Em recentes declarações à Sputnik, Mikael Valtersson, ex-oficial das Forças Armadas/Defesa Aérea sueca e ex-chefe da equipe dos Democratas Suecos, ressaltou a importância das evidências emergentes que indicam o envolvimento direto do Ocidente no planejamento das operações militares ucranianas. Valtersson comentou em cima da divulgação de uma gravação de conversa entre militares alemães, na qual discutiram o ataque à ponte russa na Crimeia com mísseis alemães Taurus.
É FATO COMPROVADO: o Ocidente está Diretamente Envolvido no Planejamento Militar da Ucrânia, diz ex-oficial sueco
Fontes: Sputnik
“[A gravação] É uma evidência concreta do envolvimento direto do Ocidente no planejamento das operações militares ucranianas. Muitos já suspeitavam disso, mas agora temos as provas”, declarou Mikael.
O impacto dessas revelações está alterando a percepção do conflito por parte dos ocidentais, que inicialmente viam o embate como a Rússia contra Ucrânia. Agora há uma nova compreensão de que se trata de Rússia contra os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), destacando a complexidade das dinâmicas em jogo.
“Muitos automaticamente apoiam a parte mais fraca nos conflitos. E se o conflito for visto como uma luta existencial da Rússia contra todo o poder do Ocidente, isso fortalecerá o apoio à Rússia no mundo“, ressalta Valtersson.
A transcrição vazada de uma gravação da conversa entre representantes da Bundeswehr, publicada on-line pela editora-chefe do grupo Rossiya Segodnya, da qual a Sputnik faz parte, Margarita Simonyan comprova o envolvimento direto dos militares alemães no conflito, contradizendo as declarações do chanceler alemão, Olaf Scholz. Scholz afirmou anteriormente que não desejava a presença militar alemã na Ucrânia, levantando questões sobre a “coerência” das ações alemãs no cenário internacional.
Valtersson destaca a aparente contradição entre as afirmações de Scholz e a presença de oficiais alemães na Ucrânia, envolvidos no planejamento de ataques ucranianos. Essa discrepância levanta questionamentos sobre a transparência das políticas internacionais envolvendo a crise ucraniana e reforça a necessidade de uma análise mais aprofundada das ações dos países ocidentais no conflito.
Discussão alemã sobre ataques à Rússia: o que surgiu até agora
Generais da Luftwaffe supostamente falaram sobre ajudar secretamente a Ucrânia a bombardear a ponte da Crimeia.
Moscou exigirá uma explicação de Berlim sobre supostos planos de fornecer mísseis Taurus à Ucrânia e ajudar os ucranianos a atacar a ponte da Crimeia e outros alvos na Rússia, disseram altas autoridades russas na sexta-feira.
A editora-chefe da RT, Margarita Simonyan, publicou uma transcrição da conversa entre oficiais superiores do Bundeswehr discutindo o assunto, seguida por uma gravação de áudio de 38 minutos. O governo alemão ainda não respondeu ao vazamento da gravação.
ENQUANTO ISSO, NAS FORÇAS ESPACIAIS DOS EUA . . .A (o) tenente-coronel Bree Fram, um(a) oficial transgênero da Força Espacial dos EUA, falou à Força Aérea dos EUA sobre inclusão e EXIGIU que todos respeitassem as pessoas LGBTQ+ e usassem pronomes CORRETOS. O mundo está rindo de nós
Aqui está o que sabemos até agora SOBRE O IMBROGLIO da Alemanha na Ucrânia.
Uma transcrição e uma gravação de áudio, tornadas públicas
Simonyan postou a transcrição do telefonema de 19 de fevereiro em sua página VK, identificando os participantes como o chefe da força aérea alemã (Luftwaffe), general Ingo Gerhartz, o vice-chefe do Estado-Maior para operações da filial, brigadeiro-general Frank Graefe, e outros dois militares alemães.
Logo depois, Simonyan também publicou a gravação de áudio da discussão, em alemão, em seu canal Telegram.
O que foi dito na ligação
Os oficiais discutiram os detalhes operacionais e de direcionamento dos mísseis de longo alcance Taurus que a Alemanha estava debatendo enviar para a Ucrânia, como se isso já tivesse sido acordado – e como manter uma negação plausível para que a Alemanha pudesse evitar cruzar a “ linha vermelha” do seu envolvimento em ataque direto à Rússia.
Gerhartz mencionou vários “truques” que a Luftwaffe poderia usar, incluindo contar com “muitas pessoas [na Ucrânia] à paisana que falam com sotaque americano”, mas Graefe insistiu que “não há linguagem que nos torne parte do conflito.”
Outros oficiais falaram sobre fornecer aos ucranianos os mísseis e o treinamento para usá-los, bem como as informações de direcionamento por satélite, possivelmente através da Polônia.
