Agharta – 3 – Além do Vento Norte

Livro “The Smoky God” ou Uma Viagem ao Mundo Interior do reino de AGHARTA – TERCEIRA PARTE: Além do Vento Norte Tentei esquecer a minha sede me ocupando com fazer um pouco de comida e buscando um utensílio vazio desde o porão. Chegando à lateral do barco, enchi a vasilha com água do mar com a finalidade de lavar minhas mãos e rosto. Para o meu espanto, quando a água entrou em contato com meus lábios, eu podia sentir o gosto dela ser sem sal. Fiquei surpreso com a descoberta. “Pai!” bastante ofegante eu o chamei, “a água, a água, ela é fresca e doce!” “O que voce disse Olaf?” exclamou meu pai, olhando rapidamente ao redor. “Certamente, você está enganado. Não há terra à vista. Você está ficando louco.” “Mas gosto disso!” Chorei.

“Existem três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: a  Lua, o Sol e a VERDADE”  – Sidhartha Gautama (O Buddha)


“The Smoky God, or A Voyage Journey to the Inner Earth“, é um “romance” publicado em 1908 por Willis George Emerson, que o apresenta como um relato verdadeiro de um marinheiro norueguês chamado Olaf Jansen, e explica como o saveiro dele navegou através de uma entrada no polo norte para o interior da Terra onde ele entrou em contato com uma outra civilização (Agharta).

Fonte: https://www.ourhollowearth.com/SGContents.htm

TERCEIRA PARTE: Além do Vento Norte

E assim fizemos a descoberta de que a água que nos circundava era realmente água doce e fresca, absolutamente verdadeiro, água sem sequer ter o sabor de água salobra, menos salgada ou mesmo sequer a suspeita de um sabor salgado.

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Enchemos imediatamente nossas duas pipas de água restantes (que sobraram do nosso quase naufrágio) com esta água fresca, e meu pai declarou que isso era uma dispensação divina e celeste da misericórdia dos deuses Odin e Thor.

Estávamos quase enlouquecidos de alegria, mas a fome nos mandou acabar com o jejum forçado. Agora que nós tínhamos encontrado água doce em uma corrente em pleno mar aberto, o que poderíamos não esperar mais nesta estranha latitude no extremo norte onde navio nenhum nunca antes havia navegado e o toque de um remo na água nunca tinha sido ouvido anteriormente? (1)

(1) Em vol. I, página 196, Nansen escreve: “É um fenômeno muito peculiar, – esta água.Tivemos neste momento uma oportunidade melhor de estudá-la do que havíamos desejado. Ela ocorre quando uma camada superficial de água doce repousa sobre a água salgada do oceano, e esta água doce é levada junto com o navio deslizando sobre o mar de água salgada mais pesada debaixo dela, como se sobre uma base fixa. A diferença entre os dois estratos era, neste caso, tão grande que, enquanto nós tínhamos água potável na superfície do mar, a água que entreva pelo piso inferior da sala de máquinas nos porões do barco era muito salgada para ser usada para a caldeira”.

Mal tínhamos a nossa fome aplacada quando uma brisa começou a encher as velas ociosas, e, olhando para a bússola, encontramos o ponto norte pressionando duramente contra o vidro. Em resposta a minha surpresa, meu pai disse: “Eu ouvi sobre isso antes, é o que eles chamam de imersão da agulha.”

Nós soltamos a bússola e a colocamos em ângulo reto com a superfície do mar antes que a agulha se livrasse do vidro e apontasse de acordo com a atração do polo norte sem ser molestada. Ela se deslocou inquieta, e parecia tão instável como um homem embriagado, mas, finalmente, apontou um curso.

