As Digitais dos deuses (51) – O Martelo e o Pêndulo

Embora esteja além da intenção deste livro, uma exposição detalhada da teoria do deslocamento da crosta terrestre pode ser encontrada no livro When the Sky Fell, de Rand e Rose Flem-Ath (publicado pela Stoddart, Canadá, 1995).  Conforme notado antes, essa teoria geológica foi formulada pelo professor Charles Hapgood e validada por Albert Einstein. Em resumo, o que ela sugere é um deslizamento completo da litosfera, de cerca de 50km de espessura de nosso planeta, sobre os quase 10.800km do núcleo central, empurrando grandes regiões do hemisfério ocidental para o equador e daí para o Círculo Ártico. Esse movimento não é considerado como tendo acontecido ao longo do meridiano verdadeiro norte-sul, mas num curso rotativo – girando, por assim dizer, em torno das planícies centrais do que são hoje os Estados Unidos.

Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização

Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.

CAPÍTULO 51 – O Martelo e o Pêndulo

O resultado foi que o seguimento nordeste da América do Norte (no qual se localizou antes o pólo Norte, precisamente na baía de Hudson) foi puxado do Círculo Ártico para o sul e para regiões mais temperadas, ao mesmo tempo que o segmento noroeste (Alasca e Yukon) girava para o norte e penetrava no Círculo Ártico, juntamente com grandes regiões do norte da Sibéria. No hemisfério Sul, o modelo de Hapgood mostra a massa de terra que hoje denominamos de Antártida – grande parte dela se situara antes em latitudes temperadas ou mesmo quentes – sendo empurrada inteiramente para o Círculo Antártico.

O movimento geral é considerado como tendo ocorrido na região de 30 graus (aproximadamente 3.200km) e se concentrado, quase todo, entre os anos 14500 a.C. e 12500 a.C. (Nota Thoth: época do Dilúvio de Noé, em 10.986 aC.)- embora com maciços choques secundários em escala planetária, que continuaram a intervalos muito separados até cerca de 9500 anos a.C. Suponhamos que, antes do deslocamento da crosta, uma grande civilização tenha se desenvolvido na Antártida, quando grande parte dela se localizava em latitudes verdes e amenas. Se isso aconteceu, essa civilização poderia ter sido facilmente destruída pelos efeitos do deslocamento: maremotos, ventos com força de furacões, tempestades elétricas, erupções vulcânicas, quando falhas sísmicas se abriram por todo o planeta, céus escuros e expansão implacável dos lençóis de gelo. Além do mais, à medida que se sucediam os milênios, as ruínas deixadas para trás – as cidades, os monumentos, as grandes bibliotecas e as obras de engenharia da civilização destruída – teriam sido ainda mais sepultadas sob o manto de gelo.

Seres “Pré-Adamitas” encontrados congelados em ruínas de uma antiga civilização que se estabeleceu na Antártica, segundo Goode. LINK

Pouco motivo de espanto há, portanto, se a teoria do deslocamento da crosta está certa, que tudo que possa ser encontrado hoje, espalhado pelo mundo, sejam as impressões digitais desafiadoras dos deuses. Estas seriam os vestígios, os ecos, de obras e atos, os ensinamentos muito mal-interpretados e as estruturas geométricas deixadas pelos poucos sobreviventes da antiga civilização da Antártida, que conseguiram cruzar os oceanos em grandes navios e se estabeleceram em terras distantes: no Vale do Nilo, por exemplo (ou talvez, inicialmente, em volta do lago Tana, nas cabeceiras do Nilo Azul), no Vale do México e nas proximidades do lago Titicaca, nos Andes – e, sem dúvida, também em várias outras partes do mundo.

Aqui e ali em volta do globo, em outras palavras, as impressões digitais de uma civilização perdida continuam obscuramente visíveis. O corpo está escondido, sepultado sob 3.200km de gelo da Antártida e quase tão inacessível para o arqueólogo como se estivesse localizado no lado oculto da lua. Será isso fato? Ou ficção? Possibilidade? Ou impossibilidade? Seria uma possibilidade ou impossibilidade geofísica que a Antártida, o quinto maior continente do mundo (com uma superfície de quase 15,5 milhões de km2), pudesse: a) ter se situado outrora em uma zona mais temperada e b) ter sido deslocado dessa zona e penetrado no Círculo Antártico nos últimos 20.000 anos? A Antártida poderia ser movida?

