumar (“Monte da Mãe da Suméria”). As listas geográficas sumérias referiam-se às duas montanhas vizinhas situadas na Terra Tilmun como KA.HARSAG (“O Pico do Portão”) e HARSAG ZALA.ZALAG (“Pico que Emite
Brilho”).
A construção e a operação das instalações aeroespaciais em Tilmun e Canaã exigiam a abertura de novas rotas de suprimentos e postos de apoio. A via marítima para Tilmun foi melhorada com o estabelecimento de uma cidade portuária (“Cidade de Tilmun”, diferente de “Ters Tilmun”) na costa leste do mar Vermelho, possivelmente onde hoje ainda existe o porto El-Tor, muito antigo. Esses mesmos motivos, acreditamos, levaram à fundação da cidade mais antiga do mundo: Jericó, que foi dedicada a Sin (cujo nome em hebraico é Yeriho) e que tem como símbolo celestial a Lua.
A idade de Jericó é um enigma que vem intrigando os estudiosos [sua existência é anterior ao Dilúvio]. Eles dividem o avanço do homem de forma arbitrária (que se espalhou a partir do Oriente Médio) em: período Mesolítico, que viu a introdução da agricultura e a domesticação de animais por volta de 11 000 a.C. o Neolítico, que começa 3600 anos depois, com o aparecimento das primeiras comunidades humanas e da cerâmica; e uma terceira fase, a da civilização urbana suméria, novamente 3600 anos depois. O grande enigma é que, segundo os achados arqueológicos, Jericó já era um lugar urbano, habitado por volta de 8500 a.C. por um povo não
conhecido pelos historiadores, quando o homem ainda nem aprendera a viver em povoados…
A charada que Jericó representa não se dá apenas em relação a sua idade, mas também em relação ao que os arqueólogos descobriram por lá: casas construídas sobre alicerces de pedras, com porta e batentes de madeira; paredes cuidadosamente rebocadas e pintadas de vermelho, rosa e outras
cores, às vezes ostentando até murais. Fogões e bacias embutidos nos pisos de gesso caiado, vários decorados com desenhos. Os mortos eram enterrados sob esses pisos; eram sepultados, e não apenas depositados, pois foram encontrados pelo menos dez crânios preenchidos com gesso, de modo a se recriar as feições do falecido. Os traços que esses crânios revelam são, segundo todos os peritos, muito mais avançados e delicados que os dos habitantes da área do Mediterrâneo na época.
De acordo com James Mellaart, em Earliest Civilizations of the Near East, a cidade era cercada por uma forte muralha (milênios antes de Josué!) e por um fosso com quase 10 metros de largura e 2 metros de profundidade, cavado na rocha “sem o auxílio de pás e picaretas”. E é o mesmo autor que afirma: “um desenvolvimento explosivo… um espetacular desenvolvimento cujas causas ainda nos são desconhecidas”.
O enigma de Jericó torna-se ainda maior devido à existência de silos de grãos na cidade, dos quais um foi encontrado ainda parcialmente em pé. É muito intrigante descobrir, perto do mar Morto, numa depressão que fica 250 metros abaixo do nível do mar, numa região muito quente, imprópria ao cultivo de grãos, prova da presença de grandes suprimentos de trigo e cevada e da armazenagem contínua desses cereais. Quem teria construído essa cidade em épocas tão remotas, quem habitava nela, para quem ela servia como uma cidade-armazém fortificada?
Em nossa opinião, as respostas para essas perguntas estão na cronologia dos “deuses” e não na dos homens, e afirmamos isso com base no incrível fato de que o primeiro período de civilização urbana em Jericó (de aproximadamente 8500 a.C.) combina exatamente com a época, segundo Manetho, do reinado de Thoth no Egito (de cerca de 8670 a.C. até 7100 a.C.
Como sabemos pelos textos mesopotâmicos, Thoth assumiu o governo logo depois da Conferência
de Paz. Os textos egípcios afirmam que sua ascensão ao trono foi sacramentada “na presença dos Determinadores de Anu, após a noite da batalha”, depois de ele ter ajudado a “derrotar o vento de Tempestade (Adad) e o Turbilhão (Ninurta)” e em seguida ter contribuído para “fazer os dois
combatentes entrarem em paz”.