Antes que isso acontecesse achamos que o vento estava levando-nos ao norte pelo noroeste, mas, com a agulha livre, descobrimos, se a agulha pudesse parar, que estávamos navegando um pouco ao norte/nordeste. Nosso curso, no entanto, foi sempre tendendo para o norte.(2)

(2) No volume II, páginas 18 e 19, Nansen escreve sobre a inclinação da agulha. Falando de Johnson, seu assessor: “Um dia – era 24 de novembro – ele entrou para o jantar um pouco depois das seis horas, muito assustado, e disse:” Não só tem acontecido uma inclinação singular da agulha na bússola em vinte e quatro graus. E notavelmente o suficiente, a sua extremidade norte esta apontada para o leste. “

Voltamos a encontrar na primeira viagem de Peary – página 67, – o seguinte: “Ele havia observado que a partir do momento em que tinha entrado em Lancaster Sound, o movimento da agulha da bússola era muito lento, e seu desvio aumentou à medida que avançava ao oeste, e continuou a fazê-lo. Tendo chegado a latitude 73 graus, eles testemunharam pela primeira vez o curioso fenômeno do poder magnético da agulha tornando-se tão fraco a ponto de ser completamente superado pela atração do navio, de modo que a agulha agora poderia se dizer que apontava para o pólo norte do navio”

Duas diferentes imagens de satélite do Polo Norte e em ambas a “abertura” para o reino de Agharta é visível claramente.

O mar estava sereno e suave, quase sem ondas agitadas, e o vento forte e emocionante. Os raios do sol, ao golpear-nos obliquamente, nos preenchia com tranquilizante calor. E assim o tempo foi passando, dia após dia, e encontramos a partir do registro em nosso diário de bordo, que nós tínhamos enfunado as velas já a 11 dias desde a tempestade no mar aberto.

Por praticar a mais estrita economia, a nossa comida estava se segurando razoavelmente bem, mas começava a escassear. Enquanto isso, um dos nossos barris de água havia sido esvaziado, e meu pai disse: “Vamos enchê-lo novamente”. Mas, para nosso espanto, encontramos que a água agora era salgada como na região das Ilhas Lofoden ao largo da costa da Noruega. Isto exigiu a que nós fôssemos extremamente cuidadosos no consumo do barril de água restante.

Eu encontrei-me querendo dormir a maior parte do tempo; se era o efeito da experiência emocionante de navegar em águas desconhecidas, ou o relaxamento do incidente pela emoção terrível com a nossa aventura em uma pesada tempestade no mar aberto e gelado, ou devido à falta de comida, eu não saberia dizer.

Eu freqüentemente deitava no bunker do nosso pequeno saveiro, e olhava muito para cima na cúpula azul do céu; e, não obstante o sol estava brilhando longe no leste, eu sempre via uma única estrela bem acima de nossas cabeças. Por vários dias, quando eu olhava para esta estrela, ela sempre estava lá diretamente acima de nós.

Era agora, de acordo com nossos cálculos, em torno do dia primeiro de agosto. O sol estava alto no céu, e era tão brilhante que eu já não podia ver aquela estrela solitária que atraiu minha atenção, poucos dias antes.

Um dia, a esta hora, o meu pai me assustou, chamando minha atenção para uma nova visão muito à frente de nós, quase no horizonte. “É um sol simulado”, exclamou o meu pai. “Eu li a respeito deles, que é chamado de reflexo ou miragem. Em breve ele desaparecerá.”

Mas aquilo, o pseudo falso sol vermelho esfumaçado, como supúnhamos que ele fosse, não nos abandonava durante várias horas; e enquanto estávamos inconscientes de sua emissão de quaisquer raios de luz, ainda houve tempo depois quando ainda podíamos varrer o horizonte em frente e encontrar a iluminação do chamado falso sol, durante um período de pelo menos 12 horas de cada vinte e quatro.

Nuvens e nevoeiros que, por vezes, quase, mas nunca inteiramente, ocultavam a sua localização. Aos poucos, ele parecia subir mais alto no incerto horizonte do céu púrpura à medida que avançávamos. Dificilmente poderia ser dito que lembrava o sol, exceto em sua forma circular, e quando não obscurecido por nuvens ou névoas do oceano, ele tinha uma aparência vermelho-nebulosa, meio cor bronzeada, que mudaria para um branco, como uma nuvem luminosa, como se refletindo alguma luz maior além dele.

