Em outra misteriosa grande agitação nos mais altos níveis políticos e de defesa da China, sob a batuta de Xi Jinping, o ministro da Defesa da China, Li Shangfu, foi demitido nessa terça-feira, tornando-o o segundo alto funcionário [do PCC] a ser demitido sem qualquer motivo oficial plausível. O fato segue-se à surpreendente demissão do Ministro dos Negócios Estrangeiros Qin Gang em Julho, que também foi recebida com intensa especulação e rumores de uma repressão política mais ampla para garantir a lealdade total pró-Xi Jinping.
Xi demite Ministro da Defesa – Segundo Alto Escalão a sair em 3 meses sem aparente motivo
No caso do agora ex-chefe da Defesa, o general Li Shangfu, ele não era visto em público desde o final de agosto , depois de ter sido nomeado para o cargo apenas no mês de março.
Sua destituição já foi aprovada pela legislatura oficial, o Congresso Nacional do “Povo”, confirmou a mídia estatal. Isto significa ainda que Li já não é membro da poderosa Comissão Militar Central. Ele tem estado sob sanções dos EUA, contra as quais Pequim há muito protestava e se irritava.
O NY Times enfatizou que isto se soma aos rumores crescentes de que tudo isto faz parte de uma repressão anti-corrupção, também parte de controles mais rigorosos sobre a segurança nacional, e que Li poderia possivelmente estar enfrentando acusações formais :
Há apenas quatro meses, o Ministro da Defesa da China, General Li Shangfu, esteve num fórum para responsáveis regionais em Singapura, servindo como rosto da visão ousada do seu país para remodelar o equilíbrio de poder da Ásia. Ele classificou a China como uma força de estabilidade e acusou os Estados Unidos de provocarem problemas na região, sugerindo que os seus líderes deveriam “cuidar da sua vida”.
Agora, o General Li foi demitido depois de quase dois meses fora da vista do público – o exemplo mais recente dos caprichos da política de alto nível na China sob Xi Jinping, o principal líder do país.
O relatório diz que está em aberto a questão de saber se ele está ou não sendo investigado por algum crime. Além disso, o NYT observa que “a destituição do ministro da Defesa também se seguiu a uma mudança abrupta em agosto na liderança da força nuclear da China, a convulsão de mais alto nível nas forças armadas da China nos últimos anos”.
Quanto ao ministro das Relações Exteriores demitido, Qin Gang, a imprensa ocidental apelidou Qin de o ex-“favorito de alto nível” do presidente Xi Jinping, dado que ele desempenhou o papel de ponta de lança na importante visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no início do verão, que foi uma tentativa de resgatar a espiral das relações EUA-China. Na verdade, Qin foi rebaixado ainda mais a partir desta semana :
CHINA REMOVE QIN GANG DO POSTO DE CONSELHO DE ESTADO – STATE MEDIA
Tal como o agora destituído ministro da Defesa, a ascensão de Qin foi rápida e breve. O FT havia apontado em julho que “Qin teve uma ascensão meteórica desde sua nomeação como embaixador chinês nos EUA em 2021 até ministro das Relações Exteriores e membro do gabinete da China, o Conselho de Estado, em março” – mas logo depois “desapareceu” da vista do público, para nunca mais ser visto.
Uma questão permanece: há uma mudança maior em curso nos “intestinos” da China ?Parece que sim, dado o padrão emergente de rápida rotação nas posições mais poderosas e influentes da China sob Xi. Quem irá sucumbir à seguir?
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