Tomar, antiga sede da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal

Antiga sede da Ordem dos Templários, Tomar é uma cidade de grande encanto, pela sua riqueza artística e cultural. O expoente máximo está no Castelo Templário e no Convento de Cristo, um das mais importantes obras do Renascimento em Portugal. No dia 1º de Março do ano de 1160 Gualdim Pais, Grão-mestre provincial desse jovem reino de Portugal, inicia a construção do majestoso Castelo e Fortaleza Templária de Tomar. Ao registrar esse momento numa lápide que ainda hoje se encontra na ombreira da antiga entrada da torre de menagem do mesmo castelo, perpetuou o nome de Tomar como sede da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal. 

Tomar, antiga sede da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal

Fontes: OPCTJ – VisitPortugal

O inovador plano arquitetônico desenvolvido pelo Mestre Gualdim Pais é inspirado na Jerusalém de então, onde este Cavaleiro Templário estivera 5 anos em missão e de lá regressa com um elevado conhecimento, bem como algumas relíquias que valorizaram e simbolicamente elevaram o estatuto espiritual de Tomar. Relíquias que hoje se podem apreciar no Tesouro da Sé de Lisboa. 

Tomar desenvolve-se assim como a “Jerusalém do Ocidente”. No Castelo eleva-se uma torre singular e inspiradora que servirá para a exaltação espiritual dos cavaleiros, a Charola Templária. A vila de Tomar estabelece-se intramuros na segurança deste vasto Castelo, no entanto vamos assistir à construção já no final do séc. XII da Igreja de Santa Maria dos Olivais, num campo afastado deste, na margem nascente do rio Nabão, onde antigamente se situava a Sellium romana* e um antigo mosteiro Beneditino. 

A Charola do Convento de Cristo (c. 1160 – c. 1250) é uma edificação de culto templário localizada na cidade de Tomar, Portugal. A Charola (ou Rotunda) é parte integrante do conjunto histórico genericamente denominado Convento de Cristo. Localizada de início no interior do perímetro fortificado do Castelo-Fortaleza Templário de Tomar, a sua construção remonta à construção do castelo templário (c. 1160).

{*} A região de Tomar teve uma cidade com alguma importância no tempo dos Romanos (século I ao século V), mas nessa época chamava-se Sellium.  Por Sellium passava a principal estrada romana do nosso território. Ia de Lisboa (Olísipo) a Braga (Bracara Augusta), passando por Santarém (Scalábis) e Coimbra (Aeminium, depois Conímbriga). Seria equivalente à nossa principal auto-estrada, a A1, que liga Lisboa ao Porto. Essa estrada passava o rio na Ponte Velha, originalmente construída pelos Romanos, entrando na cidade! Depois, o grande e então poderoso Império Romano foi invadido pelos povos bárbaros, nome dado pelos Romanos aos povos guerreiros do norte da Europa, por estes não falarem Latim. Quando Gualdim Pais chegou com os seus Cavaleiros Templários, no século XII, encontrou as ruínas da cidade romana-visigótica, abandonada durante a ocupação árabe, com as suas casas, estradas e pontes abandonadas e em ruínas. Nessa época a cidade de Sellium perdeu importância, mas continuou a ser habitada. Esse tempo fala-nos de mosteiros que por aqui existiram e na lenda de Santa Iria. FONTE }

Campanha de escavações arqueológicas no Fórum de Sellium, a Tomar do império romano. Por trás dos trabalhadores, ainda se podem ver vestígios do antigo Fórum, o equivalente à nossa Câmara Municipal, uma das zonas mais importantes da cidade.

A igreja de Santa Maria dos Olivais converte-se no Panteão dos Mestres, numa planta arquitetônica de transição ao estilo gótico e carregada de simbologia Templária, foi a sede espiritual da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal, onde prestamos homenagem ao Mestre Gualdim Pais junto da sua pedra tumular. No apoio aos desígnios da expansão e defesa do reino de Portugal, Tomar lidera e estabelece uma fortaleza estratégica no centro do país.