O período que os egípcios associavam ao reinado de Thoth foi uma época de paz entre os deuses, quando os Anunnaki dedicaram-se principalmente a fundar povoados relacionados com a construção e a proteção das novas instalações espaciais. A via marítima para o Egito e Tilmun, pelo mar Vermelho, tinha de ser aumentada por uma rota terrestre que ligaria a Mesopotâmia com o Centro de Controle da Missão e o Espaçoporto. Essa rota existe desde épocas imemoriais, e ia do rio Eufrates até o posto de Harã na região do rio Balikh. De lá o viajante podia continuar para o sul descendo a costa do Mediterrâneo um caminho que mais tarde os romanos denominaram de Via Maris (“A Estrada do Mar”) – ou então tomar a rota que acompanhava a margem oriental do rio Jordão, que ficou famosa na História como a Estrada do Rei.
A estrada do mar era o caminho mais rápido para o Egito, mas a rota interior podia levar o viajante para o golfo de Eilat, o mar Vermelho, Arábia e África, e para a península do Sinai, motivo pelo qual sempre foi o caminho usado para o transporte do ouro africano para a Ásia. Por essa rota também se atingia a margem ocidental do Jordão, o que era feito atravessando-se o rio em pontos
predeterminados, adequados para isso.
O mais importante desses pontos de travessia sempre foi o que levava diretamente a Jerusalém, e ele ficava perto de Jericó. Foi ali que os israelitas atravessaram o rio para entrar na Terra Prometida. E também foi ali, acreditamos, que milênios antes os Anunnaki fundaram uma cidade para proteger o ponto de travessia e para fornecer suprimentos aos viajantes que pretendiam continuar sua jornada. Enquanto o homem não fez de Jericó seu lar, ela era um posto avançado dos deuses.
Não parece lógico que os Anunnaki tenham construído um posto avançado apenas num lado do Jordão, deixando desguarnecida a margem oriental, onde passava a importantíssima Estrada do Rei. De fato, uma descoberta pouco divulgada fora dos círculos da arqueologia prova que existiu um forte similar na região a leste do rio. E o que foi encontrado nesse sítio arqueológico é ainda mais impressionante do que o que se achou em Jericó.
O local começou a ser escavado em 1929 por uma missão patrocinada pelo Pontifício Instituto Bíblico do Vaticano, e seu chefe era Alexis Mallon. Os peritos se surpreenderam com o elevado nível de civilização revelado pela ruínas. Até mesmo as camadas mais inferiores com indícios de habitação (cerca de 7500 a.C.) mostravam pisos de tijolos. Uma outra característica incomum era que, apesar de o período de ocupação da área ter sido muito longo- da Idade da Pedra até a Idade do Bronze -, os arqueólogos descobriram vestígios de uma mesma civilização em todos os níveis de escavação.
Esse sítio é conhecido por Tell Ghassul, nome do morro sob o qual foram descobertas as ruínas. Não se tem idéia de como era chamada essa cidade na Antiguidade. Junto com vários povoados adjacentes, ela controlava o importante ponto de travessia do rio Jordão que atualmente é conhecido como ponte Allenby e a estrada que levava a ele.
A localização estratégica de Tell Ghassul já tinha sido notada pelos arqueólogos antes de eles darem início às escavações, como se lê no relatório preparado pela missão: “Do alto do morro tem-se uma vista interessante de todos os lados: o Jordão a oeste, parecendo uma linha escura; a noroeste, vê-se a colina da antiga Jericó e, depois dela, as montanhas da Judéia, inclusive Beth-El e o Monte das Oliveiras em Jerusalém. Belém fica escondida pelo monte el-Muntar, mas é possível avistar os picos de Tecoá e os arredores de Hebron”.
Quem se voltava para o norte tinha 50 quilômetros de panorama livre. Olhando para o leste, o observador via o monte Moab e as primeiras encostas do morro Nebo; e para o sul, “além
do espelho do mar Morto, conseguia avistar a montanha de sal, o monte “Sodom“.
Os principais restos descobertos em Tell Ghassul cobrem um período que vai desde 4000 a.C. até 2000 a.C. quando o lugar foi subitamente abandonado. O sistema de irrigação e artefatos, de padrão muito superior ao prevalecente na área, convenceram os arqueólogos de que os habitantes desse lugar vieram da Mesopotâmia.
