Batizado de Tsuchinshan–ATLAS (C/2023 A3), o cometa pode ficar visível a olho nu a partir desta sexta-feira (27) para quem acordar cedo (antes do nascer do sol) e olhar na direção leste. Esta sexta-feira (27) é justamente o seu “periélio“, quando o cometa estará com um brilho intenso devido à proximidade com o nosso astro.
Fonte: Globo/G1
Desde a metade deste mês de setembro, os entusiastas da astronomia têm a oportunidade de observar um dos mais aguardados cometas do ano: o Tsuchinshan–ATLAS, que está se tornando cada vez mais visível no céu noturno (veja a imagem acima, cedida ao g1).
Atualmente, o “Cometa do Século”, como vem sendo chamado este corpo celeste, está ficando mais próximo do Sol, o que o torna mais visível para os observadores.
Esta sexta-feira (27) é justamente o seu “periélio“, quando o cometa estará com um brilho intenso devido à proximidade com o nosso astro.
De acordo com o Observatório Nacional, ainda não é possível, porém, garantir com exatidão que o Tsuchinshan–ATLAS (C/2023 A3) será visível a olho nu, já que o brilho de objetos do tipo é difícil de prever.
Isso acontece porque a luminosidade de cometas é algo que oscila, o que torna possível que ele não seja tão brilhante quanto o esperado. Dessa forma, o observador interessado pode precisar de equipamentos como telescópios ou binóculos.
Risco de fragmentação
Aliado a isso, há a possibilidade de que o cometa possa se desintegrar nessa passagem muito perto do Sol. Como ele é composto por gelo e rochas, a intensa proximidade ao nosso astro pode causar sua fragmentação.
Alguns astrônomos estão debatendo essa chance, no entanto, essa possibilidade ainda é incerta, e a expectativa é que ele sobreviva a essa passagem e continue visível até outubro.
Dicas de observação do cometa Tsuchinshan–ATLAS (C/2023 A3)
Para observar o cometa, é preciso lembrar que as dicas de visualização mudam ao longo dos dias por conta de sua trajetória em relação ao Sol e à Terra, mas ele poderá ser visto em TODO o país (dependendo das condições climáticas, claro).
Simulação acima mostra a posição do cometa no céu de São Paulo às 5h30 da manhã (horário local) do dia 28 de setembro. — Foto: The Sky Live/Reprodução
Essas variações são causadas pelo movimento do cometa em sua órbita, que altera sua posição em relação ao nosso planeta e ao Sol ao longo do tempo.
Por isso, para localizar o Tsuchinshan–ATLAS (C/2023 A3) no céu, aplicativos de observação de estrelas para celular como o Star Walk 2 ou o Sky Tonight podem ser bastante úteis, já que permitem a identificação de diversos objetos astronômicos, além de cometas.
Basta procurar pelo Tsuchinshan–ATLAS (C/2023 A3) na ferramenta de busca desses apps e apontar o celular para o céu perto do melhor horário de observação (que vai variar ao longo dos próximos dias).
Tendo isso em vista, siga as DICAS ESSENCIAIS separadas pelo g1:
- Até 7 de outubro, o cometa está se aproximando do Sol e da Terra, o que faz com que ele apareça nas primeiras horas da manhã, no leste, pouco antes do nascer do sol.
- Entre 7 e 11 de outubro, o cometa vai ficar muito perto do Sol no céu (na visão relativa daqui do nosso planeta), o que dificulta sua visualização, já que o brilho solar ofusca sua imagem.
- Após 12 de outubro, o cometa começa a se afastar novamente, e a posição no céu muda. Ele se torna visível logo após o pôr do sol, no oeste, perto do horizonte, exigindo novos horários e direções de observação.
Além disso, por conta na sua maior aproximação à Terra, perto do dia 12 de outubro o cometa alcançará seu brilho máximo, potencialmente chegando a uma magnitude de 3,0 ou 2,0 (quanto menor esse número, mais brilhante é o objeto), de acordo com plataformas especializadas de medição.
Por que o apelido de cometa do século?
A expectativa é que em torno dessa data seu aparecimento traga um brilho tão intenso como o do cometa Hale-Bopp (a magnitude do Hale-Bopp também foi perto de 3), que passou pela Terra em 1997 e foi um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Por isso, o apelido de “Cometa do Século”.
“[Sua passagem] vai ser bem brilhante devido à combinação da proximidade da Terra e do Sol, além de efeitos relacionados à geometria da órbita desse cometa, que criarão condições óticas ideais para intensificar seu brilho”, explica ao g1 o astrônomo brasileiro Pedro Bernardinelli, um dos responsáveis por descobrir o maior cometa já registrado na história da astronomia.
“O Hale-Bopp também contou com uma série de condições ideais para aumentar sua visibilidade. Ao que tudo indica, vamos ter sorte novamente”, diz Bernardinelli.
O C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 de forma independente, por dois observatórios, o Observatório de Tsuchinshan (ou Purple Mountain) na China e o projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) no Havaí.