Produção mundial de Milho e de Trigo devem bater recorde em 2025/26, Soja também deve crescer, puxada pelo Brasil

A safra mundial de milho em 2025/26 – que começa oficialmente em setembro – deve ser recorde, com 1,26 bilhão de toneladas, segundo a primeira estimativa do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para a temporada. Se esse volume estiver correto, será 3,5% superior à safra anterior. O aumento da colheita deve ocorrer em várias regiões, mas principalmente nos EUA, Brasil, Argentina e Ucrânia, afirmou o órgão.

Fonte: GloboRural

O consumo mundial do grão de milho deve exceder a produção pelo segundo ano consecutivo, crescer 2% e chegar a 1,27 bilhão de toneladas. Parte desse crescimento virá da produção e consumo de etanol.

Para o USDA, o comércio mundial de milho chegará a 195,81 milhões de toneladas, sendo que a China deve importar 10 milhões de toneladas, na comparação com 8 milhões na temporada atual. Os estoques finais, segundo o USDA, cairão 9,5 milhões de toneladas, para 277,8 milhões de toneladas. Se concretizado, esse será o segundo menor volume desde 2013/14.

Dentro dos EUA, a expectativa de colheita é de 401,85 milhões de toneladas, 6% mais que na temporada atual, graças ao aumento de área plantada e da expectativa de produtividade melhor.

Com o consumo americano também aumentando para a produção de combustível etanol, a projeção do USDA é que os estoques finais de milho no país fiquem em 45,73 milhões de toneladas, em comparação à estimativa de 35,95 milhões de toneladas no fim de 2024/25. Se estiver correto, esse volume de estoque representará 11,6% do consumo, acima dos 9,3% do ciclo atual.

O USDA estima que o preço médio para ao produtor americano de milho durante a temporada fique em US$ 4,20 por bushel, uma queda de US$ 0,15 em comparação a 2024/25.

A safra mundial de milho deve atingir 1,26 bilhão de toneladas, informa o USDA — Foto: Mauricio Tonetto / SecomRS

Sobre o Brasil, o USDA indicou uma colheita de milho de 131 milhões de toneladas, quase em linha com a temporada atual (130 milhões). E também manteve o número para exportações em 43 milhões de toneladas.

Assim que saiu o relatório do USDA, os preços do milho começaram a subir em Chicago. Agora, os lotes do grão mais negociados, de vencimento em julho valem US$ 4,5450 o bushel, com alta de 1,06%.

Trigo

O USDA também projeta recorde na produção mundial de trigo em 2025/26, que atingirá o volume de 808,5 milhões de toneladas, puxada pelas boas perspectivas para a colheita na União Europeia, Índia, Reino Unido, China, Argentina, Rússia e Canadá.

Para a União Europeia [27 países], a previsão é de uma safra de 136 milhões de toneladas em 2025/26, aumento de quase 14 milhões de toneladas na comparação com o esperado para 2024/25. Para a China, a produção esperada é de 142 milhões de toneladas, incremento de quase 2 milhões de toneladas na mesma comparação.

Para a Argentina, o USDA projeta uma safra de 20 milhões de toneladas de trigo em 2025/26 comparado a 18,54 milhões de toneladas estimadas pra 2024/25. O país é o principal fornecedor do trigo importado pelo Brasil e deve exportar, ao todo, 4,65 milhões de toneladas nesta temporada comparado a 4,94 milhões de toneladas em 2024/25.

O Brasil, por sua vez, deve colher 8 milhões de toneladas de trigo em 2025/26, levemente acima das 7,89 milhões de toneladas estimadas para 2024/25. As importações, por sua vez, são projetadas em 6,7 milhões de toneladas, 200 mil toneladas acima das 6,5 milhões de toneladas estimadas para 2024/25.

De acordo com o órgão americano, o aumento da produção nesses países deve ser o suficiente para compensar a queda esperada para Cazaquistão, Austrália, Paquistão e EUA.

A previsão é de uma colheita de 52,28 milhões de toneladas nos EUA, redução de 1,37 milhão de toneladas na comparação com a temporada anterior. Para a Austrália, foi projetado queda de 3,11 milhões de toneladas, para 31 milhões de toneladas a serem colhidas em 2025/26.

O consumo mundial também deve atingir recorde em 2025/26 e alcançar 808 milhões de toneladas, segundo projeções do USDA. Com isso, os estoques globais finais de trigo em 2025/26 foram projetados em 265,73 milhões de toneladas, 520 mil toneladas acima do estimado para 2024/25.

Soja

Em sua primeira estimativa oficial para a safra 2025/26 de soja no mundo, o USDA previu aumento na oferta global para este novo ciclo, com destaque para as projeções de crescimento no Brasil, maior produtor e exportador mundial de soja.

Maior produtor mundial de soja, o Brasil consome somente cerca de um terço de sua produção anual do grão. Os dois terços restantes são exportados em forma de commodity agrícola principalmente para a China, que compra cerca de 70% da soja colhida aqui.

Em seu relatório de oferta e demanda, o órgão projetou 426,82 milhões de toneladas para a safra 2025/26, um volume acima das 420,87 milhões esperadas para o ciclo 2024/25. O consumo global também deve aumentar expressivamente, passando de 383,85 milhões de toneladas, para 410,29 milhões.

Em relação à safra americana, que está em fase inicial de plantio, o USDA previu 118,12 milhões de toneladas, em linha com a safra colhida na temporada passada. As exportações deverão cair para 49,40 milhões de toneladas, em comparação com as 50,35 milhões da última temporada. Os estoques finais serão menores, com 8,03 milhões de toneladas, versus 9,53 milhões esperados para a safra 2024/25.

Essa previsão de estoques menores deu impulso para as cotações na bolsa de Chicago. Às 13h25, o papel para julho subia 1,95%, a US$ 10,72 o bushel.

Em relação à produção brasileira, maior produtor e exportador mundial de soja, a colheita deve passar de 170 milhões de toneladas, subindo para 175 milhões para o ciclo que se inicia a partir de maio. As exportações devem sair de 104,50 milhões para 112 milhões de toneladas. Ambas as estimativas, se confirmadas, seriam um novo recorde para o país.

Para a Argentina, o USDA espera redução na safra do país, de 48,50 milhões de toneladas, inferior as 49 milhões previstas para 2024/25.

O maior importador global de soja, a China, deve manter seu protagonismo global na procura pela commodity. As aquisições devem somar 112 milhões de toneladas, ou 4 milhões a mais que o volume esperado para 2024/25. Só em 2024, a China importou quase 69 milhões de toneladas de soja do Brasil. Pagou quase US$ 30 bilhões de dólares pela oleaginosa, o que hoje gira em torno de R$ 175 bilhões.


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