O grande morro é formado por três colunas: duas delas parecem ter sido usadas como moradia, e uma como área de trabalho. Esta última dividida em segmentos retangulares, dentro dos quais foram cavadas “fossas” circulares, em geral em pares. O fato de que elas aparecem sempre em pares e de haver de seis a oito em cada compartimento afastou a hipótese de que serviriam de
fogões ou braseiros para a preparação de alimentos. Associadas a esses buracos foram encontradas enigmáticas “faixas de cinzas”, restos de algum tipo de material combustível, em camadas sucessivas, mostrando que elas foram cobertas com areia fina, depois com o solo comum, de modo a formar a base para uma outra dessas camadas de cinzas.
O solo da superfície dessa área de trabalho estava coberto de cascalho calcinado, restos de rocha quebradas e queimadas por uma força qualquer. Entre os artefatos encontrados estava um objeto pequeno, circular, moldado com extrema precisão, sem dúvida para algum propósito tecnológico
desconhecido para nós. As descobertas feitas nas áreas residenciais só serviram para aumentar o
mistério. Lá as paredes das casas retangulares ruíram como se atingidas por uma súbita força que atuou ao nível do solo, fazendo as partes superiores das paredes tombarem todas para dentro.
Devido a esse tipo de queda, que preservou bastante as paredes, foi possível reconstituir alguns dos impressionantes murais que as ornamentavam. Num deles a pintura criava uma ilusão tridimensional. Uma casa possuía todas as paredes com afrescos. Numa outra havia um divã embutido num nicho, de modo que permitisse que o morador nele reclinado pudesse ter uma visão da parede oposta, que ostentava um grande mural. Este retratava uma fileira de pessoas, das quais duas estavam sentadas em tronos, voltadas (talvez dando as boas-vindas) para uma pessoa que aparentemente acabara de descer de um objeto que emitia raios.
Os arqueólogos que descobriram esses murais durante as escavações realizadas em 1931/33 formularam a hipótese que o objeto devia ser um “corpo celeste”, similar a uma “estrela” incomum anteriormente encontrada numa pintura de outro prédio. Esse desenho mostrava duas estrelas de oito pontas, concêntricas, uma bem pequena e uma grande, culminando numa explosão de oito raios. O desenho preciso, e com uma variedade de formas geométricas, foi artisticamente executado em preto, vermelho, branco, cinza e combinações dessas cores. Uma análise química das tintas empregadas mostrou que não eram pigmentos naturais, mas sofisticados compostos
químicos constituídos de dez a dezoito tipos de mineral.
Os descobridores dos murais logo imaginaram que a “estrela” de oito pontas tinha algum significado religioso, salientando que o corpo celeste de oito pontas, representando o planeta Vênus, era o símbolo de Ishtar. Todavia, em toda Tell Ghassul não foi encontrado nenhum indício da presença de “objetos de culto”, como estatuetas de deuses etc., o que também é considerado uma anomalia do lugar. Em nosso entender, isso mostra que a cidade não era habitada por adoradores, mas por aqueles que eram o objeto da adoração: os “deuses” da Antiguidade, os “deuses” Anunnaki.
Na atualidade, encontramos vários desenhos similares à “estrela” de Tell Ghassul, e um deles pode ser visto no saguão da National Geographic Society, em Washington, D.C. Trata-se de uma rosa-dos-ventos, que simboliza o interesse da instituição nos quatro cantos da Terra e seus pontos
intermediários. Pensamos que fosse isso também que os pintores de Tell Ghassul tivessem em mente: queriam indicar a relação daquele lugar e deles mesmos com as quatro regiões da Terra.
A maior prova de que a “estrela” não tinha um significado sagrado é o fato de ela ter sido encontrada desrespeitada por grafitos. Esses desenhos mais rústicos mostram prédios de paredes grossas, nadadeiras de peixes, pássaros, asas, um navio e até mesmo, como sugerem alguns, um dragão do mar (canto da esquerda, acima). Nesses desenhos foram usadas, além das cores já
mencionadas, tons de amarelo e marrom. Entre esses grafitos existem dois de particular interesse: duas formas arredondadas, com grandes “olhos”, que também foram encontradas pintadas em tamanho muito maior e com mais detalhes nas paredes de outras casas.
Os objetos são esféricos ou ovais e têm a parte superior listrada, ou em camadas, pintada de branco e preto. O centro é dominado por dois grandes “olhos”, formados por discos pretos perfeitos dentro de círculos brancos. A parte inferior mostra dois (ou quatro) suportes estendidos pintados de vermelho. Entre essas pernas mecânicas e saindo do corpo do objeto vê-se um
dispositivo que lembra um bulbo.
