O ocaso do populismo na América do Sul

POPULISTAS-FIM-FESTA-AMERICA-SULResultado das Eleições na Argentina e na Venezuela e o IMPEACHMENT DE DILMA no Brasil enfraquecem o populismo na América do Sul. 

A classe média mais madura e o agravamento da crise econômica levam a transformações nos movimentos sociais e a instituições mais fortes no continente. A eleição de Mauricio Macri para presidente da Argentina pode abrir um novo ciclo político na América Latina. Na Venezuela nas primeiras horas após a derrota nas eleições parlamentares, o presidente Nicolás Maduro, pareceu ter deixado de lado o tom aguerrido de seu discurso ao comentar o péssimo resultado nas urnas.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

O resultado das eleições na Argentina e na Venezuela enfraquecem o populismo na América do Sul. No Brasil vários processos põe em risco a continuidade do mandato de Dilma Roussef.

Graziele Oliveira – https://epoca.globo.com

Diante do “perigo imediato” oferecido por novas forças políticas, o presidente da República se propôs a proteger a pátria. Ofereceu uma solução simples e direta: “O reforço do poder central”. Essas expressões foram usadas num discurso, em novembro de 1937, pelo então presidente Getúlio Vargas. Na época, Getúlio comandou um golpe que instalava o Estado Novo no Brasil, uma ditadura que durou oito anos, de 1937 a 1945.

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Sua teoria do “perigo imediato” expunha um tipo de raciocínio preguiçoso, que criou raízes e frutificou, no terreno das ideias na América Latina, com um vigor não encontrado em nenhuma outra região do mundo. Diante de desafios e instabilidades variadas, uma resposta desde sempre corriqueira por aqui é permitir a concentração de poder nas mãos de um político ou grupo (como na Roma antiga…. a história se repete, ad nauseam), incumbido de salvar o país. Ao mesmo tempo, reduz-se o poder de outros atores políticos, para evitar que eles “atrapalhem” o salvador.

Perdem autonomia e poder as instituições como o Judiciário, o Legislativo, órgãos fiscalizadores variados, partidos políticos, a imprensa e organizações da sociedade civil. Essa lógica perigosa se repete na região desde que ela se tornou independente das metrópoles europeias. E sempre dificultou o desenvolvimento por aqui.

A inépcia da América do Sul em desenvolver instituições sólidas – que nos deixam nas mãos de “ridículos tiranos” (para “governar um RIDÍCULO ELEITOR“), como diz a música de Caetano Veloso – fica evidente no ranking de competitividade feito anualmente pelo Fórum Econômico Mundial. Um dos critérios é a força das instituições. Segundo a definição do Fórum, elas são formadas pelo conjunto de leis, regras e normas que regem uma sociedade, inclusive as informais, junto com as entidades e instâncias capazes de fiscalizar e fazer valer essas leis, regras e normas.

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CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE… E ELEGE…

No ranking de solidez de instituições de 2015, com 140 países, Finlândia e Cingapura lideram, enquanto dez das 12 nações da América do Sul ficaram abaixo da 100ª colocação. O Brasil ficou num desolador 121º lugar. Chile e Uruguai são as boas exceções na região, com notas muito superiores aos demais. Argentina e Venezuelaficam com as piores colocações.

O populismo que carcome instituições viceja, mundo afora e ao longo da história, tanto à direita como à esquerda. Em seu surto sul-americano mais recente, a praga se difundiu com um discurso raso de esquerda, de antagonismo aos ricos, ataques a empresas, antiamericanismo infantil e promessa de crescimento fácil, sem as dores do risco e da meritocracia (ou seja, sem trabalho e esforço…). Espalhou-se por Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador. Houve condições propícias para isso nos anos 2000.

Os populistas podiam bravatear e se gabar de seus feitos, graças ao fluxo de dinheiro vindo do exterior. As matérias-primas que a América do Sul exporta, como soja, trigo e petróleo, estavam valorizadas no mercado global. “Os experimentos populistas foram muito facilitados e tiveram sobrevida graças a um quadro internacional com preços elevados de matérias-primas”, diz Christopher Garman, cientista político e diretor para mercados emergentes da consultoria internacional Eurasia.

