maioria das pessoas no mundo ocidental, dominadas pelo materialismo, consciente ou inconscientemente, flutua entre duas orientações polares em relação à vida – uma perspectiva religiosa versus uma secular, que é impulsionada pelas percepções das pessoas sobre a ciência moderna. No extremo, a religião tende a ser tacanha e promove uma mentalidade de “nós e eles”. Extremos seculares promovem um tipo de intolerância presunçosa e elitista que vê a religião como o último refúgio dos neandertais. Neste artigo, abordaremos um terceiro paradigma, uma espiritualidade compatível com as novas ciências avançadas.

Fonte: New Dawn Magazine

Tanto a religião quanto a ciência são dois ramos da árvore do esforço humano que lidam com as questões mais básicas da nossa existência – quem somos, de onde viemos, por que estamos aqui e qual é a natureza do mundo em que vivemos?

A filosofia também lida com essas questões, mas a filosofia é realmente uma ponte ou um subproduto desses dois pilares mais fundamentais da investigação da condição humana. Uma divisão nítida parece existir na maneira como a religião e a ciência estudam e abordam essas questões, de modo que a pessoa média tem que escolher qual é a visão correta.

RELIGIÃO VS. CIÊNCIA

• Como você acredita que a vida começou?
• Como ela é mantida?
• Foi tudo causado por interações aleatórias de partículas que, de alguma forma, criaram organismos cada vez mais complexos e, finalmente, levaram à vida?
• Ou você acredita que a vida se originou por meio das ações e vontade de uma divindade?

Talvez você simplesmente não saiba e pertença à vasta área cinzenta daqueles que escolhem ignorar as perguntas difíceis e simplesmente seguir em frente com a sua vida. Mas, de qualquer forma que você veja, suas convicções básicas conscientes ou subconscientes sobre esses assuntos influenciam a qualidade de sua vida pessoal e o caráter de nossas culturas, instituições, nações e condições humanas.

A crença de que a vida é pura chance aleatória, como diz a ciência tradicional, levou a uma certa visão secular e existencialista sobre como você vive e se comporta. Pode causar sentimentos conscientes ou subconscientes de futilidade e medo, ambos com consequências para o bem-estar físico e psicológico. Claro, acreditar em Deus não necessariamente o imuniza de problemas, e as pessoas certamente podem ter noções distorcidas e temerosas de Deus. Fanáticos religiosos equivocados geralmente causam muito mais danos do que ateus moralmente responsáveis. Então, como podemos prosseguir para uma melhor compreensão da vida?

Ironicamente, o medo é o denominador comum entre [os ignorantes] o secularismo e a religião como praticado no mundo ocidental. É o medo de não saber verdadeiramente, em um nível visceral, que somos parte de um todo contínuo, em oposição a partículas separadas e transitórias que podem desaparecer permanentemente da existência a qualquer momento. Medo e religião são comumente equiparados, mas medo e ciência? 

Uma característica da ciência tradicional é que ela analisa partes como os médicos que se especializam em corações, olhos e ossos, em vez de olhar para o corpo como um todo integrado, que ainda assim é uma visão míope do ser humano. Essa abordagem é fragmentada e, portanto, promove uma visão fragmentada e temerosa da vida, limitada ao que os cinco sentidos podem detectar, e os cinco sentidos da visão, tato, olfato, paladar e audição não conseguem detectar muita coisa… e nada realmente importante

Existe uma maneira de transcender as limitações da ciência secular e da religião tradicional. Ela tem a ver com a prática de adquirir um tipo particular de conhecimento e experiência que o coloca em contato com uma inteligência superior. Tal experiência lhe dá a certeza de que você existe dentro de uma estrutura maior do que o mundo visível e material. Ela o abre para receber informações para ajudá-lo a perceber novos padrões no tecido da vida. Tal conhecimento pode guiá-lo para evoluir física, emocional e espiritualmente. Pode ajudá-lo a se tornar independente das crenças e dogmas dos outros porque não é baseado na fé, mas na experiência/experimentação pessoal. 