Um Deserto Polar Destituído de Vida

“Deslizamento continental” e/ou de “placas tectônicas” são expressões típicas usadas para descrever uma importante teoria geológica que se tornou cada vez mais compreendida pelo público geral desde a década de 1950. Não precisamos descer a detalhes aqui sobre os mecanismos básicos envolvidos. Mas quase todos nós sabemos que os continentes “flutuam” de alguma maneira, relocalizam-se e mudam de posição na superfície da terra. O bom senso confirma o fato seguinte: se olharmos para um mapa da costa oeste da África e da costa leste da América do Sul, torna-se muito claro que essas duas massas de terras estiveram outrora ligadas. A escala temporal segundo a qual opera o deslizamento continental é, contudo, imensa: pode-se tipicamente esperar que continentes flutuem e se separem (ou se juntem) a uma taxa de não mais de 3.200km a cada 200 milhões de anos, mais ou menos. Ou, em outras palavras, bem, bem devagar.

O deslizamento de placas tectônicas e o deslocamento da crosta terrestre de que fala a teoria de Charles Hapgood não são, em absoluto, contraditórios. Achava Hapgood que ambos podiam acontecer: que a crosta da terra realmente exibe sinais de deslizamento continental, como alegam os geólogos – que ocorre quase imperceptivelmente, ao longo de centenas de milhões de anos , mas que experimentou também ocasionalmente deslocamentos muito rápidos em uma peça só, que não teve efeitos sobre as relações entre massas de terra separadas, mas que lançaram continentes inteiros (ou partes deles) para dentro ou para fora das duas zonas polares fixas do planeta (as regiões perenemente frias e geladas que cercam os pólos Norte e Sul do eixo axial de rotação). Deslizamento continental? Deslocamento da crosta da terra? Ambos? Alguma outra causa? 

Honestamente, não sei. Não obstante, os fatos sobre a Antártida são de fato estranhos e difíceis de explicar, sem invocarmos alguma idéia de mudança súbita, catastrófica e geologicamente recente. Antes de revisarmos esses fatos, lembremo-nos que estamos nos referindo a uma massa de terra hoje orientada pela curvatura da terra, de tal modo que o sol jamais nasce sobre ela durante os seis meses de inverno e nunca se põe durante os seis meses de verão (mas, sim, se visto do pólo, permanece baixo, um pouco acima do horizonte, parecendo seguir uma trajetória circular em torno do céu durante cada 24 horas de luz). A Antártida é também, de longe, o continente mais frio do mundo, onde as temperaturas na planície polar podem cair para 89,2 graus abaixo de zero. Embora as áreas costeiras sejam ligeiramente mais quentes (60 graus centígrados abaixo de zero) e abrigue números imensos de colônias de aves marinhas, não há mamíferos nativos na região, que conta apenas com uma pequena comunidade de plantas tolerantes ao frio, capazes de sobreviver aos demorados períodos invernais de escuridão total ou quase total.

Laconicamente, a Encyclopedia Britannica dá uma lista dessas plantas: “Líquens e hepáticas, fungos, fermentos, algas e bactérias…” Em outras palavras, embora maravilhosa de se observar no longo amanhecer de antípoda, a Antártida é um deserto polar, gelado, implacável, quase sem vida, como vem acontecendo durante todo o período “histórico” de 5.000 anos da nossa atual humanidade. Mas teria sido sempre assim?

Prova 1

Revista Discover the World of Science, fevereíro de 1993, página 17: Há cerca de 260 milhões de anos, durante o Período Permiano, árvores decíduas adaptadas a um clima quente cresciam na Antártida. Esta é a conclusão a que estão chegando paleo-botânicos, à vista de  um grupo de troncos fossilizados de árvores, descobertos a uma altitude de cerca de 2.000m, no monte Achernar, nas montanhas transantárticas. O local se situa a 84° 22′ sul, a cerca de 800km ao norte do pólo Sul. O interessante na descoberta é que se trata realmente da única floresta, viva ou fóssil, encontrada a 80 ou 85 graus de latitude”, disse a paleobotânica Edith Taylor, da Ohio State University, que estudou as árvores fósseis:

 ”A primeira coisa que nós, paleo-botânicos, fazemos é procurar alguma coisa nos anais modernos que seja comparável, e não há hoje floresta que cresça nessa latitude. Podemos ir aos trópicos e encontrar árvores crescendo em um ambiente quente, mas não podemos encontrar árvores crescendo em um ambiente quente com o regime de luz que essas árvores tiveram: 24 horas de luz no verão e 24 horas de escuridão no inverno.”

