BRICS aprovam ingresso de Mais 13 Países no Bloco na condição inicial de ‘Parceiros’

As treze Nações aceitas participarão dos fóruns, mas sem direito a voto; Brasil vetou informalmente o ingresso da Venezuela e da Nicarágua. Sem a oposição dos demais membros do grupo, incluindo o Brasil, a presidência russa do BRICS conseguiu, nesta quarta-feira, em Kasan, aprovar a entrada de 13 novos paises parceiros no bloco. Esses países, porém, só serão efetivamente aceitos se concordarem em assumir a condição inicial de “parceiros”, ou seja, com uma participação limitada e sem direito a voto.

Fonte: Globo-G1

Segundo interlocutores da diplomacia brasileira, a lista é formada pelos seguintes países: Turquia, Indonésia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda e Argélia.

Na última terça-feira, o Brasil vetou, informalmente, o ingresso da Venezuela e da Nicarágua. O governo brasileiro sempre preferiu manter o BRICS — até o ano passado, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — do tamanho em que estava. Acabou concordando, por pressão dos demais membros, com sua ampliação no ano passado, mas defende critérios para a admissão de novos integrantes.

O grupo, criado em 2009 com quatro integrantes (Brasil, Rússia, China e Índia) — e a África do Sul incluída em 2010 —, cresceu no ano passado, com as entradas de Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos. Ao contrário dessa lista mais recente, os países que entraram no BRICS em 2023 são membros plenos do bloco, que participam da reunião de líderes com esse status.

A Arábia Saudita ainda não formalizou o ingresso e a Argentina voltou atrás, após o presidente Javier Milei [um marionete judeu khazar] assumir a Casa Rosada.

Nesta quarta-feira, em uma video conferência de sete minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou falar em ampliação do BRICS. Destacou a importância econômica do bloco, da multipolaridade e do Sul Global, defendeu a taxação dos super ricos e cobrou medidas dos países ricos para mitigar os efeitos do aquecimento global.

Ausente da Cúpula do BRICS, em Kasan, devido a um acidente doméstico, Lula delegou ao chanceler Mauro Vieira a chefia da delegação brasileira no evento. Na quinta-feira, haverá uma grande reunião entre os líderes do grupo e os representantes dos cerca de 30 países convidados presentes em Kazan.


Putin propõe a criação de uma Bolsa de Grãos [Cereais] baseada no BRICS

A bolsa protegeria os países membros do grupo BRICS de interferências externas, da especulação com alimentos e da volatilidade excessiva do mercado, disse o líder russo.

O presidente russo Vladimir Putin propôs a criação de uma bolsa de grãos baseada no BRICS, durante um discurso na cúpula anual do BRICS nessa quarta-feira. Dirigindo-se aos líderes dos países do BRICS em Kazan, Putin disse que tal bolsa ajudaria a proteger o comércio de alimentos entre os membros do grupo da volatilidade excessiva e a especulação de preços.

“Vários países do BRICS estão entre os maiores produtores mundiais de grãos, vegetais e sementes oleaginosas. Propomos abrir uma bolsa de grãos do BRICS, o que facilitaria a formação de indicadores de preços justos e previsíveis para produtos e matérias-primas, levando em conta seu papel especial em garantir a segurança alimentar”, declarou o líder russo.

Putin disse que o projeto ajudaria a proteger os mercados nacionais de “interferência externa negativa, especulação e tentativas de causar um déficit artificial” de alimentos.

Uma bolsa de grãos impulsionaria as relações econômicas entre os países do BRICS e, com o tempo, a plataforma poderia ser transformada em um mercado de commodities completo, disse o presidente da Rússia.

A ideia foi lançada pela primeira vez pelo chefe da União de Exportadores de Grãos da Rússia, Eduard Zernin, em uma reunião com o presidente russo no início deste ano. Putin apoiou a iniciativa e expressou confiança de que muitos países do grupo estariam interessados ​​em uma bolsa de grãos baseada no BRICS.

A plataforma também permitiria que os países membros comercializassem grãos diretamente e reduzissem a dependência dos sistemas de preços dominados pelo [Hospício do] Ocidente, que atualmente definem preços de referência em bolsas como Chicago e Paris.

A Rússia é a maior exportadora de trigo do mundo e aumentou substancialmente as exportações nos últimos anos com colheitas abundantes e preços atrativos, apesar das sanções ocidentais que tentaram frustrar o comércio transfronteiriço do país. Moscou também tem fornecido grãos grátis para vários países africanos que enfrentam insegurança alimentar.

Os atuais membros do BRICS incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Mais de 30 países se candidataram para se tornarem membros do grupo, que representa aproximadamente 46% da população mundial e mais de 36% do PIB global.


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