N.S.A. (EUA) espionou alto escalão do governo brasileiro

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WikiLeaks revela que EUA (através da agência NSA) espionou alto escalão do governo brasileiro.

O WikiLeaks revelou neste sábado (dia 4) que a Presidente Dilma Rousseff, alguns ministros de seu governo e assessores diretos da chefe de Estado foram espionados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA em 2011. A visita da Presidenta Dilma Rousseff aos EUA terminou na quarta-feira, 1º de julho. O economista e professor de Relações Internacionais Nildo Ouriques faz um balanço dessa viagem, falando com exclusividade para a Sputnik Brasil.

Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com

A questão da espionagem feita pelos EUA foi convenientemente esquecida pelo governo do Brasil na visita de Dilma a Obama

Fonte: https://br.sputniknews.com e https://br.sputniknews.com/opiniao

Uma lista confidencial com 29 números de telefone foi publicada pelo site, até o do avião presidencial brasileiro estava grampeado. O WikiLeaks mostrou que membros da equipe econômica, chefes militares, diplomatas e um diretor do Banco Central tiveram seus passos acompanhados pelos EUA.

Entre os nomes que figuram na relação, estão o do ministro do Planejamento, Nélson Barbosa, que na época era secretário executivo do Ministério da Fazenda, o ex-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, do atual embaixador brasileiro nos EUA, Luiz Alberto Figueiredo, do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Eliton Carvalho Siqueira, e do ex-diretor do BC Luiz Awazu Pereira da Silva.

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“A divulgação mostra que os EUA terão que percorrer um longo caminho para provar que sua vigilância contra governos aliados acabou”, destacou o editor-chefe do WikiLeaks, Julian Assange.

O jornalista Glenn Greenwald publicou em 2013, no jornal The Guardian, uma série de informações secretas dos EUA reveladas pelo ex-técnico de informações da NSA, Edward Snowden, hoje asilado na Rússia. A presidente Dilma Rousseff estava entre as autoridades de muitos países espionados pela inteligência norte-americana, que também monitorava a ação de muitas empresas.

O porta-voz da presidência do Brasil, ministro Edinho Silva, preferiu minimizar os fatos. “O governo americano reconheceu os erros e assumiu compromissos de mudar de prática. Para nós o episódio está superado.”

Dilma Rousseff encerrou na quarta-feira (1) uma visita oficial aos EUA, em que se encontrou com o presidente norte-americano, Barack Obama. Em 2013, ela cancelou uma viagem semelhante depois da divulgação da espionagem da NSA. Desde então, as relações diplomáticas entre os dois países estavam estremecidas.

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Veja as autoridades brasileiras cujos telefones foram grampeados

  • Dilma Rousseff, presidente
  • Nélson Barbosa, ministro do Planejamento, na época era secretário executivo do Ministério da Fazenda
  • Antonio Palocci, ex-chefe da Casa Civil
  • Luiz Alberto Figueiredo, atual embaixador brasileiro nos EUA
  • José Eliton Carvalho Siqueira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
  • André Amado, diplomata da Subsecretaria de Ambiente e Tecnologia
  • Everton Vargas, ex-embaixador do Brasil em Berlim
  • Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, subsecretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda
  • José Maurício Bustani, embaixador do Brasil na França, que foi removido da Diretoria da Organização Internacional para Proibição de Armas Químicas por pressão do governo norte-americano
  • Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor da área internacional do Banco Central
  • Luiz Balduíno, atual secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda
  • Luiz Filipe de Macêdo Soares, ex-representante permanente do Brasil junto à conferência de desarmamento, em Genebra
  • Marcos Raposo, ex-embaixador do Brasil no México e chefe do cerimonial da Presidência da República
  • Paulo Cordeiro, da Secretaria de Assuntos Políticos
  • Roberto Doring, assessor do ministro das Relações Exteriores
  • Valdemar Leão, assessor financeiro do Itamaraty

Questão da espionagem foi convenientemente esquecida na visita de Dilma a Obama

Liderando uma comitiva com mais de 90 pessoas, incluídos ministros de Estado e empresários, a Presidenta Dilma desembarcou no sábado à noite em Nova York para, no domingo, reunir-se com homens de negócios dos EUA, buscando atrair investimentos para o Brasil.

US President Barack Obama and President of Brazil Dilma Rousseff

Na segunda e na terça-feira, 29 e 30, ela manteve reuniões com o Presidente Barack Obama, e os dois líderes anunciaram medidas de colaboração, entre elas o fortalecimento das relações comerciais, a cooperação em programas de preservação ambiental e a liberação da exigência de vistos para as pessoas que viajam frequentemente entre o Brasil e os Estados Unidos não como turistas.

O professor de Relações Internacionais Nildo Ouriques, diretor-presidente do IELA (Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina), avalia a importância do evento internacional e conclui que a questão mais importante é saber o que o Brasil deveria ter feito, nesta e em outras oportunidades, para afirmar a sua soberania, “não apenas diante dos Estados Unidos, mas do mundo”.