Prova 2

Geólogos nenhuma prova acharam de qualquer glaciação, em parte alguma do continente antártico, anterior ao Eoceno (há cerca de 60 milhões de anos). Se recuarmos ainda mais, até o Cambriano (há cerca de 550 milhões de anos), encontramos prova irrefutável de um mar quente, que se estendia quase ou inteiramente de um lado a outro da Antártida, sob a forma de pedras calcárias espessas, ricas em Archaeocyathidae, seres formadores de recifes:

“Milhões de anos depois, quando essas formações marinhas apareceram acima do nível do mar, climas quentes geraram uma vegetação luxuriante na Antártida. Sir Ernest Shackleton, por exemplo, encontrou jazidas de carvão a 320km do pólo Sul, e, mais tarde, durante a expedição Byrd, em 1935, geólogos fizeram uma rica descoberta de fósseis nas altas encostas do monte Weaver, na latitude 86° 58′ sul, mais ou menos à mesma distância do pólo Sul, e as uns 3.200 metros acima do nível do mar. Os fósseis incluíam impressões de folhas e talos e madeira fossilizada.

Em 1952, o Dr. Lyman H. Dougherty, da Carnegie lnstitution, em Washington, completando o estudo desses fósseis, identificou duas espécies de samambaias, de nome Glossopteris, outrora comuns nos continentes meridionais (África, América do Sul, Austrália) e uma gigantesca samambaia de outra espécie.

Prova 3

Comentário do almirante Byrd sobre a importância da descoberta feita no monte Weaver: “Aqui, na montanha mais ao sul conhecida no mundo, a pouco mais de 320km do pólo Sul, foi encontrada prova conclusiva de que o clima da Antártida foi outrora temperado ou mesmo subtropical”.

Prova 4

“Cientistas soviéticos comunicaram ter encontrado prova de flora tropical na Terra de Graham, outra parte da Antártida, datando de princípios do Período Terciário (talvez do Paleoceno ou o Eoceno)… Prova adicional foi fornecida pela descoberta, por geólogos britânicos, de grandes florestas fósseis na Antártida, do mesmo tipo que crescia na costa do Pacífico dos Estados Unidos há 20 milhões de anos. Esse fato demonstra, claro, que após a glaciação mais antiga conhecida da Antártida, no Eoceno (há 60 milhões de anos), o continente não permaneceu glacial, mas teve períodos posteriores de clima quente.”?

Prova 5

“No dia 25 de dezembro de 1990, os geólogos Barrie McKelvey e David Harwood estavam trabalhando a 1.830m acima do nível do mar e 400km do pólo Sul quando descobriram fósseis de uma floresta de faias decíduas meridionais, datando de dois a três milhões de anos”.

Prova 6

Em 1986, a descoberta de madeira e plantas fossilizadas demonstrou que partes da Antártida podem ter estado livres do gelo até dois milhões e meio de anos atrás. Outras descobertas demonstraram que alguns locais no continente estiveram livres de gelo há 100 mil anos.

Prova 7

Conforme vimos na Parte I, núcleos-testemunhos sedimentares coletados no leito do mar de Ross, por uma das Expedições Byrd à Antártida, proporcionam prova conclusiva de que “grandes rios, transportando sedimentos de granulação fina”, fluíram realmente por essa parte da Antártida até uma data tão recente quanto 4.000 anos a.C. De acordo com o relatório do Dr. Jack Hough, da Universidade de Illinois, “O registro do núcleo-testemunho N-5 mostra sedimentos marinhos glaciais, do presente até 6.000 anos no passado. No período de 6.000 a 15.000 anos, os sedimentos são de granulação fina, com exceção de um grânulo de cerca de 12.000 anos. Esse fato sugere ausência de gelo na área durante esse período, exceto, talvez, por um iceberg à deriva há 12.000 anos”.

Prova 8

O mapa-múndi de Orontaeus Finnaeus, estudado na Parte I, descreve acuradamente o mar de Ross, como ele teria parecido se estivesse livre de gelo e, além disso, mostra as altaneiras cordilheiras costeiras da Antártida, com grandes rios descendo delas, onde hoje são encontradas apenas geleiras de 1.600m de espessura. The Path of the Pole, de Charles Hapgood. 1970, p. 111 e ss.:

“É raro que pesquisas geológicas recebam confirmação importante da arqueologia. Ainda assim, neste caso, parece que a questão da desglaciação do mar de Ross pode ser confirmada por um velho mapa que, de alguma maneira, sobreviveu por muitos milhares de anos… O mapa foi descoberto e publicado em 1531 pelo geógrafo francês Oronce Fine [Orontaeus Finnaeus] e faz parte de seu mapa-múndi…..

Foi possível provar a autenticidade desse mapa. Em vários anos de pesquisa, foi descoberta a projeção usada nesse antigo mapa. Descobriu-se que tinha se inspirado em uma sofisticada projeção cartográfica, com emprego de trigonometria esférica, e que era tão científico que mais de 50 locais no continente da Antártida foram encontrados, com uma precisão só alcançada pela moderna ciência cartográfica no século XIX. E, claro, quando o mapa foi publicado pela primeira vez, em 1531, nada, absolutamente, era conhecido sobre a Antártida. O continente só foi descoberto em tempos modernos, por volta de 1818, e só foi completamente mapeado após 1920.

