Barril de Pólvora do Oriente Médio prestes à Explodir: A mídia israelense tem divulgado relatos de que combatentes do grupo xiita Ansar Allah, do Iêmen, também conhecido como os houthis, começaram a entrar lentamente no sul da Síria, possivelmente para abrir uma nova frente contra Israel, em meio a tensões regionais que pioraram com as recentes explosões no Líbano.
Fonte: Sputnik
O escritório do porta-voz das Forças de Segurança de Israel (FDI) não comentou os relatos transmitidos pela emissora israelense i24NEWS, que citou fontes sírias e iemenitas que afirmam que combatentes houthis estão se concentrando na fronteira da Síria com as Colinas de Golã ocupadas por Israel ilegalmente há décadas.
A Kan News, também de Israel, afirma que há “milhares” de forças especiais houthis na Síria, sob o comando de um general. O Centro de Pesquisa e Educação Alma, outra fonte de relatos israelense, avaliou na semana passada que “há uma presença houthi na Síria”, mas que sua extensão é desconhecida.
Na semana passada, uma fonte informou à Sputnik que uma “força do tamanho de uma brigada pertencente ao Ansar Allah foi enviada à Síria, através da Jordânia, discretamente em pequenos grupos”. A pessoa informante indicou que os combatentes estão treinados para operar veículos blindados, artilharia e drones.
Abed al-Thawr, um general de brigada iemenita aposentado e especialista militar próximo aos houthis, disse à Sputnik que embora muitos iemenitas estejam ansiosos para participar de uma batalha terrestre contra o Exército israelense, os países da região que separam o Iêmen de Israel estão determinados a impedir a sua passagem, com medo de uma escalada do conflito.
Os houthis “anunciaram formalmente uma confrontação militar entre eles e o inimigo sionista, assim como com os Estados Unidos, em 19 de outubro de 2023, mas até agora nenhuma força foi enviada à Síria. Se houvesse uma possibilidade [de fazê-lo], o Iêmen teria tomado a iniciativa imediatamente”, disse Al-Thawr.
Ele afirmou que a iniciativa dos houthis de “impor domínio sobre o mar Vermelho” é “em si uma operação militar poderosa” e bem sucedida, provando a capacidade da milícia de “neutralizar” o potencial de ataque dos aliados americanos e britânicos de Israel, além de “impor a eles novas regras de engajamento, com a retirada do Mar Vermelho da frota do porta-aviões USS Roosevelt como evidência disso”.
O observador iemenita também enfatizou que o Exército da Síria é forte o suficiente e não precisa do apoio das forças iemenitas para lidar com o inimigo.
Os EUA, aliados de Israel, começaram a atacar alvos dentro do Iêmen em janeiro. Na semana passada, um comandante aposentado da Marinha Real [Britânica] disse à mídia que os houthis estavam “alcançando todos os seus objetivos, enquanto nós não estamos alcançando nenhum das nossas metas. Estamos gastando milhões e milhões de dólares sem ganhar nada. É um problema real”.
No início desta semana, um alto oficial houthi afirmou que Washington havia oferecido reconhecimento formal dos Houthis em troca da interrupção de seus ataques marítimos no Mar Vermelho. Funcionários americanos chamaram a informação de mentirosa.
Em outubro passado, o Ansar Allah anunciou que apoiaria grupos palestinos em seu confronto com o Exército israelense na Faixa de Gaza por meio de ataques aéreos e mísseis. Desde então o grupo tem atacado navios que vem e vão para Israel no mar Vermelho causando enormes transtornos.
Em meio aos ataques, algumas empresas decidiram suspender o transporte pela via marítima. Mais tarde, uma fonte disse à Sputnik que o Ansar Allah havia começado a transferir suas unidades paramilitares para a Síria.