O que eram esses objetos? Seriam os ”turbilhões” ou “rodamoinhos” dos quais tanto se fala nos antigos textos do Oriente Médio, inclusive no Antigo Testamento, e que tudo indica seriam os “discos voadores” ou outro tipo de espaçonave dos Anunnaki? O fato é que tudo o que foi descoberto em Tell Ghassul – os murais, covas circulares, as pedrinhas calcinadas, as camadas de
cinzas, mais a própria localização do sítio arqueológico – nos conta que ali era uma fortaleza e um depósito de suprimentos para as naves-patrulhas dos Anunnaki.
O ponto de travessia Tell Ghassul-Jericó desempenhou um papel importante, até milagroso, em vários eventos bíblicos, fato que pode ter despertado o interesse do Vaticano em escavações nessa área. Foi ali que o profeta Elias atravessou o Jordão com a intenção de ter um encontro na margem oriental (em Tell Ghassul), o que culminou com ele sendo levado num “carro de fogo… um turbilhão” [nave Anunnaki de Enlil/Yahweh?].
Foi também nessa região que, no final do Êxodo, Moisés, ao qual o Senhor negara o direito de entrar em Canaã propriamente dita, “subiu então das estepes de Moab (área do Tell Ghassul) para o monte Nebo, ao seu pico mais alto, o Fasga, que fica diante de Jericó. E Iahweh mostrou-lhe toda a terra: de Galaad até Dan, todo o Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até o Mediterrâneo; e o Neguev e o vale de Jericó, a cidade das tamareiras”. Esse foi o mesmo panorama avistado pelos arqueólogos antes de iniciarem seu trabalho em Tell Ghassul.
A travessia do Jordão pelos israelitas sob a liderança de Josué incluiu o milagroso afastamento das águas do rio sob a influência da Arca Sagrada e de seu conteúdo. Depois de feita a passagem, “encontrando-se Josué perto de Jericó, levantou os olhos e viu um homem que se achava diante dele com uma espada desembainhada na mão. Josué aproximou-se dele e disse-lhe: ‘Estás
conosco ou com nossos inimigos’? O homem respondeu: ‘Com nenhum dos dois. Sou um capitão [anunnaki] do exército de Enlil/Yahweh‘.
Josué então prostrou-se com o rosto em terra, adorou-o e disse-lhe: ‘Que tem a dizer, meu senhor, a este teu servo?’. O capitão do exército de Enlil/Yahweh respondeu: ‘Descalça as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que pisas é restrito'” . Então o capitão das tropas de Enlil/Yahweh contou a Josué o plano do Senhor [Enlil/Yahweh] para a conquista de Jericó. Instruiu os israelitas a não tentarem derrubar as muralhas pela força, mas a fazerem carregar a Arca sete vezes em torno delas.
Atendendo as ordens, no sétimo dia os sacerdotes fizeram soar as trombetas, e o povo soltou um grande grito, “e a muralha de Jericó ruiu por terra”. Jacó, também, ao atravessar o Jordão naquele ponto quando voltava de Harã, encontrou-se com um “homem”, com o qual lutou até a madrugada, quando então deu-se conta de que seu oponente era uma deidade. “E Jacó chamou o
lugar de Peni-El (‘O Rosto de Deus’), pois viu um “deus” cara a cara e sobreviveu”.
De fato, o Antigo Testamento afirma claramente que na Antiguidade havia povoados dos Anunnaki nos pontos de aproximação da península do Sinai e Jerusalém. Hebron, a cidade que guardava a rota entre Jerusalém e a península, “outrora era chamada Cariat-Arbe. Arbe era o maior homem entre os enancim [Anakim]” (Josué 14:15). Além de nos informar que os descendentes dos Anakim continuavam residindo na área durante a conquista de Canaã pelos israelitas, a Bíblia nos oferece numerosas referências a cidades dos Anakim na margem ocidental do Jordão.
Quem eram esses Anakim? O termo costuma ser traduzido por “gigantes”, tal como Nefilim. Todavia, já mostramos conclusivamente que ao falar nos Nefilim (“Aqueles que Desceram”), o Velho Testamento refere-se ao “Povo dos Foguetes”. Acreditamos que os Anakim não eram outros senão os Anunnaki.