A base desse conhecimento tem suporte tanto nas novas ciências quanto nas antigas tradições espirituais recuperadas. Este é um “Terceiro Caminho“, um caminho espiritual apoiado pela ciência quântica que leva a reinos além das limitações da ciência materialista e da religião tradicional. 

AS FORMAS DO CONHECIMENTO

Podemos cuidar de nossos negócios diários. Podemos pensar que política, economia, guerras e interações sociais são as coisas que mais afetam nossas vidas, mas isso é uma percepção muito equivocada. Tudo começa com [A VONTADE] o indivíduo. Lembre-se dessa premissa porque voltaremos a ela novamente. 

Todos os maiores movimentos do mundo e das sociedades ocorrem por causa de crenças que começam na mente do indivíduo. A mente do indivíduo é amplamente moldada pelo conhecimento coletivo e acumulado da história/experiência humana. O conhecimento, por sua vez, deriva de três fontes primárias – experiência sensorial bruta, raciocínio lógico como na ciência e revelação intuitiva, que está relacionada ao pensamento abstrato ou criativo. Essa forma de conhecimento está mais ligada à expressão religiosa e espiritual.

O conhecimento humano objetivo veio através da observação e análise prática do mundo ao nosso redor, primeiro pela observação empírica através dos sentidos, e depois por várias formas de raciocínio. Mas paralelamente a essas formas objetivas de conhecimento EXISTE uma fonte subjetiva que é mais abstrata e intuitiva. Isso permitiu que os primeiros humanos sentissem os ritmos da Terra e experimentassem as coisas de tal forma a dar origem à arte e a conceitos abstratos como deuses, espíritos e outras representações de forças invisíveis. 

DISTINÇÃO ENTRE ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO

A religião é derivada desse conhecimento subjetivo, assim como a ciência primitiva derivou das formas objetivas acima. Mas aqui está o problema. Como a informação intuitiva é subjetiva, pois é passada do sábio ou profeta para as massas, ela é suscetível à distorção, interpolação e manipulação. Os profetas falavam do coração de Deus, mas os seus seguidores começaram com dogmas e religiões. Não tendo a experiência direta do profeta, os seguidores tiveram que interpretar [e de sua ignorância surge a distorção, interpolação e manipulação da mensagem].

Isso deixou espaço para “mal-entendidos” e as agendas egoístas do pensamento da mente de massa. O conhecimento espiritual revelado pelo profeta ficou envolto em distorções dogmáticas, geralmente para ganhar poder ou controle de uma classe de pessoas sobre outra e sobre as multidões.

Esta é a principal distinção entre espiritualidade e religião: a verdadeira espiritualidade é uma jornada pessoal contínua e uma experiência pessoal, em que o estudante desenvolve discernimento e obtém sabedoria, enquanto seguir uma religião é mais como estar preso à fé nos dogmas e ensinamentos dos outros.

RELIGIÃO ANTIGA VS. CIÊNCIA ANTIGA [em “Tempos Antigos”, o sacerdote também era o cientista, não havia separação]

A concepção religiosa tradicional simplista de Deus como um velho imperador barbudo tirânico, no melhor estilho Yahweh/Enlil do velho testamento, em um trono no céu dispensando justiça severa por nossos pecados ou recompensas por nossas boas ações foi grandemente corroída no último século pelas descobertas da ciência materialista. Infelizmente, essa libertação de um conceito religioso limitante foi substituída por um conceito científico igualmente limitante. 

A ciência materialista se desenvolveu ao longo dos últimos séculos usando uma combinação de dedução racionalista e observação empírica das propriedades da matéria e dos organismos materiais. A noção central da ciência materialista é que a criação, a vida e a realidade surgem e podem ser explicadas pela interação de partículas físicas. Em outras palavras, a matéria é o princípio e o fim de tudo da existência.