O processo odioso e inquisitório iniciado na França pelo Papa de Avignon e o Rei Filipe IV, o Belo, no início do séc. XIV, suprime a Ordem Templária. Acusados de heresia e demais injustiças, todos os reinos cristãos de então seguem os desígnios papais, mesmo considerando infundadas as acusações devem-lhe obediência. Porém, em Portugal, sob o reino de D. Dinis, vai nascer uma nova Ordem que em terras Lusitanas substituirá apenas o nome da Ordem dos Cavaleiros Templários, que passa a se chamar de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo.

Após alguns anos de instalação e transições, é em Tomar que se sediará definitivamente em meados dos anos 50 do séc. XIV e aqui comandará até sua ”extinção” em 1834, sofrendo várias reformas ao longo dos séculos, um magnifico Convento foi crescendo albergando os frades desta tão nobre Ordem.

O Castelo e Fortaleza dos Templários e o Convento de Cristo (século XII – século XVIII) é a denominação atribuída a um conjunto de edificações históricas situado na cidade de Tomar, Portugal. O início da sua construção remonta a 1160 e está intimamente ligado aos primórdios do Reino de Portugal e ao papel então desempenhado pela Ordem dos Cavaleiros Templários, onde tinha a sua sede portuguesa, tendo subsequentemente sido reconfigurado e expandido pela sua herdeira a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo .

É efetivamente a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, sucessora e herdeira [do CONHECIMENTO] dos Templários, que irá liderar os desígnios dos Descobrimentos Portugueses e, especialmente do BRASIL. Será em Tomar que o Infante D. Henrique, administrador da Ordem, “desenhará” a maior epopeia nacional.

A influência da Ordem dos Pobres Cavaleiros [Templários] de Cristo e de Tomar no reino é tal que quase todos soberanos por aqui estiveram e muitos quiseram deixar a sua marca. É assim que o patrimônio desta cidade Templária vai glorificando, crescendo e criando uma singularidade reconhecida internacionalmente.

Tomar hoje tem a área do complexo do Convento de Cristo classificado como patrimônio da Humanidade pela Unesco, desde 1983, onde se integra o Castelo dos Templários, a mais antiga Sinagoga da Península Ibérica ainda preservada, um traçado ortogonal no seu casco histórico, vasto património religioso preservado e visitável, lendas ancestrais e uma beleza natural com a conjugação do rio Nabão, jardins e ambiente natural que levou no início do séc. XX Sommerset Maugham quando a visitou de chamar “a mais bela cidade do mundo”.

Uma das imagens reconhecidas de Tomar centra-se numa praça onde se erigiu a estátua ao Mestre Gualdim Pais, o Palácio D. Manuel, os atuais Paços do Concelho e a Igreja de S. João Baptista, igreja matriz paroquial.

Tomar nasce da doação do Castelo de Ceras e sua posse aos Templários, por D. Afonso Henriques em 1159. O território era atravessado a sul pelo rio Tomar [hoje rio Nabão], com um fértil vale limitado a poente por uma cadeia de colinas de relevo acentuado. Foi numa dessas colinas, a mais elevada e sobranceira ao rio, que o Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários D. Gualdim Pais, fundou, em 1160, o castelo fortaleza templário e a vila de Tomar.

A Ordem dos Cavaleiros Templários tem em S. João Batista uma devoção especial, é efetivamente este Santo que batiza Jesus Cristo no Rio Jordão tornando-se o precursor do cristianismo e mentor da fé original. O culto a S. João Batista reveste-se de um significado iniciático e de simbolismo na transformação do individuo pelo batismo.

É com uma forte ligação e responsabilidade que a Comenda Templária de Tomar se designa de S. João Batista evocando o princípio do espírito cristão, ecuménico, tolerante e conciliador entre os povos, numa missão de apoio e interajuda entre todos.

