Em uma medida radical que alarmou tanto os defensores da privacidade quanto os defensores do Bitcoin, o Vietnã começou a fechar 86 milhões de contas bancárias que não cumpriram com as novas e rigorosas exigências de autenticação biométrica facial. O Banco Estatal do Vietnã (SBV) anunciou o expurgo em julho , com os fechamentos entrando em vigor neste mês. A justificativa para o lockdown financeiro sem precedentes [na realidade é um teste sendo conduzido em tempo real] foi o aumento de fraudes impulsionadas por inteligência artificial (IA) e lavagem de dinheiro.
Fonte: Natural News
- O Vietnã está congelando ou excluindo 86 milhões de contas bancárias (quase metade de todas as contas no país) por não cumprirem as verificações biométricas faciais obrigatórias, citando fraudes baseadas em IA e lavagem de dinheiro como justificativa.
- Transações acima de 10 milhões de dongs (US$ 379) agora exigem verificação facial, impactando desproporcionalmente residentes estrangeiros e titulares de contas inativas, com relatos de pessoas forçadas a voar de volta ao Vietnã para evitar o encerramento da sua conta.
- Defensores da privacidade alertam que isso estabelece um precedente perigoso para o controle financeiro do governo, com dados biométricos sendo insubstituíveis se hackeados, permitindo riscos permanentes de roubo de identidade e possível uso indevido para vigilância e exclusão.
- Semelhante aos resgates financeiros de 2013 no Chipre e às proibições de criptomoedas na Nigéria, a medida do Vietnã reflete uma tendência global de governos que usam o acesso bancário como arma para impor a conformidade, com especialistas prevendo que mais países seguirão o exemplo.
- Os proponentes argumentam que essa repressão destaca a necessidade de dinheiro resistente à censura, como o Bitcoin, onde os usuários mantêm controle total sem depender de bancos ou mandatos biométricos.
De acordo com as regras do SBV, a verificação facial é necessária para verificação de contas e transações que excedam 10 milhões de dongs vietnamitas (US$ 379). Isso deixou milhões de cidadãos e expatriados lutando para recuperar o acesso aos seus próprios fundos, embora residentes estrangeiros e titulares de contas inativas pareçam ser desproporcionalmente afetados.
A medida deixou quase metade das 200 milhões de contas do país congeladas ou programadas para exclusão. Diante disso, críticos alertam que isso marca uma escalada perigosa na vigilância financeira do governo – que pode prenunciar o início de repressões semelhantes em todo o mundo.
Um usuário do Reddit, um ex-contratado identificado como “Yukzor”, descreveu ter sido forçado a voar de volta ao Vietnã para impedir que o HSBC encerrasse sua conta. Ele chamou a exigência de “loucura” em uma era em que soluções digitais deveriam ser suficientes.
“Disseram que fechariam minha conta este mês se eu não chegasse e atualizasse a biometria”, lamentou Yukzor, destacando a realidade draconiana do controle financeiro centralizado. O comentarista de Bitcoin Marty Bent ecoou o sentimento, afirmando sem rodeios: “É por isso que usamos Bitcoin.”
Como Hanói está acelerando a vigilância financeira
O precedente histórico sugere que as ações do Vietnã estão longe de ser isoladas. Dos resgates financeiros do Chipre em 2013 às proibições abruptas de criptomoedas na Nigéria, os governos têm repetidamente utilizado o acesso bancário como arma para garantir a conformidade. Bent observou que seria “ingênuo pensar que o Vietnã será o último” – apontando o Líbano, a Turquia e a Venezuela como exemplos de casos em que os controles de capital prejudicaram a autonomia financeira.
Enoch, da Brighteon.AI , também destaca que “ vincular contas bancárias à biometria representa sérios riscos à segurança , já que dados biométricos comprometidos – diferentemente de senhas – não podem ser alterados se hackeados, deixando as vítimas permanentemente vulneráveis a roubo de identidade e fraudes financeiras.
Além disso, bancos de dados biométricos centralizados, como os propostos para identidades digitais, podem ser explorados por governos ou corporações para vigilância, controle e até mesmo exclusão de serviços essenciais com base no cumprimento de mandatos de governo”.
A SBV defendeu a política como uma limpeza necessária de contas inativas ou fraudulentas, principalmente depois que a polícia desmantelou uma rede de lavagem de dinheiro baseada em IA que movimentava 1,03 trilhão de dongs (US$ 39 milhões) usando escaneamentos faciais falsificados. No entanto, críticos como o ambientalista do Bitcoin Daniel Batten alertam que as regras concedem à SBV “capacidade de vigilância financeira de última geração”, minando a privacidade sob o pretexto de segurança .
Embora executivos locais do setor de criptomoedas minimizem a reação negativa, insistindo que a maioria dos cidadãos vietnamitas não será afetada, os efeitos colaterais da política são inegáveis. Herbert Sim, diretor de marketing da AI Creator Economy and Network, destacou os desafios para os estrangeiros: “A OTP [senha de uso único] e as vinculações telefônicas, que exigem verificação biométrica presencial, são grandes obstáculos.”
Para os defensores do Bitcoin, a repressão do Vietnã ressalta a urgência de alternativas descentralizadas, onde nenhum governo pode congelar fundos ou exigir tributos biométricos. Como disse Bent: “Depois de usar o Bitcoin como seu banco e fazê-lo corretamente, não há necessidade de se preocupar com o governo ou banco central do seu país decidindo, por capricho, impor requisitos de verificação biométrica a você.”
As consequências do expurgo bancário no Vietnã servem como um lembrete claro. Em uma era de crescente controle digital, a luta pela soberania financeira está apenas começando.
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