A visão diz que a interação de partículas dá origem a moléculas que se combinam para formar não apenas planetas e leis físicas, mas também organismos simples. Esses organismos continuam se combinando em maior complexidade, culminando em seres humanos. A consciência é explicada como um subproduto da atividade neural de um cérebro físico. Uma coisa a ser notada – neste esquema de criação, nenhuma teoria adequada explicou como a vida orgânica evoluiu a partir de matéria de partículas inorgânicas. Os cientistas ignoram essa questão ou a explicam por suposições duvidosas (e não científicas).

Essa imagem materialista da criação é uma orientação ou visão de mundo agora básica. Ela se expressa de muitas formas, mas três teorias científicas, em particular, se destacam como as pedras angulares [o dogma científico] que moldaram a mente humana moderna. 

Newton definiu as leis da física que descreviam uma natureza mecânica de objetos materiais fixos interagindo em um universo sólido e material. Descartes introduziu uma filosofia dualista que dizia que mente e matéria eram fenômenos separados e distintos. Na biologia, as teorias de Darwin deslocaram a noção de um Criador com o conceito de espécies evoluindo de formas inferiores em maior complexidade com a cadeia atingindo seu pico em seres humanos.

RELIGIÃO DESMANTELADA

Suprimida pela Igreja por séculos, a ciência atacou em todas as frentes com uma vingança. Como a criação, a vida e a realidade agora podiam aparentemente ser explicadas por processos baseados em materialidade, qualquer noção de Deus, inteligência superior ou consciência transcendente foi retirada da equação. Deus estava morto. A orientação materialista se espalhou para todas as formas de pensamento humano. 

A Bíblia foi sistematicamente desconstruída e relegada a mito divertido na melhor das hipóteses, controle mental prejudicial na pior. E, ironicamente, o sucesso da ciência em derrubar a religião foi baseado no fato de que a religião ocidental tradicional era ela própria baseada em materialismo, apesar de pretender e fingir ser espiritual.

O cristianismo catolicismo ortodoxo entendeu mal o significado arquetípico e simbólico da história cristã. Em vez de ver o advento de Jesus como um evento seminal de revelação superior, concentrou-se em um nascimento virginal. Em vez de entender o significado por trás da profunda sabedoria espiritual que ele ensinou, concentrou-se em milagres físicos. Em vez de perceber a crucificação como uma metáfora para a maneira como o medo humano e o ego crucificam a centelha divina tentando despertar dentro de nós, concentrou-se na agonia física de sua morte como um sacrifício de sangue por nossos pecados que foram perdoados [um absurdo]. Finalmente, em vez de ver a ressurreição como o despertar da sabedoria divina adormecida dentro de nós enquanto ainda vivos, percebeu a ressurreição como corpos físicos ressurgindo da sepultura.

Esse foco em interpretações literais e materiais deixou a religião tradicional bem no campo de origem da ciência materialista. Desmantelar a historicidade e os milagres da Bíblia ou, pelo menos, lançar sérias dúvidas sobre eles, foi fácil usando o racionalismo material científico. Afinal, você pode quantificar matematicamente a maçã que cai da árvore, mas como você pode provar uma fórmula para ressuscitar os mortos?

A POLARIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DA HUMANIDADE

A mudança da religião para a ciência teve um efeito profundo na psicologia, nos sentimentos e na perspectiva de cada pessoa no planeta. Agora vivemos em um mundo polarizado. O ataque da ciência levou muitas pessoas de volta a uma interpretação limitante e fundamentalista de Deus e da religião, muitas vezes com resultados violentos. O fundamentalismo islâmico é em grande parte uma reação ao conforto religioso das pessoas sendo arrancado delas pelo ataque de uma visão de mundo moderna e materialista. 

