Sete maravilhas arquitetônicas desconhecidas

Drawar fort, Bhawalpur
Fortaleza de Derawar, em Bhawalpur-Paquistão. Todos nós já ouvimos falar do Coliseu de Roma, da Grande Muralha da China e do Taj Mahal na Índia. Mas e as maravilhas arquitetônicas ainda não descobertas e desconhecidas pelas multidões?

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Sete maravilhas arquitetônicas desconhecidas

Fonte: https://www.bbc.com/travel/story/

Para tentar encontrar algumas dessas construções escondidas, recorremos ao site de perguntas e respostas Quora.com, perguntando: “Quais são alguns dos monumentos ricos arquitetonicamente e menos conhecidos do mundo?”. Veja a seguir o que os internautas responderam.

Em uma fortaleza de proporções monumentais, os 40 deslumbrantes bastiões de Derawar se erguem sobre o deserto em uma formação impressionante. Juntos, os muros do forte formam uma circunferência de quase 1,5 mil metros de diâmetro e chegam a 30 metros de altura.

“É uma estrutura magnífica no meio do Deserto de Cholistão”, conta o internauta Faisal Khan. “Muitas pessoas não conhecem o Forte de Derawar. Até mesmo muitos paquistaneses.”

Isso ocorre provavelmente porque, para chegar à fortaleza, os visitantes precisam contratar um guia com um carro 4×4 para conseguir cumprir a viagem de um dia a partir de Bahawalpur, através do deserto. Uma vez no forte, a entrada só é permitida com uma autorização especial do amir, o líder local.

Palácio-Parlamento, Bucareste, Romênia
Palácio do Parlamento, Bucareste, Romênia

O maior e mais caro edifício governamental civil do mundo, o Palácio do Parlamento é verdadeiramente uma maravilha desconhecida. “Construído pelo odiado líder comunista Nicolae Ceausescu, o prédio é tão grande que é difícil tirar uma foto que faça jus a sua escala”, afirma o usuário do Quora Jann Hoke, advogado que trabalhou no local em meados dos anos 90.

Erguido em 1984, o edifício em estilo neoclássico tem 12 andares (com mais oito andares no subsolo), e cerca de 3,1 mil salas, em uma área de 330 mil metros quadrados.

O projeto custou o valor sem precedentes de 3,3 bilhões de euros, mas também tirou dos habitantes de Bucareste boa parte de sua cidade. Para ser construído, um quinto da área central da capital foi demolido, inclusive vários bairros históricos, mais de 30 igrejas e sinagogas e cerca de 30 mil casas.

“Os carpetes estampados do térreo, que cobrem centenas de metros de corredores, foram tecidos dentro do edifício durante sua construção, pois seria impossível trazê-los para o local depois de finalizado”, conta Hoke.

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Construída em 1907, a Grande Mesquita de Djenné é a maior estrutura de argila do mundo, erguida quase que inteiramente com tijolos de barro queimados pelo sol, areia e gesso e argamassa de barro. É considerada uma das maiores realizações da chamada arquitetura sudanesa e recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.

Construída em 1907, a Grande Mesquita de Djenné é a maior estrutura de argila do mundo, erguida quase que inteiramente com tijolos de barro queimados pelo sol, areia e gesso e argamassa de barro. Ela é considerada uma das maiores realizações da chamada arquitetura sudanesa e recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.

Os três minaretes da mesquita são decorados com folhas de palmeiras amarradas, que também servem como degraus para os reparos anuais – uma tradição que se tornou um festival local em abril e maio.

“Os verões brutais do Norte da África fazem o barro rachar e enfraquecer ao longo dos anos”, explica Abishek Lamba, usuário do Quora. “Antes das chuvas, os residentes locais se reúnem e cobrem o prédio inteiro com argila de um lago seco”.

Um dos monumentos mais esquecidos da Índia, o Chand Baori, no Rajastão, é uma espetacular poço quadrado que desce por 13 andares, com paredes forradas de escadas que se aprofundam por 30 metros até chegarem ao ponto mais baixo, onde há uma piscina de águas verdes.

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O Poço Chand Baori, Abhaneri, Índia

O estonteante labirinto de degraus simétricos “parece formar um caminho infinito até o fundo da terra”, descreve Vipul Yadav, no Quora. Com seus 3,5 mil degraus, o Chand Baori é um dos “maiores e mais profundos monumentos desse tipo no mundo”.

