Tel Aviv afirma que a instalação estava sendo usada pelo Hamas como “quartel-general militar”. Dezenas de palestinos foram mortos e muitas outros ficaram feridos num ataque aéreo israelense contra uma escola transformada em abrigo na Cidade de Gaza, disseram as autoridades palestinas.
Fonte: Rússia Today
O ataque à escola Tabeen, no centro da cidade, ocorreu na manhã desse sábado e foi confirmado tanto por autoridades em Gaza quanto pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
Há relatos conflitantes até agora sobre o número de vítimas. A Al Jazeera disse, citando o escritório de mídia do governo de Gaza, que mais de 100 pessoas foram mortas e dezenas de outras ficaram feridas no bombardeio. Nem todos os corpos foram recuperados até agora, acrescentou.
A AP forneceu informações do serviço de ambulância e emergência do Ministério da Saúde de Gaza, que estimou o número de mortos em 60, com outros 47 feridos. O meio de comunicação descreveu o incidente como “um dos ataques mais mortíferos” de Israel nos dez meses de conflito entre judeus e o grupo armado palestino Hamas.
O gabinete de comunicação social do governo de Gaza disse num comunicado que o número de vítimas foi tão elevado porque os aviões de guerra das FDI “bombardearam as pessoas deslocadas [na escola] enquanto elas realizavam a oração do amanhecer”.
Consideramos a ocupação israelense e a administração americana totalmente responsáveis por este massacre”, dizia o comunicado. A greve “insere-se no quadro do crime de genocídio e limpeza étnica contra o nosso povo palestiniano”, acrescentou.
Jornalistas palestinos disseram que a instalação foi atingida por pelo menos três bombas. Algumas pessoas teriam ficado presas no prédio, que pegou fogo após o ataque. As equipes de emergência não conseguem extinguir o incêndio e resgatá-los, já que Israel cortou o abastecimento de água para a área, segundo seus relatórios.
Os militares israelitas alegaram no X (anteriormente Twitter) que tinham como alvo a escola porque tinha sido usada como quartel-general pelo Hamas, a partir do qual o grupo “planejou e promoveu operações terroristas contra as forças das FDI e os cidadãos do Estado de Israel. O Hamas viola sistematicamente o direito internacional e opera a partir de abrigos civis, usando a população como escudo humano”, afirmou a IDF.
Segundo dados da ONU, 477 das 564 escolas em Gaza, quase todas transformadas em abrigos para refugiados durante o conflito, foram diretamente atingidas ou danificadas até 6 de Julho.
Israel iniciou a sua operação militar em Gaza em resposta a uma incursão transfronteiriça do Hamas em Outubro passado, na qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 250 foram feitas reféns.
Mais de 39.600 pessoas foram mortas até agora e mais de 91.700 outras ficaram feridas nos ataques aéreos e na ofensiva terrestre de Israel no enclave palestino, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.