Nós finalmente concordamos em nossa discussão sobre este sol esfumaçado de cor vermelha, de que, qualquer que fosse a causa do fenômeno, que ele não era um reflexo do nosso sol, mas um tipo qualquer de planeta -. Realmente (3)

(3) Nansen, na página 394, diz: “Hoje outra coisa notável aconteceu, era cerca de meio-dia quando aconteceu, vimos o sol, ou para ser mais correto, uma imagem do sol, pois era apenas uma miragem. A impressão peculiar foi produzida. com a visão de que o fogo incandescente aceso logo acima da aresta exterior do gelono horizonte. De acordo com as descrições entusiásticas dadas por muitos viajantes das regiões árticas da primeira aparição deste deus da vida após a longa noite de inverno, a impressão deve ser jubilosa, de excitação; mas não foi assim no meu caso pois não esperávamos vê-lo por alguns dias, no entanto, pois que o meu sentimento era sim de dor, de decepção, de que devíamos ter derivado navegando mais ao sul do que pensávamos. Por isso, foi com prazer que eu logo descobri que aquilo não poderia ser o nosso sol. A miragem estava achatada no começo, brilhando com raios vermelhos de fogo no horizonte; mais tarde, havia duas faixas, uma acima da outra, com um espaço escuro entre ambas e da principal faixa de cima eu podia ver quatro, ou mesmo cinco, dessas linhas horizontais diretamente umas sobre as outras, todas de igual comprimento, como se só se podia imaginar num quadrado, e um sol vermelho escuro, com listras escuras horizontais através dele “.

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Um dia, logo depois disso, eu me senti muito sonolento, e dormi um sono profundo. Mas parecia que eu fui quase que imediatamente despertado pela agitação vigorosa sacudindo-me pelo ombro e ouvindo meu pai dizer: “Olaf, desperte, há terra à vista!”

Eu pulei sobre os meus pés, e oh! alegria indescritível! Lá, ao longe, mas diretamente em nosso caminho, estavam terras salientes corajosamente surgindo do mar. A linha de costa se estendia para longe, para o nosso lado direito, tanto quanto o olho podia ver, e ao longo da praia de areia haviam ondas que quebravam em espuma instável, recuando, em seguida, indo para a frente de novo, sempre cantando em tons de um trovão monótono de uma música profunda. Os bancos de areia da praia estavam cobertos com árvores e vegetação. Eu não posso expressar o meu sentimento de exultação sobre esta descoberta. Meu pai ficou imóvel, com a mão no leme, olhando para a frente, derramando seu coração em oração agradecida e agradecimento aos deuses Odin e Thor.

Nesse meio tempo, pegamos uma rede que encontramos na estiva e a lançamos ao mar, pegamos alguns peixes que materialmente adicionamos, em nosso cada vez menor, estoque de provisões. A bússola, que tínhamos fixado no seu lugar, com medo de outra tempestade, ainda estava apontando para o norte, e movendo-se em seu eixo, tal como tinha acontecido em Estocolmo. O mergulho da agulha havia cessado. O que isso poderia significar? Então, certamente os nossos muitos dias de navegação haviam nos levado muito além do Pólo Norte. E ainda assim a agulha continuava a apontar para o norte. Estávamos extremamente perplexos, pois certamente a nossa direção agora era rumo sul. (4) 

(4) Na primeira viagem de Peary, páginas 69 e 70, ele diz: “Ao chegar a Ilha de Sir Byam Martin, o mais próximo de Melville Island, a latitude do lugar de observação foi de 75º graus-09′-23”, e a longitude 103º graus – 44′-37”; o mergulho da agulha magnética de 88º graus-25′-58” de longitude oeste na longitude de 91º graus-48′, onde tinha sido feito as últimas observações sobre a costa, a 165º graus-50 ‘-09’ ‘, a leste, em sua estação atual, de modo que estivemos”, disse Peary, “navegando no espaço compreendido entre este dois meridianos, cruzado de imediato para o norte do pólo magnético, e tínhamos passado, sem dúvida, mais um daqueles pontos em cima do globo onde a agulha teria variado 180 graus, ou em outras palavras, onde o Pólo Norte seria apontado como estando para o sul. “

Navegamos por três dias ao longo da costa, para em seguida, atingirmos a foz de um fiorde ou rio de tamanho imenso. Parecia mais como uma grande baía, e para esta entrada terra adentro nós viramos a proa do nosso barco de pesca, a direção ligeiramente sendo nordeste/sul. Com a ajuda de um vento inquieto que veio em nosso auxílio cerca de 12 horas em cada vinte e quatro, continuamos a fazer o nosso caminho para o interior daquelas terras, para o que mais tarde provou ser um poderoso rio, e que nós aprendemos que era chamado pelos habitantes locais de rio Hiddekel.