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A riqueza do Petróleo, “um BILHETE PREMIADO” para governos incompetentes e corruptos, ladrões travestidos de políticos

Agora, sete décadas após o fim do Estado Novo no Brasil, o Brasil e outras nações da América do Sul veem alguns sinais de ruptura com a tradição de populismo forte e instituições fracas. Três deles são notáveis. No Brasil, pela primeira vez, a Polícia Federal prendeu um senador em exercício – Delcídio do Amaral (PT-MS). Desde que a Operação Lava Jato começou, a população vê políticos e empresários poderosos obrigados a responder por seus atos ilícitos.

Num momento raro, o cidadão vislumbra uma democracia em que valem as regras e a lei, e não a cultura da exceção, do personalismo e do “você sabe com quem está falando?”. Na Argentina, Mauricio Macrifoi eleito presidente e encerra um ciclo de 12 anos dos governos populistas de Néstor Kirchner (morto em 2010) e Cristina Kirchner. Na Venezuela, o governo do presidente Nicolás Maduro corre o risco de perder a eleição presidencial em 6 de dezembro. 

O “chavismo”, vertente do populismo de esquerda criado pelo antecessor de Maduro, Hugo Chávez (morto em 2013), enfrenta seu pior momento. O país sofre com inflação alta, escassez de produtos básicos, desemprego e recordes de violência. A parcela de venezuelanos que dá avaliação negativa para o governo Maduro subiu de 59% em junho de 2013 para mais de 80% em junho deste ano. E 61% dos cidadãos o culpam pela crise, em comparação com apenas 7% que culpam os opositores e 4% os empresários.

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Em fevereiro deste ano, estudantes em San Cristóbal, no Estado de Táchira, protestaram contra a falta de segurança nas universidades depois que uma jovem sofreu uma tentativa de estupro. Os protestos se alastraram por outras cidades e incorporaram novas demandas. O país vive um momento semelhante ao que o Brasil viveu nas manifestações em 2013.

Além do sinais animadores nesses três países, há outros bons exemplos na América do Sul. Uruguai e Chile, com governos atualmente de centro-esquerda, exibem maturidade democrática notável. Colômbia e Peru, mais pobres e com histórico recente de território partido por guerrilhas, também animam os observadores, por terem conseguido melhorar tanto, tão rapidamente.

Garman atribui o ímpeto de mudança também à frustração de expectativas da classe média, que se expandiu e se educou na região. Esses grupos passaram a exigir políticas públicas melhores e menos corrupção e a tolerar menos os discursos simplistas. “Demandas novas de uma classe média mais madura são um problema sério para os políticos na América Latina”, diz Garman. E o ciclo benigno, caso pegue impulso, tende a se propagar entre países.

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As máscaras começam a cair para grandes expoentes do populismo na América do Sul

“A Venezuela é a fonte de muito desse populismo. É um país a se observar. Se a tendência de queda do populismo continuar, deve haver uma aproximação entre os países do Mercosul e os da Aliança do Pacífico”, afirma Antonio Sampaio, pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. A Aliança do Pacífico é o bloco econômico formado por Chile, Peru, Colômbia e México, mais aberto ao mercado global que seus vizinhos do Mercosul, incluindo o Brasil. As mudanças são auspiciosas. Mas o otimismo saudável requer um grau de ceticismo.

A queda dos índices de aprovação de governos na América Latina não configura uma reação exatamente contra o populismo – ela foi generalizada na região e decorre, em grande parte, do fim do ciclo de bonança das matérias-primas em alta. Num cenário pessimista, o clima de desafeto com os atuais governantes pode apenas abrir espaço para candidatos aventureiros e oportunistas.

