China constrói frota de porta-aviões …

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China quer ampliar influência regional com frota própria de porta-aviões

A primeira unidade está prevista para 2020.

Aventuroso e ilícito, o caminho de Pequim até seus próprios porta-aviões começou em 1998. O negociante chinês Xu Zengping envolvido na compra do porta-aviões da Ucrânia (Projeto russo) relata uma história de corrupção, traição, muito álcool e pirataria.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

China adquiriu o seu primeiro porta-aviões, uma história de corrupção, traição e muito álcool.

Autoria Matthias von Hein (av)  Fontehttps://dw.de/p/1ESN3 – © 2015 Deutsche Welle

Tamanho, prestígio, poderio militar: no mundo da marinha, os porta-aviões evocam todas essas associações. Não é de espantar que o líder chinês Mao Tsé-Tung já considerasse a possibilidade de construir essas embarcações em seu país.

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O único porta-aviões da China, o CV-16 Liaoning saiu da base portuária do norte de Qingdao, escoltado por quatro navios de guerra, para a sua primeira missão no Mar do Sul da China, onde a China enfrenta outra disputa com o Vietnã, Taiwan e Filipinas sobre a posse de um grupos de ilhas.

Mas, como se trata de um tipo de armamento extremamente complexo e custoso, até 25 de setembro de 2012 a China era o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU sem porta-aviões condizentes com seu status.

Naquele dia, foi colocado em operação o Liaoning, com 300 metros de comprimento, velocidade de mais de 50 quilômetros por hora, 1.500 tripulantes – e originalmente construído na Ucrânia.

Só através de muitos truques a Marinha da China entrou em posse do navio, originalmente batizado Varyag, como relatou recentemente o negociante Xu Zengping ao jornal South China Morning Post, de Hong Kong: uma história de corrupção, traição e álcool.

Xu Zengping relatou sua incrível história ao jornal “South China Morning Post”

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O negociante Xu Zengping em entrevista ao jornal South China Morning Post, de Hong Kong: uma história de corrupção, traição e álcool.

Movido a aguardente chinesa

Antes de se projetar no mundo dos negócios, Xu foi jogador de futebol profissional da Marinha, tendo, portanto, ligações estreitas com a instituição. Com o fim de contornar a resistência ucraniana a vender o Varyag para fins militares, ele fundou uma empresa de jogos de azar.

Munido da licença comercial recém-adquirida, ele voou em janeiro de 1998 para a Ucrânia, alegando a intenção de transformar o porta-aviões num cassino flutuante. Nas próprias palavras de Xu, um de seus recursos de argumentação eram os “montes de cédulas de dólar” para a diretoria do estaleiro, além de mais de 50 garrafas da mais forte aguardente chinesa.

Depois de quatro dias de negociações banhados a álcool, o acordo estava fechado: por 20 milhões de dólares o Varyag mudou de dono. Ele vinha acompanhado de 40 toneladas de documentos das próprias plantas de construção do porta-aviões. Por via das dúvidas, Xu as enviou imediatamente para a China por terra, em oito caminhões.

Viagem acidentada

Apesar desse e de outros episódios de desconfiança, e de atrasos ditados pela crise financeira na Ásia, a transação veio acompanhada por uma boa surpresa: os sistemas de propulsão ainda estavam a bordo e intactos. Provavelmente ainda hoje o Liaoning navega com as máquinas originais ucranianas.

“Tubarão Voador” pousado sobre o porta-aviões chinês: semelhança inegável com modelo russo

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Um caça J-15 (Tubarão Voador) a jato embarcado no primeiro porta-aviões da China, o Liaoning Foto: AP / XINHUA

O trajeto para a sua nova casa, por sua vez, foi longo e acidentado. A Turquia interditou a travessia do estreito do Bósforo ao porta-aviões, que ficou retido no Mar Negro. O clima político só clareou depois da visita a Ancara do então presidente chinês, Jiang Zemin.