Continuamos nossa jornada mais 10 dias depois, e descobrimos que já tínhamos felizmente alcançado uma distância interior, onde as marés do oceano já não afetavam a água, que se tinha tornado fresca e doce. A descoberta veio em boa hora, pois que o nosso barril de água restante estava já quase esgotado. Nós não perdemos tempo na reposição de água em nossos barris, e continuamos a navegar mais rio acima, quando o vento era favorável.

Ao longo das margens grandes florestas adentravam quilômetros de extensão podendo ser vista estendendo-se na linha de costa. As árvores eram de enorme tamanho. Nós atracamos após ancorar perto de uma praia de areia, e aportamos em terra, e fomos recompensados ??ao encontrar uma quantidade de nozes que eram muito saborosas e satisfatórias para saciar a nossa fome, e uma mudança bem-vinda na monotonia de nosso estoque de provisões.

Já estávamos no dia primeiro de setembro, mais de cinco meses, foi calculado, desde a nossa partida de Estocolmo na Suécia. De repente, estávamos assustados quase fora de nossa sanidade por ouvir ao longe o canto de pessoas. Logo depois descobrimos um enorme navio deslizando rio acima diretamente para nós. Aqueles a bordo estavam cantando em um poderoso coro que, fazendo eco de uma margem do rio à outra, soou como milhares de vozes, enchendo todo o universo com tremenda melodia. O acompanhamento era feito em instrumentos de cordas, muito similares às nossas harpas.

Era um navio maior do que qualquer outro que já tínhamos visto, e era construído de forma diferente.(5)

(5) Asiatic Mythology, – página 240, “Paradise Found” – de tradução por Sayce, em um livro chamado “Registros do Passado”, fomos informados de uma “morada”, que “os deuses criaram” para os primeiros seres humanos, – uma habitação na qual “eles se tornaram muitos” e “aumentaram em números”, e cuja localização é descrita em palavras exatamente correspondentes aos das lendas encontradas na literatura iraniana, indu, chinesa, Eddaica e Azteca; ou seja, “no centro da terra.” – Warren.

Neste momento especial o nosso saveiro estava calmamente ancorado, e não muito longe da costa. A margem do rio, coberta de árvores gigantescas, que levantavam-se várias centenas de metros de forma bonita. Parecia-nos estarmos à beira de alguma floresta primitiva que, sem dúvida, se estendia até mais ao interior.

A imensa embarcação parou, e quase imediatamente um barco foi abaixado e seis homens de estatura gigantesca remaram até o nosso pequeno saveiro de pesca. Eles se dirigiram à nós e nos falaram em uma língua estranha. Sabíamos pelas suas maneiras, no entanto, que eles não eram hostis. Eles conversaram muito entre si, e um deles riu imoderadamente, como se ao nos encontrar tivessem feito uma descoberta estranha. Um deles espiou a nossa bússola, e pareceu-lhes interessar mais do que qualquer outra parte do nosso saveiro.

Finalmente, o líder fez um gesto como se a perguntar se estávamos dispostos a deixar o nosso pequeno barco de pesca para ir a bordo do navio com eles:

O que você diz, meu filho?” Perguntou o meu pai. “Eles não podem fazer mais do que nos matar.”

“Eles parecem estar dispostos gentilmente”, eu respondi, “Embora sejam gigantes terríveis! Eles devem ser o seleto grupo de seis soldados do regimento do reino. Basta olhar para o seu grande tamanho.”

“Nós podemos muito bem ir de bom grado ou sermos tomados à força”, disse meu pai, sorrindo, “pois eles são certamente capazes de nos capturar.” 