Prova 9

O Mapa Buache, estudado também na Parte I, mostra acuradamente a topografia subglacial da Antártida. Aconteceu isso por acaso ou poderia o continente ter estado realmente livre de todo gelo em data suficientemente recente para que cartógrafos de uma civilização perdida o tivessem mapeado?

Prova 10

O reverso da medalha. Se as terras que se encontram atualmente dentro do Círculo Antártico foram outrora temperadas ou tropicais, o que dizer das terras dentro do Círculo Ártico? Teriam sido elas afetadas pelas mesmas mudanças espetaculares de clima, sugerindo que algum fator comum pudesse ter estado presente?  Na ilha de Spitzbergen (Svalbard, na Noruega), folhas de palmeiras de 3m a 3,5m de comprimento foram fossilizadas, juntamente com crustáceos de um tipo que  poderia viver em águas tropicais. Esse fato sugere que,  em algum tempo, as temperaturas do oceano Ártico eram semelhantes às temperaturas ora encontradas na baía de Bengala ou no mar do Caribe. O Spitzbergen fica a meio caminho entre a ponta norte da Noruega e o pólo Norte, em uma latitude de 80° norte. Hoje, navios só podem chegar a Spitzbergen através do gelo durante dois ou, no máximo, três meses durante o ano.

Há forte prova fóssil de que moitas de ciprestes dos pântanos floresceram a 800km do pólo no Mioceno (entre 20 milhões e seis milhões de anos atrás), e que lírios-d’água existiam em Spitzbergen no mesmo período:

“As floras típicas do Mioceno na Terra de Grinnell, Groenlândia, e no Spitzbergen, requeriam, sem exceção, condições climáticas temperadas, com umidade abundante. Os lírios-d’água de Spitzbergen teriam requerido água corrente durante a maior parte do ano. Em conexão com a flora de Spitzbergen, é preciso compreender que a ilha permanece sob escuridão polar durante metade do ano. Situa-se no Círculo Ártico, tão ao norte do Labrador quanto o Labrador fica ao norte das Bermudas”.

Algumas das ilhas do oceano Ártico nunca foram cobertas pelo gelo durante a última Era Glacial. Na ilha de Baffin, por exemplo, a 1.445km do pólo Norte, restos de amieiro e bétula encontrados em turfa sugerem de que um dia houve um clima muito mais quente do que hoje, há menos de 30.000 anos. Essas condições prevaleceram até 17.000 anos atrás:

Durante a glaciação Wisconsin, houve um refúgio de clima temperado, em meio do oceano Ártico, para a flora e a fauna que não podiam sobreviver no Canadá e nos Estados Unidos. Cientistas russos concluíram que o oceano Ártico foi quente durante a maior parte da última Era Glacial. Um relatório dos professores universitários Saks, Belov e Lapina, cobrindo numerosas fases do trabalho oceanográfico que realizaram, destaca o período de cerca de 32.000 a 18.000 anos passados como um daqueles em que prevaleceram condições particularmente quentes.

Conforme vimos na Parte IV; inúmeras espécies de mamíferos de sangue quente, adaptados a zonas temperadas, foram instantaneamente congelados e seus corpos preservados no gelo eterno através de toda a imensa zona de morte que se estendeu do Yukon, passou por todo o Alasca e penetrou profundamente no norte da Sibéria. Parece que o grosso dessa destruição ocorreu durante o undécimo milênio a.C., embora tivesse havido um período anterior de extinção em larga escala, por volta do ano 13500 a.C. . Vimos também (Capítulo 27) que a última Era Glacial terminou entre os anos 15000 e 8000 a.C., mas principalmente entre 14500 e 12500 a.C., com mais uma explosão de atividade extraordinariamente intensa no undécimo milênio a.C.

Durante esse período, geologicamente curto, uma glaciação de até 3.200m de espessura, cobrindo milhões de quilômetros quadrados, e que tinha exigido mais de 40.000 anos para se formar, derreteu súbita e inexplicavelmente: Deve ser óbvio que essa situação não poderia ter sido resultado de fatores climáticos de ação lenta, que são geralmente usados para explicar as idades de gelo. (…) A rapidez da desglaciação sugere que algum fator extraordinário estava afetando o clima.