Em 2001, o Varyag iniciou viagem: através do Mar Mediterrâneo, passando pelo estreito de Gibraltar e contornando o extremo sul da África – não para Macau, mas sim direto para o nordeste da China. Segundo a revista econômica Caixin, a licença para transformação em cassino foi retirada exatamente no dia da entrada no porto de Dalian, 3 de março de 2002.

Modelo para frota chinesa

Segundo Michael Paul, do Instituto Alemão de Relações Internacionais e de Segurança (SWP, na sigla original), sediado em Berlim, a compra da embarcação militar originalmente soviética foi “enormemente importante” para a China, por representar um ganho de tempo.

Tendo o Liaoning como modelo, o primeiro porta-aviões de fabricação chinesa é aguardado para o ano de 2020. “Ao todo, esperamos uma frota de quatro porta-aviões. Isso representaria uma significativa projeção de poder, irradiando não só para a região da Ásia-Pacífico, como também para o Oceano Índico”, avalia o especialista em política de segurança internacional.

No entanto, diante do posicionamento mais agressivo de Pequim nas disputas territoriais nos mares do Sul e do Leste da China, seus vizinhos estão apreensivos, assim como os Estados Unidos.

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A ascensão da China a potência militar de maior porte coloca em xeque décadas de dominância regional dos EUA no ar e em alto mar.

Hegemonia americana abalada

Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA são a tradicional potência “protetora” e hegemônica do Pacífico Oeste, explica Michael Paul. No entanto, o relatório do fim de 2014 da americana China Economic and Security Review Commission constata objetivamente:

“A ascensão da China a potência militar de maior porte coloca em xeque décadas de dominância regional dos EUA no ar e em alto mar, na qual Washington deposita interesses substanciais de economia e segurança.”

A recomendação da comissão é que, para reforçar sua presença no Pacífico, a Marinha americana não só construa novos navios, como também transfira 60% de suas frotas para a região.

No momento, porém, o Liaoning não está preparado para o combate. Bernt Berger, do Instituto de Segurança e Política de Desenvolvimento (ISDP, na sigla em inglês) sediado em Estocolmo, explica não se tratar de um porta-aviões realmente apto à mobilização militar, mas antes “um projeto de exercício, treinamento de tripulações e desenvolvimento tecnológico”.

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Ele permite aos pilotos de combate da força aérea chinesa exercitarem o pouso e decolagem numa embarcação em movimento, duas das manobras militares mais difíceis de executar. Os pilotos voam com o caça J-15, apelidado “Tubarão Voador”, cópia ilegal chinesa do russo Sukhoi SU-33. A China havia comprado um avião desse tipo no início do século 21 – igualmente da Ucrânia.

Mais informações em:

  1. https://thoth3126.com.br/o-brasil-esta-a-venda-e-a-china-compra/
  2. https://thoth3126.com.br/china-investe-pesado-na-a-latina-e-brasil/
  3. https://thoth3126.com.br/russia-e-china-assinam-acordo-de-400-bilhoes/
  4. https://thoth3126.com.br/russia-e-china-abandonam-o-dolar-americano/
  5. https://thoth3126.com.br/canal-na-nicaragua-russia-e-china-desafia-os-eua/
  6. https://thoth3126.com.br/china-um-golpe-de-estado-no-mercado-mundial-de-ouro/
  7. https://thoth3126.com.br/china-passa-a-controlar-campos-de-petroleo-e-gas-dentro-dos-eua/
  8. https://thoth3126.com.br/china-abre-caminho-para-o-oriente-medio-e-europa/
  9. https://thoth3126.com.br/chinag-77-discutem-uma-nova-ordem-mundial/
  10. https://thoth3126.com.br/china-construira-linha-de-trem-de-alta-velocidade-entre-moscou-e-pequim/
  11. https://thoth3126.com.br/china-espiona-e-rouba-segredos-dos-eua/
  12. https://thoth3126.com.br/china-se-prepara-militarmente/

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