Então, meu pai os fez saber, por meio de sinais, que estávamos prontos para acompanhá-los. Em poucos minutos estávamos a bordo do navio, e meia hora depois o nosso pequeno barco de pesca tinha sido levantado fora da água por uma estranha espécie de gancho e colocado a bordo como uma curiosidade.

Havia centenas de pessoas a bordo daquele navio, que para nós, era um navio gigantesco, e que descobrimos ser chamado de “Naz”, ou seja, como nós aprendemos mais tarde, “Pleasure”, ou para dar uma interpretação mais adequada, navio de “Excursão Prazeirosa”.

Se meu pai e eu estávamos com uma imensa curiosidade a respeito dos ocupantes do navio, essa estranha raça de gigantes nos ofereceu uma quantidade igual de curiosidade e admiração.

Não havia um único homem a bordo que não teria medido totalmente 12 pés de altura (cerca de 3,66 metros de altura). Todos usavam barbas completas, não particularmente longas, mas aparentemente bem cortadas. Eles tinham rostos suaves e bonitos, extremamente bem feitos, com tez rosada. O cabelo e a barba de alguns eram negros, outros com cor de areia, e ainda amarelo em outros. 

O capitão, como designado o dignitário no comando do grande navio, era uma cabeça mais alto do que qualquer um de seus companheiros (cerca de 4 metros de altura). As mulheres em média tinham entre 10 e 11 pés (3,05 a 3,40 metros) de altura. Suas características eram especialmente regular e refinada, enquanto sua pele era de um tom mais delicado agravada por um brilho saudável. (6)

(6) “De acordo com todos os dados disponíveis, que surgiram desde a época do aparecimento do homem no palco da Terra, o jardim do ‘Éden” que ficava no agora perdido ‘continente Mioceno”, o que, então, era cercado pelo Pólo Norte, no hoje gelado Ártico. E que na verdade, nesse Eden original algumas das primeiras gerações do homem alcançava uma estatura e longevidade inigualável depois admitida em todos os países conhecidos na história pós-diluviana, isso não é de forma alguma cientificamente incrível”. – Wm. F. Warren, “Paradise Found”, p. 284.

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Tanto os homens como as mulheres pareciam possuir essa facilidade particular de maneiras que consideramos um sinal de boa educação, e, não obstante as suas estaturas enormes, não havia nada sobre eles sugerindo constrangimento. Como eu era um rapaz com apenas meu décimo nono ano de vida, eu estava, sem dúvida, sendo encarado como um verdadeiro Tom Thumb. Os mais de seis pés e três polegadas (cerca de 1,90 metros) de altura de meu pai não elevava o topo de sua cabeça acima apenas da linha da cintura desses homens.

Cada um parecia competir com os outros em estender cortesias e mostrar bondade para conosco, mas todos riam bastante, eu me lembro, quando eles tiveram que improvisar cadeiras para mim e o meu pai para sentarmos à mesa com eles. Eles estavam ricamente vestidos em um traje peculiar em si mesmo, e muito atraente. Os homens estavam vestidos com túnicas generosamente bordadas de seda e cetim e com cinto na cintura. 

Eles usavam calções até aos joelhos e meias de uma textura fina, enquanto seus pés estavam envoltos em sandálias enfeitadas com fivelas de ouro. Nós cedo descobrimos que o ouro era um dos metais mais comuns conhecidos, e que era amplamente utilizado na decoração. Por mais estranho que possa parecer, nem meu pai nem eu nos sentimos nem um pouco preocupados com a nossa segurança, não sentíamos medo. 

“Viemos por nossa conta e risco”, disse meu pai para mim. “Este é o cumprimento da tradição contada pelo meu pai e pelo pai do meu pai, e retrocedendo ainda mais para muitas gerações de nossa raça. Esta é, seguramente, a lendária terra além do Vento Norte“.

Nós parecíamos causar tal impressão sobre o grupo de gigantes que nos foi dada atenção especialmente para cargo de um dos homens, Jules Galdea, e sua esposa, com a finalidade de sermos educados em sua língua e costumes; e nós, de nossa parte, estávamos tão ansiosos para saber como eles iriam nos instruir.

