Tratores de agricultores britânicos bloquearam as ruas ao redor das Casas do Parlamento em Londres na segunda-feira, enquanto fazendeiros britânicos se reuniam para protestar contra os planos do governo de mudar as políticas de imposto sobre herança do país. As mudanças forçarão muitas fazendas à irem à falência, dizem analistas.
Centenas de agricultores foram à capital britânica para denunciar as mudanças no imposto sobre herança
A política anunciada no orçamento pelo Partido Trabalhista no poder no ano passado entrará em vigor em abril de 2026, eliminando uma isenção de longa data que significava que nenhum imposto sobre herança de terras era pago para passar adiante fazendas familiares. De acordo com a política atualizada, ativos agrícolas com valor acima de £ 1 milhão (US$ 1,24 milhão) seriam responsáveis pelo imposto de 20% quando passados para herdeiros após a morte do proprietário.
O protesto de tratores de um dia inteiro, organizado pela Save British Farming, foi realizado enquanto os legisladores britânicos debatiam uma petição eletrônica com quase 151.000 assinaturas pedindo a preservação das atuais isenções de imposto sobre herança para propriedades agrícolas em atividade.
O protesto tem como objetivo proteger a segurança alimentar do país, disse a comentarista política Katie Hopkins à RT, enfatizando que os agricultores não estavam exigindo subsídios ou outros financiamentos estatais.
“Eles estão apenas pedindo para manter as suas fazendas e terras que herdaram de seus pais para que pudessem dá-las aos filhos. Eles estão apenas pedindo para acordar às cinco da manhã e trabalhar nas suas terras para que possam alimentar a nação”, disse Hopkins.
Assim como em manifestações anteriores, os fazendeiros entraram em Westminster em seus tratores buzinando e segurando cartazes dizendo “Todos nós precisamos de um fazendeiro”, “ Segurança alimentar em primeiro lugar” e “Vamos nos unir”, entre vários outros slogans.
De acordo com Dan Willis, um dos participantes do protesto, as terras pertencentes aos agricultores não são um ativo para comércio, pois são usadas para o cultivo de safras e criação de gado.
“Podemos sentar entre esse enorme ativo, mas sem esse ativo, é assim que ganhamos a vida”, ele disse. “Quando você começa a taxar minhas ferramentas, não consigo fazer meu trabalho e não consigo pagar impostos.Entenda a matemática básica de como eles erraram até agora; é impossível sobreviver a partir de como podemos seguir em frente do jeito que está hoje”, destacou Willis.
Tom Bradshaw, o chefe do Sindicato Nacional de Agricultores, argumentou que os agricultores não se opõem ao pagamento de impostos, mas preferem pagar impostos sobre os produtos “em vez de um imposto sobre a morte, que é simplesmente inacessível e inaceitável”.
Em meio a protestos em novembro, o primeiro-ministro do Reino Unido, o marionete Keir Starmer, defendeu a imposição do imposto controverso, argumentando que a esmagadora maioria dos fazendeiros estaria isenta da medida. Starmer também disse que o governo estava tomando “decisões difíceis que eram necessárias para estabilizar nossa economia”.