O Professor Ouriques comenta:

“Sempre que se realizam essas visitas de Estado, sobretudo de um presidente brasileiro, aos Estados Unidos, o que se pode observar é aquela tradicional ‘servidão voluntária’ dos nossos governos em relação aos EUA.”

O especialista em América Latina exemplifica: “O destaque na imprensa, os analistas políticos, os parlamentares, etc. exaltam essas reuniões e sempre afirmam tratar-se de ‘oportunidade histórica’ para o Brasil se relacionar com os Estados Unidos, como se os EUA fossem um país que não tem uma tradição de intervenções e de expansionismo imperialista na América Latina e especialmente no Brasil.”

“Destituído dessa densidade histórica”, argumenta o presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina, “esse tratamento faz com que a visita presidencial se transforme quase que exclusivamente numa oportunidade de negócios para a classe empresarial brasileira. O que equivale a dizer, efetivamente, que se compromete o futuro da nação e a possibilidade de o Brasil ser um país independente.”

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“A própria Presidenta Dilma”, continua Nildo Ouriques, “na reunião com o Presidente Obama, caracterizou o que chama de ‘relação muito importante’ para o Brasil no terreno bilateral e multilateral, centrando no comércio, em serviços e equipamentos na área de petróleo e gás, na área de biocombustíveis, no que chamou de eficiência energética e energia renovável, e na atividade naval, e fez uma breve incursão no que chamou de ciência, tecnologia e inovação.”

A análise feita pelo Professor Ouriques continua: “Isso que a Presidenta Dilma, na reunião com Obama, chamou de ‘áreas estratégicas’ são áreas que definitivamente caracterizam a nossa posição adversa de mero exportador de matérias-primas e produtos agrícolas, colocando todo o esforço econômico para fomentar uma infraestrutura capaz de atrair investimentos, o que é muito ruim para o Brasil neste momento.

Nildo Ouriques, finalmente, em sua fala exclusiva para a Sputnik Brasil, considerou que “os casos estratégicos que deveriam merecer a atenção presidencial, como a estrutural espionagem dos EUA que violou segredos da Petrobras e da própria Presidenta Dilma, foram convenientemente esquecidos pela arrogância estadunidense” (e servidão do governo brasileiro).

E o professor Nildo Ouriques conclui: “Nós não poderíamos esperar algo diferente, mas a questão é saber o que o Brasil deveria fazer, nesta e em outras áreas, para afirmar a sua soberania, não apenas diante dos Estados Unidos, mas do mundo.”

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EUA espionaram 29 telefones do governo Dilma e até do avião presidencial do governo brasileiro

De acordo com documentos coletados pelo ex-técnico da agência Edward Joseph Snowden, que foram liberados para a imprensa, telefonemas e e-mails foram rastreados através de pelo menos três programas. O Brasil aparece com destaque em mapas da NSA, como alvo importante no tráfego de telefonia e dados, ao lado de países como China, Rússia, Irã e Paquistão. Só em janeiro de 2.013, a NSA rastreou 2,3 bilhões de dados nos EUA, e o Brasil ficou apenas um nível abaixo na escala de monitoramento.

Mais informações sobre espionagem na Internet da NSA:

  1. https://thoth3126.com.br/edward-snowden-como-comecou-o-escandalo-de-espionagem-dos-eua/
  2. https://thoth3126.com.br/espionagem-global-por-edward-snowden/
  3. https://thoth3126.com.br/echelon-o-esquema-de-espionagem-global-dos-eua/
  4. https://thoth3126.com.br/facebook-uma-conspiracao-da-cia/
  5. https://thoth3126.com.br/nsa-e-a-vigilancia-em-tempo-real-na-internet-nos-eua/
  6. https://thoth3126.com.br/eua-e-a-espionagem-da-nsa-snowden-pede-asilo-a-russia/
  7. https://thoth3126.com.br/eua-nsa-grava-100-de-telefonemas-de-outros-paises/
  8. https://thoth3126.com.br/facebook-microsoft-e-apple-sao-processadas-por-ajudar-governo-dos-eua/
  9. https://thoth3126.com.br/eua-espionam-o-mundo-todo/
  10. https://thoth3126.com.br/os-eua-espionaram-milhoes-de-e-mails-e-ligacoes-de-brasileiros/
  11. https://thoth3126.com.br/eua-e-a-espionagem-na-internet-programa-xkeyscore/
  12. https://thoth3126.com.br/windows-8-e-um-chip-em-seu-computador-para-a-espionagem-da-nsa/
  13. https://thoth3126.com.br/skynet/
  14. https://thoth3126.com.br/os-eua-podem-desligar-a-internet-de-qualquer-pais-em-qualquer-momento/

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