Construído pelo rei Chanda, da Dinastia Nikumbha, entre os anos 800 e 900 a.C., o Chand Baori foi projetado para ser prático e, ao mesmo tempo, bonito. Por causa da estrutura do poço, o fundo permanece mais fresco que a superfície, algo fundamental na paisagem quente e árida do Rajastão.

Se todo grande marco arquitetônico tem uma história, a Ponte Velha (Stari Most, em bósnio) tem uma história de reviravoltas.” A ponte foi construída com 456 blocos de uma pedra local em 1566 pelo arquiteto turco otomano Mimar Hajrudin”, conta o internauta Haris Custo. “Ela foi o coração da nossa cidade por 427 anos.”

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A Ponte Velha (Stari Most, em bósnio) tem uma história de reviravoltas.

A Ponte Velha cruza o rio Neretva no centro histórico de Mostar. Com 4 metros de largura, 30 metros de comprimento e a uma altura de 24 metros, é um dos monumentos mais famosos do país e um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica nos Bálcãs.

Mas nos anos 90, a ponte foi destruída por forças bósnio-croatas durante a Guerra da Bósnia. Depois do fim do confronto, a cidade começou sua reconstrução. “Levou quase dez anos para tornar a ideia realidade, e em julho de 2004, a nova ‘Ponte Velha’ foi inaugurada”, lembra Custo.

Enquanto a ponte mudou desde sua reconstrução, uma longa tradição perdura: os habitantes locais continuam saltando dali para cair nas águas geladas do Neretva, exibindo sua coragem e suas habilidades.

“Todos nós já ouvimos falar da Grande Muralha da China, mas poucos sabem que a Índia também tem a sua”, diz Ayush Manu, no Quora.

A Grande Muralha da Índia, também conhecida pelo nome de Kumbhalgarh, é a segunda maior muralha do mundo, atrás apenas da famosa construção chinesa. Localizada no Rajastão, a edificação chega a ter 4,5 metros de espessura em algumas áreas. Estende-se por 36 quilômetros e tem sete portões fortificados.

Grande Muralha da Índia
A Grande Muralha da Índia

Rana Kumbha, um monarca local, encomendou a muralha em 1443 para proteger sua fortaleza, situada em uma montanha próxima.

“Diz a lenda que, apesar de várias tentativas, a muralha não pode ser concluída”, conta Manu. “Finalmente, o rei consultou um de seus conselheiros espirituais e ouviu que seria necessário um sacrifício. Um homem ofereceu sua vida para que os demais pudessem se proteger. Hoje, o portão principal fica onde seu corpo caiu e onde há um templo que abriga sua cabeça.”

A muralha foi estendida no século 19 e hoje protege mais de 360 templos localizados em seu interior, mas continua sendo um tesouro desconhecido na maior parte do mundo.

A internauta Mona Khatam descreve a Mesquita do Xeque Lotfollah – uma obra-prima da arquitetura safávida iraniana – como “um estudo da atenuação harmoniosa”.

Localizada na Praça de Naqsh-e Jahan, na cidade de Isfahan, a deslumbrante e elegante mesquita foi construída entre 1603 e 1619 durante o reinado do Xá Abas 1o. O templo é batizado em homenagem ao sogro do monarca, o xeque Lotfollah, libanês e reverenciado estudioso do Islamismo.

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A Mesquita Sheikh Lotfollah é uma das obras arquitetônicas do período Safavida da arquitetura iraniana , que está no lado oriental de Naghsh-i Jahan, em Isfahan, no Irã. A construção da mesquita começou em 1603 e foi concluída em 1619. Foi construída pelo arquiteto-chefe Shaykh Bahai , durante o reinado do Shah Abbas I da dinastia Safavida.

A mesquita é singular por não ter minaretes ou um pátio central. “Isso provavelmente se deve ao fato de a mesquita nunca ter sido construída para uso público, mas sim para servir como local de rezas para as mulheres do harém do xá”, explica Khatam.

Por isso, para se chegar ao salão de rezas é necessário percorrer um longo corredor subterrâneo e cheio de curvas. E a decoração da mesquita é extraordinariamente requintada.

“O domo usa azulejos delicados que mudam de cor ao longo do dia, de creme para rosa”, descreve Khatam. “Dentro do santuário, você pode se maravilhar com a complexidade dos mosaicos que enfeitam as paredes e o belo teto, com seus motivos amarelos. Os raios de sol que atravessam as poucas janelas de treliça produzem uma brincadeira constante entre as luzes e a sombra.”


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