Artigo publicado na RFI ressalta que as políticas agressivas do Ocidente resultaram em uma ruptura com a “Velha Ordem Mundial”. O conflito na Ucrânia aprofundou a ruptura entre o Ocidente e os países que discordam da sua hegemonia, liderados pela Rússia. É o que afirma um artigo publicado na RFI. O artigo diz que, como resultado das políticas agressivas do Ocidente, abriu-se um abismo entre ele e algumas grandes potências, em especial China, Rússia, países da África, Ásia e América do Sul [o mundo não ocidental].
Políticas de Putin estão mudando a Ordem Mundial, afirma imprensa francesa
Fonte: Sputnik
Segundo o autor do artigo, hoje existem países no mundo que questionam o modelo baseado em uma ordem econômica liberal e um sistema político democrático. Argumenta-se que os Estados ocidentais estavam convencidos de que a população global estava apenas à espera do advento da democracia pautada em um determinado modelo, não percebendo que eram cada vez mais vistos como criminosos e predadores econômicos, o que são.
“A velha ordem mundial que emergiu após a Segunda Guerra Mundial, em grande parte dominada pelo campo ocidental, está em colapso sob a influência das potências que a desafiam”, diz o texto.
O artigo diz que, como resultado das políticas agressivas do Ocidente, abriu-se um abismo entre as potências ocidentais e algumas grandes potências, em especial China, Rússia, países da África, Ásia e América do Sul.
O conflito na Ucrânia, segundo o ponto de vista do articulista, serviu apenas como catalisador para a ruptura. Assim, a Europa e os Estados Unidos defendem os seus interesses, a Rússia luta contra o expansionismo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que ressoa positivamente em muitos países do Sul Global.
“Daí o resultado da reunião do G20 na semana passada na Índia: os países ocidentais já não podem impor a sua vontade, especialmente no que diz respeito ao conflito ucraniano”, conclui o autor.
Anteriormente, no final da cúpula do G20 na Índia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou a adoção da Declaração de Nova Delhi, que, falando sobre o conflito na Ucrânia, afirmou que todos os países devem se abster da ameaça ou do uso da força para adquirir território.
Svetlana Lukash, a sherpa, ou representante oficial da delegação da Rússia no evento, declarou que metade dos países do G20 se recusou a interpretar os eventos de acordo com os interesses e agendas imperialistas do Ocidente.
Ex-agente da CIA: Zelensky ‘traiu o povo ucraniano’ e Putin alcançará a paz em seus próprios termos
Larry Johnson destaca que Vladimir Zelensky foi eleito com a promessa de melhorar a relação com a Rússia e evitar uma guerra civil, mas fez o oposto ao assumir a presidência da Ucrânia. Ele diz que o presidente russo, Vladimir Putin, não recuará no conflito com Kiev até alcançar os objetivos traçados pela Rússia, aponta o ex-agente da CIA Larry Johnson, em entrevista ao canal do YouTube Dialogue Works.
“Putin espera conter a Ucrânia até que esta seja forçada a se render ou a iniciar negociações de paz nos termos de Moscou. Não haverá situação em que a Rússia recue, simplesmente não há hipótese”, disse Johnson.
Segundo o especialista, o presidente russo procura evitar ao máximo a escalada de tensão na ex-república soviética. Ele afirma que expandir a crise ucraniana e envolver diretamente os países ocidentais nela resultaria em um desastre incontrolável.
Ao mesmo tempo, Johnson acrescenta que inicialmente, durante as eleições presidenciais do país, em 2019, cultivava grandes esperanças de uma solução política para a situação em Donbass por parte do próprio Vladimir Zelensky, mas, como resultado, o chefe do regime de Kiev apenas agravou o conflito.
“Ele traiu o povo ucraniano: lembro-me que durante a corrida eleitoral ele prometeu melhorar as relações com a Rússia e acabar com a guerra civil”, concluiu Johnson, notando que Zelensky não cumpriu o que disse.
A Rússia manifestou repetidamente a sua disponibilidade para negociações de paz, mas as autoridades de Kiev introduziram uma proibição das mesmas a nível legislativo. O Kremlin também observou que agora não existem pré-requisitos para que a situação transite em uma direção pacífica, e que alcançar os objetivos da operação especial continua a ser uma prioridade absoluta para Moscou.
Putin já destacou que Moscou nunca se opôs às negociações de paz, mas que o outro lado também deve se mostrar disponível, o que não vem acontecendo.
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