Obsessão pela Ponte do Estreito de Kerch
Os alemães notaram a fixação dos ucranianos na Ponte da Crimeia, principalmente por razões políticas. Eles notaram que a ponte era robusta o suficiente para que nem mesmo 20 mísseis fossem capazes de destruí-la. Os cerca de 50 mísseis que Berlim poderia fornecer a Kiev – em lotes – “não mudarão o curso da guerra”, admitiu o próprio Gerhartz.
As Reações da Rússia
“Exigimos uma explicação da Alemanha. Berlim oficial deve fornecê-lo imediatamente. As tentativas de evitar a questão serão consideradas uma admissão de culpa”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, disse que a OTAN estava com “ovo na cara” devido à gravação. Ele também observou que os oficiais alemães sabiam perfeitamente que estavam discutindo o envolvimento direto da Alemanha, como evidenciado pelas tentativas de disfarçá-lo ou ocultá-lo, e destacou a parte sobre os americanos que operam na Ucrânia.
O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, disse que a legislatura abordará a gravação quando se reunir novamente em 11 de março. O assunto “merece a discussão mais séria” e Moscou certamente precisa “enviar uma exigência ao Bundestag para conduzir uma investigação”, acrescentou. .
Os alemães “mais uma vez se transformaram em nossos arquiinimigos”, disse o ex-presidente russo Dmitry Medvedev. “Basta ver quão minuciosamente e com que detalhe os Krauts estão discutindo ataques com mísseis de longo alcance no território da Rússia, e estão escolhendo alvos e as formas mais viáveis de prejudicar a nossa Pátria e o nosso povo.” Ele encerrou sua postagem com o slogan da Segunda Guerra Mundial, “Morte aos Fascistas!”
Reações ocidentais
Quando questionado sobre a gravação e a transcrição na sexta-feira, o Pentágono se recusou a comentar, dizendo aos repórteres americanos que, em vez disso, contatassem os militares alemães.
Analise: plano alemão de ataque à Ponte da Crimeia é ‘Quase uma Declaração de Guerra’
O comandante Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, comentou à Sputnik Brasil o recente escândalo provocado pelo vazamento de uma gravação de uma conversa entre oficiais alemães sobre planos de ataque à Ponte da Crimeia com mísseis Taurus.
Ele expressou preocupação com as possíveis ramificações do plano alemão, o que levantaria questões sobre o conhecimento do governo da Alemanha. Vale ressaltar que o Ministério da Defesa germânico se recusou a comentar o caso.
“Ou o governo alemão sabia de tudo e está envolvido até o pescoço, ou ele não sabia de nada e é uma conspiração.”
Caso se trate de uma dissidência dentro do Exército alemão, o especialista entende que os militares envolvidos deverão passar por conselhos de Justiça e cortes marciais. No entanto, “se o governo da Alemanha tiver ciência disso, é mais grave ainda e quase uma declaração de guerra da Alemanha”.
Além disso, ele avalia que a reação russa pode determinar o desenrolar dos fatos. “O fato realmente é grave, é uma intenção de agressão de um país contra outro. Essa situação pode sair do controle, se não for bem administrada, se as respectivas chancelarias não jogarem água nessa fogueira.”
“Se a Rússia encarar isso como uma provocação bastante séria, eu não sei quais são as medidas que o governo russo pode adotar.”
A Guerra híbrida já ocorria antes da operação militar russa
Farinazzo também ressalta o contexto mais amplo do conflito na região. Segundo ele, a guerra híbrida em andamento, com participação de países ocidentais, já existe há tempos — citando eventos como a Revolução Laranja e o Euromaidan em 2014, por exemplo.
Silêncio do governo alemão
Farinazzo entende que a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, tem feito seu papel diplomático, enquanto o governo alemão, em silêncio, estaria admitindo a culpa ou buscando tempo. “Não podemos descartar a possibilidade de os backchannels [interlocutores não públicos] russos e alemães estarem conversando no sentido de ajeitar as coisas.”
“[Olaf] Scholz [chanceler alemão] já se pronunciou contra [o uso de mísseis], a maior parte dos políticos é contra. Agora, se existe uma rebeldia nas Forças Armadas alemãs, já está mais do que na hora de o Poder Executivo fazer valer sua autoridade”, opina.
O especialista militar explica que os mísseis Taurus — utilizados no ataque considerado terrorista pela Rússia — têm alcance maior que o Storm Shadow e o Scalp, devido a um motor mais eficiente. “O Storm Shadow e o Scalp têm motor turbojet e o Taurus tem um motor turbofan. Especula-se que a ogiva destrutiva do Taurus seria mais efetiva.”
“Mas a grande preocupação da Rússia é justamente o alcance — o Taurus pode chegar a uns 500 quilômetros de alcance, ou seja, os ucranianos poderiam em tese atingir localidades no oeste da Rússia para além da fronteira entre os dois países.”
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