O líder do grupo Terrorista Al-Qaeda Frente Al-Nusra e “autoproclamado” presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa (Abu Mohammed al-Jolani), até muito recentemente tinha uma recompensa de US$ 10 milhões por sua cabeça. Em maio, o presidente Trump se encontrou com Sharaa na Arábia Saudita, elogiando seu “passado muito sólido” – após o qual as sanções americanas à Síria foram suspensas. Esse “passado sólido” era terrorismo puro e simples, incluindo ataques a civis e a supervisão de execuções sob a Sharia na província de Idlib, controlada pela AQ; Ele foi convidado para visitar a ONU.

Fontes: Times of Israel – Zero Hedge

O grupo islâmico que governa a Síria a partir de Damasco, Hayat Tahrir al-Sham (HTS), há muito tempo é considerado uma organização terrorista pela ONU, EUA e Reino Unido. Mas, assim que o grupo linha-dura derrubou Assad, as coisas mudaram rápida e hipocritamente.

Uma semana antes da reunião com Trump no Golfo, Sharaa sugeriu a ideia de construir uma Torre Trump em Damasco. Desde então, Sharaa se engajou com diversas delegações americanas, pressionando por relações positivas em meio a um esforço para apresentar uma liderança “moderada” e “reformada” na Síria, apesar de Jolani ter participado do ISIS no início da guerra por procuração na Síria.

É por isso que uma manchete que surgiu na terça-feira é absurda e chocante: o homem que fundou o grupo sírio Al-Qaeda Frente Al-Nusra está vindo para a América discursar na ONU .

Um relatório do Times of Israel diz :

O presidente sírio Ahmed al-Sharaa visitará Nova York em setembro para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, de acordo com a Sky News Arabic. Relatos da intenção de Sharaa de se dirigir à ONU surgiram na mídia em língua árabe nas últimas semanas.Esta seria a primeira vez que um presidente sírio se dirigiria à ONU desde junho de 1967, quando Nureddin al-Atassi o fez após a vitória de Israel na Guerra dos Seis Dias.

No início desta semana, os EUA endossaram a controversa proposta de Sharaa de integrar milhares de jihadistas estrangeiros de seu grupo, o HTS, às forças armadas sírias. Isso equivale a Washington concordar com um plano para regularizar jihadistas globais no coração do Oriente Médio.

No entanto, Sharaa certamente não foi hipócrita e universalmente bem recebido, mesmo na região do Oriente Médio. Em abril, o Iraque o convidou para a cúpula da Liga Árabe em Bagdá, mas seu passado como membro sênior da Al-Qaeda no Iraque (AQI) gerou forte oposição, visto que a Al-Qaeda é responsável por milhares de assassinatos brutais de civis iraquianos.

Sharaa optou por não comparecer à Liga Árabe em meio à pressão, e sua suposta visita à ONU em Nova York pode provocar resistência semelhante. A brecha legal em tudo isso é que, apesar de seu passado terrorista, a lei americana permite que chefes de Estado em exercício compareçam à sede da ONU em Nova York. E essa questão é um tanto discutível, visto que o presidente Trump já o acolheu plenamente durante sua visita a Riad no mês passado.