No meio dessa polarização há uma grande área cinzenta de pessoas que estão confusas e desanimadas. Graças à ciência, elas não acreditam mais na religião, mas ao enfrentar os problemas difíceis da vida, elas têm um anseio espiritual inato que persiste como uma brasa fumegante, e a ciência ateísta nunca pode satisfazer essa necessidade. A religião tradicional e a ciência tradicional têm outra coisa em comum além de suas visões materialistas sobre a vida – ambas fizeram um trabalho eficiente de suprimir e/ou crucificar o espírito humano.

A TERCEIRA VIA

Existe outro caminho para explicar a criação, a realidade e o dilema humano. É um caminho de esperança, pois unifica ciências avançadas como a física quântica com os preceitos centrais de uma antiga sabedoria espiritual enterrada em todas as principais religiões da Terra. À medida que mais pessoas se conscientizam desse relacionamento, ele transformará nossas vidas de maneiras que nos libertam da religião literal e da ciência ateísta. Ele fornecerá uma estrutura viável para entender muitos dos mistérios da vida e colocar algum senso de controle de volta em nossas vidas. 

FÍSICA QUÂNTICA

Vamos começar com o lado científico do livro-razão. A física quântica agora está virando a ciência tradicional de cabeça para baixo, da mesma forma que a ciência materialista virou a religião tradicional de cabeça para baixo. 

A física quântica demonstra que partículas materiais não existem por si mesmas em um estado fundamental ou natural. O que existe são realmente ondas de luz espalhadas pelo infinito, um menu cósmico de todos os resultados ou escolhas possíveis, se preferir. Somente quando observada por um observador consciente a onda de possibilidade colapsa em uma partícula pontual observável e se torna realidade física de acordo com a influência do observador.

Outros fenômenos surpreendentes existem no nível quântico. As partículas são capazes de se comunicar umas com as outras instantaneamente por grandes distâncias de uma maneira não local, ou seja, sem meio conectivo aparente ou sinal entre elas. Einstein chamou esse processo de “assustador”. As partículas também podem dar saltos quânticos onde um elétron desaparece em um nível de energia ou órbita e reaparece em um nível mais alto sem nenhum movimento intermediário. Isso seria como a Terra desaparecendo e de repente surgindo no sol sem passar por Mercúrio, Vênus ou Marte.

A física quântica está mostrando que as partículas nas quais a ciência materialista se baseia não se comportam como o modelo newtoniano clássico [já definitivamente superado e descartado]. Está mostrando que a mente ou a consciência não se comportam como a filosofia dualista de Descartes afirma. Está abrindo buracos na versão de Darwin sobre as origens e a criação humanas. Mais importante, indica que a criação não foi um processo de baixo para cima de partículas – para moléculas – para organismos – para cérebros – para consciência. Em vez disso, foi um processo de cima para baixo começando com a consciência.

CONSCIÊNCIA

Para entender as descobertas surpreendentes e contraintuitivas da física quântica, compreender o papel da consciência é essencial. Vamos começar com uma definição. Consciência é percepção. Especificamente, é percepção inteligente capaz de escolha e direção. Os fenômenos quânticos descritos acima só fazem sentido se a consciência for a fonte primária da realidade. A física quântica diz que nossa realidade começa com ondas de luz energéticas de possibilidade. Essas ondas de possibilidade só colapsam em partículas materiais mediante observação. Mas, quem está observando? Tanto Max Planck, o fundador da física quântica, quanto os antigos textos espirituais nos dizem que uma única Mente Inteligente Consciente ou percepção está observando. 

Então qual é a natureza desta Consciência? De onde ela surge? Ela tem uma origem material ou imaterial? A ciência material alegaria que a consciência surge da matéria como uma função do cérebro material. Mas a física quântica mostra que somente a observação consciente colapsa a energia das ondas em matéria, então como “a coisa” que está trazendo a matéria à existência pode ser criada por ela? Este paradoxo descarta a consciência sendo criada pela matéria.