Até agora ninguém prestou atenção especial à contagem de 3.650 anos que Manetho atribui ao reinado dos semi-deuses que pertenciam à dinastia de Thoth. Nós, porém, consideramos essa cifra altamente significativa, pois ela só difere do período orbital de Nibiru em 50 anos. Não foi por acaso que o avanço da humanidade – da Idade da Pedra até a alta civilização suméria – aconteceu em intervalos de 3600 anos. Foi como se uma misteriosa mão erguesse a espécie humana para um patamar maior de cultura, conhecimento e civilização, em etapas bem demarcadas. E, como mostramos em O 12º. Planeta, cada uma dessas idades corresponde à ocasião em que, por causa da aproximação de Nibiru, tornavam-se possíveis as idas e vindas dos Anunnaki entre seu planeta e a Terra.
Essas etapas de progresso da humanidade espalharam-se a partir de um núcleo mesopotâmico para todo o resto do mundo. Assim, a “Idade dos Semi-deuses” dos egípcios – um período em que reinaram os filhos nascidos da “coabitação” entre homens e deuses -, que segundo Manetho durou de 7100 a.C. até 3450 a.C. sem dúvida nenhuma coincide com o Período Neolítico no Egito.
Portanto, podemos tomar por certo que a cada um desses intervalos de 3600 anos os Grandes Anunnaki, os “Sete que Decretam”, discutiam o destino da humanidade e as relações dos deuses com ela. Sabemos com certeza que houve uma deliberação desse tipo antes do súbito e de certa forma inexplicável – surgimento da civilização suméria, pois os escribas desse povo nos deixaram registros detalhados dessas discussões! Quando começou o repovoamento da Mesopotâmia, as Velhas Cidades foram as primeiras a ser reconstruídas; só que não mais como recintos sagrados,
exclusivos dos deuses, pois agora a espécie humana tinha entrada livre nesses centros urbanos para cultivar os campos adjacentes, cuidar de pomares, hortas e currais, e servir os deuses de todas as formas possíveis, não mais apenas como cozinheiros, artesãos e costureiros, mas também como sacerdotes, músicos, comediantes e prostitutas de templos.
A primeira cidade a ser reconstruída foi Eridu, concedida a Enki em regime perpétuo, por ela ter sido sua primeira base na Terra. O santuário do deus ali situado, uma maravilha arquitetônica daquela época primitiva, com o passar do tempo foi erguido e ampliado para se transformar num magnífico templo residência, o E.EN.GUR.RA (“Casa do Senhor Cuja Volta É Triunfante”), ornamentado com ouro, prata e pedras preciosas vindas do Mundo Inferior e protegido pelo “Touro do Céu”.
Nippur foi reconstruída para Enlil/Yahweh e Ninlil, e lá o casal mandou erigir uma nova Ekur (“Casa Montanha”), agora já não mais equipada com instrumentos de orientação, mas com armas assustadoras: “O Olho Levantado Que Inspeciona a Terra” e “O Feixe de Emissões Levantado”, que tudo penetrava. O recinto sagrado do templo abrigava também o “Pássaro que Pisa Rápido” de Enlil/Yahweh, de “cujas garras ninguém con seguia escapar”.
Um “Hino a Eridu”, traduzido e publicado por A. Falkenstein (Sumer, vol. VII), descreve como Enki viajou para participar de uma reunião dos grandes deuses. Isso aconteceu por ocasião de uma das visitas de Anu à Terra, quando tinham lugar as deliberações que a cada período de 3600 anos determinavam o destino de deuses e homens. Depois de uma celebração em que “os deuses
beberam vinho preparado pelos homens”, chegou a hora das decisões solenes. “Anu sentou-se no lugar de honra, tendo Enlil/Yahweh ao seu lado. Ninharsag sentou se numa poltrona”. Anu deu por iniciada a assembléia e dirigiu-se aos presentes:
Grandes deuses que aqui vieram, deuses-Anunna, que à Corte da Assembléia vieram! Meu filho construiu uma casa para si; o senhor Enki ergueu Eridu como se fosse uma montanha. Sua Casa num belo lugar erigiu. Nesse lugar, Eridu, ninguém pode entrar sem ser convidado… No santuário, vindas do Abzu, as Divinas Fórmulas Enki depositou.
