Mar de lama destrói casas e deixa feridos e mortos na região metropolitana de Belo Horizonte, após incidente do rompimento de uma barragem envolvendo a Mina Córrego do Feijão. Há centenas de desaparecidos. Causas do rompimento são desconhecidas. A barragem da Vale se rompeu nesta sexta-feira (25/01) em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um mar de lama destruiu diversas casas na região. Ao menos sete pessoas ficaram feridas, nove morreram, e, segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 300 estão desaparecidas.
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Tragédia em barragem de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte: já há 9 mortos e até 300 desaparecidos
Fontes: https://g1.globo.com/ e https://www.dw.com/
- Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta, em Brumadinho, Região Metropolitana de BH.
- A Vale informou que o rompimento ocorreu no início da tarde de hoje, na Mina Córrego do Feijão; uma barragem rompeu e fez outra transbordar.
- Um mar de lama destruiu casas da região. Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
- Há 9 mortos e até 150 desaparecidos. Nove pessoas foram resgatadas com vida da lama e mais de 100 que estavam ilhadas também.
- Governo federal montou gabinete de crise; Bolsonaro irá sobrevoar o local neste sábado.
Ao todo, 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos vazaram em rompimento de barragemO rompimento ocorreu na Mina Córrego do Feijão. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e a Defesa Civil municipal foram mobilizados para o local. Em comunicado, a Vale afirmou que foi ativado um plano de emergência.
As causas do rompimento são desconhecidas. A Vale disse que havia 427 funcionários na área que foi atingida e 279 foram resgatados com vida. Mais de 100 funcionários da mineradora estão desaparecidos, a maioria estava no momento do desastre no restaurante, que foi soterrado.
Quase 100 bombeiros trabalham no local em busca de vítimas. Mais 200 devem integrar a equipe de resgaste nas próximas horas. Em entrevista coletiva, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que no momento do desastre havia 300 funcionários no local atingido e 100 foram encontrados com vida. “Dessa vez é uma tragédia humana. Porque estamos falando de uma quantidade grande de vítimas. Possivelmente, o dano ambiental é menor”, disse.
Schvartsman afirmou ainda que uma barragem rompeu e outras duas que estavam abaixo desta transbordaram. Ao todo, 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos vazaram. Ele destacou que a barragem que se rompeu estava inativa e disse que ela era antiga e “resistente”. Construída em 1976, a barragem que se rompeu fica na Mina Córrego do Feijão e tinha um volume de 12,7 milhões de metros cúbicos. Segundo o site da Vale, ela não estaria mais recebendo rejeitos desde 2014 devido a uma mudança no processo de beneficiamento do minério.
A Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais disse que tanto a mina quanto a barragem estão devidamente licenciadas e destacou que a estabilidade da barragem foi garantida por um auditor em agosto de 2018. Schvartsman disse que a auditoria foi feita pela empresa alemã TÜV-SÜD.
As sirenes de alerta não teriam tocado. O presidente da Vale não soube confirmar essa informação e disse que tudo ocorreu muito rápido. A Agência Nacional das Águas (ANA) informou que o mar de lama deve ser amortecido pela barragem da usina hidrelétrica Retiro Baixo, localizada a 220 quilômetros do local do rompimento. A onda de rejeitos deve chegar a esse ponto em dois dias.
Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho e de outras cinco cidades na região emitiram alertas para que a população fique longe do rio Paraopeba. Moradores da parte baixa de Brumadinho estão sendo retirados de suas casas. O Instituto Inhotim também foi esvaziado por precaução.
Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse que enviou dois ministros para acompanhar o caso de perto e assinou, na noite de sexta-feira (25), um decreto que cria conselho e comitê para acompanhar o desastre em Brumadinho; saiba mais aqui.. “Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a região”, afirmou.
Num breve pronunciamento, Bolsonaro anunciou que vai sobrevoar a região atingida junto com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para avaliar os danos e decidir as medidas necessárias “para minorar o sofrimento de familiares e possíveis vítimas, bem como a questão ambiental”.
O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que o governo não pode ser culpado pelo desastre. “É uma empresa privada, a Vale é uma empresa privada. Tem que apurar o que houve. Era considerada a barragem de menor grau de risco”, destacou. As buscas por vítimas do rompimento da barragem foram interrompidas durante a madrugada e serão retomadas nesta manhã. Ao longo da madrugada foi realizado cadastramento de familiares das vítimas.
O caso aconteceu três anos após o rompimento de outra barragem no mesmo estado, na cidade de Mariana, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton. A tragédia foi considerada a maior catástrofe ambiental da história do Brasil, com vazamento de resíduos minerais e um saldo de 19 mortes.
Em 5 de novembro de 2015, o mar de lama com rejeito de minério se espalhou por 650 quilômetros e varreu o distrito de Bento Rodrigues. Os moradores aguardam até hoje a reconstrução de suas casas. A recuperação ambiental da região atingida também vai a passos lentos. O desastre levou a Samarco, a Vale e a BHP Billiton ao banco dos réus. As mineradoras respondem na Justiça por homicídio e crime ambiental.
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Causas do rompimento são desconhecidas.
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