Ao comando do capitão, o navio girou habilmente, começando a refazer o seu curso até o meio do rio. As máquinas, enquanto silenciosas, eram muito poderosas. Os bancos de areia e árvores de ambas as margens do rio pareciam correr à frente de nossos olhos. A velocidade do navio, às vezes, superava a de qualquer trem sobre o qual eu já estive embarcado, mesmo aqui na América do Norte. Foi maravilhoso.

Nesse meio tempo, nós tínhamos perdido de vista os raios do sol, mas encontramos um esplendor que emanava daquele estranho sol vermelho esfumaçado, que já havia atraído a nossa atenção antes, agora dando uma luz branca aparentemente vindo de um banco de nuvens longe na nossa frente. A luz que emanava era uma luz maior, devo dizer, do que duas luas cheias, na sua noite mais clara.

Em 12 horas essa nuvem passaria, como se fosse eclipsada, e as 12 horas seguintes se corresponderia com a nossa noite conhecida. Nós logo aprendemos que essas pessoas estranhas eram adoradores desta grande nuvem esbranquiçada da noite. Era chamada de “The Smoky God” (O Deus Enevoado) do “Inner World” (Mundo da Terra Interior).

O navio era equipado com um modo de iluminação que agora eu presumo que fosse eletricidade, mas nem meu pai nem eu éramos suficientemente qualificados em mecânica para entender de onde vinha a energia para operar o navio, ou para manter as bonitas e suaves luzes acesas que corresponderiam a mesma finalidade dos nossos métodos atuais de iluminação nas ruas de nossas atuais cidades, nossas casas e locais de trabalho.

Deve ser lembrado de que o tempo sobre o qual eu escrevo, em que os fatos ocorreram, foi o Outono de 1829 (o livro foi publicado 79 anos depois), e nós da superfície “fora” da terra (interior) ainda não sabíamos de nada, por assim dizer, sobre a eletricidade. A condição eletricamente carregada do ar era um vitalizante constante. Eu nunca me senti melhor na minha vida do que durante os dois anos em que eu e meu pai peregrinamos pelo reino da “Terra Interior” (Agharta).

Devo agora retomar a minha narrativa dos eventos: O navio em que estávamos navegando chegou a parar dois dias depois que nós fomos levados a bordo. Meu pai disse que tanto quanto podia julgar, nós naquele momento estávamos diretamente sob Estocolmo ou Londres. A cidade que tínhamos chegado era chamada de “Jeú”, significando uma cidade portuária. As casas eram grandes e muito bem construídas e bastante uniformes na aparência, mas sem mesmice. A principal ocupação das pessoas parecia ser a agricultura; as encostas estavam cobertas de vinhas, enquanto os vales eram dedicados ao cultivo de grãos.

Eu nunca vi uma tal exibição de ouro antes. Ele estava presente em toda parte. Os metais das portas eram embutidos e as mesas eram revestidas com chapas de ouro. As cúpulas dos edifícios públicos eram de ouro. Também era usado mais generosamente nos acabamentos dos grandes templos de música.

A vegetação crescia com uma exuberância pródiga, e as frutas de todos os tipos possuíam o sabor mais delicado. Cachos de uvas de quatro a cinco metros de comprimento, cada uva tão grande quanto uma laranja, e as maçãs maior do que a cabeça de um homem,  tipificavam o maravilhoso crescimento e tamanho de todas as coisas no “Inner World” (a Terra Interior).

Os grandes sequóias da Califórnia seriam consideradas mera vegetação rasteira em comparação com as árvores verdadeiramente gigantes da floresta que se estendia por quilômetros e quilômetros em todas as direções. Em muitos sentidos ao longo do sopé das montanhas foram vistos grandes rebanhos de gado durante o último dia de nossa viagem no rio.

Ouvimos falarem muito de uma cidade chamada por “Éden”, mas ficamos retidos na cidade de “Jeú” por um ano inteiro. Ao final desse tempo em que já tínhamos aprendido a falar muito bem a língua dessa estranha raça de seres humanos. Nossos instrutores, Jules Galdea e sua esposa, exibiram uma paciência que foi realmente louvável com relação ao nosso aprendizado.