Essas últimas frases explicam qual era o principal item da agenda: a reclamação de Enlil/Yahweh contra o irmão, que estaria dificultando o acesso dos outros deuses às Fórmulas Divinas (conjunto de informações sobre mais de cem características da civilização), dessa forma restringindo o progresso somente a Eridu e seus habitantes. (Está arqueologicamente confirmado que Eridu foi a cidade pós-diluviana mais antiga, a fonte de toda a civilização suméria.)
O Conselho dos Deuses decidiu então que Enki teria de compartilhar as informações com seus pares para eles também poderem reconstruir ou fundar seus próprios centros urbanos, isto é, foi decretado que a civilização seria concedida a toda a Suméria. Quando a parte oficial da reunião terminou, os visitantes foram conhecer o presente que lhes fora dado pelos deuses que habitavam a Terra: a meio caminho entre Nippur e Eridu, eles tinham construído um recinto sagrado
dedicado a Anu, uma residência apropriadamente chamada E.ANNA (“Casa de Anu”).
Antes de voltar para seu planeta, Anu e Antu passaram uma noite em seu templo terrestre. Foi um evento marcado por pompa e circunstância. Quando o casal divino chegou à nova cidade – que mais tarde seria conhecida como Uruk (a Erech da Bíblia) -, os deuses formaram uma procissão para acompanhá-lo até o pátio do templo. Enquanto era preparada uma suntuosa ceia, Anu, sentado num trono, conversava com os outros deuses. Antu, acompanhada pelas deusas, foi trocar de roupa na ala do templo chamada de “Casa da Cama de Ouro”.
Os sacerdotes e atendentes do templo serviram “vinho e bom azeite” e mataram em sacrifício “um touro e um carneiro para Anu, Antu e todos os deuses”. No entanto, o banquete só seria servido quando o céu estivesse suficientemente escuro para se avistar os planetas: “Júpiter, Vênus, Mercúrio, Saturno, Marte e a Lua, assim que eles aparecessem”.
Quando isso aconteceu, e depois de uma cerimônia de lavagem de mãos, foi servida a primeira parte da ceia: “Carne de touro, carne de carneiro, aves… cerveja e vinho da melhor qualidade”.
Houve então uma pausa para o ponto alto da noite: enquanto um grupo de sacerdotes cantavam o hino Kabbab Anu Etellu Shamame (“O Planeta de Anu Sobe no Firmamento”), um sacerdote mais graduado subiu “ao andar mais alto da torre do templo” para olhar o céu à espera do aparecimento do planeta de Anu, Nibiru.
No momento calculado e no local predeterminado, o planeta foi avistado. Nesse instante o coro cantou as músicas: “Ao que Fica Brilhante, o Planeta Celestial do Senhor Anu” e “A Imagem do Criador Ergueu-se no Firmamento”. A um sinal alguém acendeu uma fogueira e, à medida que a
notícia do avistamento do planeta era transmitida de um posto de observação para outro, novas fogueiras iam sendo acendidas. Em pouco tempo toda a região estava iluminada.
Pela manhã houve preces de ação de graças na capela do templo e, em seguida, uma seqüência repleta de cerimônia e simbolismo, os visitantes prepararam-se para partir. Os sacerdotes cantaram: “Anu está indo embora. Anu, grande rei do Céu e da Terra, pedimos vossa bênção”. Dada a bênção, a procissão desceu pela “Rua dos Deuses” até o “Lugar da Barca de Anu”, onde, numa capela chamada “Construa Vida na Terra”, houve uma nova sessão de preces e hinos. Os que iam ficar então abençoaram o casal divino recitando os seguintes versos:
Grande Anu, que o Céu e a Terra vos abençoem! Que os deuses Enlil/Yahweh, Ea e Ninmah vos abençoem! Que os deuses Sin e Shamash vos abençoem… Que os deuses Nergal e Ninurta vos abençoem… Que os Igigi que estão no Céu… E os Anunnaki que estão na Terra vos abençoem! Que os deuses do Abzu e os deuses da Terra Santa vos abençoem!
Estava terminada a importante visita do casal celestial à Terra, que, segundo registra uma tabuinha encontrada nas ruínas do arquivo de Uruk, durou dezessete dias. As decisões tomadas nessa ocasião abriram o caminho para a fundação de novas cidades. Kish, a primeira e mais importante delas, foi colocada sob o controle de Ninurta, “o principal filho de Enlil/Yahweh“, e veio a se tornar a capital administrativa da Suméria. Ur, que posteriormente seria o coração econômico da região, foi fundada para Nannar/Sin, o primogênito de Enlil/Yahweh.