Agora, vamos pegar uma página da filosofia dualista de Descartes. Digamos que a mente (consciência) e a matéria são dimensões separadas e distintas que de alguma forma interagem uma com a outra. Então, a consciência é uma força imaterial trabalhando com a matéria por alguns meios indefinidos. Parece razoável, até um pouco espiritual, certo? Mas para que a matéria receba direção de uma consciência imaterial, tem que haver uma troca contínua de sinais, de informações, e isso significa energia. Isso não pode passar pelas leis da física que afirmam que a energia no universo é constante. O universo não pode estar adicionando coisas novas, então temos outro paradoxo.

Agora a Terceira Via entra em cena. Todos os paradoxos são eliminados e todos os fenômenos quânticos explicados se vemos a consciência como a fonte de criação [pela vontade] de toda a realidade material/universal. A consciência é a matriz ou rede de energia que abrange tudo observável e inobservável. Então a consciência é tanto partícula quanto onda, matéria e energia, observador e a coisa observada. Isso significa que quando a consciência escolhe e colapsa uma possibilidade em realidade, ela escolhe de dentro de si mesma, não de alguma dimensão imaterial externa, portanto, não há nenhum paradoxo. Isso explica como partículas distantes no espaço se comunicam instantaneamente umas com as outras. Ambas são a mesma energia se manifestando em pontos diferentes. Isso explica os saltos quânticos como uma transferência instantânea do foco da Mente Universal de um ponto para outro, da mesma forma que um homem pode olhar para um carro novo e, de repente, fixar-se em uma bela mulher.

Podemos refinar ainda mais as operações da consciência desta maneira – Consciência com “C” maiúsculo é a energia inteligente fundamental (chame-a de Deus, inteligência superior etc.). Esta Consciência se manifesta como diferentes pontos de consciência com “c” minúsculo.

Isso seria você, eu e todo ser autoconsciente [deuses criadores menores em infinitas possibilidade, olhe para as estrelas do Céu noturno…]. Em termos científicos quânticos, “C” maiúsculo e “c” minúsculo seriam chamados de consciência não ordinária e ordinária, respectivamente. Consciência com “C” maiúsculo é a luz ou energia fundamental que, como usar vários projetores, projeta toda a realidade através de nós, “cs” minúsculos. Coletivamente, participamos como observadores conscientes que extraem a realidade material da onda de luz quântica. Vemos que o conceito da Nova Era de cocriação tem uma base na teoria quântica.

A TRADIÇÃO DA SABEDORIA ESPIRITUAL

O conhecimento surpreendente que a física quântica traz sobre a criação, a vida e a realidade foi revelado há milhares de anos pelos fios de uma tradição espiritual universal, cuja sabedoria permeou todas as principais religiões ou filosofias, pagãs e modernas. Um ramo dessa tradição, em particular, era impressionante em seus muitos paralelos com a ciência moderna. Era chamado de Gnosticismo. Listadas abaixo estão algumas de suas principais crenças:

• Deus é Um, abrangendo Energia, Mente e Matéria
• O Um aparece como infinito muitos
• O reino está dentro de você, a centelha do divino está dentro de você [sua alma]
• Você foi feito à imagem de Deus
• Assim como é em cima, assim é em baixo
• Faça aos outros o que você gostaria de fazer a si mesmo
• Deus é tudo, tudo é Deus.

Todos esses ensinamentos de sabedoria ecoavam a teoria quântica de milhares de anos atrás, nas linguagens não técnicas de sua época, dizendo que cada coisa na criação procede da inteligência consciente, e nós, como seres humanos, somos parte dessa percepção inteligente e consciente.

Limitaremos a discussão da tradição antiga a três preceitos principais:

• Deus é Consciência, a única energia que permeia toda a realidade visível e invisível em infinitos planos.
• A Luz é o veículo pelo qual esta Consciência se expressa. A Luz é energia inteligente e carrega informação diretiva.
• Essa Consciência se dividiu em infinitos pontos de consciência como um fluxo contínuo de sua essência de Luz/Energia/Consciência.