O Carrasco Gelado

Algum fator extraordinário estava afetando o clima… Teria sido um único deslocamento de 30° da litosfera que acabou abruptamente com a Era Glacial no hemisfério Norte (ao empurrar as áreas mais fortemente cobertas de gelo na direção sul, afastando-as do pólo Norte do eixo de rotação)? Se assim fosse, por que não deveria o mesmo deslocamento de 30° da litosfera ter girado um hemisfério sul de 15 milhões de quilômetros quadrados, na maior parte isento de gelo, de latitudes temperadas para uma posição imediatamente acima do pólo Sul da rotação do eixo? Sobre a questão da mobilidade da Antártida, sabemos agora que ela pode ser movida e, mais a propósito, que ela se moveu, porque lá houve árvores, e árvores simplesmente não podem crescer em latitudes que sofrem seis meses de escuridão contínua.

O que não sabemos (e talvez nunca venhamos a saber com certeza) é se esse movimento foi conseqüência de deslocamento da crosta terrestre, de deslizamento continental, ou de algum outro fator ainda não cogitado. Mas consideremos o caso da Antártida por um momento. Já vimos que ela é grande. Tem uma área de terra de 15 milhões de quilômetros quadrados, atualmente coberta por um pouco mais de onze milhões de quilômetros cúbicos de gelo, pesando uns estimados 19 quatrilhões de toneladas (o número 19 seguido de 15 zeros). O que preocupa os teóricos da teoria do deslocamento da crosta é que essa vasta calota de gelo está aumentando implacavelmente em tamanho e peso, à taxa de 380 km³ de gelo por ano – quase tanto quanto se um lago Ontário fosse congelado anualmente e a ela acrescentado. O medo é que, quando combinado com os efeitos da precessão, da obliqüidade, da excentricidade orbital, do próprio movimento centrífugo da terra e do puxão gravitacional do sol, lua e planetas, a carga imensa e cada vez maior de glaciação da Antártida forneça o fator desencadeante final para um deslocamento maciço da crosta:

A crescente calota de gelo do pólo Sul (escreveu em termos vívidos Hugh Auchincloss Brown em 1967) tornou-se uma força sorrateira, silenciosa e implacável da natureza – resultado da energia criada pela rotação excêntrica da Terra. A calota de gelo é o perigo rastejante, a ameaça mortal e o carrasco de nossa civilização.

Teria esse “carrasco” causado o fim da última Era Glacial no hemisfério Norte, ao pôr em movimento um deslocamento de 7.000 anos da crosta, entre os anos 15000 e 8000 a.C. – um deslocamento que alcançou sua fase mais rápida, e com efeitos mais devastadores, entre os anos 14500 e 10000 a.C.? Ou teriam as mudanças climáticas, súbitas e espetaculares ocorridas no hemisfério Norte durante esse período sido o resultado de algum outro agente catastrófico simultaneamente capaz de derreter os milhões de quilômetros cúbicos de gelo e de deflagrar o aumento mundial de vulcanismo que acompanhou o degelo?

Antiga localização dos polos antes da última mudança ocorrida durante o DILÚVIO, em 10.986 a.C.

Os geólogos modernos são contra catástrofes ou, melhor, catastrofismo, preferindo seguir a doutrina da “uniformidade”, isto é, que “os processos existentes, atuando como no presente, são suficientes para explicar todas as mudanças geológicas”. O catastrofismo, por outro lado, sustenta que “mudanças na crosta terrestre foram desencadeadas subitamente por forças físicas”. Seria possível, contudo, que o mecanismo responsável pelas mudanças traumáticas na Terra, que ocorreram ao fim da última Era Glacial, pudessem ter sido um evento geológico tanto catastrófico quanto uniforme e global? O grande biólogo, sir Thomas Huxley, escreveu no século XIX:

“Na minha opinião, não parece haver nenhum tipo de antagonismo teórico entre Catastrofismo e Uniformidade. Ao contrário, é muito concebível que catástrofes possam ser partes integrantes da uniformidade. Mas deixem-me ilustrar essa opinião com uma analogia. O funcionamento de um relógio é um modelo de ação uniforme. Bom controle de tempo significa uniformidade de ação. Mas o toque de um relógio é, basicamente, uma catástrofe.

O martelo pode ser levado a explodir um barril de pólvora ou desencadear um dilúvio e, com o arranjo apropriado, em vez de marcar as horas, poderia bater em todos os tipos de intervalos irregulares, jamais dois iguais na força ou no número das batidas. Não obstante, todas essas catástrofes irregulares e aparentemente descontroladas seriam o resultado de uma ação inteiramente uniforme, e poderíamos ter duas escolas de teóricos do relógio, uma estudando o martelo e, a outra, o pêndulo.  Poderia o deslizamento continental ser o pêndulo? E o deslocamento da crosta terrestre ser o martelo?