Um dia, um enviado do Governador da cidade de “Eden” veio nos ver, e por dois dias inteiros eu e meu pai fomos submetidos a uma série de perguntas surpreendentes. Eles queriam saber de onde viéramos, que tipo de pessoas habitavam “fora”, e qual Deus nós adorávamos, as nossas crenças religiosas, o modo de viver em nossa terra estranha, e milhares de outras coisas.

A bússola que tínhamos trazido conosco atraiu a atenção especial. Meu pai e eu comentamos entre nós o fato de que a bússola ainda apontava para o norte, apesar de que agora sabíamos que tínhamos navegado sobre a curva ou a borda da abertura da terra existente no NORTE, e depois rumamos muito bem para o sul na superfície “dentro” da crosta terrestre, que, de acordo com estimativa do meu pai e a minha própria, é de cerca de 300 milhas de espessura do “interior” à superfície “de fora”. Genericamente falando, não é mais espessa do que uma casca de ovo, de modo que há quase tanta superfície no “interior”, assim como no exterior, no mundo “fora” da terra interior.

A grande nuvem luminosa ou aquela bola de fogo vermelho-esfumaçado visível no período da manhã e à noite, e durante o dia emitindo uma bela luz branca, o “The Smoky God”, – esta aparentemente suspenso no centro do grande vácuo “dentro” da terra, e permanece no seu lugar pela imutável lei da gravitação, ou uma força atmosférica repelente, como seja o caso. Refiro-me ao poder conhecido que atrai ou repele com a mesma força em todas as direções (hoje chamaríamos de magnetismo).

A base dessa nuvem elétrica esbranquiçada ou desta luminária central, a sede da “morada dos deuses”, é escura e não transparente, exceto por inúmeras pequenas aberturas, existentes na parte inferior da grande base ou o altar da Divindade, sobre a qual “O Deus Smoky” repousa; e as luzes passando através destas muitas aberturas brilham à noite, em todo o seu esplendor, e parecem ser estrelas, tão naturais como as estrelas que vimos brilhar nos céus do mundo exterior quando em nossa casa, em Estocolmo, com exceção de que elas se pareçam maiores.

“O Deus Smoky”, portanto, a cada revolução diária da Terra, parece vir do leste e descer no oeste, o mesmo movimento aparente que faz o nosso Sol na superfície externa. Na realidade, as pessoas do mundo de “dentro” creem que “The Smoky God” é o trono de seu Senhor, e que está parado. O efeito do dia e da noite é, por conseguinte, produzido pela rotação diária da Terra, como no nosso mundo da superfície. Eu já descobri que a língua do povo do mundo interior é muito parecida com o sânscrito, da ÍNDIA.

Depois de termos feito um relatório sobre nós mesmos para os emissários do governo central da Terra Interior, eu e  meu pai tivemos que, de uma forma bruta, desenhar mapas de nosso mundo da superfície “fora” da terra interior, mostrando as divisões de terra e água, e dando o nome de cada um dos continentes, as grandes ilhas e os oceanos, conforme nos solicitaram, documentos que foram levados por terra para a cidade de “Eden”, em um meio de transporte diferente de tudo o que temos na Europa ou na América atualmente. Este veículo era, sem dúvida alguma um mecanismo elétrico. Era silencioso, e corria sob um único trilho de ferro em perfeito equilíbrio. A viagem foi feita em uma velocidade muito elevada. Nós fomos levados por sobre dos montes e vales, ara cima e para baixo, através de outros vales e de novo ao longo da lateral de montanhas íngremes, sem ter sido feita qualquer tentativa aparente para se nivelar a terra, como fazemos com os trilhos de nossos trens. 

Os assentos desse carro eram assentos enormes, claro, mas eram confortáveis, e muito altos acima do piso do veículo. Na parte superior de cada carro havia volantes redutores elevados sobre os seus lados, que eram ajustados de forma que automaticamente, na medida em que a velocidade do veículo aumentasse, a alta velocidade destas rodas iam geometricamente aumentado. Jules Galdea explicou-nos que estas rodas girando parecidas com hélices em cima dos carros bloqueava a pressão atmosférica, ou o que é geralmente entendido pelo termo gravitação, e com esta força, assim bloqueada ou tornada ineficaz, o carro é tão seguro ao cair para um lado ou para o outro a partir da via-férrea de trilho único, como se estivesse num vácuo; os volantes nas suas rotações rápidas que destroem eficazmente o chamado poder de gravitação, ou a força da pressão atmosférica ou qualquer que seja a potente influência que força todas as coisas para caírem para baixo (a gravidade), para a superfície da terra ou para o ponto de resistência mais próximo.