“Uma democracia que não entregue resultados aos cidadãos, com desenvolvimento e alguma justiça social, dificilmente conseguirá legitimidade no médio e longo prazo. Isso mina a força das instituições”, diz Alfonso Dingemans, professor e pesquisador do Departamento de História na Universidade de Santiago do Chile. Se a América do Sul seguir esse caminho ruim, apenas se atolará mais em sua tradição de querer respostas rápidas e não chegar a solução nenhuma.

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O ministro Gilmar Mendes do STF chegou a citar que ouviu uma vez que “ladrões de sindicato transformaram o país (o Brasil) em um sindicato de ladrões” e completou dizendo que “não podemos permitir que um país se transforme em um sindicato de ladrões”.

Reforçar as instituições, em vez de concentrar poder nas mãos de indivíduos, não é uma questão de preferência moral. Leis cegas e fiscalização dura resultam em vida melhor para o cidadão. Uma corrente de economistas se dedica a estudar o assunto.

O maior deles foi o americano Douglass North, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1993, morto na semana passada. Seu maior mérito foi mostrar que instituições fortes, se não são um caminho curto, são o mais seguro para uma sociedade obter prosperidade, liberdade e justiça.


  • Na Era do Ouro, as pessoas não estavam conscientes de seus governantes.
  • Na Era de Prata, elas os amavam e cantavam.
  • Na Era de Bronze, elas os temiam.
  • E por fim, na Era do Ferro (a atual), elas os desprezavam.
  • Quando os governantes perdem sua confiança, as pessoas (e Deus) perdem sua fé (e o RESPEITO) nos governantes. –  Retirado do Tao Te Ching

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“Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”Mateus 18:7

ATUALIZAÇÃO em 12-05-2016:

DILMA ROUSSEF e o PT são defenestrados do governo pelo voto de 55 senadores autorizando o IMPEACHMENT do governo Dilma pelo Senado. É o FIM do PROJETO DE PODER da esquerda mais corrupta da história da América Latina !

O plenário do Senado Federal aprovou, na madrugada desta quinta-feira (12), a instauração do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com 78 senadores presentes, 55 senadores (70,51%) votaram favoravelmente à continuidade do processo de impedimento, enquanto 22 votaram não. Apenas o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), optou por não votar.

Antes da votação, realizada por meio de painel eletrônico, os senadores que se inscreveram tiveram a oportunidade de defender seus votos por até 15 minutos cada. Por isso, a sessão que teve início às 10h de quarta-feira, só se encerrou às 6h40 desta quinta (12), após o pronunciamento do Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo e da votação.


Mais informações em:

  1. https://thoth3126.com.br/dilma-rousseff-o-movimento-que-quer-derrubar-seu-governo/
  2. https://thoth3126.com.br/corrupcao-na-petrobras-usada-para-pagar-dizimo-a-igreja-evangelica/
  3. https://thoth3126.com.br/pmdb-quer-derrubar-dilma-em-ate-quatro-meses/
  4. https://thoth3126.com.br/lava-jato-senador-do-pte-banqueiro-do-btg-pactual-sao-presos/
  5. https://thoth3126.com.br/lava-jato-policia-federal-prende-amigo-de-lula-empresario-jose-carlos-bumlai/
  6. https://thoth3126.com.br/prisoes-de-senador-banqueiro-e-amigo-de-lula-provocam-um-terremoto/
  7. https://thoth3126.com.br/suprema-reacao-do-stf/
  8. https://thoth3126.com.br/dilma-sabia-das-falcatruas-da-compra-de-pasadena/
  9. https://thoth3126.com.br/aberto-processo-de-impeachment-de-dilma/
  10. https://thoth3126.com.br/planalto-teme-influencia-da-lava-jato-no-impeachment-apos-cervero-citar-dilma/
  11. https://thoth3126.com.br/o-dominio-do-fato-jurisprudencia-pode-prender-lula/
  12. https://thoth3126.com.br/o-que-esperar-da-operacao-lava-jato-em-2016/
  13. https://thoth3126.com.br/brasil-o-que-faltava-o-mosquito-da-zika/

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