Arábia Saudita e França imporão a criação do Estado Palestino com aprovação da ONU sem intervenção de Israel. Uma conferência apoiada pela ONU em junho estabelecerá um cronograma vinculativo para a criação do Estado Palestino, com sanções à países em caso de descumprimento, ignorando as preocupações de segurança de Israel e não exigindo o reconhecimento palestino de Israel.
Fontes: IsraelHayom – The Cradle
A Arábia Saudita e a França sediarão uma conferência internacional no mês que vem com o apoio das Nações Unidas, estabelecendo um roteiro ambicioso para a criação de um Estado palestino com cronogramas específicos e mecanismos de execução que contornam completamente a posição de Israel sobre o assunto.
Na esteira das declarações pró-palestinas do presidente francês Emmanuel Macron, a conferência de Nova York agendada para junho representa uma iniciativa diplomática sem precedentes – indo além de meras declarações de reconhecimento para estabelecer objetivos concretos com planos de implementação, incluindo sanções contra países que possam obstruir o processo.
A conferência contará com mesas redondas e sessões formais lideradas por representantes franceses e sauditas sob os auspícios da ONU, com o propósito explícito de elaborar uma estrutura para implementar o Estado palestino.
No convite aos estados-membros da ONU, os organizadores declararam que “a conferência pretende servir como um ponto sem retorno, abrindo caminho para o fim da ocupação e promovendo uma solução permanente baseada na solução de dois Estados“.
O Secretário-Geral da ONU fará um discurso ao lado de vários representantes nacionais. Os procedimentos culminarão em um documento de ação prática que estabelecerá compromissos vinculativos e cronogramas definitivos. Essa abordagem marca um afastamento significativo dos esforços diplomáticos anteriores, que aguardavam o engajamento bilateral israelense-palestino, já que a França e a Arábia Saudita agora estão avançando em sua agenda independentemente da participação de Israel.
O convite atribui a culpa pela violência e pelos ataques de 7 de outubro a “ambos os lados”, afirmando que “desde 7 de outubro, houve imenso sofrimento de civis de ambos os lados, incluindo os reféns e suas famílias, e a população civil de Gaza. Enquanto isso, as atividades de assentamento colocam em risco a solução de dois Estados, o único caminho para uma paz justa”.
Como isso vai acontecer?

A iniciativa franco-saudita pede sanções da ONU contra as partes que agirem de forma contrária ao documento final da conferência, na tentativa de forçar Israel a um processo diplomático sem o seu consentimento. “
“É evidente que a responsabilidade primária pela resolução do conflito ainda cabe às partes, mas os eventos dos últimos anos comprovam que, sem forte determinação e envolvimento internacional para garantir o progresso rumo ao fim do conflito, ele se agravará e a paz retrocederá”, prossegue o documento.
A solução proposta exige um processo “rápido, limitado no tempo e irreversível”, “culminando em um Estado palestino independente e soberano, ao lado de Israel”. Nesse contexto, Israel seria obrigado a fazer concessões sem receber compromissos de reconhecimento dos palestinos, já que os organizadores sustentam que tal reconhecimento só pode ocorrer após a criação de um Estado Palestino.
O convite conclui enfatizando que “o objetivo final da conferência será concretizar o consenso internacional, marcar um ponto sem retorno e lançar as bases para o caminho a seguir, criando o ambiente necessário para uma solução justa e sustentável para a questão da Palestina e o conflito em Gaza.
O propósito desta conferência internacional não será ‘reviver’ ou ‘relançar’ um processo interminável, mas implementar, de uma vez por todas, a solução de dois Estados”. Significativamente, Israel não é identificado como parte necessária dessa solução imposta, e não há compromissos de paz palestinos estipulados como pré-requisitos.
Na sexta-feira, uma fonte diplomática francesa confirmou à AFP que a conferência será organizada pela Assembleia Geral da ONU (UNGA) sob uma presidência conjunta da França e da Arábia Saudita, que ocorrerá de 17 a 20 de junho.
“Digo isso com força, o que o governo de Benjamin Netanyahu está fazendo hoje é inaceitável”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, na terça-feira, chamando a limpeza [GENOCÍDIO] étnica patrocinada pelo Ocidente de palestinos em Gaza de “vergonhosa”.
Em abril, o presidente francês afirmou que Paris poderia reconhecer um Estado Palestino em junho. Acrescentou que desejava organizar a conferência de Nova Iorque para incentivar o reconhecimento do Estado da Palestina, “mas também um reconhecimento de Israel de estados que atualmente não o fazem.”
Cerca de 150 países já reconhecem o Estado da Palestina, que detém o status de observador na ONU, mas não alcançou a adesão plena devido ao fracasso do Conselho de Segurança em votar a favor de sua admissão.