Vimos acima como a consciência é a única coisa que explica o comportamento paradoxal e estranho do mundo quântico que compõe nossa realidade física. A famosa fórmula de Einstein E=MC² mostra que matéria e luz são formas intercambiáveis, ou seja, a matéria vem da luz e se resolve de volta em luz. Esta é uma prova de suporte das descobertas na física quântica de que partículas não ocorrem nos níveis mais fundamentais da realidade, apenas ondas de luz existem. Em algum ponto, devido às ações da consciência, essas ondas de luz se cristalizam em matéria de partículas. Espantoso, mas SIMPLES E VERDADEIRO.

A física quântica também confirmou que a luz contém informação inteligente. É pela ação dos fótons de luz (pulsações de luz) que a matéria se combina em formas únicas que compõem a variedade de objetos que vemos no mundo. Somente algo contendo inteligência pode fazer tais distinções, somente algo contendo informação pode criar formas organizadas da mesma forma que o DNA contém a informação exata para formar nossos corpos materiais.

Tomadas em conjunto, essas descobertas da física moderna não fazem nada além de reafirmar os três princípios espirituais acima.

CIÊNCIA TRADICIONAL E RELIGIÃO REVISADAS

As limitações da religião e da ciência tradicionais podem agora ser substituídas por um novo paradigma libertador. Eu digo substituídas, não destruídas, agredidas ou descartadas, pois isso pressupõe que não há nada de bom ou resgatável na ciência e na religião, e isso não é verdade. Vamos pegar os três pilares da ciência tradicional, Newton, Descartes e Darwin. A física quântica expõe suas teorias como incompletas ou incorretas em algumas de suas aplicações e conclusões. Isso não quer dizer que elas estejam categoricamente erradas. Elas explicam certas funções com precisão, mas não conseguem explicar o todo do qual fazem parte.

A física newtoniana funciona bem para explicar certas funções do mundo observável, mas não consegue explicar os efeitos sob a relatividade de Einstein ou o mundo subatômico, e não consegue chegar perto de explicar as operações fundamentais da matéria e da consciência. Portanto, sua visão de um universo determinado como uma máquina gigante está incorreta.

O dualismo de Descartes parece definir uma relação de trabalho entre mente e matéria para propósitos do dia a dia, mas é fundamentalmente incorreto ao perder a verdadeira unidade subjacente dos dois.

A teoria de Darwin só explica a evolução dentro das espécies. Ela nunca explica a criação ou origem da vida. Ela nem mesmo demonstra como uma espécie evolui para outra, como macacos para humanos, exceto como um artigo de fé. O registro fóssil apoia uma visão mais de salto quântico, isto é, espécies como os seres humanos surgiram repentinamente ao adquirir consciência.

A Terceira Via propõe duas grandes correções de curso na ciência e religião tradicionais. A primeira é a visão limitada e prejudicial da ciência materialista de que a vida deriva da matéria em vez de a matéria derivar da consciência. A segunda é a visão religiosa tradicional de que a humanidade é uma criação separada de Deus, em oposição a ser uma projeção da própria consciência divina em forma material. 

AS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA TERCEIRA VIA

Reconhecer o fato de que a consciência cria tudo e que todos nós somos parte dessa consciência significa, como Jesus disse, que o reino está dentro. Não estamos separados da força divina, somos uma projeção dela e nós, por nossa vez, podemos ser verdadeiramente cocriadores de nossa realidade. Não podemos fazer isso fora de nossa consciência comum, no entanto. Devemos nos alinhar com nossa Consciência Superior não comum por meio da meditação ou outras práticas, mas isso é facilmente alcançável para todos.

Conseguir isso coloca uma medida de controle em nossas vidas aparentemente aleatórias. Uma vez que aprendemos os princípios de como a inteligência superior funciona, começamos a focar nas coisas que têm valor para nós, e podemos até desenvolver uma noção do que realmente devemos valorizar. Percebemos que nossas vidas estão funcionando melhor e padrões antigos e negativos se rompem. Somos incentivados a nos tornarmos mais espiritualmente responsáveis ​​e conscientes porque entendemos que a recompensa é colocar o poder do universo do nosso lado. Podemos substituir os valores morais da religião, já corroídos pela ciência tradicional, por um conceito espiritual superior de totalidade, de modo que se torne nosso próprio interesse não machucar os outros porque vemos como, no final das contas, machucamos a nós mesmos.