Qualquer que seja o motivo para visitar a cidade de Tomar, subir ao Castelo Templário e descobrir a obra monumental do Convento de Cristo é imprescindível. A Charola é a parte mais antiga e seu interior é magnifico. Este oratório templário foi construído no séc. XII, assim como o castelo, que na época era o mais moderno e avançado dispositivo militar do reino, inspirado nas fortificações Templárias da Terra Santa e foi ali que os mouros tiveram sua derrota, sob o comando do califa Iacube Almançor, após a tansposição da Linha do Tejo, cercando Santarém, destruindo Torres Novas e Abrantes até alcançar Tomar, que, sob sucessivos assaltos, os templários resistiram bravamente durante seis dias com suas muralhas defendidas pelos Templários, quebrando o ímpeto do invasor. Nesta ocasião (1190-1191), os mouros forçaram a porta do Sul e penetraram na cerca exterior. A defesa dos Templários foi de tal forma encarniçadao que a porta de assalto ficou conhecida como Porta do Sangue.

Foi transformada em Capela-Mor aquando da reconstrução ordenada por D. Manuel I, no séc. XVI, altura em que o conjunto ganhou o esplendor arquitetônico que ainda hoje se preserva e que lhe justificou a classificação como Património da Humanidade. 

Vale a pena ver o Convento de Cristo com atenção para ir descobrindo algumas preciosidades, como as representações no portal renascentista, a particular simbologia da Janela Manuelina da Sala do Capítulo, os pormenores de arquitetura do Claustro Principal e as dependências ligadas aos rituais templários. Para melhor perceber a sua história, é importante saber como a Ordem dos Cavaleiros Templários se transformou na Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, salvaguardando o poder, o conhecimento [dos Templários a respeito do “novo mundo”] e a riqueza que tinham em Portugal. O célebre Infante D. Henrique, mentor da epopeia dos Descobrimentos, foi um dos seus governadores e protetores mais importantes. 

Igreja de Santa Maria do Olival, escondida à vista de um castelo templário inscrito pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, esta pequena igreja pode ser apenas um dos mais importantes – se esquecido – refúgio da misteriosa e poderosa Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal. Durante quase 900 anos, as torres elevadas e as muralhas da cidadela do Convento de Cristo, no topo da colina, guardaram a sonolenta cidade de Tomar, no centro de Portugal.

A partir do Convento de Cristo, podemos descer a pé pela Mata dos Sete Montes até ao centro histórico. Indo pela estrada, vemos a meio do percurso a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, uma pequena joia renascentista, obra do português João de Castilho que também trabalhou no Convento de Cristo. 

A seguir, há que visitar Tomar. A área urbana mais antiga, medieval, organiza-se em cruz, orientada pelos pontos cardeais e tendo um convento em cada extremo. A Praça da República, com a Igreja Matriz dedicada a São João Batista marca o centro, tendo a oeste a colina do Castelo e do Convento de Cristo. Nas ruas em redor podemos encontrar lojas de comércio tradicional e o café mais antigo onde se podem apreciar as delícias da pastelaria local: queijadas de amêndoa e de chila e as tradicionais Fatias de Tomar, confeccionadas apenas com gemas de ovos e cozidas em banho-maria numa panela muito especial, inventada por um latoeiro da cidade em meados do século passado.

Ao sul, o Convento de São Francisco, onde se pode visitar atualmente o curioso Museu dos Fósforos e, a norte, o antigo Convento da Anunciada. A este, no local do atual Museu da Levada, vemos as antigas moagens e moinhos que trabalhavam com a força do rio Nabão que atravessa a cidade. Numa das margens, fica o Convento de Santa Iria e nessa direção, um pouco mais longe, a Igreja de Santa Maria do Olival, onde se encontravam os túmulos de vários templários, entre os quais o de Gualdim Pais, o primeiro mestre Templário de Tomar, morto em 1195. 


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A regra dessa ordem da Cavalaria de monges  guerreiros foi escrita por {São} Bernardo de Clairvaux. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam” (Salmos. 115:1 – Vulgata Latina) que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome” (tradução Almeida)

“Leões na guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com os seus amigos”. – Jacques de Vitry


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