Um Mundo Pós-Dólar está Chegando: ‘Não se deixe enganar pela valorização atual’

A moeda dos EUA pode parecer forte atualmente, mas suas fraquezas sistêmicas estão aumentando e sendo expostas … Este mês, quando o dólar subiu para níveis não vistos pela última vez há quase 20 anos, os analistas invocaram o velho argumento TINA ([There Is No Alternativenão há alternativa) para prever mais ganhos à frente para o “poderoso” dólar.

Um Mundo Pós-Dólar está Chegando: ‘Não se deixe enganar pela valorização atual’

Fonte: Financial Times

O que aconteceu há duas décadas sugere que o dólar está mais perto de atingir o pico do que subir ainda mais. Mesmo quando as ações dos EUA caíram no estouro das empresas Pontocom, o dólar continuou subindo, antes de entrar em um declínio que começou em 2002 e durou seis anos. Um ponto de virada semelhante pode estar próximo. E desta vez, o declínio da moeda americana pode durar ainda mais . . . e talvez definitivamente.

Ajustado pela inflação ou não, o valor do dólar em relação a outras moedas importantes está agora 20% acima de sua tendência de longo prazo e acima do pico alcançado em 2001. O crescimento atual está em seu 11º ano. Além disso, os desequilíbrios fundamentais são um mau presságio para o dólar.

Quando um déficit em conta corrente está persistentemente acima de 5% do produto interno bruto, é um sinal confiável de problemas financeiros futuros. Isso é mais verdadeiro em países desenvolvidos, onde esses episódios são raros e concentrados em nações propensas a crises, como Espanha, Portugal e Irlanda. O déficit em conta corrente dos EUA está agora perto desse limite de 5%, que foi quebrado apenas uma vez desde 1960. Isso foi durante a queda do dólar depois de 2001.

As nações veem suas moedas enfraquecerem quando o resto do mundo não confia mais que elas possam pagar suas contas. Atualmente, os EUA devem ao mundo US$ 18 trilhões líquidos, ou seja 73% do PIB dos EUA, muito além do limite de 50% que muitas vezes antecede crises cambiais passadas.

Finalmente, os investidores tendem a se afastar do dólar quando a economia dos EUA está desacelerando em relação ao resto do mundo. Nos últimos anos, os EUA têm crescido significativamente mais rápido do que a taxa média de outras economias desenvolvidas, mas está prestes a crescer mais lentamente do que seus pares nos próximos anos.

Se o dólar está perto de entrar em declínio, a questão é se esse período dura o suficiente e é profundo o suficiente para ameaçar seu status como a moeda [de reserva global] mais confiável do mundo.

Desde o século XV, os últimos cinco impérios globais emitiram a moeda de reserva do mundo – a moeda mais usada por outros países – por 94 anos em média. O dólar manteve o status de reserva por mais de 100 anos, então seu reinado já é mais antigo do que a maioria das moedas de reserva mundial anteriores.

O dólar foi reforçado pelas atuais fraquezas de seus rivais. O euro tem sido repetidamente minado por crises financeiras, enquanto o renminbi chinês é fortemente administrado por um regime ateu comunista autoritário. No entanto, as alternativas ao dólar estão ganhando terreno.

Além das quatro grandes moedas – dos EUA, da Europa [Euro], Japão e Reino Unido – está a categoria de “outras moedas” que inclui o dólar canadense e australiano, o franco suíço e o renminbi. Elas agora representam 10% das reservas globais, acima dos anteriormente 2% em 2001, um crescimento de 400%.

Os ganhos destas moedas, que se aceleraram durante a pandemia covid, ocorreram principalmente às custas do dólar americano.

A participação do dólar nas reservas cambiais está atualmente em 59% – a menor desde 1995.

As moedas digitais [CBDCs] podem parecer desgastadas agora, mas também continuam sendo uma alternativa de longo prazo.

Enquanto isso, o impacto REVERSO das sanções dos EUA sobre a Rússia, que demonstra uma economia forte e inabalável, está demonstrando quanta influência os EUA exercem sobre um mundo movido pelo dólar, inspirando muitos países a acelerar sua busca por outras opções abandonando o dólar. É possível que o próximo passo não seja em direção a uma única moeda de reserva, mas a utilização de blocos monetários.

As maiores economias do Sudeste Asiático estão cada vez mais acertando pagamentos umas às outras diretamente, evitando usar o dólar. Malásia e Cingapura estão entre os países que fazem acordos semelhantes com a China, que também está estendendo ofertas de apoio ao renminbi a nações em dificuldades financeiras. Bancos centrais desde a Ásia ao Oriente Médio estão montando linhas bilaterais de swap cambial, também com a intenção de reduzir a utilização do dólar americano.

Hoje, como na era das empresas Pontocom, o dólar parece estar se beneficiando de seu status de [aparente] porto seguro, com a maioria dos mercados do mundo estando vendidos. Mas os investidores não estão correndo para comprar ativos dos EUA. Eles estão reduzindo seu risco em todos os lugares e ainda mantendo o dinheiro resultante em dólares.

Este não é um voto de confiança na economia dos EUA, e vale lembrar que analistas otimistas ofereceram o mesmo motivo para comprar ações de tecnologia em suas recentes avaliações de pico: não há alternativa. Isso acabou mal. Tina [There Is No Alternative] nunca é uma estratégia de investimento viável, especialmente quando os fundamentos da economia de um pais estão se deteriorando, como nos EUA.

Portanto, não se deixe enganar pelo atual Dólar Forte. O mundo Pós-Dólar está chegando . . . e rápido.

O autor deste artigo, Ruchir Sharma é presidente da Rockefeller International


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{Nota de Thoth: Em breve haverá um novo papa, será um francês, e será o ÚLTIMO  . . .  A estrondosa queda da “Estátua de Nabucodonosor“, com o fim do Hospício e os psicopatas da civilização ocidental e a própria destruição da região da cidade de Roma [incluso a cloaca do Vaticano] estão bem próximos de acontecer. O Hospício Ocidental, o circo do G-7 [do qual dois marionetes já caíram, Mario Draghi e Boris Johnson], os ditos “Países de Primeiro Mundo” vão fazer face ao seu carma “liberal“}


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