No último dia da cúpula do BRICS realizada na cidade russa de Kazan, o presidente Vladimir Putin alertou que os esforços para derrotar a Rússia no campo de batalha são “ilusórios”. Os adversários de Moscou “não escondem seu objetivo de dar ao nosso país uma derrota estratégica”, disse Putin na cúpula. “Eu direi diretamente que esses são cálculos ilusórios , que podem ser feitos apenas por aqueles que não conhecem a história da Rússia.”
Fonte: Zero Hedge
Ele descreveu que o conflito na Ucrânia se tornou essencialmente uma guerra por procuração, já que “a Ucrânia está sendo explorada para criar ameaças críticas à segurança da Rússia às custas de seus interesses vitais”.
Ele também disse que o Ocidente está “ignorando… preocupações legítimas e violando os direitos dos indivíduos de língua russa” – em referência especialmente à região de língua russa de Donbass, no leste, sobre a qual as forças de Moscou vêm solidificando o controle.
Ele também abordou a criação de uma ordem de segurança eurasiana estável e justa, por meio de alianças como o BRICS. “A ideia é que, unindo esforços, podemos garantir de forma confiável a estabilidade genuína e criar condições para o desenvolvimento pacífico de todos os estados e povos do continente”, afirmou Putin.
Voltando-se para a crise da Faixa de Gaza, ele enfatizou que, embora a Rússia se oponha ao terrorismo, a região está “à beira de uma guerra em larga escala”. Ele argumentou que o estabelecimento de uma Palestina independente de alguma forma é vital. “Abordar a injustiça histórica para com o povo palestino pode garantir a paz no Oriente Médio”, disse Putin.
A foto da família BRICS tem se expandido ano após ano, refletindo a admissão de novos membros:
Ele abordou o tema familiar da multipolaridade nos assuntos mundiais e condenou forças que buscam “dominar tudo e todos”. Sobre o impulso ocidental de controlar o mundo, ele descreveu no discurso de quinta-feira que “Como resultado, a estabilidade estratégica regional e global é corroída, violando os princípios de segurança igual e indivisível e desencadeando conflitos transnacionais e internos”.
E sobre o “grande erro” de Washington de “transformar o dólar em arma”, ele disse : “O dólar continua sendo o instrumento mais importante das finanças mundiais e usá-lo como um meio de atingir objetivos políticos mina a confiança nesta moeda e reduz suas capacidades”.
Ele explicou que a Rússia não está tentando abandonar o dólar, mas está, na verdade, “impedida de trabalhar com ele” – e então “somos forçados a procurar outras alternativas, que é o que está acontecendo”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez algumas declarações inflamadas relacionadas às guerras no Oriente Médio e chamou Israel…
Presidente Maduro no BRICS: “Toda vez que um míssil de alta precisão cai em um prédio de apartamentos em Gaza, Beirute ou no sul do Líbano, matando homens, mulheres e crianças, ele incendeia e destrói o sistema das Nações Unidas… Um novo mundo é possível.”
O presidente chinês, Xi Jinping, ao discursar no fórum, disse que o BRICS poderia ser uma “força estabilizadora para a paz mundial”. Sobre o Oriente Médio, ele disse: “Precisamos continuar a pressionar por um cessar-fogo em Gaza, relançar a solução de dois Estados e impedir a propagação da guerra no Líbano”.
Xi acrescentou: “Não deve haver mais sofrimento e destruição na Palestina e no Líbano.”
Xi e Putin compartilharam uma conversa privada muito animada e foram vistos frequentemente juntos na cúpula do BRICS em Kazan, Rússia:
Mistério selado com um aperto de mão: Vladimir Putin e Xi Jinping participam de um animado bate-papo privado na cúpula do BRICS. Sobre o que eles estavam falando?
Durante a cúpula do BRICS em Kazan, a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 não foi isenta de críticas. O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, que mais tarde deve se encontrar pessoalmente com o presidente Putin, descreveu que a invasão em larga escala estabelece um “precedente perigoso” para o mundo.
Cerca de 20.000 delegados de mais de 30 países, incluindo altos funcionários e vários chefes de Estado, participaram do fórum internacional do BRICS de três dias em Kazan, na Rússia.