Uma das experiências que mais alteram a vida é ter uma comunicação direta com a inteligência superior e receber informações que se comprovam no mundo “real”. Algumas pessoas se tornam intuitivas na área de saúde; outras desenvolvem intuição que ajuda em suas decisões financeiras ou de vida. As aplicações são muitas. Quando experimentamos a operação dessas informações em nossas vidas, conforme elas se traduzem do reino psíquico para o reino material, passamos além da fé no invisível (religião) e nos graduamos para o conhecimento de que o invisível é a verdadeira realidade subjacente (espiritualidade). 

Poucas pessoas entendem o real significado da física quântica até hoje, menos ainda entendem a sabedoria espiritual oculta do passado. Uma vez que esses conceitos se tornem populares, eles transformarão nosso mundo e impulsionarão exponencialmente a evolução de nossa consciência. Se você duvida dessa afirmação, considere isto – algumas centenas de anos atrás, a Igreja tinha seu controle sobre o pescoço da verdade. A ciência gradualmente sangrou através dessa cortina de ferro. Em nossa vida, vimos a erosão acelerada de tais conceitos baseados no medo como um Deus bíblico crítico. A ciência tradicional, para o bem ou para o mal, moldou a visão de mundo básica da maioria das pessoas hoje. Mas a ciência substituiu o antigo conceito de Deus por uma casca vazia de ocorrências fortuitas – a vida, o grande acidente – que não é uma vida tão boa assim, afinal. Saímos da frigideira e saltamos para o fogo.

Mas um novo Gênio agora saiu da garrafa. Ele está tomando a forma da física quântica ecoada por antigos Evangelhos redescobertos, lançando luz sobre uma tradição de sabedoria universal. Ele fornece uma imagem mais verdadeira da criação, da realidade e de nossa origem e propósito humanos. É uma mensagem fortalecedora que transcende as limitações da religião tradicional e o ateísmo entorpecente da ciência materialista. Está demorando para se infiltrar na consciência da mente de massa, mas quando isso acontecer, veremos um salto quântico em todos os aspectos da atividade humana, à medida que descartamos os jugos de nossas crenças religiosas e científicas passadas.

Charles Sanders Peirce, um pioneiro do método empírico científico moderno, sabiamente disse que as conclusões da ciência são sempre provisórias. O método científico deve ser autocorretivo, descartando conhecimento ultrapassado para abrir caminho para novas descobertas. Pela aplicação contínua deste método, a ciência pode detectar e corrigir seus próprios erros e, assim, eventualmente levar à descoberta da verdade. Muitos cientistas se esqueceram desta sabedoria. Eles caíram em uma ortodoxia religiosa de crenças estáticas e dogmáticas que sufocam informações alternativas, como as que foram apresentadas neste artigo. 

Que grande descoberta perceber que o Deus da física quântica é, na verdade, o Deus dos antigos místicos que veio para reivindicar um lugar em nossa consciência. Esse conhecimento fundido pode dissipar os erros limitantes de nossos trabalhos anteriores, e isso é evolução em ação, não estagnação na ignorância. Embora não tenhamos a percepção final sobre esses assuntos, acredito fervorosamente que o mais perto que chegaremos de descobrir a verdade universal é o ponto em que o mundo objetivo da ciência se cruza com o mundo subjetivo da espiritualidade mística.

Para explorar esse assunto em profundidade, leia o novo livro de Peter Canova, Quantum Spirituality: Science, Gnostic Mysticism, and Connecting with Source Consciousness (com prefácio de James Redfield), disponível em todas as boas livrarias.

Este artigo foi publicado na revista  New Dawn 200 .

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