Mensagens de apoio a Le Pen chegaram logo após sua condenação, com o Kremlin e o líder populista da Hungria, Viktor Orban, entre os primeiros a se manifestar. Só para lembrar, Le Pen lidera nas pesquisas… “Sua convicção fortalecerá sua aura na sociedade francesa: é isso que podemos aprender com a política americana ao estilo Trump”, disse Christophe Marion, um parlamentar do partido de Macron.
Fonte: Zero Hedge
Os candidatos conservadores das eleições presidenciais na Romênia, Turquia e agora o veredito contra de Le Pen, na França mostram que “as normas democráticas estão sendo pisoteadas” na Europa, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Je suis Marine”, tuitou Orban após a decisão.
Para o líder holandês de extrema direita Geert Wilders, o veredito foi “duro”. “Eu confio que ela vencerá o apelo e se tornará presidente da França”, [se houver eleição] ele escreveu no X.
O vice-primeiro-ministro italiano e líder do partido Liga, Matteo Salvini, chamou a decisão de uma “declaração de guerra de Bruxelas” contra os conservadores, patriotas de direita.
Mas também havia desconforto dentro da corrente política dominante na França.
“Não é saudável que, em uma democracia, um político eleito seja proibido de concorrer a uma eleição e acredito que os debates políticos devem ser decididos nas urnas “, disse o líder dos parlamentares do Partido Republicano de direita, Laurent Wauquiez.
Até mesmo o líder da extrema-esquerda France Unbowed (LFI), Jean-Luc Melenchon, pareceu pouco à vontade. “A decisão de remover um funcionário eleito deve caber ao povo”, disse ele.
O presidente do RN, Jordan Bardella, denunciou a sentença em sua conta X, chamando-a de “injusta” e equivalente a uma execução da democracia francesa.
Mike Benz postou no X, resumindo as coisas sucintamente :
“Eles estão fodendo com algo que nenhum sistema democrático deveria foder. Se as pessoas perceberem — corretamente — que a democracia é uma farsa, e qualquer um que se oponha à ordem será preso, elas não só vão querer derrubá-la, como vão buscar uma autocracia honesta em vez de uma falsa democracia.”
Observadores traçaram paralelos com a situação do presidente dos EUA, Donald Trump, que conquistou um segundo mandato com uma série de processos criminais pendentes e, assim como Le Pen, fez da forte oposição à imigração e ao conservadorismo a pedra angular de seu programa de campanha.
Le Pen ainda pode apelar de todo o veredito, incluindo a proibição de se candidatar a cargos públicos, em um caso que normalmente levaria cerca de um ano para ser ouvido pelo tribunal de apelação.
Se o processo de apelação dela se arrastar ou se for rápido e sua inelegibilidade for confirmada, o Rally Nacional provavelmente escolheria outro candidato para concorrer em seu lugar — provavelmente seu vice de 29 anos, Jordan Bardella. Isso poderia causar uma “grande fenda interna” para o partido, que tem sido liderado principalmente desde sua criação por Le Pen ou seu pai, Jean-Marie Le Pen, disse Mujtaba Rahman, diretor administrativo para a Europa no Eurasia Group.
O Rally Nacional é “um partido com muitas visões diferentes”, ele disse. “Embora todos eles sigam Le Pen. Se ela não fosse mais a líder deles, então eu suspeito que Bardella… será muito menos eficaz em encurralar [o partido] para permanecer disciplinado e unido e para se unir em torno de uma visão.”
De qualquer forma, a decisão de segunda-feira não é “o fim da história”, mas sim “um passo no processo”, disse Rahman. Assim que Le Pen apelar, o Conselho Constitucional, a mais alta corte da França, precisará, em última instância, opinar, potencialmente estabelecendo um precedente sobre como tais casos podem ser tratados no futuro, disse ele.
Le Pen disse em um artigo para o jornal La Tribune Dimanche publicado no domingo que o veredito dá aos “juízes o direito de vida ou morte sobre nosso movimento”.
Ela deve dar uma entrevista no horário nobre da emissora TF1 na noite de segunda-feira.