Houve outras decisões relativas a uma nova etapa do avanço da espécie humana e sua associação com os Anunnaki. Lemos nos textos sumérios que contam sobre a assembléia que desencadeou a grande civilização da Suméria que “os Grandes Anunnaki que decretam o destino” decidiram que os deuses eram “altíssimos demais para a humanidade”. O adjetivo empregado – elu, em
acadiano – significa exatamente isso: “altíssimo”; e dele derivou o El babilônico, hebraico e ugarítico, termo ao qual os gregos deram a conotação ”deus”.
Como resultado dessa decisão, os Anunnaki concederam à humanidade a ”realeza” – o sistema monárquico -, para funcionar como intermediário entre eles e os habitantes humanos das cidades. Um texto acadiano (A Fábula da Tamargueira e da Tamareira) descreve da seguinte forma o que aconteceu “nos dias de antanho”:
Os deuses da Terra, Anu, Enlil/Yahweh e Enki, juntaram-se em assembléia. Enlil/Yahweh e os deuses deliberaram. Entre eles estava sentado Shamash; entre eles estava sentada Ninmah. Conta a lenda que naquele tempo “ainda não existia a realeza na Terra; o governo era feito pelos deuses”. O Grande Conselho resolveu modificar essa situação.
Todas as fontes sumérias concordam que a primeira cidade real foi Kish. Os homens que Enlil/Yahweh designou para serem reis eram chamados LU.GAL (“Homem Poderoso, Potentado”). Encontramos esse mesmo registro no Antigo Testamento (Gênesis, capítulo 10), que conta sobre o estabelecimento dos reinos dos homens:
“Kish gerou Nemrod, que foi o primeiro potentado sobre a terra… Os sustentáculos de seu reino foram Babel, Arac [Uruk] e Acad, todas no país de Senaar [Suméria]”.
Apesar de o texto bíblico afirmar que as três primeiras capitais foram Kish, Babilônia e Uruk, as Listas de Reis sumérias contam que a realeza começou em Kish, passando em seguida para Uruk e depois para Ur, sem fazer nenhuma menção à Babilônia. Essa aparente discrepância pode ser facilmente explicada. Em nossa opinião, ela está relacionada com o incidente da Torre de Babel (Babilônia), que a Bíblia registra com bastantes pormenores. Tudo indica que esse evento começou com a insistência de Marduk de que era ele, e não Nannar que deveria ser contemplado com a próxima capital a ser erigida na planície da Suméria (o “país de Senaar” da Bíblia), quando estavam sendo construídos os novos centros urbanos.
“Quando homens emigravam para o oriente, encontraram um vale no país de Senaar e aí se estabeleceram”. “Disseram uns aos outros: ‘Vinde! Façamos tijolos e os cozamos ao fogo’”!
“O tijolo lhes serviu de pedra, e o betume de argamassa”. Foi então que o instigador desse povo, cujo nome não aparece na história bíblica, lançou a parte de seu plano que deu origem ao incidente: “Vinde! Construamos uma cidade e uma torre cujo ápice penetre nos céus”!
O relato bíblico prossegue, dizendo que “Enlil/Yahweh desceu para ver a cidade e a torre que os homens construíram” e então falou, dirigindo-se a colegas não identificados: “Isso é o começo de suas iniciativas! Daqui em diante, nenhum desígnio será impossível para eles”. Depois acrescentou: “Vinde! Desçamos, confundamos sua linguagem para que não mais se entendam uns aos outros”.
Concluindo o registro do incidente, conta a Bíblia que o Senhor Enlil/Yahweh “os dispersou sobre toda a face da Terra, e eles pararam de construir a cidade”. Um dos princípios básicos da memória histórica dos sumérios é que no início existiu mesmo uma época em que a humanidade “falava em uníssono”. Os textos também afirmam que a confusão de línguas que acompanhou a dispersão da espécie humana foi um ato propositado dos deuses.