Marte e a Terra

Acredita-se que os deslocamentos de crosta aconteceram também em outros planetas. No número de dezembro de 1985 da Scientific American, Peter H. Schultz chamou atenção para crateras causadas por impactos de meteoritos na superfície marciana. Crateras nas áreas polares deixaram uma “assinatura” característica, porque os meteoritos caem sobre os espessos depósitos de poeira e gelo que ali se acumulam. Fora dos atuais círculos polares de Marte, Schultz encontrou duas outras dessas áreas. “Essas zonas são antípodas, estão no lado oposto do planeta. Os depósitos exibem muitos dos processos e características dos pólos atuais, mas se encontram próximos do equador de hoje…” O que poderia ter causado esse efeito?

A julgar pela prova, Schultz formulou a teoria de que o mecanismo parecia ter sido “o movimento de toda a litosfera, a parte externa sólida do planeta, como uma única placa… [Esse movimento parece ter ocorrido] em rápidos surtos, seguidos de longas pausas”. Se deslocamentos da crosta podem acontecer em Marte, por que não na Terra? E se não acontecem na Terra, de que modo explicar o fato, sob outros aspectos cabuloso, de que nem uma única das calotas de gelo formadas em volta do mundo durante as prévias Eras Glaciais parece ter ocorrido nos – ou mesmo estado próximas dos – atuais pólos? Ao contrário, áreas de terra exibindo marcas de antiga glaciação são amplamente distribuídas. Se não podemos supor deslocamentos da crosta, temos que encontrar outra maneira de explicar o motivo por que as calotas de gelo parecem ter chegado ao nível do mar nos trópicos de três continentes: Ásia, África e Austrália. A solução de Charles Hapgood para o problema é simples, extraordinariamente elegante e, de maneira nenhuma, um insulto ao bom senso:

A única Era Glacial cabalmente explicada é a atual, na Antártida. E explicada de maneira excelente. Ela existe, claro, porque a Antártida se situa no pólo, e por nenhuma outra razão. Nenhuma variação no calor do sol, nenhuma poeira galáctica, nenhum vulcanismo, nenhuma corrente subcrostal e nenhum arranjo de sobrelevaçães de terras ou correntes marítimas explicam o fato. Podemos concluir que a melhor teoria para explicar uma Era Glacial é que a área em causa se situa no pólo. Dessa maneira, explicamos os lençóis de gelo na Índia e África, embora as áreas outrora ocupadas por eles estejam agora nos trópicos. Explicamos da mesma maneira todos os lençóis de gelo de tamanho continental. A lógica é cerrada a ponto de ser quase irrefutável. Ou aceitamos que a calota da Antártida é o primeiro lençol de gelo de tamanho continental jamais situado em um pólo – o que parece improvável – ou somos obrigados a supor que o deslocamento da crosta terrestre, ou um mecanismo semelhante, deve ter estado em ação.

Relatos pessimistas: os anciões inuit têm outra explicação para as mudanças climáticas na Terra, e é algo que os humanos não têm controle sobre seus efeitos. Vários anciãos Inuit passaram suas provas para a NASA, dando testemunho de suas observações. Líderes desses povos nativos da América do Norte (na região do círculo polar ártico) provaram aos cientistas que as mudanças nos níveis de temperatura no mundo são causadas por uma ocorrência natural, e não por uma causada pelo homem. Os anciões inuits mostraram à NASA que o mundo se inclinou em seu eixo.A Terra mudou sua orientação axial. As regiões habitadas pelos inuits do Ártico têm realmente aproveitado o sol por toda a sua vida. Por milhares de anos, eles e seus antepassados ??antes deles, tomaram nota das mudanças em suas posições geográficas em todos os pontos ao longo do dia e da noite. Eles declaram que, devido à inclinação, a luz solar agora atinge a Terra de um ângulo maior. Essa mudança de ângulo é responsável pelo dia estar mais longo, bem como pelas mudanças ambientais, como mudanças de vento e deriva das marés. Além disso, os cidadãos inuítes afirmam que o céu noturno com a posição das estrelas foi realmente alterado e que as posições das estrelas mudaram devido ao novo ângulo de inclinação do eixo da Terra. Outros grupos Inuit apoiam suas observações das regiões do Ártico, que fizeram descobertas idênticas. LINK

Memórias do Amanhecer Polar?

