Informações pessoais sobre dezenas de especialistas nucleares e militares israelenses fazem parte do vasto estoque de documentos apreendidos por Teerã. O governo iraniano revelou mais informações em 24 de Setembro sobre o vasto material de documentos nucleares e militares israelitas confidenciais que tinha anunciado anteriormente ter obtido através de seus serviços de inteligência.
Fonte: The Cradle
Num documentário transmitido pela televisão estatal na quarta-feira, o ministro da Inteligência iraniano, Esmail Khatib, disse que os documentos incluem os nomes completos, dados pessoais, endereços e ligações profissionais de 189 especialistas nucleares e militares ligados a programas de armas israelitas.
“A lista ainda está sendo expandida enquanto analistas iranianos continuam processando o material”, disse Khatib, citado.
“Agentes de inteligência iranianos realizaram uma das operações multicamadas mais complexas, penetraram profundamente nos cofres escondidos do regime sionista e obtiveram informações secretas nos campos nuclear, militar, de inteligência e científico”, acrescentou.
“Além disso, existem documentos que mostram a influência oficial exercida por autoridades israelitas e senadores americanos sobre a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e a recepção de informações sobre o nosso programa nuclear pacífico.”
Khatib disse que os documentos também incluem informações precisas sobre instalações militares, de inteligência e nucleares em Israel, acrescentando que Teerã alvejou e atingiu alguns desses locais com mísseis durante a guerra de 12 dias em junho.
Ele também afirmou que funcionários do sistema nuclear e militar israelense cooperaram com a inteligência iraniana como resultado de “incentivos financeiros” e “profundo ódio ao primeiro-ministro corrupto e criminoso do regime sionista de Netanyahu, o que levou a atos de vingança contra ele.”
“A inteligência do Irã afirma ter fotos e informações pessoais sobre o chefe da AIEA, Rafael Grossi, e sua família, obtidas de Israel”.
Incluídas no documentário exibido na noite de quarta-feira estavam fotos pessoais do chefe da AIEA, o argentino Rafael Grossi.
O Irã Afirma que o esconderijo de documentos inclui informações pessoais sobre o chefe da AIEA. O documentário também mostra imagens de dentro da instalação nuclear israelense de Dimona.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS – O Ministério da Inteligência do Irã divulga fotos exclusivas do interior da instalação nuclear israelense de Dimona, dizendo que contém informações detalhadas sobre as armas nucleares do regime que serão úteis para desenvolvimentos futuros
“Em vez de resolver o problema da água pesada iraniana, pense em resolver o problema do pão de muitos trabalhadores que cooperaram conosco com o incentivo do dinheiro, e estão a cooperar neste momento,” acrescentou Khatib, dirigindo-se ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Seus comentários aludiram à recente declaração do primeiro-ministro de que Israel ajudaria o povo iraniano a dessalinizar a água assim que estivesse “livre” do atual governo. O Irã inicialmente anunciou a operação de inteligência em larga escala em 9 de junho. Na época, referia-se ao esconderijo como um tesouro“.
Três dias depois, Israel lançou uma guerra massiva contra o Irã, visando infraestruturas civis, instalações militares e instalações nucleares. O Irã respondeu com grandes barragens de mísseis balísticos durante a campanha de 12 dias.
Washington juntou-se no último dia antes do fim da guerra, realizando um ataque destruidor de bunkers em várias instalações nucleares, que causou graves danos, mas não conseguiu erradicar o programa nuclear iraniano. A guerra foi iniciada em meio a negociações nucleares entre Teerã e Washington. O Irã insistiu no seu direito de continuar o enriquecimento de urânio, que os EUA e Israel rejeitaram.
A República Islâmica suspendeu a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) após a guerra por não ter condenado adequadamente os ataques dos EUA, bem como pelo que disse ser uma cooperação estreita entre Tel Aviv e o órgão de fiscalização.
Embora uma nova estrutura já tenha sido construída no início deste mês, Teerã anunciou no fim de semana que suspenderá totalmente a cooperação com a AIEA depois que a UE restabeleceu as sanções ao Irã.
A AIEA nunca teve acesso à instalação israelense de Dimona, que se acredita fornecer combustível para o programa de armas nucleares não declarado de Tel Aviv, que teria desenvolvido entre 100 e ate 300 ogivas atômicas, segundo alguns insiders.