Tal como o Antigo Testamento, as histórias escritas por Berosso ligam a diversificação das linguagens e a dispersão da humanidade ao incidente da Torre de Babel. “Quando todos os homens falavam a mesma língua, alguns deles começaram a construir uma torre grande e alta com o intuito de subirem aos céus. O Senhor, porém, enviando um turbilhão, confundiu seus desígnios e deu a cada tribo uma linguagem só sua”.
A uniformidade entre as duas lendas sugere a existência de uma fonte comum, muito mais antiga, de onde tanto os compiladores do Antigo Testamento como Berosso extraíram suas informações. Embora imagine-se que ainda não foi descoberto o texto original, a verdade é que George Smith, já em sua primeira publicação, com data de 1876, contou ter encontrado nas ruínas da biblioteca de Assurbanipal, em Nínive, “um relato mutilado da história da Torre”.
A lenda, concluiu, fora originalmente escrita em duas plaquinhas, mas ele encontrara apenas uma (K-3657), de cujas seis colunas de texto só conseguira reconstituir quatro. Sem dúvida esse texto é uma versão acadiana da lenda suméria sobre a Torre de Babel, e ela deixa claro que o incidente foi
provocado pelos deuses e não por homens. A espécie humana não passou de um peão na disputa.
Segundo o relato de George Smith e a posterior retradução de W.S.C. Boscawn num boletim da Sociedade de Arqueologia Bíblica, a lenda começava dando o nome de quem instigou os homens a ir contra ordens superiores, mas os danos na plaquinha de argila não nos permitem saber quem
foi ele. “Os pensamentos do coração de (…) eram maus; ele tinha maldade contra o Pai dos Deuses [Enlil/Yahweh]”. Para conseguir seus propósitos, esse deus “corrompeu o povo da Babilônia”, induzindo “tanto os grandes como os pequenos a se juntarem na mesma pilha”.
Quando a obra pecaminosa despertou a atenção de Enlil, ele “falou ao Céu e à Terra… Ele levantou seu coração ao Senhor dos Deuses, Anu, seu pai, solicitando uma ordem. Também levantou seu coração para Damkina”. Ora, sabemos muito bem que Damkina era a mãe de Marduk, de modo que todas as pistas o denunciam como o instigador. Ela ficou ao lado do filho: “Com meu filho me levanto”… Disse. O verso incompleto que se segue deixa claro que o “número” do filho, isto é, sua posição numérica na hierarquia, estava em jogo. A parte legível da coluna III trata dos esforços de Enlil/Yahweh para demover o grupo rebelde de seus planos.
Subindo ao firmamento num “Turbilhão“, ele “do Céu falou à Terra, mas seu caminho eles não seguiram; o confrontaram com violência”. Diante disso, Enlil/Yahweh “desceu à Terra”. Todavia, nem a presença do Pai dos deuses no local da obra teve algum efeito. Lemos na última coluna
que, “ao não conseguir fazer para os deuses”, Enlil/Yahweh não teve outra escolha senão recorrer à força:
Durante a noite, ele pôs um fim completo à torre da fortaleza. Em sua ira, também emitiu um comando: dispersar foi sua decisão. Deu ordens para seus conselhos se confundirem. (…) interrompeu seu rumo.
O antigo escriba mesopotâmico terminou a lenda da Torre de Babel com uma amarga recordação: como o povo “contra os deuses revoltou-se com violência, com violência ele chorou pela Babilônia; chorou muito”. A versão bíblica também fala que o incidente aconteceu em Babel (Babilônia, em hebraico). O nome é muito significativo, pois em seu original acadiano Bab-Ili – ele queria dizer “Portão dos Deuses”, ou seja, o lugar pelos quais os deuses entravam e saíam da Suméria.
E foi lá, segundo afirma a Bíblia, que os rebeldes planejaram construir uma “torre cujo ápice penetre os céus”. As palavras são idênticas às usadas para denominar o zigurate que era o aspecto dominante da antiga Babilônia, a E.SAG.ILA (“Casa cuja Cabeça é Altíssima”). Portanto, os textos bíblicos e mesopotâmicos, com base numa crônica suméria anterior, relatam o mesmo incidente: a tentativa frustrada de Marduk em impedir que a realeza fosse transferida de Kish para Arac e Ur – cidades destinadas a ser centros de poder de Nannar/Sin e seus filhos – e de obter a suserania para sua própria cidade: Babilônia.
Mas, com sua rebeldia, Marduk desencadeou uma série de eventos trágicos, que veremos no próximo capítulo.