Nossos ancestrais podem ter preservado, em suas tradições mais antigas, memórias de um deslocamento do eixo axial da Terra. Vimos algumas delas na Parte IV: mitos de cataclismos que parecem ser depoimentos de testemunhas oculares de uma série de calamidades geológicas que acompanharam o fim da última Era Glacial no hemisfério Norte. Mas há também outros mitos que talvez nos tenham chegado de uma época entre 15.000 e 14.000 anos a.C. Entre estes, há vários que falam de terras de deuses e de antigos paraísos, todos os quais são descritos como estando no sul (como, por exemplo, o Ta Neteru dos egípcios) e muitos deles parecem ter passado por condições polares. O grande poema épico indiano, o Mahabaratha, fala do monte Meru, a terra dos deuses:

No Meru, o sol e a lua giram da esquerda para a direita, todos os dias, e o mesmo fazem todas as estrelas. (…) A montanha, por seu brilho, ofusca de tal modo a escuridão da noite que dificilmente se pode distinguir a noite do dia. (…) O dia e a noite são, juntos, iguais à um ano para os residentes no local. (…)

Analogamente, como o leitor recordará pelo que leu no Capítulo 25, Airyana Vaejo, o paraíso mítico e antiga terra natal dos arianos avésticos do Irã, parece ter sido tornada inabitável pelo início súbito de glaciação. Anos mais tarde, era comentada como um lugar no qual “as estrelas, a lua e o sol são vistos nascer e se pôr apenas uma vez por ano e um ano parece apenas um dia”. No Surya Siddhantai, um antigo texto indiano, lemos: “Os deuses contemplam o sol, após ter ele nascido, durante metade de um ano.” A sétima mandala do Rigveda contém certo número de hinos ao “Amanhecer”. Um deles (VII, 76) diz que o amanhecer desfraldou sua bandeira no horizonte com seu habitual esplendor, e acrescenta, no versículo 3, que um período de vários dias passou entre o primeiro aparecimento do amanhecer e o nascer do sol que o seguiu. Outra passagem diz que “muitos foram os dias entre os primeiros raios do amanhecer e o nascer real do sol”.

Seriam essas palavras depoimentos de testemunhas oculares de condições polares? Embora jamais possamos ter certeza, talvez seja relevante saber que, na tradição indiana, os Vedas são considerados como textos revelados, transmitidos desde o tempo dos deuses. Talvez seja também relevante que ao descrever os processos de transmissão de herança cultural todas as tradições se refiram a pralayas (cataclismos) que se abateram sobre o mundo e alegam que, em todos eles, as escrituras foram fisicamente destruídas. Após cada destruição, porém, sobrevivem certos Rishis ou “homens sábios” que voltam a promulgar, no início de cada nova era, o conhecimento por eles herdado, como responsabilidade sagrada, recebida por seus antepassados na era precedente… Todas os manvantaras, ou eras, portanto, têm um Veda próprio, que difere apenas na forma e não no sentido, do Veda antediluviano.

Uma Época de Tumulto e Trevas

Como sabe todo geógrafo implume, o norte verdadeiro (o pólo Norte geográfico) não é exatamente a mesma coisa que o norte magnético (a direção para onde apontam os ponteiros da bússola). Na verdade, o pólo norte magnético se situa atualmente no norte do Canadá, a cerca de 11 graus do verdadeiro pólo Norte. Progressos recentes no estudo do paleomagnetismo provaram que a polaridade magnética da Terra inverteu-se mais de 170 vezes nos últimos 80 milhões de anos… O que causa essas inversões de campo? Enquanto ensinava na Universidade de Cambridge, o geólogo S.K. Runcorn publicou um artigo na Scientific American, onde apresentou um argumento pertinente:

Parece não haver dúvida de que o campo magnético da Terra está vinculado de alguma maneira à rotação do planeta. E este fato leva a uma descoberta notável sobre a própria rotação… [A conclusão inevitável é que] o eixo de rotação muda também.

Em outras palavras, o planeta rolou sobre si mesmo, mudando a localização dos pólos geográficos. Runcorn parece estar imaginando uma mudança de 180 graus dos pólos, quando a terra literalmente caía – embora interpretações paleomagnéticas semelhantes resultassem de um deslizamento da crosta sobre os pólos geográficos. De qualquer maneira, as conseqüências para a civilização e, na verdade, para toda vida seriam inimaginavelmente terríveis. Claro, Runcorn pode estar enganado. Talvez inversões de campo possam ocorrer na ausência de outras sublevações. Mas também pode ter razão.

De acordo com artigos publicados nas revistas Nature e New Scientist, a última inversão geomagnética foi completada há apenas 12.400 anos – durante o undécimo milênio a.C. Este foi, claro, o próprio milênio em que a antiga civilização de Tiahuanaco, nos Andes, parece ter sido destruída. O mesmo milênio caracterizou-se pelos alinhamentos e projetos de construção de grandes monumentos astronômicos no platô de Gizé, e pelos padrões de erosão na Esfinge. E foi no undécimo milênio a.C. que fracassou de repente o “precoce experimento agrícola” do Egito.