A surpresa do meu pai e a minha era indescritível quando, em meio a magnificência régia de um salão espaçoso, fomos finalmente levados perante o Grande Sumo Sacerdote, o governador de toda aquela terra. Ele estava ricamente vestido, e era muito mais alto do que aqueles que estavam presentes, e não poderia ter menos de quatorze ou quinze pés (cerca de 4,60 metros) de altura. A imensa sala em que fomos recebidos parecia terminada em grossas lajes maciças de ouro  cravejados com jóias de incrível brilho.

A cidade de “Éden” está localizada no que parece ser um belo vale, mas, na verdade, esta situada sobre o mais elevado planalto do interior do continente, vários milhares de metros mais alto do que qualquer parte do país circundante. É o lugar mais lindo que eu já vi em todas as minhas viagens para qualquer lugar em que estive. Neste jardim elevado todos os tipos de frutas, videiras, belos arbustos, árvores e flores crescem em profusão desenfreada.

Neste jardim quatro rios têm sua origem em uma fonte poderosa que brota de um poço artesiano. Eles dividem seu fluxo em quatro direções. Este lugar é chamado pelos moradores de o “umbigo da terra”, ou o começo, “o berço da raça humana”. Os nomes dos rios são o rio Eufrates, o Pison, o Giom, e o Hiddekel. (7)

(7) “E o Senhor Deus plantou um jardim, e fora do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis ??à vista e boas para comida.” – O livro do Gênesis.

O inesperado nos aguardava neste palácio cheio de beleza, ao encontrarmos o nosso pequeno barco de pesca presente. Ele havia sido levado perante o Sumo Sacerdote em perfeita forma, tal como tinha sido tirado das águas naquele dia, quando ele foi carregado a bordo do navio pelas pessoas que haviam nos descoberto no rio, há mais de um ano antes.

Foi-nos dada uma audiência de mais de duas horas com este grande dignitário, que parecia gentilmente disposto e atencioso para conosco. Ele mostrou-se avidamente interessado, fazendo-nos várias perguntas, e, invariavelmente, sobre coisas sobre as quais seus emissários tinham falhado em nos inquirir.

Na conclusão da entrevista, ele questionou sobre o que nos agradaria, nos perguntando se queríamos permanecer em seu país ou se preferíamos voltar para o nosso mundo no “exterior”, desde que fosse possível fazer uma viagem de retorno bem sucedida, através das barreiras congeladas que circundavam  as aberturas (nos polos) tanto no norte assim como no (polo) sul da Terra “exterior”.

Meu pai respondeu: “Seria agradável para mim e o meu filho visitar o seu país e ver o seu povo, suas faculdades e palácios de música e arte, seus grandes campos, suas maravilhosas florestas de madeira; e depois que tivermos concluído esse privilégio prazeroso, nós gostaríamos de tentar voltar para a nossa casa na superfície “fora” da terra interior. Esse filho é meu único filho, e minha boa esposa vai estar cansada aguardando pelo nosso retorno”.

“Eu temo que vocês nunca possam voltar”, respondeu o chefe e Sumo Sacerdote”, pois o caminho é uma das mais perigosas travessias. No entanto, você deve visitar as nossas diferentes regiões com Jules Galdea como seu acompanhante, e sendo submetidos a toda cortesia e gentileza. Quando vocês estiverem prontos para tentar uma viagem de volta, eu lhe asseguro que o seu barco, que está aqui em exposição, deverá ser colocado nas águas do rio Hiddekel, na sua foz, e vamos oferecer-lhe uma ótima velocidade. “

Assim, terminou a nossa única entrevista com o Governador e Sumo Sacerdote do continente da Terra Interior (Agharta). Continua …


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