O enviado especial do presidente dos EUA, Donald Trump, Richard Grenell, fez diversas viagens à Suíça para negociar a restauração e reativação do gasoduto Nord Stream 2, informou o Bild no domingo, citando fontes familiarizadas com o assunto. O gasoduto Nord Stream 2, que deveria complementar o já operacional Nord Stream 1, foi concluído em 2021, mas nunca foi comissionado.

Fonte: Rússia Today

O enviado de Trump teria viajado para a Suíça para negociar a restauração do gasoduto que conecta a Rússia e a Alemanha

Em setembro de 2022, os oleodutos foram alvos de uma série de explosões subaquáticas, que causaram vazamentos graves. Em agosto do ano passado, o Wall Street Journal sugeriu que eles haviam sido sabotados por uma equipe ucraniana.

Grennell, que serviu como embaixador em Berlim durante o primeiro mandato de Trump, agora é seu enviado para “missões especiais”. De acordo com o Bild, Grennel fez várias viagens não oficiais à sede das empresas operacionais da Nord Stream no cantão suíço de Zug para negociar um acordo.

Durante seu primeiro mandato, Trump criticou o Nord Stream 2, aplicando sanções a ele. Em uma entrevista em outubro, ele até se gabou de que suas ações tinham “matado” o projeto. Desde que seu segundo mandato começou, no entanto, Trump tem pressionado por laços mais próximos entre EUA e Rússia, sugerindo um possível levantamento das restrições comerciais. Uma linha do gasoduto permanece intacta e cheia de gás, mas a Alemanha se recusa a usá-la devido a considerações políticas.

O suposto acordo supostamente veria investidores americanos impedindo a Nord Stream 2 de entrar em falência ao adquirir uma participação na empresa. De acordo com o relatório, investidores americanos atuariam como intermediários para o fornecimento de gás russo para a Alemanha e Europa Central através do gasoduto.

O acordo permitiria que os EUA lucrassem se ele se tornasse operacional após um possível cessar-fogo na Ucrânia e o levantamento das sanções ocidentais. Além disso, daria a Washington influência significativa sobre o fornecimento de energia da Alemanha, afirmou o artigo.

O relatório observou que, embora o governo dos EUA não estivesse diretamente envolvido, os investidores financeiros americanos pretendiam participar do possível acordo de gás. O veículo de notícias também citou planos alternativos para os dois oleodutos do Nord Stream 1 assim que forem reparados. Após uma fase de conversão, eles poderiam ser reaproveitados para transportar hidrogênio verde da Finlândia.

O governo alemão não esteve envolvido nas conversas relatadas, com fontes em Berlim alegando que não sabiam das reuniões de Grenell na Suíça. O enviado também negou qualquer envolvimento. O Financial Times, no entanto, afirmou no domingo que as negociações foram intermediadas por Matthias Warnig, ex-diretor executivo da operadora Nord Stream 2, sediada na Suíça.

O veículo alegou que um dos consórcios liderados pelos EUA já elaborou um plano para um acordo com a gigante energética russa Gazprom, que pode ser concluído após as sanções contra Moscou serem suspensas.