De igual maneira, foi nesse milênio que inúmeras espécies de grandes mamíferos em todo o mundo desapareceram, extintos. E a lista poderia continuar: elevações abruptas do nível do mar, ventos com força de furacões, tempestades elétricas, perturbações vulcânicas, etc. Cientistas esperam que a próxima inversão dos pólos magnéticos da terra ocorra por volta do ano 2030 d.C. Será isso um prenúncio de calamidade planetária? Depois de 12.500 anos de pêndulo, estará o martelo novamente pronto para bater?

Prova 11

Yves Rocard, professor da Faculdade de Ciências de Paris, escreveu: “Nossos sismógrafos modernos são sensíveis a ‘ruído’ de agitação limitada em todos os pontos da Terra, mesmo na ausência de qualquer onda sísmica. Nesse ruído podemos discernir uma vibração criada pelo homem (como, por exemplo, um trem a quatro quilômetros de distância, ou uma grande cidade a dez quilômetros) e também um efeito atmosférico (a pressão mutável do vento sobre o solo) e, às vezes, registra também os efeitos de grandes tempestades distantes. Ainda assim, permanece um ruído contínuo de rolamento, de estalidos na Terra, que nada devem a qualquer uma dessas causas…”

Prova 12

“O pólo Norte moveu-se três metros na direção da Groenlândia, ao longo do meridiano de 45 graus Oeste de longitude, durante o período de 1900 a 1960 (…) uma taxa de seis centímetros ao ano. [Entre 1900 e 1968, contudo], o pólo moveu-se em cerca de 6m, a uma taxa de cerca de 10cm ao ano. (…) Se as duas observações foram precisas, como temos todo direito de esperar, à vista do renome dos cientistas envolvidos, temos aqui prova de que a litosfera pode estar em movimento nos tempos presentes [e que está experimentando] uma aceleração geométrica da taxa de movimento e mudança dos pólos…”

Prova 13

USA Today, quarta-feira, 23 de novembro de 1994, p. 9D: “INTERATIVO NA ANTÁRTIDA: Estudantes Estabelecem link com Cientistas no pólo Sul”: “Uma irradiação ao vivo de longa distância a partir do pólo Sul, destacando Elizabeth Felton, uma estudante de graduação de 17 anos de uma escola pública de Chicago, ocorrerá no dia 10 de janeiro. Felton usará dados do US Geological Survey para reposicionar o marco de cobre que mostra o pólo Sul geográfico da Terra, a fim de compensar o deslizamento anual do lençol de gelo.” Será apenas o lençol de gelo que está deslizando ou toda a crosta terrestre está em movimento?

E isso foi apenas um “projeto de educação interativa diferente”, que ocorreu no dia 10 de janeiro de 1995, ou estaria Elizabeth Felton, sem saber, documentando a aceleração geométrica contínua da taxa de movimento da crosta? Cientistas não pensam assim. Conforme veremos no último capítulo, contudo, o próximo século XXI está destinado a presenciar a convergência notável de antigas profecias e crenças tradicionais, como uma época de agitação e trevas sem precedentes, na qual a injustiça será silenciosamente eliminada e o Quinto Sol e o Quarto Mundo chegarão ao fim…

Prova 14

Kobe, Japão, terça-feira, 17 de janeiro de 1995:

”A subitaneidade com que o terremoto começou foi quase cruel. Num momento, dormíamos a sono solto, um instante depois, o chão – todo o prédio – transformou-se em geléia. Mas não um suave movimento ondulatório líquido. Foi um estremecimento que abalou, revirou as entranhas da gente, de proporções assombrosas… Você está na cama, o lugar mais seguro do mundo. Sua cama está no chão, no que você costumava considerar como chão sólido. E, sem aviso, o mundo se transforma em uma apavorante corrida numa montanha-russa e a gente quer descer. “Possivelmente, a pior parte é o som. Não é o ribombo surdo do trovão. Este som é ensurdecedor, um rugido, vindo de toda parte e de parte nenhuma, e parece o fim do mundo.”

Depoimento de testemunha ocular do terremoto de Kobe, reportagem de Dennis Kessler, Guardian, Londres, 18 de janeiro de 1995. O terremoto durou 20 segundos, atingindo 7,2º na escala Richter, e matou mais de 5.000 pessoas.


Se voce REALMENTE tem interesse em saber QUEM construiu as Pirâmides (e a ESFINGE), no EGITO e no MÉXICO, QUANDO, para QUAL FINALIDADE, e as CONSEQUÊNCIAS, por favor leia TODO O MATERIAL sobre o planeta MALDEK.


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