Nikki Haley desiste de disputar indicação republicana, removendo último obstáculo significativo para Trump assegurar sua candidatura. Ex-presidente domina “Superterça” após decisão favorável à sua candidatura na Suprema Corte. A ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, decidiu nesta quarta-feira (06/03) abandonar a disputa pela indicação do Partido Republicano nas eleições presidenciais de novembro. “Chegou a hora de suspender minha campanha”, disse Haley.
Trump tem Caminho Livre para disputar a Presidência dos EUA em novembro
Fonte: DeutscheWelle
Ela anunciou sua decisão em um breve discurso em Charleston, no estado da Carolina do Sul. “Eu disse que queria que os americanos tivessem suas vozes ouvidas. Eu fiz isso. Não me arrependo de nada.”
Ela também admitiu que Donald Trump será o candidato republicano, acrescentando: “Eu lhe desejo o melhor”. No entanto, Haley não ofereceu um endosso total a uma candidatura do ex-presidente. “Nunca siga apenas a multidão. Sempre decida por si mesmo”, disse Haley, citando um ditado da ex-premiê britânica Margaret Thatcher.
Com a desistência dela, o ex-presidente Donald Trump se livrou do último obstáculo para assegurar a indicação para disputar a presidência americana. Antes disso, a popularidade de Trump entre os republicanos já havia resultado na desistência de outros pré-candidatos, como o governador da Flórida Ron DeSantis, que falharam em se colocar como uma alternativa ao ex-presidente.
A forma como as primárias tem caminhado também vem apontando para uma repetição do duelo Trump contra o atual presidente [‘Dementia’ Joe] Biden nas eleições de novembro, como ocorreu em 2020. Assim como Trump, Biden também praticamente assegurou a candidatura pelos democratas. No momento, Biden já garantiu 1.470 dos 1.968 delegados necessários, enquanto Trump conta com 995 de 1.215.
Dessa forma, outra campanha entre Trump, de 77 anos, e Biden, de 81, será o primeiro confronto presidencial repetido nos EUA desde 1956.
Trump domina a “Super terça”
A desistência de Haley ocorreu depois de Trump dominar a chamada “Super terça”, data crucial das primárias dos EUA, tanto no Partido Republicano quanto no Democrata.
Dos 15 estados americanos que estavam em jogo, a ex-governadora da Carolina do Sul ganhou as primárias somente no pequeno Vermont. Trump, por sua vez, venceu nos outros 14, incluindo Estados com população e delegados significativa, como o Texas e a Califórnia.
Nas etapas anteriores, Trump havia vencido praticamente quase todas primárias republicanas realizadas, incluindo Iowa, New Hampshire, Nevada, Carolina do Sul, Michigan, Idaho e Missouri.
Haley, por sua vez, obteve no domingo passado, apenas uma vitória magra, na capital dos EUA, Washington DC, com perto de dois terços dos votos. Porém, Washington DC só tem 17 delegados (que foram todos para ela). Em comparação, Trump, ao vencer apenas na Califórnia na “Super terça”, assegurou, 169 delegados.
Atualmente respondendo a diversos processos, o ex-chefe de Estado (2017-2021) celebrou a “noite fantástica”: “Eles a chamam de “Super terça” por uma razão”, comentou à multidão em júbilo reunida diante de sua mansão-clube em Mar-a-Lago, na Flórida.
A desistência de Haley e o domínio na “Super terça” não foram as únicas notícias que deram impulso para a campanha de Trump. Na última segunda-feira, os juízes da Suprema Corte decidiram, de forma unânime, que Trump está autorizado a concorrer à Presidência dos EUA.
Os magistrados julgavam um recurso da defesa de Trump a uma decisão prévia da Justiça do estado do Colorado, que havia proibido o ex-presidente de concorrer no estado, com o argumento de que ele apoiou uma insurreição – a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021. – [cn/jps (EFE, Lusa)]